Senador Cristovam devolve carro oficial e vai a pé para o Congresso
Leandro Mazzini
Atualizada quinta, 6, 17h05 – O estilo Reguffe de atuar chegou ao Senado bem antes da posse do novo parlamentar da Casa.
Conhecido em Brasília por ser deputado austero e que economiza verbas de custeio em prol dos cofres públicos, o futuro senador Antonio Reguffe (PDT) prometeu na campanha que não usaria o carro oficial com motorista se eleito, uma benesse do cargo.
Antecipando-se a ele, o senador aliado Cristovam Buarque (PDT-DF) devolveu o seu carro oficial mês passado e remanejou seu motorista para outra função no gabinete. Cristovam usou o benefício nos primeiros quatro anos de mandato.
Para compromissos oficiais, Cristovam agora pega táxi ou carona com funcionários – e nestes casos paga a gasolina. E há dias que vai a pé de casa para o Congresso. (Aqui, um adendo. Muito leitor duvidou da caminhada. Descobrimos o endereço do senador, na Quadra 216 Sul. De lá para o Congresso são 9km. A assessoria informa que, quando ele cansa, pega um táxi no caminho)
CUSTOS & EXEMPLO
Mas Reguffe terá no aliado um ‘concorrente’: Desde o início do mandato, Cristovam é o senador mais barato da Casa, dizem próximos.
Como foi reitor da UnB, ele recebe salário de aposentado e, deste modo, praticamente não tem salário de senador – o Senado apenas complementa uma quantia pequena para que não ultrapasse o teto constitucional.
O parlamentar não divulga, mas amigos lembram, meio à brinca, que o caso do carro pode ser inverso: ‘Talvez Reguffe tenha visto que Cristovam devolveria o carro e na campanha tenha prometido o mesmo’.
Siga o blog no Twitter e no Facebook
REGUFFE
Ex-deputado distrital, onde consagrou seu estilo, Reguffe foi o federal mais votado no país, proporcionalmente, em 2010, e levou seu jeito de trabalhar para a Câmara.
Na campanha deste ano para o Senado, o principal adversário de Reguffe, Magela (PT), espalhou carros de som por Brasília para detoná-lo, dizendo que não seria senador para ‘contar palitos’.
Reguffe já divulgou que vai atuar no Senado com gabinete enxuto: apenas 15 assessores. Outros colegas chegam a ter 40.