Planalto ignorou certidão contra ex-assessor de Gleisi
Leandro Mazzini
Atualizada Quarta, 28, 14h15 – A Casa Civil do Planalto ignorou certidão contra o ex-assessor especial Eduardo André Gaievski que beira uma ficha corrida policial.
Bastava uma simples consulta no cartório. A coluna tem em mãos uma ‘Certidão Positiva – Para efeitos civis’ (veja abaixo), que inibiria a contratação do petista em qualquer órgão público.
Foi expedida dia 3 de Maio deste ano pela Comarca de Realeza (PR), após consulta. A certidão discrimina 12 ações (!) contra Gaievski desde 2010, entre elas o inquérito policial com delito de ‘exploração sexual’, distribuído em 23 de Janeiro de 2013 – um dia anterior à sua nomeação no cargo no Palácio pelo D.O.
Entre as ações registradas pela Comarca, há uma indenização por dano moral e três por reparação de danos. As investigações contra Gaievski abrangem o período em que foi prefeito de Realeza de 2005 a 2008.
A ministra Gleisi Hoffmann diz que não sabia das denúncias contra o assessor, que consultou ‘a Abin, poder Judiciário, cartórios e órgãos’, que ‘não existia nada’
Gaievski era até ontem foragido da Justiça. Procurada, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) não se pronunciou até o momento.
A Casa Civil enviou hoje a seguinte resposta: ‘A consulta sobre senhor Eduardo Gaievski foi feita em janeiro de 2013, quando de sua contratação, e a certidão foi emitida em maio de 2013’. Enviou, no início da tarde desta Quarta, a certidão negativa da consulta de 22 de Janeiro, véspera da admissão de Gaievski. No dia 24, quando o nome do assessor foi publicado no Diário Oficial da União, o cartório já tinha o registro do inquérito policial criminal sobre suposto crime de pedofilia.
Todavia, agora surge o mistério maior: o cartorista de Realeza disse que avaliaria os papéis, mas não explicou como não constam na ‘certidão negativa’ ações distribuídas desde 2010 , a despeito da ‘certidão positiva’ emitida em Maio, nas mãos da coluna. Na tarde desta Quarta, o titular do cartório assim respondeu: ‘Esclareço que a certidão positiva é de efeitos gerais, conforme solicitada, que equivocadamente constou segredo de Justiça’. Mas, fato: havia a investigação já de conhecimento judicial.
Vale ressaltar que Gaievski até 31 de Dezembro de 2012 tinha foro privilegiado, e a investigação ocorre há três anos sob segredo de Justiça. O ex-assessor seria candidato a deputado estadual em 2014 e coordenador da campanha de Gleisi ao governo do Paraná. A amigos, ele disse que isso é retaliação de promotores.
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SÓ ANAC NÃO VÊ
Roda o Youtube um vídeo sobre voos irregulares de parapente para turistas ofertados por instrutores despreparados na Pedra da Gávea, no Rio. Dia 17, dupla se perdeu num nevoeiro e rezou para achar descida. ‘Oh, Pai, me mostra o caminho!’, soltava o ‘instrutor’. O turista ficou na ‘Ave Maria’. O link – http://bit.ly/17hb9OY
DESCARRILOU
Moradores de Santa Teresa e turistas reclamam os dois anos sem o bondinho que dava charme ao bairro, após acidente que matou seis. Comitiva do governo do Rio foi atrás de know how com a Carris de Lisboa, e nada. Deve ter valido o passeio..
APO NA MIRA
Tem gente no Palácio que defende a extinção da APO federal, já que a prefeitura e o governo do Rio têm as suas. Dilma deu orçamento de R$ 123 milhões para a APO, que gastou R$ 8 milhões. Para a folha de 181 cargos, serão R$ 73 milhões até 2016.
EPA, EPA
Causou desconforto entre servidores de carreira do Itamaraty a declaração do salvador do senador, Eduardo Saboya, à Folha: ‘Não sou da oposição, votei na Dilma’.
MUNDO CÃO
O senador Pedro Taques (PDT-MT), que propôs alterações ao texto do PLS 236/12, a reforma do Código Penal, esclarece: ‘Em nenhum momento foi diminuída a pena por maus tratos a animais’. Ele recebeu críticas e ameaças de ser espancado na rua.
BARRADOS NA WEB
Mais desconforto na ANTT entre funcionários. O setor de tecnologia da agência tem bloqueado páginas web para servidores, mas não para comissionados. Há críticas também sobre falta de cursos de capacitação.
E BRIZOLA MORREU CULPADO
Saiu na Esplanada da Revista Voto: o ex-presidente Fernando Collor tomou susto recentemente. Foi visitado por advogado, ex-militante de Maluf na campanha de 1989, que o revelou a façanha: foi ele quem publicou anúncio falso para cabos-eleitorais. No dia seguinte ao anúncio em jornal da capital, mais de 5 mil pessoas fizeram fila na W3 para o comitê Collorido. Deu polícia e notícia no JN da Globo. Collor riu, sem graça, e revelou: ‘E eu sempre pensei que tinha sido o Brizola..’