Coluna Esplanada

Arquivo : direitos humanos

Secretário Nacional do PSC é a favor do casamento gay e revela que partido tem homossexuais
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Leandro Mazzini

Atualizada Terça, 16, 19h50: Em nota oficial do PSC distribuída na terça, 16, o secretário-nacional nega as informações e diz que sua fala foi distorcida. O blog confia na matéria do repórter Marcio Lima, que entrevistou pessoalmente o senhor Antonio Oliboni. Este colunista telefonou para o sr. Oliboni na Quarta, 17, e o secretário-nacional confirmou todas as informações publicadas. Explicou que é a favor do casamento como determina a lei, e isso inclui a união homoafetiva, e destacou que é a favor do mérito da lei no que concerne aos direitos adquiridos da pessoa na união oficial.

O pastor-deputado Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, começa a encontrar posições contrárias às suas dentro do comando do próprio partido.

Secretário nacional do Partido Social Cristão, membro da executiva e presidente do diretório em Minas – onde foi fundada a legenda – Antonio Oliboni revelou que é a favor do casamento gay e que o PSC tem homossexuais assumidos em seus quadros – no Rio, Bahia e Paraná. Diz ter “muitos amigos gays”, mas frisou que pessoalmente é contra a adoção de crianças por casais gays.  “A criança tem que ter a presença das figuras paterna e materna”.

Deve-se a Márcio Lima, de Belo Horizonte, a entrevista com o secretário-nacional, cedida ao blog. Conheça aqui o site do repórter.

As palavras não só vão de encontro às ideias de Feliciano como têm o peso do comando do partido. Oliboni falou autorizado pelo presidente , Vítor Nósseis.  O secretário-nacional ainda emendou que, se fosse deputado, votaria a favor da união homoafetiva.

As declarações, no entanto, não indicam que o PSC vai pressionar Feliciano, há o respeito à ideologia pessoal do deputado. “O Marco Feliciano é um bom rapaz e sua atuação como pastor tem sido confundida com sua atuação como político”, comentou. Perguntado sobre o fato de Feliciano ter dito em pregações ser o negro “amaldiçoado”, Oliboni o defendeu com o argumento de que isto poderia ter sido “uma afirmação que ele fez num culto, talvez para explicar alguma mensagem específica a alguns de seus fiéis naquele momento”.

A exemplo de outros partidos, o PSC grava filmes para inserções permitidas por lei na televisão em rede nacional. O partido não vai fugir à polêmica da presença do deputado Feliciano na Comissão de Direitos Humanos. Oliboni vai convidá-lo para reunião em BH para ajudá-lo na implementação “de uma agenda positiva”.

Memória – Antonio Oliboni foi secretário de Justiça do governo Anthony Garotinho no Rio de Janeiro. Foi afastado do cargo e respondeu a processo por improbidade administrativa no caso do escândalo do rei da quentinhas, que fornecia alimentos para presídios do estado. Voltou a exercer a advocacia e hoje é secretário executivo do PSC.

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Baixo clero, Feliciano consegue os holofotes para 2014
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Leandro Mazzini

VÍDEO DO Protesto de grupos prós e contra Feliciano na Comissão, nesta quarta

Baixo clero – do grupo dos parlamentares apagados – até o início do Ano Legislativo em Fevereiro, Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) tem conseguido sair da sombra – apesar de bem atacado.

Ao aparecer todos os dias e noites em telejornais, jornais, webjornais e citado nas redes sociais e rádios, Feliciano tornou-se conhecido. Para um figurão do PMDB aliado isso pode representar um faturamento eleitoral em 2014, quando o deputado pode tentar a reeleição: “Ele vai ter no mínimo uns 100 mil votos em São Paulo”, emenda o colega.

Duas assessoras do PSC, partido do Pastor Feliciano, polêmico novo presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara,  foram flagradas num café do Congresso falando do cliente antes apagado: ‘Nossa estratégia deu certo, agora Feliciano só dá entrevista para quem quer’.

No embate democrático, há manifestação pró-Feliciano. Roberto Luiz, do Conselho de Pastores de Minas, mandou mensagem para o presidente da Comissão de Direitos Humanos: “Confiança na democracia, A ordem tem que ser restabelecida”, enfatizou.

O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), homossexual assumido e defensor da minoria, cobra o prazo que o presidente da Câmara, Henrique Alves, deu para o PSC resolver a crise, sem resultados. ‘Acho que ele se desmoraliza junto aos movimentos sociais’. E prevê contra-ataques cada vez mais aguerridos nas ruas e Congresso.

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