Coluna Esplanada

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Índios da Raposa Serra do Sol migram para favelas de cidades vizinhas
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Leandro Mazzini

Vista do horizonte numa tarde na reserva: onde havia plantações só há capim seco – FOTO : Comissão de Integração Nacional

Em tempos modernos, os nativos de várias etnias querem se engajar no mundo tecnológico e urbano. É o que se constatou há uma semana durante visita de parlamentares de Brasília: Um curioso fenômeno de migração pós-demarcação na reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, de índios para cidades vizinhas.

A comitiva parlamentar que voltou da reserva está pasma: desde a demarcação, muitos índios preferiram deixar as terras e morar em Pacaraima, cidade de agricultores, em favelas perto de um lixão, e onde também se concentram os agricultores indenizados que perderam suas terras. Há também debandada para a capital Boa Vista, quase uma vizinha da reserva. São milhares, diz o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS).

Não há ainda um dado oficial sobre o quantitativo, mas segundo relatos aos parlamentares a migração dos nativos é constante, atrás de emprego, renda e moradia. A reserva está abandonada e sem plantações.

Outro dado diagnosticado: Os nativos que sobrevivem na reserva – praticamente metade do tamanho da Suíça  – concentram-se apenas em 35% da área delimitada, muitos sobrevivem do Bolsa Família e as poucas crianças que estudam são transportadas em picapes de luxo tração 4×4 alugadas pelo governo do estado.

A reserva ocupa 17 mil km² do total de 224 mil km² de Roraima. No estado, 46% do território – ou 104 mil km² – são de reserva indígena.

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Instalações abandonadas: no local se escoava o arroz da colheita para caminhões


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