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PF desconfia de MP eleitoreira de Dilma e entrará em greve
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Leandro Mazzini

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Jones Borges, da Fenapef, no estúdio da Esplanada WebTV

Os agentes da Polícia Federal devem decidir hoje pela paralisação a partir de segunda-feira. As diretorias regionais nos Estados da Federação Nacional dos Agentes da PF (Fenapef) vão se reunir em assembleias ao fim da tarde para decidir, mas há um forte movimento pró-greve.

É um protesto contra a Medida Provisória assinada pela presidente Dilma, anteontem, que dá benefícios à carreira dos delegados.

Há uma disputa velada de anos entre delegados e policiais por plano de carreira e benefícios. Outra MP, que dá aumento em 15,8% de salário para os policiais, está parada no Congresso.

Para o presidente da Fenapef, Jones Borges, a MP da presidente é um afago estranho aos delegados em meio à eleição e às investigações de corrupção no governo. Borges diz que colocará em discussão a paralisação,mas com o cuidado para que o provável movimento de greve não prejudique a tramitação da MP que beneficia os agentes em debate no Congresso.

Ele concedeu entrevista à Esplanada WebTV que será exibida hoje à noite na TV UOL.

MEMÓRIA

A PF vive uma crise interna sem precedentes, no embate entre policiais e delegados por melhorias nas carreiras. Os delegados, por ora, têm levado a melhor.

Na MP enviada por Dilma ao Congresso, fica estabelecido que o cargo de diretor-geral da PF será exclusivo de delegados, escolhido pela categoria. Era a demanda de anos.

Mas o cerne da crise não é este ponto específico. Segundo Jones Borges, havia um acordo informal com o governo para dar prioridade à MP que estabelece benefícios para os agentes. “E de repente, da noite para o dia, a presidente edita esta MP para os delegados”, contesta o presidente da Fenapef.

Segundo Borges, os policiais estão desmotivados. ‘Pelo menos 30% tomam remédio tarja preta’. Atualmente a PF possui nos quadros 7 mil agentes.


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