Coluna Esplanada

Arquivo : leilão

Com empreiteiras na mira, Queiroz e UTC apostam e levam petróleo
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Leandro Mazzini

Ricardo Pessoa - de casa ele comanda o grupo

Ricardo Pessoa – de casa ele comanda o grupo

Com suas empreiteiras na mira da operação Lava Jato, os grupos Queiroz Galvão ( lembre aqui e aqui) e a UTC Engenharia ( aqui ) apostam na exploração de petróleo – ramo justamente pelo qual se enrolaram com a Justiça, no esquema de corrupção descoberto com os contratos com a Petrobras.

É tentativa de dar sobrevida financeira às holding. Com “nomes limpos” na praça, os braços do grupo para o setor petroleiro conquistaram na sexta-feira o direito de exploração em blocos leiloados pela Agência Nacional de Petróleo.

Foram leiloados 266 blocos em terra, numa área total de 122 mil quilômetros quadrados.

A Queiroz Galvão adquiriu dois blocos pela QGEP Participações S.A. A UTC Exploração e Produção S.A. conquistou os três blocos para os quais apresentou ofertas. A UTC pertence ao delator e um dos principais alvos da Lava Jato, Ricardo Pessoa, que já tem autorização da Justiça para trabalhar.

Além das brasileiras, vão explorar petróleo por aqui multinacionais do Canadá, França, Panamá, China, Argentina e Bermudas. São 17 empresas ao todo (confira)

O BTG Pactual, o jovem banqueiro André Esteves, conquistou a exploração de três blocos com a sua BPMB Parnaíba S.A. Ele já tem boa fatia de exploração na África adquirida dos campos da Petrobras.


Por nova lei, Detrans poderão leiloar carros após 60 dias
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Leandro Mazzini

Pátio do Detran de Brasília. Foto: UOL

Pátio do Detran de Brasília. Foto: UOL

Os veículos apreendidos pelos Detrans dos Estados agora poderão ser leiloados após 60 dias no depósito.

É a lei 13.160 sancionada, de autoria do deputado Laércio Oliveira.

Essa lei significa, em tese, economia para os Detrans: livram-se dos carros que viram sucatas, e dos terrenos alugados para pátios. Mas depende de melhor organização dos Governos.

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Leilão de jatinho rende R$ 18 milhões para o Tesouro
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Leandro Mazzini

jato

Na busca frenética por reforço de caixa de todos os lados, o Governo tem tido uma boa ajuda da Receita Federal.

O Tesouro faturou no início deste mês R$ 18 milhões no leilão de um jato Citation Sovereign apontado como dos proprietários do Banco Crefisa, prefixo VP-CAV (registrado nas Ilhas Cayman). O comprador é um mistério.

É uma das poucas aeronaves de bacanas leiloadas após apreensão com a operação da PF em 2012.

Há 3 anos a PF e a Receita deflagraram operação nos hangares de São Paulo e apreenderam 22 jatinhos com matrículas estrangeiras, operando ilegalmente no Brasil. Compradas no exterior, e voando aqui, não foram recolhidos os devidos impostos – milhões de reais para cada avião.

Foi como se um cidadão passasse na alfândega desembarcando de um voo internacional sem pagar o imposto de um produto importado. Essas aeronaves com matrículas estrangeiras têm permissão, por lei, para operações no território brasileiro por 60 dias.

Mas os empresários driblavam: antes de vencer os prazos, os pilotos as levavam para Punta del Este ou Montevidéo, aeroportos internacionais mais próximos, e retornavam ao Brasil, a fim de renovar o processo.

A maioria dos donos daquelas aeronaves apreendidas à época eram banqueiros e industriais. A maior parte deles pagou os impostos e regularizou a situação dos jatos, mas outros não – e a Receita os leiloou.

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O petróleo é deles
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Leandro Mazzini

Eu estava lá, não entrei na euforia, já conhecia de longe a demasiada xenofobia oratória do presidente da República desde a fundação do PT. Mas lembro-me bem daquela noite de 2003 no Museu Histórico Nacional do Rio, em bela cerimônia, na qual o presidente recém-empossado Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a autossuficiência da Petrobras. Fogos, música, palmas e… passados dez anos, a petroleira continua a importar gasolina.

E a fuga das grandes petroleiras do leilão do pré-sal do campo de Libra revela algo curioso: ou ninguém concorda com a gestão de partilha, ou souberam algo sigiloso a tempo de pular fora.

Tanto Lula quanto a sucessora, a presidente Dilma Rousseff, entraram num jogo que mexe diretamente com o caixa da maior estatal brasileira: segurar o preço da gasolina (por motivos eleitorais e políticos, claro) em detrimento do lucro da empresa. E não foi diferente nos governos tucanos – talvez não seja em futuros, de qualquer partido. A petroleira sempre foi moeda de troca e ganhos políticos, e saberão por que abaixo.

A Petrobras perdeu valor bilionário de mercado, oscila entre lucros e prejuízos sucessivos. E os que ganham são poucos, muito poucos. Em 2008, uma revelação de ministro palaciano para este repórter me fez pensar se o petróleo é realmente nosso: em 2007, 62% dos dividendos da Petrobras foram pagos… na Bolsa de Nova York. Isso mesmo. Senti o drama na baixa tonalidade de voz e olhos esbugalhados do interlocutor. Não, o petróleo é deles, de qualquer investidor, menos nosso.

Poderia ser pior. Em abril de 2012, logo após assumir a presidência da Petrobras, Maria das Graças Foster fez a limpa nos cargos partidários na cúpula da estatal, com aval de Dilma. A presidente Dilma agiu rápido quando recebeu relatos de que a ingerência política era tão profunda quanto o prejuízo de valor de mercado que a estatal amargaria, hoje revelado. Pois a prospecção dilmista revelou que a petroleira era um poço de explorações partidárias que controlavam sob suspeição contratos bilionários. Três diretores ligados a três partidos (PT, PMDB e PTB) foram defenestrados. E engana-se quem ache que Dilma, conselheira da estatal desde Lula, não sabia disso. É que a situação piorou, e muito, e ela decidiu cortar esse duto. A situação era tão crítica que a diretoria internacional, que cuida de vultosos contratos de encomendas, era do PMDB e está vaga. Quem assumiu foi a própria Foster.

Enquanto isso, a petroleira sobrevive – em parte pelo mérito e dedicação de seus funcionários de carreira, que sobrevivem a desmandos de seguidos governos. Mas o atual decidiu polemizar mais. A Coluna Esplanada revelou, em julho deste ano, que, a mando de Dilma, Graças Foster criou grupo sigiloso de estudo para a concessão dos dutos da Petrobras. Os dutos são de operação da subsidiária Transpetro, que vende diretamente o combustível das refinarias para as distribuidoras e economiza no transporte rodoviário. O presidente da Transpetro, Sérgio Machado, não fala aos holofotes, mas é contra a concessão.

Entram na lista os três mais lucrativos dutos. Por eles passa boa parte do combustível vendido a distribuidoras do Sudeste, Centro-Oeste e Sul: o de Paulínea (SP)-Brasília, o do Paraná-Santa Catarina, e o do Recôncavo-Jequié, na Bahia. O duto Paulinea-Brasília é o mais lucrativo. Abastece o interior paulista, o triângulo mineiro, Goiás, Mato Grosso do Sul e DF. O negócio é tamanho que, só de impostos no Distrito Federal, a estatal paga cerca de R$ 60 milhões por mês.
A Petrobras tem 10 membros no seu poderoso conselho de administração, entre eles o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Gente da alta cúpula do governo que se reúne esporadicamente para fazer a empresa crescer. Pelo visto, não têm dado conta.

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