Coluna Esplanada

Arquivo : Marco Maia

Congresso já barrou duas PECs de Constituintes para Reforma Política
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Leandro Mazzini

O Congresso Nacional já arquivou duas Propostas de Emenda à Constituição (PEC) sobre Constituinte Exclusiva para a reforma política, em 2007 e em 2010.

‘À época, acharam que era estratégia para o 3º mandato de Lula’, explica o ex-deputado Flávio Dino (PCdoB-MA), autor da primeira proposta.

A segunda, de Marco Maia (PT-RS), ‘foi pedido do então presidente Lula’, revela, mas parou na Comissão de Constituição e Justiça sem acordo. Mesmo depois de ser eleito presidente da Câmara, Maia não voltou a falar do projeto.

Maia lembra que apresentou a proposta 384/09 após conversa com o presidente Lula, no Palácio do Planalto. Sem qualquer pretensão de 3º mandato: Lula já previa a cobrança popular.

Dino, hoje presidente da Embratur, frisa que sua proposta (193/07) previa não só a reforma política, mas também a Tributária. ‘Resolveria muito do Fundo de Participação dos Estados’ em imbróglio hoje no Senado e entre governadores.

Com o apelo ontem e com discurso estratégico – mais bem feito que o da TV em rede na Sexta – a presidente Dilma Rousseff enquadrou os congressistas, tirou o foco da mobilização popular de seus ombros e passou para o Parlamento.

Por coincidência, na última Sexta, o deputado Alceu Moreira (PMDB-RS) apresentou outra PEC para a Constituinte Revisional. ‘É o momento propício’, diz o parlamentar.

Nesta quarta, há previsão de que milhares de manifestantes vão tomar o gramado em frente ao Congresso Nacional, segundo agendado pelas redes sociais. A priori, o protesto é contra o projeto da ‘Cura gay’, que passou na Comissão de Direitos Humanos, presidida pelo deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP).

Mas os protestos podem se estender também contra a tramitação da PEC 37 – que inibe ao MP poderes de investigações criminais – e terminar em cobrança aos congressistas pela reforma política.

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BOA IDEIA!

O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral – o que criou a Ficha Limpa – entregou ontem na Câmara um projeto de lei por ‘Eleições limpas’. O pacote, de 17 páginas, prevê, entre outros, redução de custo de campanha, proibir o financiamento de empresas privadas e maior facilidade para participação popular na proposição de leis.

POLÊMICAS

Propostas polêmicas: Limita a contribuição individual do eleitor em R$ 700; prevê lista para escolha dos candidatos – que divide os partidos –, eleição em dois turnos para deputados e fim da justa causa para sair do partido (perseguição, por exemplo).

TORCIDA NUCLEAR

No jogo Japão x México no Mineirão, em BH, pelas Confederações no Sábado, três homens de jaleco azul com letras douradas, todos serelepes, chamavam atenção na arquibancada: CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear..

FALTOU A HOLA!

Um manifestante no Mineirão foi aplaudido pela torcida que viu o cartaz com os dizeres: ‘Japão – troco pela sua classificação a sua Educação e Saúde’.

ELE AVISOU

Poucos meses antes de falecer, o ex-vice José Alencar soltou, baixinho, para este repórter: ‘O maior problema do Brasil é a impunidade’.

ESQUECERAM DE MIM

O senador Roger Pinto, oposicionista de Evo Morales, refugiado na Embaixada do Brasil em La Paz, mandou recado para o Congresso: ‘Se Bolívia diz que não há negociação secreta, então o chanceler Patriota estaria mentindo, coisa que não creio’.

PRA PLATEIA

Mal a presidente Dilma conclamou o Congresso a fazer a Reforma Política e as redes sociais já bombavam, à tarde, a volta dos jovens às ruas em todo o país. Em especial, para a frente do Congresso. Hora de comemorar e cobrar a realização.

ENQUANTO ISSO

Enquanto você estava no ônibus sem ar, na van paradeira ou enlatado no metrô, seu prefeito e governador chegavam e saíam de jatinhos em Brasília para a reunião com Dilma. Nenhum deles foi de voo comercial.

VAQUINHA AIR

Mas há também lotação política – para economia e pela boa convivência. O governador Omar Aziz (AM) e o prefeito Artur Virgílio (PSDB), de Manaus, ‘racharam’ jatinho.

FLIP NA ONDA

Organizada pela Revista Voto – Karim Miskulin e Marcos Troyjo – a Casa da Liberdade em Paraty, na Flip, vai debater os desafios da conjuntura socioeconômica.

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MISS COPINHO

Os jovens cada vez mais atentos. Em Teresina, estudante de medicina foi para a rua com cartaz: ‘Me chama de copinho, Firmino!’. É que o prefeito, Firmino filho, previa gastar R$ 5,8 milhões (isso mesmo!) em compra de copos descartáveis em licitação.

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PONTO FINAL

E a Dilma, hein!? Empurrou o povo para a porta do Congresso.


Ex-presidente da Câmara escreve livro “Barrigadas da imprensa”
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Leandro Mazzini

Meia à brinca, numa primeira referência, mas sério na segunda citação, o ex-presidente da Câmara Marco Maia (PT-RS) fez uma revelação na noite de terça-feira, 5. Vai escrever um livro sobre “as barrigadas da imprensa” e já faz pesquisa. Os interlocutores foram este repórter e a jornalista Denise Rothenburg, no making off do programa Frente a Frente, na REDEVIDA.

No jargão jornalístico, barrigada significa notícia falsa ou mal apurada. Acontece, embora a imprensa, ele próprio reconhece, acerta muito mais do que erra. Apesar da página virada ao deixar o terceiro cargo mais importante do país, o parlamentar não perdoa alguns jornalistas e veículos  que publicaram notícias consideradas fantasiosas a seu respeito. “Não coloco toda a imprensa no mesmo balaio”, ressalta.

Ele nega que tenha tido relação difícil com a presidente Dilma: “Chegamos a nos ligar diariamente para negar isso; Trabalhei com ela em Porto Alegre” (na administração Alceu Colares). Ficou irado quando blogs divulgaram nota falsa de que criaria uma engraxataria de luxo na Câmara, e também que pedira ministério à presidente, ou em outro caso, cargo para apadrinhado no Banco do Brasil. Nega tudo veemente.

Por essas e outras, diz Maia, ele vai escrever a sua versão e eternizar em livro sua crítica ao jornalismo inventivo.

Entre os 513 deputados federais, Marco Maia teve ascensão meteórica. Ex-metalúrgico e torneiro mecânico, surgiu político e foi eleito deputado em 2006. Com discurso lapidado no movimento sindical, o filho de Canoas (RS) deixou de ser mais um entre tantos com longos mandatos e grandes poderes no Congresso. Em 2007, no primeiro mandato, surpreendeu ao tocar com rigor a relatoria da CPI do Apagão Aéreo, que o alçou aos holofotes.  No segundo mandato enterrou as pretensões de Candido Vaccarezza (PT-SP) tornar-se presidente da Casa e subiu ao posto.

De volta ao plenário, Maia afirma que está feliz com sua carreira política. E que não cobiça algo por ora. Sem vaga para o Senado em 2014, deverá se dedicar à reeleição para deputado. Questionado sobre o salário de deputado, acha um valor justo os R$ 26 mil. Daqui a dois anos, se apresentará às urnas com pompas de quem sentou na cadeira da Presidência da República por três ocasiões nos últimos dois anos, por força do cargo e da ausência dos titulares.

O dia mais feliz da sua vida? “Quando ocupei a presidência pela primeira vez, numa viagem de Dilma, e recebi uma ligação do (ex-presidente) Lula, que me disse: estou te ligando para parabenizar porque tu és o segundo torneiro mecânico a sentar nesta cadeira”.

Liberto das dezenas de compromissos do cargo que ocupou, o parlamentar agora se debruça sobre a mesa para destilar no papel o que vem por aí. Sem revelar detalhes,  qualquer previsão seria uma barrigada.

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Marco Maia coroa mandato com 40 churrascos
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Leandro Mazzini

Além do holofote em cadeia nacional de TV na quinta-feira, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), trabalhou nos bastidores com atenção especial ao Sul, sua região, para cacifar candidatura ao Senado. E investiu tudo em relações públicas. Nos dois últimos anos, promoveu 40 churrascos na residência oficial, em encontros de variadas pautas. Saborearam da carne no espeto desde o baixo clero até o rei Pelé, num jantar em companhia do presidente da FIFA recentemente.

MEU POVO..A aparição surpresa de Marco Maia em rede nacional de TV, para balanço de sua gestão, pavimentou seu caminho para a candidatura ao Senado.

MEMÓRIA. Maia surgiu aos holofotes como relator da CPI do Apagão Aéreo. Quatro anos depois, derrubou o favorito Vaccarezza (PT-SP) na disputa pela presidência da Casa.

ÁGUA NA BRASA. O churrasqueiro só teme que não trabalhe nos próximos anos, porque a Câmara agora é disputada por um potiguar, um mineiro e uma capixaba. Chegados a tutu e moqueca.

 


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