Coluna Esplanada

Arquivo : Minas Gerais

Pós-derrota: Em Minas, governador do PP e tucanos já não se entendem tanto
Comentários Comente

Leandro Mazzini

Não convidem para uma mesa de café com leite & broa o governador Alberto Pinto Coelho (PP) e o deputado federal Marcos Pestana (PSDB), dirigente no Estado.

 

Para os tucanos, o atual ocupante da Cidade Administrativa (até pouco tempo atrás era o Palácio da Liberdade) se esforçou nada para tentar eleger para seu lugar Pimenta da Veiga (PSDB).

Coelho foi vice de Antonio Anastasia no governo, e assumiu o Estado quando Anastasia se candidatou ao Senado, campanha que resultou vitoriosa.

Mas agora é terra arrasada para todos os aliados do PSDB que, por 12 anos, mandaram no Estado, com a vitória do petista Fernando Pimentel. Não vai ficar nenhum nome ligado aos partidos da coalizão tucana em comando das empresas públicas.


Aposta no voto personificado e excesso de confiança derrubaram Aécio em MG
Comentários Comente

Leandro Mazzini

aecio

Foto: UOL Eleições

Aécio Neves está um poço de mágoas com os eleitores mineiros. Perdeu para a presidente Dilma no Estado nos dois turnos.

Tucanos de alta plumagem reconhecem que, pela baixa diferença de votos no resultado nacional, se Aécio vencesse em Minas como apostavam nos prognósticos – uma vantagem de 3 milhões de votos – ele seria eleito presidente.

Dilma obteve 52,41% dos votos no Estado (5.979.422 votos), contra 47,59% de Aécio (5.428.821).

Ontem, tucanos estupefatos com o resultado no reduto eleitoral que Aécio governou por dois mandatos ainda tentavam entender o que houve e fizeram um discreto mea culpa sobre os motivos da derrota.

A turma elenca: excesso de confiança no voto personificado; PSDB não colocou a militância nas ruas; não investiu no Norte e Nordeste do Estado, bolsões ainda com baixo IDH e alvo do Bolsa-Família; e principalmente não tem o apoio dos prefeitos das principais cidades do interior: Uberlândia (56,4% para a petista, contra 43,5%) , Uberaba (57,6% x 42,4%) e Juiz de Fora (63,3% x 36,6%).

Uberlândia (356 mil votos válidos) é administrada pelo petista Gilmar Machado, ex-deputado federal que foi vice-líder do Governo durante a gestão Lula. Uberaba (166,9 mil votos) e Juiz de Fora (294 mil votos) estão nas mãos do PMDB, com prefeitos aliados de Dilma.

A presidente também deu uma lavada no tucano numa cidade da região metropolitana. Venceu em Betim por 56,21% a 43,79% – a cidade teve 208 mil votos válidos. Já Aécio venceu em Contagem (340 mil votos válidos) por 51,98% contra 48,02%. Na capital (1,45 milhão de votos), o resultado ficou bem a favor do tucano – 64,27% a 35,73%.

MÁQUINA MUNICIPAL

Pesou a favor de Dilma o uso da máquina municipal. Prefeitos do PT e PMDB no Estado investiram pesado com nas propagandas nas ruas com apoio do comitê nacional.

MILITÂNCIA OFICIAL

Outra militância a favor de Dilma: 30 dos atuais 53 deputados federais são governistas, entre eles campeões de votos petistas como Reginaldo Lopes e Gabriel Guimarães.

PATRUS & PIMENTEL

Aécio só venceu em Belo Horizonte e nas cidades do Sul. Em BH, puxaram votos para Dilma dois ícones do PT: Fernando Pimentel e Patrus Ananias, ex-prefeitos da capital.


Tucanos mineiros acreditam em virada após fracasso do 1º turno
Comentários Comente

Leandro Mazzini

A virada de Aécio Neves (PSDB) sobre Marina Silva (PSB) foi muito festejada pelo PSDB em Minas Gerais.

O presidenciável e o partido acumularam gafes e derrotas no Estado reduto de Aécio e sua principal vitrine como gestor. Aécio ficou atrás de Dilma na votação em Minas – 43,48% para a presidente contra 39,75% para o tucano – e perdeu o governo do Estado, comandado pelo PSDB há 12 anos. Venceu o petista Fernando Pimentel no 1º turno.

No último dia de campanha em Belo Horizonte, Aécio e o candidato derrotado ao governo Pimenta da Veiga passaram vergonha. Um eleitor recusou mão de Aécio, numa foto flagrante que rodou jornais e as redes sociais – e Pimenta levou um tomate na testa, atirado por um popular, durante uma carreata.

Agora, com fôlego renovado e tempo igual de TV contra a presidente Dilma, os tucanos investem em militância e nos contatos com prefeitos e vereadores – os maiores cabos-eleitorais – na tentativa de reverter a votação para o segundo turno. Não por acaso, Dilma tem ido muito a Minas Gerais.


Deputado-viajante elegeu Pimentel em Minas
Comentários Comente

Leandro Mazzini

lopes

Foto: araucaria.net.br

A vitória de Fernando Pimentel (PT) para o governo de Minas em 1º turno não foi apenas por seu mérito como ex-ministro na vitrine e pelo recall de ex-prefeito de Belo Horizonte. Contribuiu para derrotar o grupo de Aécio Neves e a máquina do governo a ação do deputado federal petista Reginaldo Lopes.

Durante dois anos, ele rodou o Estado nos fins de semana, e visitou mais da metade das cidades em campanha de desconstrução de Aécio e do choque de gestão. Fez reuniões em igrejas, sindicatos, escolas e associações. Viajou de monomotor, carro, e até barco.

Ao perceber a capilaridade da atuação do deputado e seu discurso conta Aécio, o PT nacional e o Palácio do Planalto investiram nele. Foi Reginaldo quem representou a presidente Dilma em várias solenidades de entregas de ônibus escolares e tratores para prefeitos. Sua cotação subiu com cabos-eleitorais.

Não por acaso, Reginaldo, além de ajudar a eleger Pimentel, foi reeleito o deputado federal mais votado em Minas, com 310 mil votos.

Siga a coluna no Twitter e no Facebook  


Com Minas endividada, governador faz palestras sobre gestão eficiente
Comentários Comente

Leandro Mazzini

Terra do presidenciável Aécio Neves (PSDB) e usada como exemplo do ‘choque de gestão’, Minas Gerais pode se tornar risco para sua campanha.

Seu sucessor, o governador Antônio Anastasia (PSDB) tem rodado o país para palestrar sobre eficiência administrativa, como na última segunda (24) em Campo Grande (MS), onde palestrou para empresários da Federação das Indústrias.

Ocorre que Minas, hoje, acumula R$ 19 bilhões em empréstimos com bancos de fomento nacionais e internacionais e R$ 67,4 bilhões na dívida com a União. É o segundo Estado mais endividado, lembram jornais de Belo Horizonte.

O chamado choque de gestão, cunhado na administração de Aécio, livrou o Estado da moratória deixada pelo antecessor, Itamar Franco, zerou as contas e dívidas, mas deixou o governo na trilha da armadilha para estas situações: escancarou a maior capacidade de endividamento no Brasil e exterior. Com baixa arrecadação, o governo teve de recorrer a empréstimos seguidos.

Ano passado, fonte do Tesouro Nacional revelou que Anastasia comentara com o secretário do Tesouro, Arno Augustin, que não sabia como pagaria o 13º. De algum modo o governo se virou e o benefício saiu.

De acordo com a assessoria do governo, ‘quanto às operações de crédito mencionadas elas foram realizadas para investimentos na infraestrutura do Estado’. A assessoria do governo de Minas informa que ‘assim como outros Estados e municípios, a dívida de Minas Gerais com a União foi renegociada em dezembro de 1998, quando somava R$ 14,8 bilhões. Atualmente essa dívida atinge R$ 67,4 bilhões, apesar de, no mesmo período, o Estado ter pago o equivalente a R$ 29,5 bilhões (Balanço de 2013) e quitar regularmente (pagamentos mensais) o serviço da dívida’.

Os governadores cobram do governo – em tramitação no Congresso Nacional – a mudança do índice de cálculo sobre as dívidas para aliviar os cofres estaduais.

Siga a coluna no Twitter e no Facebook     

________________________

PAI DO CHOQUE

Pai do ‘choque de gestão’, o renomado consultor Vicente Falconi, que ficou mais conhecido após o caso de Minas, cobra caro: ganhou R$ 16 milhões para elaborar estudo de reestruturação da Infraero.

BIOMETRIA AVANÇA 

A despeito da anulação da licitação de 5.103 kits de biometria este ano, por falhas no hardware escolhido, o TSE comemora o cadastramento dos eleitores dentro da meta para algumas capitais. Desde o início, em 2008, já foram recadastrados mais de 17,8 milhões de eleitores, de todos os Estados e do Distrito Federal. Até o final de Março, o cadastro alcançará 790 cidades. Alagoas e Sergipe já recadastraram todo o eleitorado. Os novos kits em licitação serão para o interior do País. Estima-se que em 2016 todo o eleitorado estará registrado, o que evitará fraude no voto.

CÓDIGO DA IMPUNIDADE 

O Fla x Flu popular pró ou contra STF e Mensaleiros esconde um problema maior diante destes, ex e futuros condenados: o Código Penal ultrapassado e frouxo. A Lei não corrige, mas dá nova chance a bandidos. O Senado corre contra o tempo para revisão. Antes de morrer, o ex-vice-presidente José Alencar repetia a próximos: ‘O maior problema do Brasil é a impunidade’.

COISA TÁ FEIA

Acabaram os estoques de formulários de Seguro-desemprego em papelarias do grande Recife. Milhares de operários estão sendo demitidos das obras do porto de Suape.

BANK OF BRAZIL 

O líder da Minoria na Câmara, deputado Domingos Sávio (PSDB-MG), ataca a presidente Dilma, que tanto critica a privatização: ‘Por decreto, ela acaba de abrir 30% do capital do Banco do Brasil para investidores estrangeiros’.

SISTEMA $

Após abocanharem cargos em conselhos dos fundos de pensão estatais (o pote de ouro), os petistas partiram para cima do Sistema S – já controlam braços do Sebrae e Senai. E em mais de 20 Estados, a bandeira da estrela vermelha tremula no comando do Senac.

O RETORNO DE ARRUDA

O ex-governador José Roberto Arruda é candidato para valer ao governo do Distrito Federal, tanto que já monta núcleos de campanha e equipe de comunicação. Arruda foi o primeiro governador preso da História do País, na esteira da operação Caixa de Pandora. José Roberto Arruda está na moita. Ele pode ser candidatar porque foi denunciado no esquema mas até hoje a Justiça não acolheu a denúncia. Assim, ele escapa da ficha limpa. Mas há outro processo no TJDFT em 2 instância sobre improbidade, esse é o perigo para ele.

NA TRAVE

Candidato ao governo do Rio, o deputado Anthony Garotinho (PR) é alvo de duas ações em segunda instância no TJ. Se derem andamento, corre risco de inelegibilidade.

BLOCO DO SUMIÇO

Vergonha alheia na abertura do carnaval de Olinda (PE). Anfitrião do camarote oficial, o prefeito Renildo Calheiros (PCdoB) não deu a cara na quinta-feira, tampouco o aliado Eduardo Campos (PSB). O clima foi de velório na praça.

LUPA 

O Ministro do Trabalho, Manoel Dias, colocou sua secretaria na comissão de licitação que vai escolher a nova empresa de assessoria de imprensa do órgão. O contrato será de 10 milhões anuais. Ele quer acompanhar de perto a situação.


Em Minas, Aécio avalia nomes da irmã e deputado para sucessão
Comentários Comente

Leandro Mazzini

Considerado o Lula do PSDB mineiro – pela palavra final de quem será seu candidato – o senador Aécio Neves, presidenciável tucano, baterá o martelo entre lançar a irmã, Andreia Neves, ou o presidente do partido no estado, deputado Marcus Pestana para a sucessão do governador Antonio Anastasia.

Ele não entregará o segundo maior colégio eleitoral do país e base de sua marcha para o Planalto a alguém que não seja do PSDB. O vice, Alberto Pinto, é do PP, e o governador Anastasia deve ficar, deste modo, até o fim do mandato para controlar o palanque.

‘Se eu tivesse três Anastasias..’, desabafou o tucano para contato, há poucos dias, ao listar as qualidades do atual governador, seu sucessor.

Siga a coluna no Twitter e no Facebook

__________________

GAUCHÃO 2014

Faltou a vaia: No calor do debate da MP dos Portos, um deputado foi ao microfone saudar seu time que subiu da Segundona para a 1ª divisão do Campeonato do RS.

DESALOJADOS

Desembargadores e amigos de poderosos começam a deixar os 22 apartamentos funcionais do Senado cedidos para a turma da boquinha. Têm até Julho.

P.O. & PP

Ex-vice de José Roberto Arruda e governador de Brasília por alguns dias durante o escândalo da Caixa de Pandora, o empresário Paulo Octávio rearruma a vida para a volta política. Esteve ontem no gabinete do senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do PP, e revelou a amigos que vai se candidatar a deputado distrital pelo partido.

TRANSPARÊNCIA ONLINE

O Senado lança amanhã seu novo portal da Transparência, com mais detalhes dos gastos: em especial das viagens dos senadores e seus motivos; quem mora em apartamento funcional e quem recebe auxílio moradia – e quanto.

PUXADINHO

Após a polêmica da PEC 33, que dá poderes ao Congresso de derrubar decisões do STF, o presidente da CCJ da Câmara, Décio Lima (PT-SC), resolveu reforçar a assessoria. Contratou dois jornalistas e fez um ‘puxadinho’ para abrigá-los na sala técnica.

ABORTO NO PAREDÃO

A Comissão de Finanças e Tributação debate hoje PL 478 de 2007, que praticamente enterra qualquer debate sobre a legalidade do aborto no Brasil. O projeto torna o nascituro – o embrião e também ‘in vitro’ um ser humano com direitos constitucionais. O texto prevê ainda o direito à vida ao nascituro ‘mesmo antes da transferência para o útero da mulher’. O relator da adequação financeira do PL é o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), evangélico e contra o aborto. Vai depois para a CCJ e plenário.

FAIXA DO MAL-ESTAR

Vem a ser o irmão do presidente da Assembleia de Minas, Dinis Pinheiro, o deputado Toninho Pinheiro que foi tirado a força por seguranças ontem do plenário, após estender faixa de protesto por verbas pela saúde, durante a votação da MP dos Portos. Dinis Pinheiro é um dos cotados para ser indicado do PSDB na disputa ao governo de Minas. Ou era, após a atitude do irmão considerada vergonhosa em Brasília.

DEMORADÃO

A 50 metros do local do incidente, o serviço médico do Senado demorou meia hora ontem para socorrer uma mulher que desmaiou na ala das comissões. Os brigadistas, que combatem fogo, foram acionados e chegaram antes: 25 minutos após a chamada. Às 15h50, a história foi outra. Em dois minutos seis socorristas chegaram à presidência do Senado, após a prefeita de Ribeirão Preto, Darcy Vera (PSD), se sentir mal.

Atualização Quarta, 19h35 e 22h05 Em nota, o Senado jura, após cronometrar o tempo da chamada ao atendimento, em câmeras de vídeo, que a equipe médica chegou em 2 minutos para atender mulher que desmaiou na ala das comissões. Duas testemunhas repetiram que isso foi um décimo do tempo demorado. Desfeito o mistério: Do desmaio ao tempo da primeira chamada, passaram-se praticamente 20 minutos. 

PONTO FINAL

A saúde pública vai tão mal que até no Congresso o socorro anda lento.

AVISO EDUCADOR

Na cansativa audiência de quatro horas na Comissão da Educação ontem no Senado, o ministro Aloizio Mercadante, do MEC, se atentou rapidamente à mensagem escrita na caneca: ‘Prepare-se; uma gota de informação provoca uma tempestade de conhecimento’.

Foto de Leonardo Sussuarana