Coluna Esplanada

Arquivo : superávit

Operadoras de telefonia vão depositar R$ 5 bi para Tesouro
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Leandro Mazzini

A Agência Nacional de Telecomunicações vai por a mão numa bolada em Março, mas simbolicamente.

É o mês em que recolhe das telefônicas o valor da venda total de chips de celular do ano anterior. Cada chip vendido rende R$ 27 ao governo.

Mas qual o lucro da empresa, se a operadora o coloca a R$ 10 na praça? O déficit é coberto na venda de créditos e na conta pós-paga do cliente.

Estima-se que o repasse das operadoras será de R$ 5 bilhões! Mas a bolada vai para o Tesouro, usada pelo governo para manter o superávit primário.

Aliás, o 4G emplacou. Nos últimos seis meses, foram vendidas 1,2 milhão de linhas (modem, combo ou celular) para a tecnologia. A aposta é de mais 3 milhões em 2014.

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LUTO

A morte do cinegrafista da Band Santiago Andrade é a prova de que lugar de black bloc é na cadeia. Curiosamente, a filha dele, jornalista, é assessora da PM do Rio.

NO CHÃO

Comprado há um ano pela PF, tinindo de novo, o helicóptero Agusta AW139, de uns US$ 14 milhões (!), não decolou porque não há pilotos capacitados ainda.

A CONTA É SUA

A coluna cantou a bola sobre a mina de ouro descoberta entre governantes, a de construir centros administrativos em PPP com empreiteiras amigas. O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), anuncia o da capital na Vila Capanema. O do Governo de MG custou R$ 1 bilhão. O do DF chegará a R$ 3 bilhões. O de Curitiba não tem previsão, mas quem deve indicar a empreiteira é o ministro neoaliado Paulo Bernardo.

MAR ABERTO

A Marinha cobra compra de dois porta-aviões, preocupada com o mar desguarnecido na área do pré-sal. A 4ª Frota americana já fez exercícios em águas internacionais na altura da costa brasileira. Os caças Gripen serão adaptados para pousar nos navios.

AERODIEGUITO

Os executivos brasileiros levaram um susto há poucos meses. Durante tensa reunião com os argentinos da Inframérica, do Aeroporto de Brasília, o presidente do consórcio encerrou com pegadinha: o nome do termina seria mudado para Don Diego Maradona.

IL CAPO

O Centro-Oeste emite sinais claros de que o grupo de Carlinhos Cachoeira voltou à ativa, desta vez na legalidade, envolvido em loterias. Aguardem.

VEM MAIS

Vem operação grande em Brasília para breve, na Esplanada. Na última, a Porto Seguro, descobriu-se conexão com quatro ministros. Mas a futura pode não ser novo alvo.

INTIMIDAÇÃO IDEOLÓGICA

As redes sociais fervem no debate sobre o financiamento do BNDES de US$ 682 milhões para a Odebrecht construir o Porto de Mariel, em Cuba, e esquentaram na esteira das discussões sobre a suspeita de exploração de cubanos no ‘Mais Médicos’. Cabem as perguntas: se o contrato é tão bom para o Brasil sobre Mariel, por que é sigiloso? Por que um médico cubano ganha só R$ 800 dos R$ 10 mil destinados a Cuba por profissional? O debate permanece entre os que suscitam os pontos e os defensores do governo – estes numa clara tentativa de constranger e intimidar quem apenas questiona.

COLDRE FERVE

O policial legislativo do Senado Rubens Lima detonou por e-mail um suposto esquema de admissão de pessoas não capacitadas para o cargo. Desde então, diz que sofre boicote e assédio moral do diretor da Polícia e de colegas. Procurada ontem, a assessoria da Polícia Legislativa ainda não se pronunciou.

NOS TRILHO$

A ALL, maior empresa de logística de transporte de linha férrea, entrou na mira da ANTT. Ok, mas das multas aplicas, só 1% foi pago. Curiosamente, é a empresa onde trabalhou o ex-diretor da agência Bernardo Figueiredo trabalhou. Só um detalhe.

CAIXA PRETA

A revista Exame tentou trazer à tona as contas do FI-FGTS, em vão. O sistema de aplicação dos R$ 30 bilhões do fundo do dinheiro do trabalhador é um mistério. Há dias a Coluna revelou a briga entre os conselheiros, indicados para comandar o fundo. Curioso é que 74% do dinheiro estão aplicados em títulos de dívida ou ações de empresas com capital fechado, como a Odebrecht, financiadora de campanhas.

MÉDICOS MILITARES

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou Quarta passada, em dois turnos de votação, a Proposta de Emenda à Constituição 293/13), de autoria do então senador Marcelo Crivella, que garante aos militares da área da saúde a acumulação de dois cargos públicos – trabalhar no serviço militar e em hospitais públicos, particulares, clínicas ou consultórios. O presidente do Congresso, Renan Calheiros, vai marcar para breve a promulgação.

PONTO FINAL

E agora, será que o Caetano Veloso,  que já se vestiu de black bloc e os apoiou, também vai aparecer de cinegrafista?


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