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Charge de Aliedo: O plano trimestral que Tancredo planejava
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Leandro Mazzini

Tancredo Neves já surfava na onda da popularidade em todo o país, após a famosa campanha Diretas Já, e era o favorito, tanto no Congresso quanto pelo desejo popular, para ser alçado à Presidência da República com a redemocratização.

Em outubro de 1984, ele foi em companhia do neto Aécio Neves ao círio de Nazaré em Belém (PA), convidado das autoridades, e foi ovacionado pelo povo quando passava num carro.

Assustado com aquela cena inédita, o neto o perguntou, ao ouvido, já o dando como eleito no colégio de parlamentares:

– Meu avô, olha isso, o que o senhor vai fazer com toda essa popularidade?

E o velho, com ponta de sorriso, retribuiu aos ouvidos do neto:

– Vou gastar em três meses.

Aécio depois entenderia. Antes de morrer, e com a expectativa de ser presidente, Tancredo já esboçava uma dura reforma sócio-econômica para os três primeiros meses de seu futuro governo, possivelmente até com medidas impopulares, para ajustar o país. Não deu tempo. E nunca ninguém soube o que planejava.

Esta é uma seção publicada às segundas-feiras, com histórias apuradas pelo blogueiro no Congresso.

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