Coluna Esplanada

Arquivo : youssef

PP e Conselho de Ética completam inferno astral de Maranhão
Comentários Comente

Leandro Mazzini

Foto: ABr

Foto: ABr

Além da eventual expulsão do PP, o deputado Waldir Maranhão pode enfrentar processo no Conselho de Ética pela denúncia de que teria recebido “ajuda” do doleiro Alberto Youssef para ser eleito líder do partido na Câmara.

A representação deve ser apresentada pelo PSOL. Lembrete: Youssef foi preso em um hotel de São Luís, na esteira da Operação Lava Jato.

O Blog no Twitter e no Facebook


Acusado pelo doleiro, deputado é ligado a Cabral e Cardoso no Rio
Comentários Comente

Leandro Mazzini

Acusado pelo doleiro Alberto Youssef de intimidação à sua família, o deputado federal Celso Pansera (PMDB) é ligado ao ex-governador Sérgio Cabral e ao prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso (PSD) – com quem teve encontros na Câmara nas últimas semanas.

Pansera foi surpreendido por Youssef ontem, na CPI da Petrobras, ao questionar quem o estava intimidando, após o doleiro não citar nomes. Youssef o mirou e revelou, visivelmente nervoso. O parlamentar se sentiu ameaçado e pediu proteção. Antes, o doleiro afirmara que muitos sabiam que o parlamentar não estava ali para investigar nada, mas para intimidar. Youssef disse na réplica para o deputado não se preocupar porque ele não é bandido.

Há um esforço velado de parlamentares do Rio de Janeiro de não fazer a CPI chegar ao Comperj, o bilionário e – por ora – mal sucedido investimento do Governo federal e da Petrobras no pólo petroquímico em Itaboraí, onde atuaram grandes empreiteiras envolvidas no esquema do petrolão.


Careca x Anastasia: caso suspeito submergiu na Operação Lava Jato
Comentários Comente

Leandro Mazzini

Anastasia em comissão no Senado - ele anda mais tranquilo. Foto: psdb.org

Anastasia em comissão no Senado – ele anda mais tranquilo. Foto: psdb.org

O ex-policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o ‘Careca’, preso na Operação Lava Jato, fez barulho ao citar em depoimento entrega de propina para o então governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB) – hoje senador.

Segundo a PF, Careca era um entregador de malas e sacos de dinheiro de contratos superfaturados da Petrobras a agentes políticos.

Mas há meses não mais se fala na suposta relação Careca & Anastasia na investigação. Ninguém citou de novo o caso Anastasia e Careca voltou aos holofotes, agora como pivô do caso Eduardo Cunha – ele disse aos investigadores que entregara um pacote de dinheiro a mando de Youssef numa casa na Barra da Tijuca que seria de Cunha, mas nada comprovado.

Como até agora também os investigadores não conseguiram provas do ex-policial sobre a suposta entrega de propina para Anastasia. E o caso travou. Careca indicara em depoimentos que entregara pacotes de dinheiro em Belo Horizonte, durante a noite, a um homem que não conhecia, numa rua. Que depois reconheceu como o tucano.

Foi o suficiente para o Procurador-Geral da República incluir Anastasia na temida lista enviada para abertura de inquérito no STF.

Sobram dúvidas. Anastasia era governador de Minas, o homem mais importante do Estado e na vitrine da mídia diariamente, e sempre circulava em agenda oficial nas ruas acompanhado de um séquito de assessores e seguranças. O que intriga os investigadores também foi a insistência de Careca, já detido após muitos dias, em depor para citar o caso de Minas Gerais.

O Blog no Twitter e no Facebook


Defesa de Anastasia vai questionar policial ‘Careca’ sobre reconhecimento
Comentários Comente

Leandro Mazzini

Foto: ABr

Foto: ABr

Os advogados do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), citado na lista do PGR Janot e alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal no caso Petrolão, devem questionar a defesa do policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o ‘Careca’, que o citou em depoimentos à Justiça Federal, sobre o reconhecimento em foto.

‘Careca’ não entrou em delação premiada, e se predispôs a falar. Na citação sobre Anastasia, disse que foi incumbido pelo doleiro Alberto Youssef de entregar quantias em dinheiro, entre R$ 600 mil e R$ 1 milhão, a um homem em Belo Horizonte.

A defesa do senador alega que no período relatado, Anastasia era governador de Minas Gerais e nunca estava sozinho – como alegou ‘Careca’ sobre o destinatário do dinheiro, no momento da entrega. O policial também disse que só reconhecera Anastasia posteriormente, pela televisão, apesar de ser um homem público no Estado.

Nos depoimentos, foi mostrada uma foto de Anastasia para o agente da PF, no que ele disse, segundo relatório, ‘é parecido’. A defesa de Anastasia deve questionar que critérios foram usados para a escolha da foto do senador, e quais outras imagens foram apresentadas ao ‘Careca’ para que ele apontasse Anastasia como o ‘parecido’ no caso do destinatário do dinheiro.

Outro ponto também alegado pela defesa do senador tucano é o fato de o próprio doleiro Alberto Youssef ter dito na delação que nunca pediu a ‘Careca’ para entregar dinheiro ao então governador de Minas.

Em sua delação, Youssef negou todas as informações a respeito da citação de ‘Careca’ sobre Anastasia.


Petrolão é meio caminho. Youssef tem a lista de ouro dos paraísos fiscais
Comentários Comente

Leandro Mazzini

Charge de ALIEDO - http://aliedo.blogspot.com

Charge de ALIEDO – http://aliedo.blogspot.com

Toda essa encrenca que mobiliza o Poder político e empresarial da nação começou com uma cirúrgica operação da Polícia Federal em Brasília, a Miquéias, em final de 2013, que levou à cadeia o doleiro Fayed Traboulsi. O alvo da operação era uma lavanderia (sem trocadilho) que também operava como casa de câmbio dentro de um posto de combustíveis no coração da capital federal, e onde poderosos lavavam seu dinheiro. Um dos alvos era Carlos Habib Chater, o proprietário do posto e parceiro de Fayed.

À ocasião da Miquéias o mundo quase caiu sobre a cabeça de muitos engravatados de Brasília. Fayed é considerado o doleiro de 10 entre 10 abastados políticos corruptos e patriarcas de clãs conhecidos da província. É tanto dinheiro envolvido que o doleiro desfilava sem receios com uma Ferrari, uma Maserati, um Porsche, e navegava sobre o Lago Paranoá numa lancha considerada a maior do País, avaliada em US$ 5 milhões.

Mas Fayed, para a PF, era só um caminho, a trilha para o pote de ouro, ou o ‘boi de piranha’. Àquela altura, já trabalhava incessantemente em seu gabinete o juiz federal Sérgio Moro, e em parceria com os federais, conseguiu enfim chegar ao alvo em março de 2014: Alberto Youssef, considerado o maior doleiro do Brasil, para quem Fayed atuava em Brasília.

A Operação Miquéias foi uma ‘cortina de fumaça’ para não espantar o alvo principal e em especial apreender importantes documentos de Fayed que levariam a Justiça Federal a Youssef, e isso aconteceu. Com a Operação Lava Jato – em menção à lavanderia do posto de gasolina (lembram?) – a perícia da PF e o juiz Moro botaram a mão em pilhas e pilhas de documentos ainda hoje analisados pelos quais cai metade da República.

Foi pela Lava Jato que, coincidentemente, a PF chegou à ligação de Youssef com um dos seus principais clientes, Paulo Roberto Costa, o ex-diretor da Petrobras – e dali puxou o fio, prospectou, foi ‘furando o poço’ até achar a mina de corrupção na estatal e descobrir o tamanho do rombo que hoje chamamos de petrolão. Quase acidentalmente – digo quase porque Costa já era monitorado – o petrolão foi descoberto, trazendo à tona, através da operação de Youssef com Costa, a lavagem de dinheiro dos contratos fraudulentos da Petrobras. E dali revelou-se uma gama de importantes nomes de mandatários e empreiteiros.

Engana-se, porém, quem considera missão cumprida o cerco judicial a essa turma. O petrolão na verdade é o meio do caminho. O petrolão é um bom achado no mar de lama em que a Justiça pôs a mão. A Lava Jato pretende revelar, sob a força-tarefa do juiz Sérgio Moro, a maior rede de lavagem de dinheiro do País, com mapeamento e cerco à maioria das contas em paraísos fiscais operadas por Youssef para empresários e políticos – e não os mesmos do petrolão. São contas na Suíça, Ilhas Jersey, países do Caribe. Já tem tubarão com conta bloqueada no exterior e respirando veladamente por aparelhos no Brasil. Os advogados criminais nunca tiveram tanto trabalho – e nunca ganharam tanto dinheiro na defesa.Vem mais por aí.

Em suma, há dois tipos de pessoas muito preocupadas com o doleiro preso Alberto Youssef. Os da lista que o Procuradoria Geral da República e o STF vão revelar em breve e serão visitados pela PF às 6h de qualquer dia. Essa turma é a do varejo, da propina para pagar as continhas com o dinheiro do petrolao. E a lista maior, que a PF tenta arrancar, principal motivo da prisão do doleiro. Os poderosos que usaram seu serviço para abrir contas em paraísos fiscais e lavar dinheiro. Essa é a turma do atacado. É o pote de ouro. São clãs inteiros de empresários e políticos, alguns deles intimamente ligados.


< Anterior | Voltar à página inicial | Próximo>