Modelo de consumo interno do Brasil está esgotado, diz economista professor da Columbia
Leandro Mazzini
O Brasil precisa mudar sua estratégia de mercado, se integrar mais ''às novas geometrias'' do comércio global – a exemplo do México que se destaca no cenário internacional. Essa foi uma das análises do economista brasileiro Marcos Troyjo, professor da Columbia University, onde dirige o BRICLab, e um dos representantes brasileiros na ONU. Troyjo é hoje um dos conferencistas brasileiros mais requisitados nos EUA, Europa e Ásia, articulista de jornais como El Pais e Financial Times.
Para o economista, o México, que poupa até 25% do seu PIB anualmente, é um exemplo a ser seguido pelo Brasil – cujo índice gira em torno de 15%. Troyjo foi entrevistado pela rede Bloomberg em Nova York no último dia 10, cujo canal transmitiu sua palestra na Conferência Anual sobre México realizada pela agência.
O brasileiro ressaltou as diferenças entre o modelo de competitividade mexicano, voltado para o comércio exterior – com mais de 40 acordos bilaterais -, e o brasileiro, focado principalmente no mercado interno.
Para o economista, a classe empresarial nacional vê como esgotado o modelo brasileiro de ênfase ao consumo interno. ''Todos os que querem o Brasil mais competitivo demandam reformas estruturantes e uma nova abordagem da política de comércio exterior brasileiro. Isso representa grande força para a mudança do padrão brasileiro de inserção global'', defendeu.
Troyjo concluiu afirmando que o afastamento do chamado ''tripé macroeconômico'' e a hesitação na aplicação de reformas microeconômicas estão afetando o Brasil mais negativamente do que eventuais mudanças no perfil da demanda chinesa por commodities brasileiras.
Assista aqui a íntegra da conferência.