Coluna Esplanada

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Novo livro de Troyjo aborda crise da globalização após guerra fria
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Leandro Mazzini

marcos

Um dos mais requisitados cientistas políticos do Brasil no exterior para debater BRICS, o diplomata Marcos Troyjo, professor da Universidade Columbia, acaba de lançar “Desglobalização: Crônica de um Mundo em Mudança“.

A obra pertinente surge no momento em que o Reino Unido decide, em plebiscito, deixar o bloco europeu. O novo livro discute a crise da “Globalização Profunda” que surgiu com o fim da Guerra Fria.

“Há mais restrições aos fluxos internacionais de comércio e investimento; e experiências de integração econômica e política regional, como a União Europeia, encontram-se em xeque”, diz Troyjo

Ele expõe os desafios para o Brasil num contexto em que países e empresas adotam ações mais protecionistas e individualizadas.

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capa do livro

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Economista brasileiro torna-se referência sobre BRIC na Ásia e Europa
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Leandro Mazzini

O economista e politólogo brasileiro Marcos Troyjo realiza nesta semana série de conferências nas principais universidades, centros de pesquisa e empresas da Coreia do Sul.

Colunista da Folha de S.Paulo e articulista convidado do Financial Times e The Economist, Troyjo é diretor-fundador do BRICLab, da Columbia University, em Nova York, e tornou-se nos últimos anos referências para entrevistas em jornais dos países do BRIC, EUA, Reino Unido, e palestrante em universidades.

Troyjo foi escolhido como orador principal do “Brazilian Festival 2014”, semana de atividades culturais e empresariais organizadas em parceria pela Embaixada do Brasil em Seul e algumas das maiores corporações coreanas como Samsung, Hyundai, SK e Hana Bank.

Para Thok-kyu Limb, editor da revista Diplomacy, que circula em inglês na Coreia do Sul, o ciclo de conferências proferidas por Marcos Troyjo “é uma grande oportunidade para líderes e formadores de opinião sul-coreanos conhecerem as análises de um dos mais prestigiados pensadores do cenário global e dos desafios das potências emergentes”.

O professor brasileiro dará aula magna na Universidade Nacional de Seul a convite do professor Keun Lee, vencedor do Prêmio Schumpeter de Economia 2014. Troyjo falará também à Academia Diplomática do Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul.

Em seu giro pelo país, Troyjo mantém encontros com Kyonglim Choi, vice-Ministro de Comércio, Indústria e Energia (MOITE), e com Youngah Park, Presidente do Instituto Coreano de Avaliação e Planejamento Tecnológico (KISTEP). Na pauta, como estratégias corporativas para a inovação adotadas por empresas sul-coreanas e o modelo educacional daquele país oferecem lições para os BRICS e particularmente para o Brasil.

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O Inpi, a Apple e o IPhone tupiniquim
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Leandro Mazzini

Está prestes a ter desfecho a batalha judicial entre a brasileira Gradiente e a gigante americana Apple pela marca Iphone.

Desvelando a cortina do espetáculo judicial, vê-se como a burocracia é o entrave tanto atacado pelos empresários: a Gradiente requereu em 2000 ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) a marca IPhone, mas a autarquia só liberou a patente em 2008, um ano após a Apple lançar mesma marca mundialmente.

Se o INPI tivesse dado o registro a tempo, o IPhone seria brasileiro – ou a Gradiente já teria negociado anos atrás a marca com Steve Jobs.

A Apple, como fez com uma fabricante da China, pode comprar a patente – o que provavelmente pode acontecer agora no caso brasileiro. São bilhões em jogo.

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ELES NÃO PERDOAM

Os jornais argentinos ironizaram no domingo a.. Fifa: publicaram foto do ônibus da delegação hermana em conserto com a manchete: temos o primeiro lesionado da Copa.

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bachelet

Bachelet, com Dilma – A experiência da Comissão da Verdade do Chile pode contribuir muito com a conclusão do relatório no Brasil. Foto: ABr

EPA, EPA

A Comissão Nacional da Verdade, prestes a concluir seu relatório este ano, pode ter uma ajuda de peso. O governo do Chile tem documentos inéditos sobre mortes e torturas de brasileiros durante a ditadura de Augusto Pinochet. Não por acaso a presidente Michele Bachelet está no Brasil.

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BATALHA..

Mais um capítulo quente do embate entre procuradores e delegados. As associações de delegados – da PF e do Brasil (civis) – soltaram nota de repúdio sobre nota técnica emitida pela Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR). É a batalha entre as duas categorias sobre o mando do inquérito e comando de investigações.

..REQUENTADA

A nota técnica, enviada ao Senado em referência à PEC 73/2013, altera o parágrafo I do Artigo 144 da Constituição, e aniquila a carreira de delegado. A PF também vive uma batalha interna entre delegados e agentes federais, que exigem carreira única.

QUE ROLO

Alberto Youssef é peixinho perto dele. O mais enrolado dos doleiros preso pela Lava Jato da PF, Carlos Alexandre Rocha, o Ceará, é acusado pelo MP Federal dos crimes de compor organização criminosa, evasão de divisas, falsidade ideológica, corrupção de funcionários públicos, tráfico de drogas, peculato e (ufa!) lavagem de capitais.

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BRASILEIROS NA VITRINE

dupla

Troyjo (E) e Rech, do InfoRel – dois brasileiros nas listas de conferencistas pelo mundo.

Enquanto muitos indicam que o País do futebol deixa a desejar no cenário intelectual, dois brasileiros se destacam e tornaram-se dos mais requisitados palestrantes internacionais em suas áreas: Marcelo Rech (direita, na foto) e Marcos Troyjo.

O economista e diplomata Marcos Troyjo já atuou na sede da ONU, fundou o BRICLab na Columbia University (NY), é colunista do Financial Times  e estreou ano passado na Folha de S. Paulo. Convidado frequente para telejornais de emissoras estrangeiras, também faz palestras a convite em países da Europa, EUA, China e Rússia.

O jornalista Rech tornou-se conhecido pela experiência em cobertura em áreas de conflito e cobre a área de Defesa. Editor do site InfoRel , que se tornou referência para colegas estrangeiros, estreou há anos no circuito internacional. Mês passado, a convite, falou sobre cenário sul-americano na Agência Europeia de Defesa, na chancelaria da União Europeia, no QG da OTAN, e no gabinete da premiê alemã Angela Merkel.

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TERMÔMETRO UNIVERSITÁRIO

O professor Francisco Lima, da Faculdade Icesp/Promove, no DF, fez sondagem de intenção de votos com alunos, mestres e funcionários: deu Eduardo Campos, seguido de Aécio, Dilma, Marina Silva e.. Bolsonaro – na frente de Joaquim Barbosa, Lula e Serra.

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Pautas, sugestões e denúncias: envie e-mail para pauta@colunaesplanada.com.br

 


Troyjo: Brasil x Davos 2014 – qual o resultado?
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Leandro Mazzini

Economista e cientista social, o diplomata Marcos Troyjo, colunista da Folha, é hoje um dos maiores especialistas em BRIC e economia mundial. Teve uma passagem pela sede da ONU como secretário da missão do Brasil na organização. Conferencista em vários países da Europa e Ásia, fundou e dirige o BRIC Lab na Columbia University há dois anos. 

Troyjo faz uma análise sucinta do Fórum Econômico Mundial em Davos no que concerne à participação do Brasil no evento:

“Nesses últimos três anos, o Brasil de Dilma foi despertado de um sonho bom. Governo e sociedade vêm tendo de encarar uma dura realidade: ao contrário do que supunham, o Brasil não criou fórmula miraculosa unindo alto crescimento à inclusão social.

Não há no País pilares de um novo modelo de desenvolvimento. Dada a baixa poupança interna, o Brasil continua a depender de grande influxo de capitais financeiros e também de investimentos estrangeiros diretos (IEDs). Por isso o tapering (diminuição de estímulos monetários nos EUA) e a própria retomada da expansão nos países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) causam apreensão no governo brasileiro.

Sem a certeza de um crescimento automático e inevitável, ilusão alimentada pela cúpula do governos Lula-Dilma durante o período em que o País era o “queridinho dos mercados” e só recebeu a “marolinha” da crise de 2008, o Brasil começou a descer do salto alto. Daí Dilma, notadamente desinteressada em temas internacionais, ter optado por ir a Davos.

Muitos dos fatores que permitiam tal entusiasmo foram perdendo verniz. Perspectivas de biocombustíveis e petróleo pré-sal não são mais tão animadoras. A governança e planejamento do setor energético brasileiro estão à deriva. Efeitos da expansão do crédito e consumo não têm mais caráter tão multiplicador. O apetite da China por commodities em que temos vantagens comparativas não parece mais tão pantagruélico. Além disso, em razão dos conhecidos problemas logísticos brasileiros, os chineses têm buscado diversificar seu quadro de fornecedores.

Assim, foram quatro os pontos nevrálgicos em relação ao que a comitiva brasileira tinha a dizer:

1) Protestos. Isso é da democracia, e Dilma o ressaltou bem em seu discurso. A apreensão no entanto permanece em relação ao que pode acontecer durante a Copa do Mundo.

2) Mudança no panorama internacional da liquidez. Dilma também mencionou isso e sublinhou os mais de US$ 370 bilhões de nossas reserva cambiais. Muito do que se espera do afrouxamento da política monetária dos EUA nos próximos meses já foi precificado e incorporado ao atual patamar do câmbio no Brasil (e a depreciação dos últimos dias reflete os efeitos colaterais do que está acontecendo na Argentina).

3) Gestão da política econômica. O Brasil ainda vai sofrer por algum tempo os efeitos dessa combinação de afastamento do tripé, microgestão das concessões, custosos equívocos na política industrial (as tais de “campeãs nacionais”), além do peso fiscal dos incentivos setoriais e do gigantismo da folha de pagamento. Aqui, os números não batem com o discurso de Dilma. Além disso, do ponto de vista comercial, o País está sem bloco. O Mercosul converteu-se numa plataforma de empatias políticas, e o Brasil não negociou acesso aos principais mercados compradores do mundo. Sua ênfase nas negociações multilaterais no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) mostrou-se ingênua, dada a inoperância e lentidão da entidade. Toda esses erros de política exterior no campo econômico hoje têm perceptível impacto negativo nas contas externas.

4) Reformas estruturais. Esta foi a parte mais decepcionante do discurso de Dilma. Nada falou sobre reforma tributária, trabalhista ou de seguridade social. Em termos de melhora do ambiente de negócios, Dilma anunciou apenas a implementação do portal “Empresa Simples”, que prevê a redução para 5 dias do tempo médio para se abrir uma empresa. Embora importante, esse tipo de medida favorece sobretudo empresas de pequeno porte. Pouco interessa ao tipo de empresário/investidor que frequenta Davos. Estes sofrem por custos diretos e indiretos da bizantina legislação trabalhista e fiscal no País. Têm de contratar verdadeiros exércitos de contadores e advogados, em vez de gente voltada à atividade fim da empresa. Mesmo quando mencionou a necessidade de “mudanças” num painel sobre Brics, o Ministro da Fazenda Guido Mantega elaborava mais em termos conceituais do que sobre um plano de trabalho a ser efetivado nos próximos meses. Talvez tenha buscado sugerir algumas pistas do que seria a orientação no segundo governo Dilma, mas a probabilidade desse processo iniciar-se neste ano, ainda mais por razões eleitorais, é nenhuma.

O marco maior da conjuntura do Brasil no mundo é que o País está poupando e investindo menos que os 22% do PIB – média da América Latina. Esta, por seu turno, já é muito inferior ao percentual de investimentos do Sudeste Asiático. O Brasil não conseguirá investir mais sem quebrar vários ovos nas áreas trabalhista, fiscal e de seguridade social.

Dilma não parece ter gosto ou mesmo vocação para liderar reformas. Seu presidencialismo de coalizão está mais a serviço do projeto de sua perpetuação no Planalto do que orientado à modernização institucional do país. Assim, o Brasil de Dilma utilizou Davos essencialmente para apresentar relatório de realizações, vocalizar compromisso com alguma ortodoxia macroeconômica, elencar fronteiras móveis de consumo e sublinhar a continuação do programa de concessões.

No limite, a ida a Davos evidencia que Dilma e equipe se convenceram de que o Brasil também precisa ser vendido, e não simplesmente comprado. Estão se dando conta de que o cenário global mudou. E ele não é favorável às escolhas “desglobalizantes” feitas pelo País nos últimos 11 anos em termos de comércio e investimento.

Assim, antes encastelada no isolamento seguro de suas convicções sobre os rumos supostamente alvissareiros do País, Dilma fez da viagem uma espécie de “Busca do Tempo Perdido”. Não representou, contudo, um “divisor de águas”. Nada se aventou da indispensável agenda de reformas estruturais.

Em vez de desilusão ou entusiasmo, a resposta do “Homem de Davos” à passagem da comitiva brasileira pelos Alpes provavelmente é apenas apertar o botão de “pausa”. Em termos de construção do futuro, o Brasil está imobilizado até 1º. de janeiro de 2015″.

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Modelo de consumo interno do Brasil está esgotado, diz economista professor da Columbia
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Leandro Mazzini

 O Brasil precisa mudar sua estratégia de mercado, se integrar mais “às novas geometrias” do comércio global – a exemplo do México que se destaca no cenário internacional. Essa foi uma das análises do economista brasileiro Marcos Troyjo, professor da Columbia University, onde dirige o BRICLab, e um dos representantes brasileiros na ONU. Troyjo é hoje um dos conferencistas brasileiros mais requisitados nos EUA, Europa e Ásia, articulista de jornais como El Pais e Financial Times.

Para o economista, o México, que poupa até 25%  do seu PIB anualmente, é um exemplo a ser seguido pelo Brasil – cujo índice gira em torno de 15%. Troyjo foi entrevistado pela rede Bloomberg em Nova York no último dia 10, cujo canal transmitiu sua palestra na Conferência Anual sobre México realizada pela agência.

O brasileiro ressaltou as diferenças entre o modelo de competitividade mexicano, voltado para o comércio exterior – com mais de 40 acordos bilaterais -, e o brasileiro, focado principalmente no mercado interno.

Para o economista, a classe empresarial nacional vê como esgotado o modelo brasileiro de ênfase ao consumo interno. “Todos os que querem o Brasil mais competitivo demandam reformas estruturantes e uma nova abordagem da política de comércio exterior brasileiro. Isso representa grande força para a mudança do padrão brasileiro de inserção global”, defendeu.

Troyjo concluiu afirmando que o afastamento do chamado “tripé macroeconômico” e a hesitação na aplicação de reformas microeconômicas estão afetando o Brasil mais negativamente do que eventuais mudanças no perfil da demanda chinesa por commodities brasileiras.

Assista aqui a íntegra da conferência.


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