Jarbas barrou complô pós-Campos em Pernambuco
Leandro Mazzini
Piorou há dias o mal-estar entre o candidato ao governo de Pernambuco Paulo Câmara (PSB) – agora líder nas pesquisas – e o governador João Lyra, ambos ‘aliados’.
Nem se falam, e mal se citam nos comícios. Os bastidores revelam acirrada disputa pelo Poder tão logo anunciou-se a morte de Eduardo Campos.
No dia 13 de agosto, Lyra – que fora preterido por Câmara – reuniu a tropa e articulou para derrubar a candidatura do escolhido de Campos. No dia seguinte, o senador e ex-governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) bateu a mão na mesa e ameaçou denunciar à imprensa. Tudo ficou como se vê.
A reunião do dia 14 ocorreu no conhecido restaurante Bargaço, no bairro do Pino. Estava à mesa o atual vice de Marina, Beto Albuquerque – que deu razão a Jarbas.
À mesa, Jarbas citou ‘golpe’ e ‘desrespeito à memória de Campos’, quem realmente mandava no Estado e quem decidira pela candidatura do novato Paulo Câmara.
Atualização domingo, 21, 23h25:
O senador Jarbas e o governador Lyra escreveram ao blog.
Diz Lyra que repudia 'inteiramente a nota envolvendo de forma maliciosa meu nome, o do nosso candidato a governador Paulo Câmara e o senador Jarbas Vasconcelos'. O governador ressalta que a reunião 'citada nunca existiu. Nem em Pernambuco ou qualquer lugar do país. Muito menos no restaurante uma vez que estava em São Paulo no dia citado por sua coluna'.
O senador Jarbas frisou que 'É verdade que, logo após a morte do ex-governador Eduardo Campos, me posicionei em defesa da manutenção da chapa que Eduardo havia articulado com os 21 partidos que integram a Frente Popular de Pernambuco: Paulo Câmara como governador, Raul Henry como vice-governador e Fernando Bezerra como senador. Naquele mesmo momento, também tomei a iniciativa de defender o lançamento da candidatura de Marina Silva à Presidência da República'.
Diz Jarbas ainda: 'Atuei dessa forma na certeza de que esse era e é o melhor caminho a ser seguido, tanto que Paulo já lidera todas as pesquisas de intenção de voto dos pernambucanos (..) Não tenho conhecimento e nem acredito que o governador João Lyra tenha participado de alguma manobra para mudar a composição da chapa da Frente Popular. O que tenho visto é o governador – quando suas funções institucionais permitem – participando de atos da campanha de Marina, Paulo, Raul e Fernando'.
A Coluna mantém a versão e ressalta que houve duas reuniões. Uma no palácio entre súditos com Lyra, e outra no restaurante de Jarbas com aliados – aqui, a retificação de que o governador Lyra não estava presente.
A MATRIARCA
A viúva de Campos, a economista Renata – braço do marido e ativa participante das reuniões de cúpula – envolveu-se diretamente na escolha de Beto para vice de Marina.