Coluna Esplanada

Lava Jato pode chegar a operação de aeroportos concedidos

Leandro Mazzini

Altos funcionários da Infraero estão na expectativa de que a nova operação Lava Jato,da Polícia Federal, que levou para a cadeia os donos e executivos de empreiteiras, possa afetar diretamente as obras e operações de grandes aeroportos concedidos.

O ‘Clube’ que pagava propina a parlamentares e diretores da Petrobras assumiu pelo menos seis aeroportos nos leilões.

As empreiteiras tiveram vultosos empréstimos do BNDES a juros subsidiados. E há suspeitas, já em investigação, de que essas verbas públicas podem ter abastecido a quadrilha presa até há poucos meses.

Uma radiografia das atuais administradoras dos aeroportos leva aos nomes das empreiteiras cujos executivos foram alvos da PF.

A OAS opera o aeroporto de Cumbica (Guarulhos), o maior deles. A UTC ganhou o leilão por Viracopos (Campinas). A Engevix, braço dos argentinos da Inframérica, atua em São Gonçalo do Amarante (RN), considerado o novo aeroporto de Natal, e no JK, de Brasília. A Odebrecht cuida do Galeão (Rio) e a Andrade Gutierrez, de Confins (Belo Horizonte).

MEMÓRIA

A campanha pela privatização dos aeroportos lucrativos no Brasil foi capitaneada pela estatal alemã Fraport, em parceria com a construtora Queiroz Galvão, que teve sócios presos.

Até hoje os empregados da Infraero entendem que a decisão sobre as privatizações dos aeroportos não teve uma base técnica nem econômica e nem operacional.