Dilma tenta salvar a maior fornecedora da Petrobras para o pré-sal
Leandro Mazzini
Numa reunião no Palácio do Planalto ontem pela manhã, a presidente Dilma Rousseff comandou uma operação de salvamento da Sete Brasil, maior empresa parceira da Petrobras criada para fornecer plataformas para a exploração do pré-sal – os contratos giram em torno de US$ 27 bilhões.
Mas por quê?
A Sete tem dinheiro de fundos de pensão estatais, do BNDES, e do BTG Pactual, do banqueiro André Esteves, novo amigo de infância do ex-presidente Lula – que continua a mandar no Governo. Lula e Esteves se tornaram amigos, e o banqueiro já contratou o ex-presidente para palestras no País e exterior, em eventos bancados pelo BTG. É no jatinho de Esteves também que Lula tem assento garantido a qualquer momento que precisar.
Foi com vistas a esta reunião que há poucos dias a Sete de repente pediu à CVM – Comissão de Valores Mobiliários a permissão para abrir seu capital, sem venda de ações ainda na Bolsa (por ora). Nos corredores da sede da empresa e do Planalto a cifra citada é a mesma: a Sete precisa urgente de US$ 700 milhões para respirar.
No encontro de ontem, participaram além de Dilma o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e membros do governo. Com o esperado aperto nas contas, sem ter como injetar mais dinheiro na empresa, o Governo vai buscar parceiros para a Sete no mercado.
A Sete é a principal fornecedora das futuras plataformas de exploração do esperado óleo do pré-sal em alto-mar. E com dinheiro da União. Seu ex-diretor, Pedro Barusco, é alvo da Operação Lava Jato e suspeito de desvio de quase US$ 100 milhões.
Pelo visto, a Sete está à deriva nesse mar de dúvidas sobre seu futuro, cujo comando fica a milhares de quilômetros da costa, no cerrado brasileiro.