Coluna Esplanada

ONU fecha no Rio escritório de estratégia para redução de desastres

Leandro Mazzini

Um desastre na prevenção.

Em meio ao desastre da barragem de Mariana (MG), quatro anos após a maior tragédia natural do País, na serra fluminense – com mais de mil mortos –  e na iminência chuvas de verão (fortes, na previsão), a Organização das Nações Unidas (ONU) acaba de fechar no Rio de Janeiro o seu escritório de Estratégia Internacional para Redução de Desastres

Por falta de apoio.. estratégico.

A sede tinha apenas o respaldo do Itamaraty, que sedia uma sala a seis pessoas da equipe do coordenador David Stevens, representante da ONU no Brasil. Mas não obteve o apoio da Secretaria Nacional de Defesa Civil (Ministério da Integração).

''Nunca houve um apoio, e não é uma questão financeira. Nossa meta é prevenção, e a deles (Governo) é resposta'', diz David Stevens.

O caso ocorre a dois meses das fortes chuvas previstas para o verão na região Sudeste. O escritório monitorava estudos em 670 cidades no Brasil, com colaboração de outros países.

''Nosso trabalho é de apoio (a órgãos estatais nas esferas municipais, estaduais e federais) e de pesquisas sobre riscos atuais e futuros'', complementa o especialista.

O representante da ONU não titubeia em dizer que a tragédia de Mariana (MG) com a barragem da mineradora Samarco é ''exemplo claro de falta de prevenção''.

Lembra que as enchentes de Xerém, na Baixada Fluminense, não causaram maiores danos, materiais e de vidas, porque havia um sistema de avisos e colaboração em várias frentes.

Há uma esperança de reabrir o escritório com uma estrutura pequena, para ano que vem, contra Stevens.

O Blog no Twitter e no Facebook

TENTATIVA FRUSTRADA

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) tentou, sem sucesso, sensibilizar o general Adriano Pereira, secretário nacional de Defesa Civil, para apoio estratégico ao escritório.

O ministério respondeu que o caso cabe ao Itamaraty. E informou que o general estava em missões em Mariana e depois no Sul, onde um tornado derrubou casas.