Investigado por morte em operação gerencia Força Nacional
Leandro Mazzini
O comando da Força Nacional, um dos responsáveis pela segurança dos Jogos Olímpicos, tem entre seus oficiais um policial militar investigado por uma morte em operação, contrariando portaria 3.383 de 2013, do Ministério da Justiça, que proíbe admissão de agentes que respondam a processos.
Trata-se do tenente-coronel da PM do Piauí Erotildes Messias Sousa Filho.
Em abril de 2013, numa malsucedida operação, ele matou a tiros acidentalmente o gerente de um banco que fora rendido por bandidos, na cidade de Miguel Alves (PI).
Disparos feitos por uma arma na troca de tiros mataram o gerente Admyston Rodrigues Alves. Segundo laudo da Polícia Civil, os tiros saíram da arma do policial.
Para blindar Messias Souza, padrinhos poderosos atuaram em Teresina e em Brasília, e conseguiram sua nomeação na capital federal em 2014, onde foi alocado no comando de operações especiais e depois assumiu a gerência de operações.
O oficial Messias Sousa ficou tão poderoso na Força que hoje é ele quem decide quem fica ou sai dos quadros da corporação, remanejando agentes em todo o Brasil.
Ele também presta assessorias na Força ao chefe de gabinete da SENASP, Marcello Barros, e à Secretária Nacional de Segurança Pública, Regina Miki. Fontes do Ministério da Justiça informam que o oficial é protegido da dupla, o que a assessoria de Miki nega.
Sobre a presença do tenente Messias Sousa na Força Nacional, questionada sobre posição oficial e se o policial gostaria de se posicionar, a assessoria do Ministério da Justiça apenas informou que ele foi indicado pelo Governo do Piauí. Procurados na sexta-feira (22), até o momento a assessoria do Palácio Karnak e da Secretaria de Segurança Pública do Estado não se manifestaram.