Coluna Esplanada

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PF levou anotações sigilosas de Dirceu sobre Governo
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Leandro Mazzini

Agentes da Polícia Federal levaram numa caixa um caderno de anotações de próprio punho, de José Dirceu, na operação de busca e apreensão na casa do ex-ministro ontem, no Lago Sul em Brasília.

São os rascunhos iniciais da autobiografia que ele prepara, com foco na sua atuação no Palácio do Planalto e na sua relação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Dirceu foi preso preventivamente na nova fase da Lava Jato e o principal procurador da investigação revelou que o alvo é a atuação do petista desde o seu período no Planalto até o lobby para empreiteiras do esquema do petrolão.

Quem conhece Dirceu e sabe da autobiografia em gestão diz que o teor, por ora, não chega a ser bombástico. Mas revela situações que podem constranger o PT.

Dirceu revelou a amigos que o visitaram há duas semanas em sua casa que está ‘muito magoado’ com Lula e Dilma. ‘Eles me abandonaram!’, frisou numa das frases.

Não se descarta que Dirceu entre em delação premiada. Apaixonado pela nova esposa e pela filhinha, ele pode não suportar a cela e a iminência de nova condenação. No entanto, o ex-ministro vinha repetindo para os próximos que delação não faz parte de sua história.

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Operação no apartamento de Collor teve bate-boca e quase-prisão
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Leandro Mazzini

Delegado e agentes deixam apartamento funcional do Senador em Brasília, observados por Alberto Cascais (D), advogado-geral do Senado. Foto: Estadão

Delegado e agentes deixam apartamento funcional do Senador em Brasília, observados por Alberto Cascais (D), advogado-geral do Senado. Foto: Estadão

A operação Politeia da Polícia Federal no apartamento funcional do senador Fernando Collor semana passada por pouco não deu briga e prisão – de agentes legislativos.

Irritado com o que considerou abuso, o chefe da Polícia Legislativa só se acalmou após ser ameaçado de prisão por um agente federal. O clima continuou tenso, porque os policiais legislativos foram impedidos de entrar no imóvel enquanto a PF realizava buscas.

O advogado-geral do Senado, Alberto Cascais, acompanhou as buscas.

Não é de hoje que a PF e a Polícia Legislativa se estranham. Na operação da PF no gabinete do então diretor do Senado, Agaciel Maia, anos atrás, um agente legislativo quase foi preso por tentar impedir a entrada dos federais.

Os policiais legislativos há algum tempo fazem lobby no Congresso Nacional para porte de armas. Eles são considerados pela PF e Polícia Civil como agentes de segurança patrimonial – o que acirra a rivalidade entre as categorias. Recentemente, o ministro do STF Marco Aurélio Mello citou que os policiais legislativos devem ser classificados como Seguranças.

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PRECEDENTE 

Em cumprimento do dever, o policial federal pode dar voz de prisão caso seja prejudicado ou se sinta ameaçado.

Foi o que ocorreu no governo Fernando Henrique, num episódio não divulgado. Um agente que fazia escolta do ministro Raúl Jungmann (Desenvolvimento Agrário) – o político era ameaçado de morte – algemou e levou presa a chefe de gabinete do ministro, após ser insultado.


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