Charge de Aliedo: A chama do PMDB
Leandro Mazzini
Conheça o chargista e outras ilustrações no seu blog
Leandro Mazzini
Leandro Mazzini
Leandro Mazzini
Tancredo Neves já surfava na onda da popularidade em todo o país, após a famosa campanha Diretas Já, e era o favorito, tanto no Congresso quanto pelo desejo popular, para ser alçado à Presidência da República com a redemocratização.
Em outubro de 1984, ele foi em companhia do neto Aécio Neves ao círio de Nazaré em Belém (PA), convidado das autoridades, e foi ovacionado pelo povo quando passava num carro.
Assustado com aquela cena inédita, o neto o perguntou, ao ouvido, já o dando como eleito no colégio de parlamentares:
– Meu avô, olha isso, o que o senhor vai fazer com toda essa popularidade?
E o velho, com ponta de sorriso, retribuiu aos ouvidos do neto:
– Vou gastar em três meses.
Aécio depois entenderia. Antes de morrer, e com a expectativa de ser presidente, Tancredo já esboçava uma dura reforma sócio-econômica para os três primeiros meses de seu futuro governo, possivelmente até com medidas impopulares, para ajustar o país. Não deu tempo. E nunca ninguém soube o que planejava.
Esta é uma seção publicada às segundas-feiras, com histórias apuradas pelo blogueiro no Congresso.
Conheça o chargista aqui
Tags : aécio neves aliedo charge tancredo neves
Leandro Mazzini
O então senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), que morou na África por 10 anos como missionário e fala o dialeto zulu, promoveu durante o governo Lula, junto com o ministro da Secom do Planalto, Franklin Martins, um encontro com autoridades africanas em Brasília e apresentou a eles a ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro.
Um deles se apaixonou pela ministra. E perguntou a Crivella quanto custava o “Lobola” dela.
Risos à mesa e a ministra desconcertada de vergonha. Lobola é a instituição tradicional usada em países da África quando um pretendente faz oferta a um pai de uma mulher pelo casamento. Geralmente se oferecem animais e até terras.
Um outro pretendente à mesa se revelou, brincando, e disse que daria camelos pela ministra. Mas o apaixonado se superou e fez oferta melhor. Daria camelos, cavalos, bezerros, cabras e o que ela quisesse. Quando Crivella os interrompeu, para gargalhada geral:
– O senhor quer dar é um zoológico para ela!?
Conheça o chargista aqui
Siga a coluna no Twitter e no Facebook
Tags : aliedo charge crivella matilde ribeiro
Leandro Mazzini
Fenômeno nas eleições presidenciais de 2010, sarcástico e com tiradas geniais nos debates, o candidato socialista ao Planalto Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) ficou viciado no Twitter durante a campanha.
Sempre que podia, postava frases pelo celular Brasil adentro. Mas numa de suas incursões, em Bom Jesus da Lapa (BA), no sertão baiano, ele ficou em apuros.
Sem sinal de telefone, e com a ânsia de divulgar sua agenda, Plínio não pensou duas vezes. Viu uma lan house numa pracinha da cidade, enfiou-se no meio da garotada que jogava games e postou seus textos feliz da vida.
Conheça o chargista aqui
Todas as segundas o blog publica charges de Aliedo com histórias apuradas pelo repórter.
Leandro Mazzini
Dona Sara Kubitschek tinha dificuldades para encontrar e comprar um terreno em Brasília para construir o Memorial JK, quando a notícia chegou através do general Sylvio Frota ao presidente João Batista Figueiredo.
Ele a convidou para um café no Palácio do Planalto, prontamente atendido. Lá, Figueiredo abriu um mapa de Brasília e mostrou vários pontos e que cederia um deles para ela. Apontou o terreno perto do famoso Cruzeiro da primeira missa, no eixo monumental.
Era justamente o que ela, com os olhos vidrados, tinha escolhido. Ali, ergueu-se o memorial, onde jaz o fundador.
Esta é uma seção em que o repórter conta uma história de bastidores do Poder, ilustrada pelo chargista, publicada no blog todas as segundas.
Leandro Mazzini
Após 10 horas de depoimento ininterrupto na CPI mista que investiga o contraventor Carlinhos Cachoeira, no Senado, o senador Pedro Simon (PMDB-RS), que chegara na última hora à sessão, tomou a palavra, discorreu sobre a conjunta política no viés do seu conhecido desabafo e citou que não havia ali, na comissão, uma figura importante do PMDB para pressionar o depoente, o ex-presidente do DNIT Luiz Antônio Pagot.
Nesse momento, Simon foi interrompido pelo deputado à sua frente, com ar revoltado porém zeloso.
– O senhor não me conhece, mas sou deputado do PMDB do Distrito Federal, meu nome é Luiz Pitiman, e eu estou aqui desde às 8h da manhã sem almoçar.
– E eu estou aqui há 40 anos – rebateu Simon, discreto, mas no seu jeito sarcástico.
Pitiman ensaiou réplica irritado, mas segurou-se. Panos quentes.
Conheça o chargista
Tags : aliedo charge pedro simon Senado
Leandro Mazzini
Cachacinha na receita
Dona Maria Torinha é querida por todos os moradores da pequena Medina (MG), cravada no Vale do Jequitinhonha, em Minas. Conhecida também por se deleitar com doses de cachaças nos bares, mas moderadamente. Certa vez ela marcou consulta com o médico dr. Walter Tanure Filho, então prefeito, que alternava sua agenda entre o gabinete municipal e o consultório no hospital. Em certo momento da consulta, após verificar que ela reclamava de dores de cabeça, o médico indagou sobre seus hábitos:
– Dona Torinha, a senhora bebe uma cachacinha..?
Ela sorriu encabulada e mandou na lata:
– Óia, eu num ia pedir não, mas já que o senhor está oferecendo, eu quero sim..
Charge de Aliedo
Leandro Mazzini
Lobinho manso
Saindo de uma reunião com colegas de Esplanada e a presidente Dilma Rousseff, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA), foi indagado por um ministro por seu silêncio. E por que não o defendeu perante a chefe numa argumentação.
Lobão, à meia voz e olhos arregalados, desconversou e confessou:
– Quem? Eu?! Eu morro de medo dela!
Charge de Aliedo
Leandro Mazzini
Essa aconteceu na cobertura presidencial em São Bernardo do Campo, só os seguranças da ocasião sabem e era ‘segredo de Estado’, pelo menos para a turma.
Numa bela tarde ensolarada de domingo, o então presidente Lula, torcedor apaixonado pelo Corinthians, vestiu o bonezinho, camiseta, chinelões e subiu para o terraço com a latinha de cerveja gelada para assistir ao jogo. Mas não encontrava o canal. Apertava aqui e ali o controle e… nada. Canal não encontrado, nem no pay per view.
Aí chamou os seguranças para o ajudarem e ninguém conseguiu. Àquela altura o jogo já começara, o homem bufava de raiva e gritos de ordens. Houve aquela correria de ajudantes sem saber o que fazer. A primeira-dama Dona Marisa subia a escada para ver o que ocorria e voltou no sapatinho ao ver que sobraria também para ela.
Quando descobriram que o ecônomo presidencial esquecera de comprar o pacote de jogos do fim de semana. Sobrou para ele.
Charge de Aliedo.