Coluna Esplanada

Arquivo : doações

Atleta, Goleiro, Viagra..Lista de apelidos rende uma Odebrecht F.C.
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Leandro Mazzini

Os apelidos dos políticos beneficiados com verbas, oficiais ou não, dão um pitoresco time de futebol da empreiteira Odebrecht.

Tem Goleiro, Nervosinho, Atleta, Caranguejo, Bruto, Escritor e até Avião – que poderia ser líder de torcida.

Um mistério continua. Para quem apertava a mão do Príncipe e se achava amigo do Rei, virou uma piada a descoberta de que era chamado de Viagra nos corredores da sede da empresa.

O furo de reportagem foi do jornalista Fernando Rodrigues, em seu blog no UOL

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Câmara oficializa as doações ‘sem digitais empresariais’ a políticos
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Leandro Mazzini

Há uma derrota para a transparência nas eleições na doação de empresas apenas para comitês de campanha, como aprovada em emenda na Câmara dos Deputados.

Os interesses privados entrarão para valer no jogo político. Com a doação para o partido e tradicional o repasse de verbas dos comitês para a campanha do candidato, perdem-se ‘as digitais’ de cada setor financiador dos mandatários.

Neste contexto, perderá a força o questionamento sobre decisões suspeitas em relatórios ou sobre votos de parlamentares que beneficiem determinados setores. Simplesmente porque o ‘financiamento de interesse’ das empresas para políticos estará camuflado na doação para os partidos.

Em suma, é a doação sem rastros. Além disso, continua não haver ferramenta que iniba a continuidade do caixa 2 – é uma questão de caráter – para os candidatos e partidos. E por fim, o aumento significativo do fundo partidário completa uma vitória tripla para partidos, candidatos e mandatários.


Dal Agnol doou R$ 280 mil de dinheiro da fraude para candidatos
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Leandro Mazzini

O advogado Maurício Dal Agnol (CPF final 190-91), foragido da Polícia Federal acusado de golpe de R$ 100 milhões em clientes, tentou eleger bancada suprapartidária de aliados em três instâncias.

O dinheiro da fraude foi usado para doações de R$ 280 mil a diferentes partidos nas eleições de 2010 e 2012 (veja tabelas do TSE abaixo).

Em 2010, foram R$ 125 mil distribuídos para quatro candidatos a deputados estaduais e dois federais do PSDB, PCdoB, DEM, PV e PDT – todos perderam. Em 2012, Dal Agnol ajudou candidatos a vereadores e prefeitos do PT, PDT, PPS e PMDB, com R$ 95 mil, e deu mais R$ 60 mil para o comitê estadual do PT.

O advogado financiou como pessoa física e só viu eleito o prefeito de Passo Fundo (RS): Luciano Azevedo (PPS) recebeu R$ 25 mil.

Os candidatos que disputaram a Câmara Federal e receberam doação em 2010 foram Juliano Roso (PCdoB) e Patrícia Cavalcanti (DEM), e os que tentaram vaga na Assembleia do Rio Grande do Sul são Evandro Zambonato (PSDB), Edison Bilhalva (PV), Rui Lorenzato (PT) e Diogenes Basegio (PDT).

Já em 2012 receberam depósitos de Agnol os candidatos a vereador em Passo Fundo: Luiz Scheis (PDT), Rui Lorenzato (PT), Sidnei Ávila (PDT), Pedro Lima (PMDB), Gilberto Simor (PDT). Na mesma cidade, o advogado também bancou candidatos a prefeitos Luciano Azevedo (PPS) e Osvaldo Gomes (PMDB). Em Barra Funda, a candidata derrotada Candida Rossetto.

Com os documentos apreendidos, a PF rastreia o dinheiro e possíveis contas em paraísos fiscais. Já há indícios de que o dinheiro doado para as campanhas é oriundo do golpe. Acusado de reter dinheiro de indenizações de clientes contra telefônicas, Dal Agnol pode se entregar, porque já tenta habeas corpus. A Interpol e o FBI estão atrás dele.

Chamou a atenção das autoridades policiais o patrimônio do foragido Maurício Dal Agnol. Indica que o golpe pode passar muito de R$ 100 milhões previstos. Além de apartamento novo em Manhattan (US$ 5 milhões), onde passava feriadões com a família, comprou há um ano um jatinho Phenom 300 da Embraer, prefixo PP-MDA. Vale US$ 10 milhões. A pujança é tamanha que não o freta, é apenas para uso pessoal. Um avião do tipo, no chão, custa por baixo R$ 50 mil por mês com hangaragem, pilotos, manutenção e taxas.

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NA LISTA

Muita gente graúda apostava o contrário, mas ele não escapou. A despeito de ser preservado nas prisões da Operação Porto Seguro, o bilionário ex-senador Gilberto Miranda, tido como corruptor no esquema, vai virar réu na Justiça.

QUANTA ALEGRIA

De um atento observador da lei frouxa brasileira: Pelo ritmo, a turma do Presídio da Papuda ainda sairá a tempo de formar quadrilha.. nas festas de junho.

HUM…

Uma curiosidade. A SCF, empresa criada para gerir o patrimônio de Cavendish, dono da Delta, tem as iniciais de Sérgio Cabral Filho, o governador do Rio e amigo de farras.

BOLSA-PRESERVAÇÃO

Exemplo da pequena Extrema (MG), 30 mil habitantes: Desde 2007 o prefeito Luiz Bergamin (PSDB) banca o PSA – Pagamento por Serviços Ambientais . Ano passado foram em média R$ 3,9 mil para 161 fazendas, para que proprietários rurais preservem nascentes, córregos e rios. O conceito surgiu na França em 1990, e deu certo na cidade mineira. Desde a implantação do programa foram plantadas 510 mil mudas de árvores – em 2013 foram 10 mil árvores por mês. O PSA recuperou 5.620 nascentes em 7,2 mil hectares preservados. Resultado: A capital São Paulo só não teve racionamento de água ainda porque Extrema, a 108 km, fornece 33 mil litros/segundo para o sistema Cantareira de reservatórios.

VERÃO VERMELHO 

Alarmante o número de homicídios no Rio Grande do Norte, estado alvo dos turistas europeus. Nos primeiros dois meses do ano, foram assassinadas 275 pessoas – 148 em fevereiro. Uma média de 4 pessoas por dia.

PAPA POP

O Papa Francisco vai se revelando o mais pop de todos. Determinou a abertura para visitantes, durante março, dos belos jardins da vila pontífice Castel Gandolfo, onde os papas por tradição passam suas férias e folgas.

O 28º

O Brasil tem 26 Estados e um Distrito Federal. Mas com tamanha generosidade e envio de verbas oficiais, conta leitor atento, não será surpresa Cuba surgir como 28º unidade.

PONTO FINAL

Enfim, 2014 começa hoje.


Após doações a partidos, grupo pede concordata em SP
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Leandro Mazzini

A despeito dos serviços prestados, a engenharia – pelo menos a financeira – não é o forte da Leão Leão pelo que se vê no episódio.

Composto por empresas que prestam serviços a prefeituras do interior paulista, o Grupo Leão Leão entrou com pedido de recuperação judicial na 6ª Vara Cível de Ribeirão Preto (SP). Há meses, deve a centenas de fornecedores. Acontece, empresas quebram, sem surpresa num país que tem a maior carga tributária do planeta.

O curioso é que a holding nunca titubeou, aparentemente com o caixa apertado, como se mostra agora, em distribuir generosidades a políticos em campanha. Através da CFO Engenharia, braço da Leão com contratos municipais, o grupo doou R$ 800 mil ano passado para os comitês nacionais do PSD e PMDB.

O dinheiro teve destino certo. Irrigou a reeleição da prefeita Dárcy Vera (PSD) na sua cidade sede: Ribeirão Preto. As doações aos partidos via transferência eletrônica, no valor de R$ 530 mil e R$ 270 mil, foram feitas dias 19 e 22 de Outubro, quando o grupo já devia na praça.

Tradicionalmente a relação empreiteira-candidato é repetida em todas as esferas de candidaturas. Não foi diferente com a CFO. Em 2010, doou R$ 125 mil para campanhas de dois candidatos a deputados estaduais e um federal. Só Duarte Nogueira (PSDB), que recebeu R$ 60 mil, foi eleito. Já Antônio Souza (PP), que levou R$ 50 mil, e Ubirajara Guimarães (PSDB), com R$ 15 mil, foram investimento perdidos da Leão. Não se elegeram para Alesp.

O grupo, hoje com quatro empresas, surgiu meteoricamente no auge político-municipal de Antonio Palocci, e cresceu em importância tanto quanto o petista ao galgar etapas mandatárias. Agora, tal como o padrinho, a holding caiu no conceito do mercado. E recorre à Justiça para se manter.

Por comunicados, a Leão Leão pretende ao menos honrar com salários de 600 funcionários na região, sem demissões. Contatado pelo blog na sexta, o grupo não se manifestou.

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