Coluna Esplanada

Arquivo : empreiteiros

‘Memórias do Cárcere’ da Lava Jato revelam cotidiano dos presos
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Leandro Mazzini

As celas do Complexo Médico Penal de Pinhais (PR), próximo a Curitiba, são palco das memórias do cárcere em tempos modernos, para a turma da Operação Lava Jato.

Fonte da Coluna com acesso aos detidos relata: José Dirceu ganhou apelido de Bibliotecário – lê compulsivamente (já condenado também na Lava Jato a 23 anos de prisão, faz resenhas para diminuir a pena).

Esposa do marqueteiro João Santana – este, de pouco papo – Mônica Moura sumiu com o sorriso e só masca chicletes, cabisbaixa.

‘Comilão’, o ex-deputado do PT André Vargas pega o queijo e sobremesa dos pratos dos colegas – e continua a organizar rodadas de poker, das quais participa Marcelo Odebrecht e outros empreiteiros.

Outro condenado, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari veste uniforme com letreiro ‘Faxina’ – e limpa as celas e área comum a fim também de reduzir a sua pena.

Para sobreviver, a grande maioria lança mão de antidepressivos diariamente, e todos reclamam do notório frio de Curitiba.

Atualização segunda, 1.ago, 11h – Sérgio Moro, juiz federal do caso, autorizou a soltura de Mônica Moura e do marido João Santana nesta segunda, conforme advogados.

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Gasolina e Serguei, veteranos de cela, têm muito a ensinar aos da Lava Jato
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Leandro Mazzini

O detento 'Gasolina' com a máscara com a qual tentava escapar. Foto: UOL

O detento ‘Gasolina’ com a máscara com a qual tentava escapar. Foto: UOL

Vez ou outra aparecem nas redes sociais charges ou textos espirituosos sobre os empreiteiros detidos em Curitiba, na operação Lava Jato da Justiça Federal. Combinam construir um túnel para a fuga em massa, mas nunca dá certo porque até nisso eles tentam ‘superfaturar a obra’.

Piada à parte, os presos de Curitiba têm muito a aprender com os do Centro-Oeste, aos quais sobra criatividade. Para citar apenas dois casos:

Para quem achou surreal a tentativa de fuga, com máscara de mulher, de Clodoaldo ‘Gasolina’ em Aparecida de Goiânia (GO), não lembra de César dos Santos.

Em abril de 2001, Dos Santos rendeu carcereiros com faca, emendou dois canos e tentou atravessar o muro do Instituto Penal de Campo Grande (MS) num salto com vara.

Não é exagero dizer que os dois presidiários deram com a cara no chão. Literalmente. Dos Santos passou a ser apelidado de Sergei Bubka, o grande atleta croata medalhista olímpico na modalidade.


Empreiteiros passam frio na cadeia em Curitiba
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Leandro Mazzini

Os empreiteiros e lobistas detidos no presídio de Curitiba estão passando frio à noite, conta um dos advogados que visitou cliente.

Em especial no banho. O aquecimento é por paineis solares numa cidade onde o sol pouco aparece. Os presos pediram às esposas para levarem cobertores.

A turma da Lava Jato também tem se encontrado mais na área livre e conversado muito entre eles.


Fila da ducha é o sofrimento para empreiteiros na carceragem da PF
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Leandro Mazzini

Sede da PF em Curitiba. Foto: Gazeta do Povo

Sede da PF em Curitiba. Foto: Gazeta do Povo

A situação já era ruim na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, com os ex-deputados Luiz Argôlo e André Vargas deprimidos e outros 12 detidos, entre eles o doleiro Alberto Youssef.

Mas ficou pior desde ontem, sábado. Com instalações pequenas para a quantidade de gente encarcerada – são agora 19 milionários detentos – só é permitido um banho em todo o fim de semana. Um sacrifício para quem se acostumou a banheiros de luxo com hidromassagem em casa.

As celas abrigam até três detentos, e têm sanitário e pia. Mas só existem dois banheiros com ducha para todo o grupo. Os agentes organizam o cronograma e a fila da turma, e cada um tem um limite de tempo para se banhar.

 


Estratégia de Moro é vencer empreiteiros pelo cansaço
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Leandro Mazzini

Foto extraída de ovale.com.br

Foto extraída de ovale.com.br

Advogados dos empreiteiros presos nas celas da Polícia Federal em Curitiba entenderam a estratégia do juiz federal Sérgio Moro, que conduz a investigação da Operação Lava Jato: vencê-los pelo cansaço. Por isso elaboram plano para tentar anular a investigação.

Um a um dos empresários tem cedido, e na lista estão os chefes da UTC, Queiroz Galvão, Mendes Junior e OAS.

O cenário ajuda o ‘terror’ psicológico. Para quem ficava em hotéis cinco estrelas, dirigia carros importados e viajava de jatinho, uma cela apertada, sem ar refrigerado, com ‘quentinha’ no almoço faz qualquer um entregar o jogo.

O juiz Moro vai prorrogar as prisões de todos os magnatas para forçá-los a entrar em delação premiada, e por ora o plano tem dado certo.

FALTA UMA 

E a Odebrecht? , perguntam muitos. Moro segurou prisões e só ordenou busca e apreensão. Está cercando a empresa aos poucos e analisando documentos para verificar se está tudo correto. Há quem aposte que vem aí operação especial só para a baiana.

A Odebrecht é a maior doadora de campanhas do PT. Seus advogados visitaram o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o caso só jogou lenha na fogueira.


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