Saída de coordenador do PSB causa efeito dominó em candidaturas
Leandro Mazzini
A saída tumultuada do coordenador financeiro do comitê do PSB, Carlos Siqueira, provocou de imediato ontem a primeira vítima: Presidente do Atlético Mineiro, Alexandre Kalil desistiu da candidatura a deputado federal.
Kalil era aposta pessoal de Eduardo Campos em Minas, segundo colégio eleitoral do País e onde o PSB está fraco de palanque.
Campos prometera investir pesado em sua campanha, na expectativa de que expressiva votação puxasse pelo menos mais dois deputados federais do partido. Além de não contar mais com o prometido, com a reviravolta no comando da campanha socialista, Kalil se mostrou a próximos desanimado com a candidatura após a morte do amigo.
Como Siqueira controlava o caixa do PSB e tocava as promessas de investimentos de Campos em campanhas de aliados para as candidaturas proporcionais, outros candidatos podem ficar sem dinheiro nos Estados.
MUDANÇA$
O fim de semana será turbulento no comitê nacional do PSB e nos Estados, com a negociação da entrada do grupo da presidenciável Marina no comando da campanha.
AUTOFAGIA
Há risco iminente de a campanha de Marina Silva, em vez de crescer na esteira da comoção da morte de Campos, entrar em crise por autofagia socialista-redista no comitê.
CONTATO EXTRA
Eduardo Campos tinha um contato de confiança não-socialista em Belo Horizonte, com quem conversava toda semana por telefone e dele recebia pesquisas por e-mail.
RECIBO
O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), arrecadou R$ 2 milhões e repassou para o comitê nacional do PSB. Como Lacerda é aliado local de Aécio Neves (PSDB), havia temor no PSB de que esse dinheiro não chegasse a Campos.
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PASSANDO O PIRES
A campanha de Paulo Câmara (PSB) ao governo de Pernambuco passa por dificuldades financeiras. E sem Eduardo Campos a situação piorou.
Há duas semanas, a Coluna publicou que o coordenador da campanha do PSB em Pernambuco fora puxado por Campos para São Paulo. O que seria mera estratégia escondeu o maior problema: dificuldades para pagar o escritório de advogados fizeram chegar a Campos o descontentamento do comitê.
À FLOR DA PELE
Na segunda, na tensa reunião da coalizão no Recife, o marqueteiro Edson Barbosa, o ‘Baiano’, empurrou militantes e se estranhou com visitantes.
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PRONTO-SOCORRO ( ELEITORAL )
Curiosa a doação de R$ 2 milhões do conceituado paulistano Hospital 9 de Julho para a campanha de Renan Filho (PMSB) ao Governo de Alagoas. Empresa desse setor não figura entre grandes doadores. Se Renanzinho vencer, os próximos anos em Maceió poderão elucidar o porquê da generosidade.
Questionada sobre o motivo da doação e se foi praxe em outras campanhas, a assessoria respondeu que ‘O Hospital 9 de Julho acredita que o processo eleitoral é parte do fortalecimento da democracia e das instituições no país. Todas as doações realizadas pelo Hospital respeitam a legislação e estão registradas na justiça eleitoral’.
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FAMÍLIA FELIZ
Agora candidato a deputado federal, o estadual Gustavo Perrella (PSD) fez a festa na pequena Pains, de 8 mil habitantes, há duas semanas. Chegou bancando churrasco e bebida num centro de lazer para quem aparecia. O pai, senador Zezé Perrella (PDT) também está feliz com a recuperação na Justiça do helicóptero da família, aquele que foi flagrado com meia tonelada de cocaína pela PF no Espírito Santo. O piloto foi apontado como culpado pelo transporte.
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PREVISÕES
A economista-chefe da Rosenberg & Associados, Thaís Zara, deu palestra ontem em Vitória para 50 empresários do PIB capixaba. Indicou que em reeleição do PT, mas sob adaptação ao cenário de crise, haverá ‘alterações da política econômica, embora sem comprometimento integral; superávit primário ligeiramente maior’.
Sobre eleição da oposição, a economista previu ‘alterações substanciais da política econômica; ajuste maior no 1º ano resulta em crescimento mais baixo com primário mais alto e alta de juros num primeiro momento, recuando no segundo semestre’.
Em tempo, a Rosenberg & Associados é premiada campeã no Brasil em acertar previsões para o PIB e cenários macroeconômicos.
PONTO FINAL
‘Ninguém sabe, 60 anos depois, quais eram os reservas da Seleção Brasileira de 1950. Daqui a dez anos, ninguém saberá quais foram os titulares de 2014’
Maurício Dias, colunista da Carta Capital