Coluna Esplanada

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A lição de José Alencar para Dilma
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Leandro Mazzini

Enquanto o Brasil anda de primeira marcha por estes dias em todos os setores, engana-se quem pensa que os políticos, mesmo de recesso, estacionaram as articulações. Muitos congressistas estão em Miami, o bairro de Brasília mais distante da capital. É no verão, pelas casas de praia por lá e aqui, que os caciques partidários dão largada nas conversas para as campanhas a cada dois anos.

Não seria diferente agora. Aécio Neves e Eduardo Campos estão mais sintonizados. O PSB e o PSDB vão caminhar juntos no Paraná, Minas, Pernambuco. A Paraíba ainda é dúvida. O presidenciável tucano quer convencer o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) a voltar ao palácio. Do contrário, Cássio será um dos coordenadores da campanha nacional do mineiro.

Dilma Rousseff colou no ex-presidente Lula e tem ouvido diariamente, pessoalmente ou por telefone, orientações do mestre para não tropeçar na barganha pré-eleitoral por tempo de TV – coisa que ele sabe fazer muito bem. Randolfe (PSOL), sacramentado pelo partido, já conversa bem com o jornalista Cid Benjamin, que coordenará a empreitada socialista radical.

Dilma e Lula tratam com muito cuidado todos os partidos aliados para não perdê-los. O assédio de Aécio e Eduardo é grande, cada qual a seu modo. Os petistas lembram muito uma lição do saudoso José Alencar, o vice do petista, numa negociação em 2010. Dilma enrolava o PRB, com quem ainda não negociara, e a campanha estava prestas a começar. Enquanto isso, o opositor José Serra (PSDB) ciscava no terreiro da base petista e paquerava a legenda. A cúpula descontente do PRB se reuniu no apartamento de Alencar em São Paulo, e o velho disparou um telefonema de imediato para Lula, cobrando uma posição da candidata. Em uma hora, estavam no apartamento Dilma, José Eduardo Cardozo e Aloizio Mercadante, sorridentes, para abrir o diálogo.

Alencar acompanhou tudo calado. Dilma estava reticente em ceder espaço, e a dupla submissa a ela fazia o jogo. Até que um dos petistas se exaltou: ‘Quanto tempo de TV tem o PRB?’, para indicar que o partido não era tudo aquilo que valia de apoio à ocasião. Então Alencar suspirou e mandou: ‘Meu filho, o Enéas, quando candidato, tinha 15 segundos, só gritava Meu nome é Eneas, e teve milhões de votos. O PRB tem um minuto. Imagina se eu uso esse tempo na TV em rede para falar: Eu sou Serra!’.

Panos quentes, foi a vez de Dilma interromper e fechar com o PRB de pronto.


Isolado pelo PSDB, Marconi Perillo agoniza em Goiás
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Leandro Mazzini

O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), não conseguiu desvencilhar sua imagem de Carlinhos Cachoeira, após a CPI que cercou o contraventor e revelou ligações entre eles.

Há exatamente um ano, Perillo desistiu de contratar por R$ 3 milhões, sem licitação, agência de comunicação que cuidaria de sua imagem. O contrato de 12 meses era prorrogável por mais 48, e os gastos chegariam a R$ 10 milhões. Apenas o comitê anticrise, que cuidaria da estratégia da propaganda de imagem de Marconi, era orçado em R$ 167.438. O edital fora suspenso para ajustes.

Não bastasse isso, Marconi está chateado com o presidente do PSDB, senador Aécio Neves. A aliados, diz que o presidenciável não o defendeu na CPI, o isolou e conversa mais com Ronaldo Caiado (DEM), seu adversário na disputa pelo governo.

As pesquisas em Goiânia apontam crescimento de Vanderlan Cardoso (PSB), Iris Resende (PMDB) e até de seu possível substituto na campanha, Junior Friboi, recém-filiado ao partido.

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VIDA QUE SEGUE

Ex arauto da moralidade no Congresso, o ex-senador Demóstenes Torres, procurador licenciado, anda aparecendo muito num hotel cinco estrelas de Brasília.

NA TELA

A exemplo de Eduardo Campos (PSB), que passou pelo programa há duas semanas, Aécio Neves concede entrevista hoje, ao vivo e em rede, na REDEVIDA de Televisão, a partir das 22h15.

CURTO-CIRCUITO

Na esteira dos ataques a Marconi Perillo em Goiás surgiu a denúncia do opositor Vanderlan Cardoso (PSB) contra a Celg, a companhia de energia do Estado. A empresa gastou milhões de reais em patrocínios, até em corridas de carros no exterior.

MEU POVO!

Mistério na pequena Itamuri (MG), distrito de mil habitantes, onde estão as cinzas do ex-vice-presidente José Alencar na matriz local: tem gente que o vê discursando por lá.

SEM AVISO

O Paraná foi pego de surpresa com a não prorrogação do Proinveste, do BNDES, de aporte a Estados diante da crise. Perdeu R$ 817 milhões prometidos pelo bancão.

QUEBRADEIRA

Deu no jornal Hoje em Dia de BH: 325 das 853 prefeituras de Minas estão praticamente quebradas, terão que ajustar as contas a mando do TCE. A maioria delas com prefeitos da oposição que assumiram em 2013 e que sobrevivem dos repasses federais.

ALERTA

A bandidagem online não dá trégua. Agora inventou um vírus acoplado a email enviado para sua caixa postal: ‘Você foi o ganhador de um par de ingressos para Copa’. E manda link para você ‘imprimir seu e-Ticket’

MÁS LEMBRANÇAS 

Geraldo Alckmin fechou com Aécio Neves presença em evento de pré-campanha dia 18 em Belo Horizonte. Em 2006, no MinasCentro, no lançamento da candidatura de Alckmin ao Planalto, a turma ovacionou Aécio e, no discurso do paulista… vazou.

DECOLOU

Veja a relação direta do aumento da estabilidade da economia e maior número de voos de brasileiros para o exterior: a Dufry, das lojas dutty free dos aeroportos brasileiros, aumentou em 14% sua receita líquida de Janeiro a Setembro.

MISTÉRIO NO HANGAR

Mais mistério no caso do aeroporto de Maricá (RJ), alvo de impasse judicial entre prefeitura e aeroclubes – que controlam o local. O delegado da cidade tem foto de um container retirado de um dos hangares. Não se sabe o conteúdo. O aeroporto foi cedido por ex-prefeito a aeroclubes no fim da década de 90 e já foi citado na CPI do Narcotráfico do Congresso sobre supostas conexões com bicheiros.


Charge de Aliedo: O santinho “caixa 2”
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Leandro Mazzini

O saudoso ex-vice-presidente do Brasil José Alencar sempre se gabava de ter feito campanhas com lisura e sem problemas na Justiça Eleitoral,em todos os pleitos que concorrera (para governador, quando perdeu em 94, e depois para senador, quando venceu).

– Nunca houvera caixa 2 – repetia.

Mas foi lembrado por um amigo que houve sim. E ria muito com isso. Alencar explicava: quando foi candidato ao governo de Minas, um amigo de longa data de Ubá, dono de um posto de gasolina, fez santinhos com seu nome e número por conta própria, bancou e distribuiu  inclusive nos dias da eleição, sem ele saber – e a Justiça também.

– Foi o único gasto não contabilizado pela campanha – lembrava Alencar sorridente.

Conheça o chargista aqui

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