Coluna Esplanada

Arquivo : luiz estevao

Com dono preso, Mercedes de Luiz Estevão apodrece no Detran
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Leandro Mazzini

estevao

Foto: futebolinterior.com.br

O ex-senador bilionário Luiz Estêvão vive um novo inferno astral. Enquanto continua encarcerado numa cela de presídio desde 27 de setembro, pelo crime de superfaturamento da famigerada sede do TRT de SP, sua Mercedes SLK novinha apodrece debaixo de sol e chuva num depósito do Detran em Brasília.

Estêvão perdeu o carro numa blitz dias antes de ser preso, quando os agentes constataram que deve cerca de R$ 13 mil em multas. À ocasião, Estêvão tentou intimidar os fiscais dizendo ser ‘um homem público’. E piorou sua situação.

A apreensão ocorreu numa via do Lago Sul em Brasília. Logo que viu o carro no guincho, o ex-senador fez ligações para poderosos amigos no governo do DF. Em vão.

FORA DO CAMPO

Só uma notícia consolou o ex-senador nesta semana. O time que criou, o Brasiliense, joga no domingo contra o Brasil-RS e uma vitória por 1 a 0 pode levar os brasilienses à Série C do Brasileirão.

Estêvão não é apenas o fundador do clube como o cartola – participa de reuniões, invade campo para brigar com juízes, manda ‘banana’ para torcedores revoltados e até escala jogadores.


Esplanadeira: PMDB e ministro esqueceram a revista no avião de Amorim
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Leandro Mazzini

‘Esplanadeira’ traz bastidores, denúncias, dicas, análises – as curtinhas do dia no blog:

FÚRIA OFICIAL

Uma fúria tomou os ministros do PMDB e o da Justiça, José Eduardo Cardozo, sobre a revista da PF no avião de Lobão Filho (PMDB), candidato ao governo do Maranhão, após denúncia anônima. Mas até hoje nenhuma nota do Itamaraty – que abafou o caso – e um pio dessas autoridades foram soltos sobre outro episódio.

amorim

Amorim: mesmo depois que se revelou a revista no avião da FAB, ninguém esbravejou por ele. Foto: EBC

É sobre a revista que a Polícia Nacional do presidente Evo Morales fez no jato da FAB quando o então chanceler Celso Amorim passou por La Paz em 2011, impedido de decolar enquanto não terminassem a vistoria – não praxe para representantes de chefes de Estado. Depois de revelado em 2013, pelo colunista Cláudio Humberto, e com a repercussão internacional, Evo pediu desculpas.

CÓDIGO FROUXO

Prova de que o Código Penal é frouxo: O ministro do STF Dias Toffoli determinou a execução imediata da prisão do ex-senador Luiz Estêvão, condenado há anos por uso de documentos falsos para esconder bens. A pena é de 3 anos e 6 meses. Mas a Justiça poderá decidir por pena em liberdade, por se tratar de menos de 4 anos de condenação.

A exemplo de Estêvão – também condenado no famigerado processo de superfaturamento da obra do TRT-SP – estão soltos e milionários o bicheiro Carlinhos Cachoeira e o mensaleiro Delúbio Soares, ambos condenados.

Estêvão passeia por Brasília de Ferrari, é dono de prédios – alguns alugados para o governo – e recentemente gastou quase R$ 1 milhão em festa da filha. Seu escritório é a única casa vizinha da.. residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados.

PONTO FINAL

“O maior problema do Brasil é a impunidade”
José Alencar, vice-presidente da República, em 2010, em entrevista a este repórter.


Chapa que lidera pesquisas no DF é um festival de enrolados
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Leandro Mazzini

 

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Palanque formado. Da esquerda para a direita: Estêvão, Dr. Charles, Arruda, Weslyan, Gim Argello. Foto: Folha de S.Paulo

Atualização segunda, 7, 10h35: A foto do lançamento da chapa de José Roberto Arruda (PR) ao governo do Distrito Federal é histórica. Numa imagem, conseguiu reunir personagens tão polêmicos e indiciados como pitorescos. Pela ficha corrida de algumas excelências, não é exagero dizer que na foto faltaram apenas um oficial de justiça e um delegado.

É esta a chapa que, pelas sondagens registradas no TRE, lidera as pesquisas de intenção de votos em Brasília.

Da esquerda para a direita, nota-se a presença de Luiz Estêvão, o ex-senador da República, hoje dirigente do PRTB na capital. Cassado na esteira do escândalo do superfaturamento da construção da sede do TRT-SP, erguido por sua construtora, coleciona processos e um mandado de prisão na Justiça Federal, ainda não cumprido por manobras advocatícias.

Colado em Estêvão aparece o deputado distrital Dr. Charles (PTB). (fica aqui a correção. Anteriormente o repórter o confundiu com Joaquim Roriz)

Em seguida, no destaque do palanque, Arruda discursa ao microfone. Ele volta ao cenário político quatro anos depois de sair da residência oficial do governo do DF num camburão. Primeiro governador preso na História do Brasil, por tentar prejudicar uma investigação da Polícia Federal, no esquema da Caixa de Pandora (Entenda aqui). Indiciado, denunciado pelo MP, julgado em 1ª instância e ainda ficha limpa – o que o respaldou a candidatura na tentativa de retomar o Poder.

A simpática senhorinha ao lado de Arruda é Weslyan Roriz, esposa de Joaquim Roriz. Lançada por ele de última hora em 2010 ao governo, no debate da TV Globo ela escorregou nas palavras. Disse num momento: ‘Eu quero defender toda aquela corrupção’ (sic) – Assista aqui .

Welyan representa na chapa o marido Joaquim Roriz – padrinho do lançamento de Arruda na vida pública muitos anos atrás. Brigaram, voltaram às boas, e agora dividem palanque. Governador por quatro vezes, Roriz é personagem folclórico em Brasília – não é segredo e adversários o acusam de ter favelizado o Entorno do Plano Piloto, concedendo lotes a migrantes em troca de apoio político.

Roriz foi senador até 2007, quando renunciou ao cargo pressionado pela denúncia do MP por ser chefe de uma suposta quadrilha de malversação de verba oficial no Banco de Brasília (recorde aqui). À época queria que a chapa toda renunciasse, mas o seu suplente, Gim Argello, numa jogada de mestre, sumiu do mapa e apareceu para tomar posse. Roriz foi inocentado em 1ª instância em Abril deste ano.

Sorridente ao lado de Weslyan surge o senador Gim Argello (PTB-DF). O senador boa praça, amigo da presidente Dilma Rousseff, foi traído pelo PT do Senado que não o defendeu na indicação para ministro do TCU. É alvo de seis inquéritos no Supremo Tribunal Federal. Certo dia, anos atrás, entrou numa reunião com senadores (entre eles Renan Calheiros) e comemorou: ‘Cheguei ao meu primeiro bilhão’. (leia aqui)

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Ex-senador Luiz Estêvão vai se filiar ao PRTB e prepara volta à política
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Leandro Mazzini

A despeito dos direitos políticos cassados até o ano que vem, o ex-senador Luiz Estêvão começa a se mexer para voltar ao cenário político, talvez em 2018.

Ele vai deixar o PMDB do Distrito Federal e se filiar ao pequeno PRTB, a convite do presidente da legenda, Levy Fidelix, que esteve na capital nesta quarta para conversar com o empresário.

“É uma deferência de Levy, de quem sou amigo há muitos anos. Meu objetivo é trabalhar a organização de um grupo político”, revela Estêvão à coluna. Ele ainda não avisou ao PMDB mas a decisão está tomada. “Há muito tempo eu e Levy estamos amadurecendo a ideia”, complementa.

Estêvão evitou no entanto revelar o propósito da troca, mas indicou que tem a ver com as tratativas do PRTB para 2014. “O que não significa que vou assumir o partido no DF”. Mas terá o papel, de acordo com Fidelix, de filiar nomes conhecidos na capital na legenda.

Fidelix disse à coluna que Estêvão estaria preparando uma de suas filhas para lançá-la candidata a deputada federal ano que vem. O empresário confirma o interesse do partido, mas nega. “Nenhum filho meu será candidato em 2014”.

Sobre a pretensão de fortalecer o PRTB em Brasília, para articulações de palanques regional e presidencial daqui a um ano, Estêvão evita declarações que possam comprometer a sua estratégia. “Política é uma atividade em que tudo pode se conversar até uma semana antes da campanha”, sentencia, e em seguida deixa o mistério: “Política é uma arte em que você pode falar tudo, menos o que você pensa”.

Os rumos do PRTB são incertos em 2014, mas Fidelix já se movimenta. Conforme a coluna revelou, ele conversa com o PSB de Eduardo Campos em São Paulo e, chateado com o rumo atual do governo Dilma, de quem é aliado, pode desembarcar na chapa socialista. Nesta quinta à noite, Levy leva ao ar o programa nacional do PRTB em rede nacional de televisão. Vai criticar a política econômica – na linha de Campos – e até citará que a presidente tirou de suas propostas a desoneração da cesta básica.

Estêvão, o novo aliado no DF, porém é mais cauteloso: “Quem apostar hoje de olhos fechados o que vai acontecer daqui um ano, vai embarcar numa canoa furada. É muito cedo, assim é política, sempre foi assim”.

Memória

Ex-deputado distrital e senador eleito em 1998, Luiz Estêvão foi o primeiro senador da História cassado, em Junho de 2000, por quebra de decoro após envolvimento nas denúncias de superfaturamento na construção do Fórum do Trabalho de São Paulo, realizada por sua empreiteira. O caso ficou conhecido como escândalo do Juiz Lalau – Nicolau dos Santos Neto, à época desembargador presidente ligado diretamente à obra.

Desde então, Estêvão concentrou suas atividades no ramo empresarial, de construção civil em especial. Há poucos meses, bancou uma festa milionária para uma de suas filhas em Brasília, na qual teria pago pelo menos R$ 600 mil só para a apresentação de um DJ internacional.

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