Coluna Esplanada

Arquivo : janeiro 2013

Apresentação
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Leandro Mazzini

 Meu pai me queria aviador. Minha mãe sonhava ter-me um médico. Eu aspirava ser alguém e decidi ser um homem da Palavra. E de palavras.

Na verdade não os decepcionei. Sou um pouco de cada. Piloto o meu avião da liberdade de expressão, com prudência, e empunho a caneta como um bisturi, para sacrificar o papel e parir as apurações.

Graduei-me me jornalismo porque quero ser escritor, sonho de adolescente. Desde então descubro no exercício dessa nobre profissão senão um caminho para o sonho, o meio para desbravar o mundo e seus personagens. E fazer de cada dia um aprendizado.

Antes de repórter, na ânsia de ter meus ganhos próprios fui office-boy de oficina mecânica, estagiário de banco por quatro anos, gerente de posto de gasolina à beira da BR-116 e operário gráfico. A despeito dessas experiências, sempre fui um  jornalista: aprendi a observar, a apurar, a contar histórias e principalmente a respeitar o ser humano, sem perder o tom crítico, sarcástico ou denuncista – quando necessário – com a devida responsabilidade.

Revelo-me jornalista de 1994 para cá. Com a certeza de que vivo a intensidade da profissão com a paixão do jogador que entra em campo e comemora cada reportagem como um gol, ciente de que neste “jogo” entre o repórter e a notícia há também quedas, dribles, e substituições. E, claro, o leitor na plateia com seu grito. Eu os prezo muito.

Assim, passei por algumas redações, entre elas o JB e Gazeta Mercantil, em ambos fui colunista e repórter.

Política é um assunto chato para muitos, mas um tema intrínseco ao grande circo sem lona da vida. Você não sabe, mas é político em seus estudos, em suas escolhas, na definição de seus afazeres. Max Weber dizia isso. E tenho comigo que o jornalista político precisa de três livros de cabeceira: a gramática, para saber escrever; a Constituição, para ter respaldo sobre o que escreve; e a Bíblia, para rezar pelas consequências.

Aqui neste espaço vocês encontrarão notícias dos bastidores ou informações relevantes dos Três Poderes de Brasília, fruto da Coluna Esplanada que produzo de Terça a Domingo.

Publicarei também charges semanais de Aliedo – um grande chargista, ex-Pasquim e JB – com histórias pitorescas vividas por políticos (aquelas que eles não contam). Vez em quando Evandro Teixeira, um dos mais renomados fotojornalistas do país, vai colaborar com uma imagem inédita sua. Semanalmente, na seção Esplandeira vou publicar fotos minhas de Brasília, cidade que amo, para mostrar que a capital vai muito além de Poder & Concreto. E esporadicamente publicarei uma croniqueta deste aprendiz de escriba.

Meu site pessoal é este 

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Dilma chama patrocinadores para 2014
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Leandro Mazzini

Roberto Stuckert Filho-PR

A disputa presidencial por 2014 já começou. Pelo menos nas finanças.

Não foi apenas para tratar do desenvolvimento do país que a presidente Dilma convidou para conversas os presidentes da Cosan, Vale, Bradesco e Odebrecht, na quinta e sexta-feira. De diferentes e lucrativos setores, eles são os maiores financiadores do PT e ela quer garantias de que manterão compromisso com sua gestão e o partido. Juntos, esses quatro grupos doaram oficialmente R$ 12,08 milhões para o PT em 2010, levantou a coluna. A agenda de Dilma tem motivo. Aécio Neves, o pré-candidato do PSDB, pediu aos economistas tucanos em Dezembro que procurem estes patrocinadores. Foi dada a largada para a disputa presidencial de 2014.

DA USINA. A Cosan, grupo usineiro, doou a bagatela de R$ 3,65 milhões para o PT nacional em 2010. Para o PSDB, repassou R$ 1,4 milhão.

DO BANCO. O Bradesco, segundo maior banco privado, repassou para os petistas R$ 1,66 milhão. Para o PSDB nacional, R$ 575 mil, e para o tucanato paulista e paranaense, R$ 750 mil.

DO CONCRETO. Maior empreiteira em atividade, a Odebrecht deu R$ 2,4 milhões para cada um, PSDB e PT nacionais. Para tucanos de Minas, estado de Aécio, foram mais R$ 200 mil.

GENEROSA. A mais generosa foi a Vale Fertilizantes. Foram R$ 2,05 milhões apenas para o PSDB mineiro. Mais R$ 1,45 milhão para o PSDB nacional e R$ 4,37 milhões para o PT.

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Idealizador da Ficha Limpa, juiz foi ameaçado por colegas
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Leandro Mazzini

O apoio de um bispo ‘forrozeiro’, a freira da rodoviária que deu nome à lei, a perseguição de togados enciumados, as campanhas em carroceria de caminhão. Marlon Reis faz revelações sobre a origem da mais significante lei de iniciativa popular que fez do ex-boêmio violeiro o grande entusiasta do projeto. Este ano , a lei já barrou mais de 50 prefeitos eleitos. 

Aliedo

O roteiro da campanha era tão pitoresco que estava fadado ao fracasso: Como um juiz de primeira instância do interior do Maranhão – estado com mais baixo IDH do país e, a exemplo de outros, dominado por oligarquias políticas – conquistaria aliados para apresentar aos congressistas uma proposta de iniciativa popular que prejudicaria muitos deles, por suas biografias suspeitas? Pelo ‘exagerado otimismo’ de Marlon Jacinto Reis, o protagonista desse script. A gestação da Lei da Ficha Limpa se confunde com sua história. Na década de 90 o rapaz mulato, pobre, sem raízes nas esferas judiciais tinha tudo para virar um peão. Com espírito revolucionário, estudou e conquistou sua toga por mérito. Forjou na cabeça que não seria impossível neste século 21 quebrar resistências ao debate que acabou por aperfeiçoar a Lei de Inelegibilidades (1990). Seria sim muito difícil, e foi.

Nascido em Pedro Afonso (TO), filho de advogado bancário e uma dona de casa, Marlon Reis rodou o Brasil com os pais até se estabilizar no Maranhão em sua juventude, na década de 80. Aluno de escola pública, foi feirante quatro anos na capital São Luís vendendo melancias. Se hoje reconhece uma boa fruta pelo tom da casca verde, como diz, foi com a expertise de feirante que aprendeu a ter olhar malicioso para reconhecer um mau político pelo comportamento na banca. O mercado agora é outro.

Antes disso, a ingenuidade de estudante sonhador – e até na fase de juiz iniciante – o derrubou muitas vezes. Aos 18 anos na escola, mergulhou nas obras de Karl Max e liderou movimento estudantil. Depois peitou professor, ganhou antipatia do corpo docente na faculdade de Direito da UFMA. Fora dali, funcionário da Cervejaria Equatorial, fazia de um hobby um ganha-pão, literalmente, junto a goles de cerveja – tornou-se um boêmio tocador de violão num bar do ponto final do ônibus rumo de casa, na Forquilha. “Estudava de manhã e trabalhava à tarde e à noite. Fiquei reprovado um semestre inteiro”. A fase leninista-marxista durou pouco.

“Eu rompi tinha 20 anos de idade. Desde então nunca mais me aproximei de nada disso. Foi uma fase. Aprendi militância e ação coletiva. Não há arrependimento nenhum. Isso me propiciou três anos de crescimento intelectual, como por exemplo a tolerância para debater com alguém que tenha ideias opostas”, lembra.

Solta a frase num misto de experiência e ansiedade, para complementar como se numa sentença: “Aprendi muito o que era democracia”. Descobriu o mundo dos togados, que lhe revelou a cobiça, inveja, rasteiras mas também amizades e ajudas essenciais para sua biografia. Graduado, enfim trocou a cervejaria pela advocacia. Atuou por um centro de defesa dos direitos da criança. Pegou causas de indenizações “contra injustiçados”.  E na primeira, maior e mais visível de suas ações, no espírito do otimismo exacerbado que ele mesmo define, perdeu feio a defesa de uma jovem negra acusada de roubo pela direção de um shopping. Havia todas as provas de que era inocente. “Você vai perder porque a causa interessa a pessoas influentes”, revelou a ele um juiz à época. Eram meados dos anos 80, a capital São Luís crescia, o mercado em polvorosa com a chegada de grandes construtoras e centros comerciais, e não seria diferente ali: magistrados, políticos, empresários, todos se conheciam e se ajudavam.

Salto

Nesse ínterim, Marlon tornou-se assessor do Tribunal de Justiça do Maranhão, convidado por um juiz que o acompanhou na polêmica ação e gostara do texto de sua petição. Deixou a causa para amigos. “Nunca fui de guardar mágoa, mas nunca fui de puxar saco de ninguém”, adianta. Como nada sai barato na vida, foi acusado por um movimento negro de se vender. Ele não desistiu e acompanhou de perto o caso. “Anos depois o TJ reformou a sentença e foram pagos R$ 50 mil”, à vítima, explica.

Como assistente de magistrado, ganhou na loteria. Seu primeiro salário, de R$ 1,6 mil – uma fortuna para a época e na cidade -, o incentivou a estudar para o concurso. “Depois dobraram meu salário para R$ 3 mil. Minha vida era boêmia, mas nunca fui muito vaidoso. Eu tocava violão, estava sempre nas festinhas, gostava de música popular, compunha. Boa parte do meu dinheiro ia para isso”, se entrega. Dedicado nos estudos madrugada adentro, passou para cargo de juiz no Tocantins, mas desistiu da prova oral para tentar novo concurso no Maranhão, onde se estabelecera. O risco era total. Ganhou um presente de aniversário dia 10 de Dezembro de 1986: passara em terceiro lugar. E começou sua trajetória jurídica que o levaria a um encontro fortuito que mudaria sua vida, e a de muitos brasileiros.

Resistências e ameaças

O ano era de 1999. A Seleção Brasileira perdera a Copa, mas estava feliz. O presidente Fernando Henrique Cardoso se reelegera com folga e a economia ia bem, apesar dos primeiros sinais da crise internacional que respingaria por aqui. Naturalmente qualquer mandatário perguntaria o que mudar na legislação? Marlon e amigos promotores estavam insatisfeitos. Ressuscitou o espírito revolucionário da juventude, a ponto de bancar excursões pelo interior do Maranhão e Piauí, num trabalho voluntário nos fins de semana, de conscientização popular para barrar candidatos processados na Justiça. Ele não sabia, já iniciara a campanha da Ficha Limpa – muitas vezes sob a mira de olhares desconfiados e coldres escondidos. Os amigos subiam em carrocerias de caminhões, com caixa de som emprestada.

“Organizamos comícios, bairro por bairro, reunimos mais de 2 mil pessoas em praça, para pedir que denunciassem compra de votos”.

Ao passo que o povo adorava aquele novo tipo de comício – ninguém pedia voto ou prometia nada – o juiz comprou briga com boa parte dos tribunais dos dois estados. Os magistrados mais veteranos se enciumaram, mas também houve aqueles que o ameaçaram por serem ligados aos mandatários com processos. E volta aquela história: todos se conhecem.

“Por conta desse movimento fui vítima de uma grande incompreensão no Tribunal de Justiça”, revela Marlon. “Havia desembargadores que queriam que eu fosse afastado da magistratura, e diziam que minha atitude era política”.

Isso era pouco. Resistência e ciumeira há em qualquer profissão. Ironicamente passou a ser chamado de “Ovelhinha Negra” do TJ. “Chegou a haver um pedido de afastamento, mas a decisão não saiu. Respondi a muitos processos administrativos disciplinares. Nenhum deles tratava disso, mas tudo que acontecia comigo virava um processo. Eu era malvisto dentro da própria magistratura”. Isolado e decepcionado, já decidira deixar a carreira. Não fosse uma conversa com um bispo católico amigo, hoje talvez não teríamos a Ficha Limpa. Aconselhado a ficar, resistiu.

Mas as pancadas do malhete deixaram feridas. E a situação ganhou contornos preocupantes. “Eu não aguentava mais. Recebia ameaça de morte, telefonema com ‘olha, eu sei onde sua filha está’. Tudo que eu fazia se virava contra mim. Havia um juiz corregedor que amedrontava os juízes novatos, que quem se aproximasse de mim não seria vitaliciado, e recebia ameaças por conta do que isso causava a políticas partidárias”. Apoiou-se na família e nos amigos, com quem bebia para esquecer tudo.

Descobertas

Foi num desses encontros, em 2002, na pequena Santa Filomena, Sul do Piauí, que nasceu a ideia da Lei – muito além da Inelegibilidade – para enquadrar de fato políticos enrolados. Foi na mesa de boteco a primeira ata informal do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) – hoje são 330 comitês espalhados pelo país.

O MCCE cresceu, Marlon continuou a peregrinação por conta própria a cidades, e isso chamou a atenção da Igreja Católica. Um dia recebeu um telefonema, dom Dimas Barbosa, secretário-geral da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil o chamou. Encontraram-se numa festa Julhina, dom Dimas tocava um acordeão com jeito enquanto sussurrou para ele “precisamos conversar”, “vamos marcar”, “não, quem marca não faz nada”, “então vamos resolver agora” e assim seguiu o diálogo ao ritmo do arrasta-pé. A CNBB já preparava uma agenda política sobre inelegibilidade, as ideias se encontraram e a entidade apoiou o MCCE, as novas excursões de Marlon e equipe. Nascia a campanha para coleta de assinaturas para a Lei, e com aliado nacional de peso. Somaram-se depois dezenas de movimentos como a OAB e a grande imprensa, cruciais para a campanha.

O aniversário do juiz sempre foi marcante. No dia 10 de Dezembro de 2007 o MCCE iniciou para valer o projeto, que culminaria com a entrega do calhamaço com 1,3 milhão de assinaturas dia 29 de Setembro de 2009, no Congresso Nacional e com ampla repercussão. “Nosso maior objetivo sempre foi mobilizar as pessoas. Eu desafio qualquer outro movimento a demonstrar que fez um trabalho de base tão profundo quanto o nosso”, relata o juiz.

A campanha

A audácia do projeto trouxe desafios de igual tamanho.

Naqueles dois anos de coletas, foram centenas de viagens. Numa das primeiras cidades, em Barra (PI), o prefeito interpelado em praça pública no começo de 2008 pelo próprio Marlon se recusou a assinar a lista. Dois anos depois foi cercado pela Ficha Limpa. Aliás, ainda não havia o nome para a Lei, e sim apenas a “campanha pela vida pregressa proba dos candidatos a cargos políticos”. Numa dessas conversas para explicá-la, Marlon estava na rodoviária de Teresina à espera de um ônibus com uma freira, quando num lampejo ambos falaram em uníssono a expressão “Ficha Limpa”.

Houve muitas resistências Brasil adentro, nos rincões e nas capitais, o que nessas andanças fez o magistrado descobrir um coronelismo político desses novos tempos. No dia 4 de Junho de 2010, o então presidente Lula sancionou a Lei Complementar nº. 135. Evidentemente muitos partidos e políticos atingidos direta ou indiretamente chiaram por causa do impasse judicial quanto à aplicação em meio à campanha daquele ano – nenhuma lei pode retroagir e a interpretação era variada tribunais afora –, e só 16 de Fevereiro de 2012 a Lei da Ficha Limpa foi declarada constitucional pela maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Venceu a persistência. Pelo vaivém dos recursos , não se tem um número certo, mas fato é que a Lei barrou mais de 50 prefeitos eleitos no ano passado.

“Sou exageradamente otimista. Isso é uma coisa depõe contra mim. Qualquer pessoa normal deveria ter pensado umas quatro, cinco, dez vezes antes tocar um negócio desse tamanho”, ressalta, num tom de autoanálise. “Nunca me passou pela cabeça que não fosse dar certo. Depois da lei aprovada, gente que ajudou na campanha me procurou para falar que não acreditava”. E por fim desabafa, numa associação involuntária que lembra sua trajetória pessoal. “Nunca teve atalho nenhum, sempre foi da maneira mais difícil”.

Foram três horas de papo. Ele ficou com vontade de comer melancia.

Assista ao vídeo-depoimento em que fala das ameaças

 

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        Passo a passo

  • 18 de Maio de 1990 – Sancionada Lei Complementar nº 64, a Lei das Inelegibilidades
  • 29 de Setembro de 2009 – Entregue no Congresso o Projeto de Lei da Ficha Limpa.
  • 4 de Junho de 2010 – Presidente Lula sanciona a Lei Complementar nº 135/2010, a Lei da Ficha Limpa.
  • 16 de Fevereiro de 2012 – Maioria do plenário do STF declara a lei constitucional, sem retroatividade, respeitando a Carta.

PSDB busca financiadores para 2014
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Leandro Mazzini

O PSDB começou corrida por grandes financiadores de campanha para a disputa presidencial. Esse foi um dos assuntos da reunião do pré-candidato Aécio Neves com os economistas tucanos há poucos dias, no Rio. O senador quer logo apresentar aos empresários seu projeto. O PSDB teme perder o timing porque esconde um erro: No início de 2010, os executivos dos cinco maiores setores do país tentaram por dois meses reunião com José Serra, mas ele não se decidia. Então apoiaram o PT.

PODER PAULISTA. Outro risco para Aécio é uma pré-candidatura de Geraldo Alckmin. Ele comanda o estado-sede do PIB financiador.

NO PAPO. Em novembro, quando a coluna mencionou o cenário SP & Financiadores para o senador, ele riu amarelo e disse que tudo é questão de conversa.

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Contratos bilionários na Venezuela preocupam empresários brasileiros
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Leandro Mazzini

Os empresários brasileiros com negócios bilionários na Venezuela estão receosos sobre o cenário político-econômico, com o eventual fim da Era Chávez e novas eleições. Não por acaso, dois de três executivos que estiveram com a presidente Dilma no Palácio, na quinta, têm investimentos lá. Murilo Ferreira, da Vale, comanda a Cimentos Argos S.A, que fornece para o governo. Marcelo Odebrecht amplia o metrô de Caracas, e o grupo tem 8 mil colaboradores em seis setores, de óleo e gás a imobiliário.

CONCRETANDO. Em 2008, a Vale comprou por US$ 300 milhões a colombiana Argos, maior produtora latina de cimento com fortes ligações com a Venezuela.

TRILHO CHAVISTA. A Odebrecht não quis se manifestar. O grupo está no país desde 1992. Concluiu as linhas 3 e 4 e constrói mais 56 km de linhas do metrô na capital e cidades-pólo.

POR ORA. Quem passou também pelo Palácio foi o maior usineiro do país, Rubens Ometto, da Cosan. Segundo sua assessoria, que se saiba não há contratos dele no país hermano.

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Ministros Padilha e Barbosa curtem bar em Brasília
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Leandro Mazzini

Recesso é para os fracos. Enquanto Brasília tradicionalmente se “esvazia” em Janeiro, quando Judiciário e Parlamento – e até alguns ministros – param suas atividades, muitos tantos ficam na cidade a trabalho ou a passeio.

Nesta sexta-feira, 11, à noite, uma prova disso no BalcoNY bar, na Quadra 412 Sul. Badalado Jazz bar frequetado por jornalistas, lobistas, servidores federais e políticos etc, duas presenças marcaram o lugar.

Numa mesa ao fundo, o presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, estava acompanhado de quatro amigos – entre eles seu filho. Ficou no bar entre 20h e meia-noite. Só levantou-se para dar jeito na coluna, a qual trata, e para cumprimentar duas beldades que se disseram fãs.

Por volta das 23h chegou o ministro Alexandre Padilha, da Saúde, bem acompanhado. Ambos não se viram, que se saiba. E eram dois comuns entre os frequentadores.

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Braga, 100
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Leandro Mazzini

O grande cronista Rubem Braga faria hoje 100 anos e deixou bons e gostosos livros por aí.

E numa biblioteca do futuro, eis o acervo de qualquer escritor de hoje: o seu pen-drive.


Aéreas falidas devem R$ 900 milhões
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Leandro Mazzini

Não bastassem as altas tarifas – e surreais – das companhias, dados revelados à coluna dão combustível para a CPI das Aéreas, protocolada na Câmara. O governo sofre calote constante das empresas, e o problema aterrissa no bolso da União. Só Transbrasil (R$ 95,4 milhões), Varig (R$ 495,6 milhões) e Vasp (R$ 302,2 milhões) devem, juntas, R$ 893 milhões à Infraero, que sobe em milhões com valores corrigidos. São tarifas não pagas de serviços nos pátios. Não foi revelado quanto devem as empresas em operação.

WEBSEGREDO. Segundo a assessoria da Infraero, a Gol, que comprou a Webjet, pagou todas as dívidas com a estatal.

SERÁ? A Infraero informa que monitora diariamente as taxas de embarque cobradas dos passageiros pelas aéreas, que depois são repassadas à estatal.

NO SALDO. A estatal jura que as atuais companhias repassam em dia estas taxas de embarque, mas não explica por que esse crédito cai nas contas das empresas, e não da Infraero.

UTILIDADE. Muita gente culpa a Infraero. Mas atrasos no check-in e na devolução de bagagens, além de voos cancelados são de responsabilidade das companhias.

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Risco de apagão no Nordeste
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Leandro Mazzini

O país corre risco, sim, de racionamento de energia, em especial o Nordeste. No início da noite de terça, o governador Jaques Wagner (BA) ouviu de especialistas a confirmação do que alertara à presidente Dilma antes de ela voltar para Brasília. Os técnicos do Comitê Estadual para Ações de Convivência com a Seca disseram que não há previsão de muitas chuvas para este ano, num quadro excepcional no estado sede dos reservatórios de Sobradinho e Itaparica, e das cinco usinas de Paulo Afonso.

DESENCONTRO. Hermes Chipp, diretor do Operador Nacional do Sistema, omitiu isso. Na coletiva de ontem, disse que a região tem previsão de chuvas ‘na média ou abaixo da média’.

TORCIDA. O governo está ‘nas mãos de São Pedro’. É preciso chover muito no Triângulo Mineiro e na nascente do Rio São Francisco. Não há previsão.

MINISTRO. Gabriel Chalita deve voltar ministro de sua folga no Domingo. Dilma chamou ontem no fim do dia Marco Raupp, da Ciência e Tecnologia, para conversar. Um mistério.

CHOQUE EÓLICO. Vai ter curto-circuito. Sobre o caso do parque eólico parado na Bahia, o diretor de Engenharia da Chesf, José Aílton de Lima, disse no ‘Fantástico’ que a obra não andou porque faltou licença ambiental. Jaques Wagner chamou o secretário Eugênio Spengler no gabinete e descobriu que todas as licenças já haviam sido dadas.

DO SEU BOLSO. A Chesf terá de se explicar. Internamente ainda se discute não pagar a multa da ANEEL sobre o impasse. Pegou mal em Brasília o jeito soberbo da entrevista do diretor José Aílton à TV.

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Wagner e ACM Neto viram aliados
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Leandro Mazzini

Para quem apostou em briga, tiro n’água. Vai bem a relação política entre o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM). Ambos têm sido solícitos nos mútuos pedidos. A parceria é tamanha que o governador vai despejar mais dinheiro no Carnaval da Orla da capital que em outros anos, quando só apoiou com serviços básicos. Wagner também vai bancar a reforma do palacete da secretaria municipal de Educação, destruído por incêndio.

DUPLA. Wagner esteve no local do incêndio. O governador também bancou a festa de Réveillon na praia, tradicionalmente feita pela prefeitura, e a nova iluminação do Pelourinho.

TEMPO PERDIDO. A relação de Wagner e Neto de longe lembra a do saudoso ACM governador com a então prefeita Lídice da Mata. Ambos se detestavam e não se ajudaram.

PORTA ABERTA. Wagner prepara reforma no secretariado. O deputado e ex-ministro Afonso Florence deve assumir a Secretaria de Relações Institucionais. Cezar Lisboa será remanejado.

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