Coluna Esplanada

Acusado de pedofilia, dono de escola alega que menina é produto no mercado

Leandro Mazzini

É tão assustadora quanto o escândalo de pedofilia no Amazonas a petição da defesa do empresário Waldery Areosa na tentativa de habes corpus preventivo.

A peça é para a blindagem do empresário milionário, dono de escolas e faculdade em Manaus, acusado na esteira da Operação Estocolmo, deflagrada pelo Ministério Público do Estado, por abusar de duas menores de idade.

A defesa de Waldery lembra que ele é 'dono de uma das grandes fortunas de nosso estado', e chega a citar sua fragilidade física – 'já tendo atingido a idade sexagenária' – para em seguida emendar com uma situação constrangedora para o próprio cliente: Pela idade, é 'totalmente improvável imaginá-lo fazendo malabarismos dentro de uma caminhonete'..

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O texto ainda lembra frase de especialista em Código Penal e cita que as duas menores com as quais o empresário supostamente se relacionou são 'produto no mercado'.

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Com o deputado estadual Fausto Souza também acusado, a Assembleia Legislativa do Amazonas vai abrir CPI. A denúncia foi feita pelo Ministério Público na Operação Estocolmo.

A denúncia no Fantástico de domingo passado foi considerada branda pelas autoridades do MP e policiais. O crime envolvendo poderosos é muito mais abrangente.

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FALA, SENADORA 

A senadora Vanessa Graziotin (PCdoB-AM) avisou que não discursou sobre o escândalo na semana passada, mas tem protestado na tribuna e nas bases, pedindo justiça.

PÉ NO BARRO 

Na tentativa de crescer nas pesquisas, o vice de Cabral que assumiu o governo, Luiz Pezão (PMDB), criou slogan: 'Pezão na Estrada, no Asfalto e no Barro'.

PRESSÃO TOTAL

Os sindicatos pressionam o Poder Executivo para equiparar os benefícios de seus servidores com os do Judiciário e Legislativo. Os valores estão muito defasados. Dois exemplos: um auxílio-creche no Executivo é de R$ 94 (que não deduz do IR!), mas para o Judiciário é R$ 780. Os vales-refeições são de R$ 373 e R$ 1.100, respectivamente.

ABUSADO AIR 

O novo ministro do Desenvolvimento Econômico, Mauro Borges, usou um jatinho da FAB de 18 lugares para o voo Brasília-Vitória-Brasília na quinta, em companhia de apenas um assessor. Foi visitar a sede da Samarco Mineração. Voos comerciais para dois passageiros no dia sairiam por menos de R$ 3 mil para os cofres públicos.

CALMA, CASERNA!

De um alto oficial: a presidente Dilma e as forças armadas se toleram. Dilma mexeu no vespeiro ao criar a Comissão da Verdade, mas sem dar voz aos militares.

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Circula em fóruns restritos nas redes manifesto do vice-almirante da Marinha, Sérgio Aquino, titulado 'Maré Vermelha', que detona o PT e suas 'facções', fala em 'anestesia quase bovina' da população e risco de um comunismo.

MICO PARLAMENTAR 

A passagem da deputada venezuelana cassada María Corina na quarta, na Câmara, causou alvoroço entre opositores e simpatizantes do Chavizmo. Ela foi aplaudida pela oposição, mas a deputada Alice Portugal gritou um 'Viva, Chávez!' e levou uma sonora vaia.

DESANCOU

Numa reunião na Comissão de Relações Exteriores, María Corina traçou um cenário sócio-político-econômico da Venezuela e lamentou o silêncio da presidente Dilma sobre a crise no país vizinho. Ela encontrou canal aberto e volta em duas semanas para Brasília.

ÊPA, ÊPA 

O deputado Nelson Marchezan Jr (PSDB-RS) foi procurado por dois representantes do Itamaraty, na tentativa de demovê-lo do convite ao ex-embaixador Luiz Filipe Soares e ao Secretário-Geral do Itamaraty, Eduardo dos Santos, para falarem sobre o acordo que o Brasil chancelou durante a crise da Bolívia, em 2008, que pode dar dor de cabeça. É que o governo do Brasil é signatário e apoiador na Assembleia Constituinte de projetos que podem avalizar um terceiro mandato para Evo Morales. O embaixador Luiz Filipe é aposentado e atualmente é Secretário-Geral do Organismo para a Proscrição de Armas Nucleares na América Latina e no Caribe.