Coluna Esplanada

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Relator da comissão impeachment é padrinho de presidente da Conab
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Leandro Mazzini

O relator da comissão especial de impeachment, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), está numa situação difícil.

Atua como independente – até com viés de opositor ao Governo – mas mantém um apadrinhado firme nu cargo estratégico.

Jovair é padrinho de Lineu Olímpio de Souza, presidente da bilionária Conab, ligada ao Ministério da Agricultura. Ele teve aval do PMDB na indicação.

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Novo presidente da Conab vira o Papai Noel para sua cidade natal
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Leandro Mazzini

lineu
Mal tomou posse como presidente da Companhia Nacional de Abastecimento, a bilionária Conab, Lineu Olímpio tratou de mandar aos custos do órgão um presentão de Natal adiantado para sua cidade, onde já foi prefeito.

Os 4.850 beneficiários do Bolsa Família e de programas sociais do município de Jaraguá (45 mil habitantes) receberam 5 kg de feijão e 2 kg de leite em pó de primeira qualidade. A doação foi no dia 30 de novembro – 10 dias após a posse de Lineu no cargo.

Ele é apadrinhado do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) e tem pretensões políticas para 2018. A Conab é feudo do PTB e PMDB.

Em outubro, pouco antes da confirmação da promoção, a dupla Lineu-Jovair passou por gabinetes do Congresso Nacional para aval de caciques do PMDB. Entre eles, o do presidente do Senado, Renan Calheiros.

Segundo a assessoria da Conab, a “doação de produtos dos estoques governamentais para comunidades em situação de insegurança alimentar é feita sempre que demandada” pelas prefeituras. Avisou também que o programa é nacional.

A doação de feijão (45 mil T) começou em julho para oito Estados (inclusive o de Goiás), e o de leite em outubro, através do Pedido de Doação de Alimentos (PDA). Os prefeitos ficam encarregados da distribuição dos produtos.

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Presidentes dos Correios, Chesf, Conab e Infraero na guilhotina de Dilma
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Leandro Mazzini

Dilma cumprimenta Lages, antes da malsucedida reunião entre eles. Foto: UOL

Dilma cumprimenta Lages, antes da malsucedida reunião entre eles. Foto: UOL

Um episódio no gabinete presidencial há exatos sete dias revelou que cargos de direção de pelo menos quatro poderosas estatais estão na mira de Dilma Rousseff – e a guilhotina preparada para seus titulares.

Na última quinta-feira (16), depois da posse de Henrique Alves no Ministério do Turismo, a presidente Dilma aproveitou a ausência do presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), e chamou ao seu gabinete Vinícius Lages, apadrinhado do senador que passou a vaga, a contragosto dele.

Dilma pediu a Lages que escolhesse a presidência dos Correios, Conab, Chesf ou Infraero – irrecusáveis para dez entre dez políticos. ‘Fica que em dez dias eu convenço o Renan’, disse a presidente. Lages declinou das propostas, sorriu e deixou o gabinete.

Lages contou o caso logo depois da reunião para Renan, que ficou enfurecido, mas agradeceu a fidelidade do apadrinhado – e o nomeou para chefe de gabinete no Senado. O episódio serviu para piorar a relação entre Dilma e Renan que já estava ruim (daí a ausência dele na posse de Alves no Planalto).

Ao declinar, o ex-ministro do Turismo explicou para a presidente que tem compromisso com Renan, nada pode decidir sem ele, e que é a favor da redução de ministérios.


Fiscalização da CGU provoca corre-corre em cidade de Goiás
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Leandro Mazzini

Vista parcial da pequena Jaraguá: pólo de confecção de jeans no interior goiano. Foto: divulgação

Vista parcial da pequena Jaraguá: pólo de confecção de jeans no interior goiano. Foto: divulgação

Esta operação já é chamada entre gabinetes de Brasília de  Conexão Conab-Jaraguá.

Apadrinhado do deputado Jovair Arantes, líder do PTB na Câmara, o ex-prefeito de Jaraguá (GO) Lineu Olímpio atualmente é diretor financeiro da poderosa Conab, reduto do PTB e do PMDB – que convivem numa discreta autofagia no bilionário celeiro. Mas de súbito as atenções do diretor se voltaram para a terra natal.

Profissionais experientes, os técnicos da Controladoria-Geral da União (CGU) se fizeram de bobos mas estão de olho no ex-prefeito de Jaraguá (GO) Lineu Olímpio (2006-2012). Mês passado ele enviou ao município o seu principal assessor, Marcos Divino, dias antes de a CGU fazer a fiscalização nas contas da prefeitura, escolhida pelo tradicional sorteio.

Divino ficou uma semana nas dependências da prefeitura em companhia de servidores e do atual prefeito, Ival Avelar (PTB), aliado de Lineu.

A CGU fez uma devassa nas contas de 10 anos para cá, e vai divulgar o resultado, em especial sobre o Centro Poliesportivo e a Passarela Lago da Moda, construídos na gestão de Lineu, e também sobre algumas obras da atual gestão e as contas da Educação e Saúde.

 


Por R$ 1 bi, apadrinhado político destitui conselho de fundo da Conab
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Leandro Mazzini

Atualização Segunda, 24, 10h09: Num ato surpresa na última sexta-feira, o presidente do Conselho do Cibrius, Luciano Padrão – recém-empossado – conseguiu apoio para destituir os diretores da parte do conselho eleito com o objetivo de empossar membros de seu grupo.  O Cibrius é o fundo de pensão dos servidores da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), e o enredo não envolve apenas uma troca administrativa. O script tem apadrinhamento político, manobras e o mote: um iminente aporte de até R$ 1 bilhão do Tesouro.

O conselho do Cibrius é um órgão independente da Companhia, composto por seis membros – três eleitos pelos funcionários, e três indicados pela presidência da Conab. Há anos vem sofrendo com um déficit por conta do alto número de aposentados e o baixo de beneficiários – e negocia com a Secretaria de Previdência Complementar, desde o fim do governo de Fernando Henrique, um aporte do Tesouro Nacional para evitar um rombo em 2016. Agora, o Tesouro indicou que o depósito sairá. Algo entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão.

É este montante que arregalou os olhos dos conselheiros e, em especial, dos padrinhos políticos – sobre quem pesam as suspeitas das articulações nos bastidores para a mudança do Conselho. Administrar o fundo, com saldo hoje perto de R$ 900 milhões, e que pode dobrar, é também ter domínio sobre aplicações do dinheiro que lhe garantam rendimentos e direcionamentos para investimentos em outras áreas, como acontece com fundos previdenciários estatais. E só o Conselho pode decidir isso.

A manobra de Luciano Padrão contaria com o apoio de um poderoso grupo de políticos, desde o presidente da Conab, Rubens Santos (padrinho de sua indicação), passando pelos deputados Jovair Arantes (GO) – líder do PTB e o padrinho de Santos na presidência – e Eduardo Cunha (RJ), líder do PMDB. Na reunião, Luciano falou também em nome do ministro da Agricultura, Antônio Andrade.

Procurado pela Coluna, Cunha diz que não conhece Luciano. “Nunca ouvi falar dele, nunca vi tão gordo”. O líder reconhece que ajudou Jovair a apadrinhar apenas o atual diretor financeiro da Conab, Lineu Olímpio, egresso do PTB de Goiânia, ligado a Jovair e a Roberto Jefferson (que será preso nesta segunda-feira, condenado na AP 470 no STF). Jovair e Luciano não foram localizados pela Coluna. A assessoria de Jefferson ligou para a Coluna nesta segunda, 24, e informou que ele não apadrinhou ninguém no governo a não ser Benito Gama, hoje vice-presidente do BB.

Mas o presidente da Conab, Rubens Santos, abre o jogo. Se diz surpreso. “Ele (Luciano Padrão) me procurou há duas semanas e contou que teria de fazer mudanças, mas não explicou o que era. Na sexta à tarde recebi uma ligação, enquanto a reunião do Conselho ocorria, e fui informado”. Segundo Rubens, no mesmo momento ele ligou para Luciano e pediu que suspendesse sua decisão. Relatou que o mesmo fez a chefia de gabinete do Ministério da Agricultura.

“Luciano disse que era preciso fazer mudanças porque ‘as coisas’ não andavam. O Conselho é independente, não sou contra mudar, mas tudo deve ser discutido melhor”, explica o presidente da Conab.

Pois à revelia do presidente da companhia e do ministro da Agricultura, a ata do Conselho registrou a destituição dos três conselheiros eleitos pelos servidores, com mandatos. São eles: Rachid Mamede Filho, Fabrício Pereira Garcia e José Carlos Grangeiro.  Luciano Padrão quer nomear para as vagas três aliados próximos seus, entre eles Alberto Nogueira Araújo, ex-assistente da Superintendência de Administração da Conab, e José Portugal. Todos ligados ao quadro de servidores, mas afinados com seu projeto de poder.

Esse novo trio se uniria ao grupo recém-nomeado pelo presidente da Conab, os três da conta de indicações: o próprio Luciano Padrão, presidente do Conselho; Eurípedes Malaquias (egresso de Goiás) e Alfredo Colli (de SP) – este votou contra as mudanças, mas foi vencido.

Todos seriam oficializados na própria Sexta. Seriam, porque diante da repercussão entre servidores, tanto o presidente da Conab quanto o ministro Antônio Andrade ordenaram suspender o ato. E nesta segunda, Luciano Padrão será chamado ao Ministério para dar explicações. Antes dele, os três conselheiros eleitos que levaram a rasteira também serão recebidos, para detalhar o episódio.

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Conab recua e mantém superintendências com PTB
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Leandro Mazzini

O Conselho de Administração da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) barrou ontem o esvaziamento da Diretoria Financeira, sob controle do PTB, em prol da Diretoria de Administração, nas mãos do PMDB. É mais um capítulo da autofagia por cargos entre as legendas que dominam a estatal.

Segundo a assessoria, o Conselho “solicitou aos dirigentes da empresa um estudo sobre as mudanças necessárias na estrutura organizacional”, e determinou que “Qualquer alteração no organograma da Conab só será analisada pelo Conselho após a conclusão do referido estudo”.

A pendenga começou com a saída de João Carlos Bona Garcia – da cota pessoal da presidente Dilma – da Diretoria Financeira (DIAF), onde assumiu o indicado pela bancada do PTB de Goiás e Brasília, o engenheiro e ex-prefeito de uma cidade goiana Lineu Olímpio.

Mas numa manobra da direção, o diretor Rogério Abdala, que assumiu interinamente a presidência por uma semana no fim do ano, esvaziou a DIAF.

Na manobra do organograma, o PMDB capturou das mãos do PTB a Superintendência de Fiscalização de Estoques (SUFIS) e a Superintendência de Administração (SUPAD). Elas passam da DIAF para a Diretoria de Gestão de Pessoas (DIGEP), sob controle do pemedebista Abdala.

A gritaria do PTB, no entanto, foi grande. Principalmente entre o padrinho do novo diretor, o deputado federal Jovair Arantes (PTB-GO).

A SUFIS é responsável pelo controle de toda a produção comprada e armazenada pela Conab, em armazéns de todo o país. A SUPAD detém a negociação e a tutela dos contratos bilionários do seguro desses alimentos.


PMDB depena diretoria de indicado do PTB na Conab
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Leandro Mazzini

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Lineu, o novo diretor da Conab, entre os aliados Roberto Jefferson, ex-presidente do PTB, e o deputado Jovair (D). Foto: Site do parlamentar

Mais sobre a autofagia na colheita (de cargos) na poderosa Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), um braço bilionário do Ministério da Agricultura, loteada para PMDB, PTB e PT.

Com a saída de João Carlos Bona Garcia – da cota pessoal da presidente Dilma – da Diretoria Financeira (DIAF), assume o indicado pela bancada do PTB de Goiás e Brasília, o engenheiro Lineu Olímpio.

Mas numa manobra da direção, o diretor Rogério Abdala, que assumiu interinamente a presidência por uma semana no fim do ano, angariou apoio do Conselho Administrativo da estatal e esvaziou a DIAF. Em suma, Lineu – nomeado dia 19 de Dezembro mas empossado agora – estreia como uma rainha da Inglaterra, o cargo sem poder.

Na manobra do organograma, o PMDB capturou das mãos do PTB a Superintendência de Fiscalização de Estoques (SUFIS) e a Superintendência de Administração (SUPAD). Elas passam da DIAF para a Diretoria de Gestão de Pessoas (DIGEP), sob controle do pemedebista Abdala.

Tudo vai ser oficializado amanhã, com aval do ministro da Agricultura, Antônio Andrade. Procurada, a assessoria da Conab informou que a transferência de superintendências “trata-se de uma proposta do presidente do Conselho de Administração da Companhia, Gerardo Fontelles, secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)”.

Os maiores padrinhos do novo diretor, o deputado federal Jovair Arantes (PTB-GO) e o senador Gim Argello (PTB-DF), ficaram descampados na lavoura política. As duas superintendências que permaneceriam no bojo petebista estão entre as mais importantes da estatal.

A SUFIS é responsável pelo controle de toda a produção comprada e armazenada pela Conab, em armazéns de todo o país. A SUPAD detém a negociação e a tutela dos contratos bilionários do seguro desses alimentos.

Bona Garcia, que deixou a diretoria, estava há meses pedindo para sair. Mal aparecia na Conab. Foi a presidente quem o segurou. Eles são amigos de longa data, de militância de guerrilha durante a ditadura. Lineu Olímpio, que estreia no cargo, é ex-prefeito de uma pequena cidade goiana.


Com Randolfe, prioridade do PSOL é reforçar bancada federal em 2014
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Leandro Mazzini

Atualizada Quarta, 12h05 – Com o senador Randolfe Rodrigues (AP) confirmado pré-candidato à Presidência da República, o PSOL esboça a mola propulsora do partido a partir do Rio de Janeiro, diz o novo presidente, Luiz Araújo.

A executiva não convenceu Marcelo Freixo a se candidatar a deputado federal, e o estadual tentará a reeleição. A prioridade da legenda é fazer uma bancada forte na Câmara dos Deputados, hoje com três parlamentares.

‘Chico Alencar se reelege e pode trazer mais gente. E Jean Wyllys já tem votos para se eleger sozinho’, prevê Araújo, sobre o poder do puxador de votos na proporcionalidade. Foi a votação excepcional de Alencar no Estado fluminense que elegeu o ex-BBB a reboque, que obtivera apenas 13 mil votos.

‘Temos chances em cinco ou seis Estados’, diz Araújo, sobre candidatos em potencial do PSOL para a Câmara.

Maior nome do PSOL no Rio, Marcelo Freixo não tira um projeto da cabeça: quer reforçar militância para disputar a prefeitura em 2016.

Já a fundadora do partido, Heloísa Helena submergiu na cena política. Em Alagoas, ela quer disputar o Senado, contam aliados locais, mas terá páreo duro com Téo Vilela (PSDB), o governador candidato à Casa Alta.

E Plínio de Arruda Sampaio, que incendiou a campanha em 2010 com sua verve crítica, fechou com Randolfe.

No Congresso do partido realizado há uma semana, o PSOL decidiu que não haverá prévia para escolher o candidato, e o senador Randolfe foi aclamado.

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MEL NA BOCA 

Circula no Ministério da Agricultura uma carta assinada pelo líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RS), e pelo líder do PTB, Jovair Arantes (GO), pedindo a nomeação de Rubinaldo Lameira para a Diretoria de Açúcar e Álcool, ligada ao setor usineiro. Provavelmente o trio entende tudo de melado.

QUARTETO  

A briga entre os quatro diretores da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é tão grande que eles mal se falam. No encontro do departamento de RH há semanas, cada um foi num carro, e em horário diferente, para não se verem.

REI DOS LOTES 

Não são só deputados distritais que escancaram títulos de terras nas satélites de Brasília, legislando em causa própria para legalizar loteamentos. O MP há meses está de olho num parlamentar brasiliense com terras aqui e em Luiz Eduardo Magalhães (BA).

ENTÃO TÁ 

O deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) recuou na emenda apresentada numa MP para desonerar de II e IPI material de Golf. Ele diz que foi pressionado por aliado.

BRASIIILLL  

O TJ do Piauí julga hoje ação popular contra nomeação como conselheira do TCE da primeira-dama do Estado, Lílian Martins, esposa do governador Wilson (PSB). Isso mesmo, no Piauí a patroa ‘fiscaliza’ os gastos do marido.

ATRASO & MISERICÓRDIA 

O presidente francês François Hollande desistiu de inaugurar a ponte Saint Georges (Guiana Francesa) – Oiapoque (AP) por pena do Brasil – que há 30 meses atrasa obras de alfândega por incompetência. O lado de cá não ficou pronto. Seria dia 12.

VÃO-SE OS ANÉIS..

Quem não se lembra de Oscar Jucá Neto, diretor financeiro demitido da Conab, que tentou liberar R$ 8 milhões para empresa fantasma e saiu metralhando que ali ‘só tem bandido?’. Pois uma dupla que usou a senha administrativa para liberação continua solta, livre e leve pelos corredores da companhia.

TE CUIDA, PADILHA 

Militantes da bancada cristã vão levar hoje cartazes ‘Padilha, SP está de olho em você!’. O ministro da Saúde, pré-candidato ao Governo, prestigia seminário na Câmara com presença de palestrantes ‘abortistas’, diz a turma do Instituto Pró-Vida.

ABAFA! 

Olha a situação. Gustavo Perrella, filho do senador e dono do helicóptero com flagrante de cocaína, é do Solidariedade. O líder de seu partido na Câmara é o delegado federal Francischini, que se gaba de já ter prendido ‘os megatraficantes Abadia e Beira Mar”. A PF no Espírito Santo pretende divulgar em 30 dias conclusão do inquérito sobre se há ou não participação dos Perrella no carregamento da droga. A família acusa o piloto.

O NOIVO 

A senadora Ana Amélia é candidata certa ao governo gaúcho contra Tarso Genro. Ambos disputam o PMDB, o noivo da vez, que indicará Germano Rigotto ao Senado.


Na mira da CGU e PF, Conab vira um celeiro em chamas
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Leandro Mazzini

A Conab, alvo de operação da PF e sindicância da CGU, está prestes a ser alvo de outra incursão policial.

Com pente fino nas diretorias de Políticas Agrícolas e Financeira, o foco agora é o PEP – Prêmio para Escoamento de Produto, para aquisição de alimentos.

Não intimidados, enquanto isso PT, PMDB e PTB disputam a diretoria financeira, cargo de João Bona (PMDB). O senador Gim Argello quer emplacar Lineu Olímpio, de Goiás. Mas o PMDB apelou ao presidente da Câmara, Henrique Alves, para apadrinhar o atual procurador do órgão, Daniel Odon, pela cota do partido.

Bona Garcia é um ex-colega de cela de Dilma na ditadura, apadrinhado por ela e pelo ex-ministro da Agricultura Mendes Ribeiro. Aparece na Conab uma vez por semana.

A briga é esta: o presidente Rubens Santos (PTB) e o diretor Silvio Porto (PT), contra dois diretores do PMDB: Marcelo Melo e Rogério Abdala. Bona é indiferente.

O presidente da Conab é apadrinhado pelo líder do PTB, deputado Jovair Arantes, também de Goiás. A CGU passa a peneira no órgão e já encontrou irregularidades.

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GDF (em)PRESTANDO (a) CONTAS

Abandonado por partidos aliados, em baixa com a população, a situação do governador Agnello Queiroz (PT) é tão desesperadora no DF que ele abriu o cofre para tentar calar a mídia. Nomeou André Duda como operador e secretário de Comunicação. Querido das agências publicitárias desde a gestão Roriz – são elas quem nomeiam para o cargo – Duda reservou páginas de jornais e grandes espaços nas TVs, e comprou o silêncio de blogueiros e colunistas, com o ‘GDF prestando contas’. Nada mais que um cala-boca. A coluna procurou Duda ontem, sem retorno.

ASS(f)ALTO NOVO

Outro grande problema para Agnelo é o Asfalto Novo, chamado nas ruas de Ass(f)alto Novo: recapeamento desnecessário de pistas, para ajudar empreiteiras amigas.

AGONIA 

Agnelo agoniza eleitoralmente. As pesquisas contratadas por partidos alternam os líderes, mas uma coisa não muda: em todas elas, a alta rejeição ao petista.

OS SEM-LEI

A comando do Pastor Feliciano, contra os GLBT, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara também rejeitou, em parecer do Pastor Eurico, o PL 6297 /05, do ex-deputado Maurício Rands (PT-PE). É o que cria lei de pensão a parceiro homossexual de servidor federal. Hoje, só uma resolução do INSS prevê isso, avalizado pelo STF.  Ativistas GLBT prometem reocupar sala da Comissão de Feliciano depois do rolo compressor de Quarta passada. Vários projetos de direitos homossexuais foram arquivados. Vai cair na CCJ o projeto de decreto legislativo 871/13, de Arolde Oliveira (PSD-RJ), que susta a resolução 175 do CNJ, a que autoriza cartórios a oficializarem união homossexual. A CCJ tem perfil mais simpatizante dos movimentos gays.

DEPOIS DE DIRCEU 

Agora é a carteira da Ordem do condenado Roberto Jefferson na mira. O advogado gaúcho Wambert di Lorenzo entrou com pedido na OAB pelo cancelamento do registro.

MEMORIAL DO PODER

Antes bajuladores de José Dirceu, os ministros Gleisi Hoffmann, Paulo Bernardo, Gilberto Carvalho e o vice-presidente da Câmara André Vargas se recusaram a assinar carta de apoio ao detento. Dirceu está magoado, descobriu que tem aliados de ocasião. O caso de Dirceu remete à amargura da perda de Poder. Foi o que sentiu Fernando Collor tão logo renunciou. Após decolar do Planalto, ainda presidente, pediu ao piloto do helicóptero que sobrevoasse uma escola que construía. O piloto se recusou.

MAY DAY!

A coisa é tão séria para o senador Zezé Perrella (PDT-MG) que ele ligou de pronto Domingo para Antonio Carlos Castro, o famoso advogado Kakay. É um mistério que só a PF sabe a apreensão de 450kg de cocaína num helicóptero de Perrela no ES.

MOTOSSERRA POLÍTICA

Em prol do ‘progresso’, a prefeitura do Recife derrubou 12 árvores exóticas e macaíbas decanas numa via no Centro da cidade, para abrir caminho para o BRT da Copa. A população se revoltou. Segundo a assessoria, não havia outra opção. Numa praça no local, o ex-prefeito João da Costa plantou em 2011 macaíbas numa revitalização que custou R$ 320 mil, cuja obra também abrangeu o local das derrubadas.

PONTO FINAL

Protesto de cidadão em Caracas, com cartaz: ‘Estes castro-chavistas falam como Marx, governam como Stalin e vivem como Rockfeller’.


Senador do PTB e presidente da Câmara disputam diretoria da Conab
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Leandro Mazzini

dupla

Gim quer emplacar um ex-prefeito goiano na diretoria financeira. Mas PMDB apelou a Henrique Alves por procurador da Conab. Fotos ABr

Os três partidos que dominam a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), um braço bilionário do Ministério da Agricultura, protagonizam uma disputa que remete a uma autofagia na colheita (de cargos). O alvo é a Diretoria Financeira, hoje nas mãos do PMDB.

A Conab atualmente sofre auditorias da Controladoria Geral da União (CGU), e em Setembro foi alvo de operação da Polícia Federal após indícios de fraudes em programas e contratos. A peneira da CGU e da PF passa pela Secretaria de Políticas Agrícolas, sob tutela do PT, com Sílvio Porto, e a Diretoria Financeira, comandada por João Carlos Bona Garcia.

Mas nem isso intimidou a saciedade dos partidos, e de certa forma até abriu caminho para essa disputa suprapartidária.

A briga envolve figuras de peso do Congresso Nacional. O líder do PTB, senador Gim Argello (DF), saiu na frente e pode emplacar Lineu Olímpio na diretoria Financeira. Ele é um ex-prefeito de Jaraguá (GO). O seu nome já chegou à Casa Civil e estaria tudo certo para sua nomeação.

Mas o grupo de Gim enfrenta o de Henrique Alves (PMDB-RN). O presidente da Câmara dos Deputados almeja no mesmo cargo o procurador-geral da Conab, Daniel Odon. Ele também tem padrinhos fortes no órgão. Foram a Henrique pedir por Odon o diretor de Pessoal, Rogério Abdala, e o diretor de Operações e Abastecimento, Marcelo Melo – ambos da cota do PMDB na companhia.

A situação só não avançou ainda porque o atual diretor financeiro, Bona, tem madrinha forte. Ninguém menos que a presidente Dilma Rousseff. Ele é ex-colega de cela de Dilma no período da ditadura, e foi posto no cargo avalizado pelo ex-ministro da Agricultura Mendes Ribeiro – muito benquisto por Dilma.

Planta do celeiro

Hoje a Conab é comandada por Rubens Santos, um técnico de carreira da Caixa apadrinhado pelo PTB de Goiás, em especial pelo líder do partido na Câmara, Jovair Arantes. Com a indicação de Lineu Olímpio por Gim Argello, o PTB tenta expandir seu domínio pelo órgão, agora através da bancada no Senado.

PT e PMDB dividem as diretorias: Rogério Abdala (Pessoal), Bona (Financeiro) e Marcelo Melo (Operações) são da cota pemedebista. E o PT do Sul mantém Sílvio Porto na Políticas Agrícolas.

Porto foi indiciado pela PF numa operação de Setembro, por indícios de fraudes nos contratos de sua diretoria no Sul do País. Embora acuado, ele tem apoio dos funcionários. A PF pediu sua prisão por duas vezes, mas a Justiça não concedeu, porque o MPF não teria encontrado provas de sua participação.

Já a disputa pela diretoria financeira é tão grande que as bancadas na Câmara se envolveram diretamente, numa onda de acusações pessoais e profissionais veladas a fim de queimar um ou outro diretor. A polícia já descobriu que um diretor tem abastecido com informações truncadas um colunista de Brasília na tentativa de derrubar um colega.

As brigas entre os diretores são tão latentes que já vieram à tona aos olhos dos parlamentares. Além da disputa pela diretoria financeira, motivadas também por ajustes internos. O presidente Rubens Santos, com apoio de Sílvio Porto (Políticas Agrícolas), tirou da aba da diretoria de Operações o setor de Fiscalização do estoque público e passou para a diretoria financeira. Por lógica administrativa e isenção, segundo relataram a aliados: não se podia deixar a fiscalização por quem fazia a operação.

Lupa

Enquanto isso, os auditores da CGU continuam a varrer o celeiro, desde Agosto, quando aportaram ali para passar a lupa nos contratos e programas. Conforme a Coluna revelou semana passada, a cúpula da Controladoria fez uma reunião com a direção da Conab no fim de Outubro e alertou que o rombo pode ser mais de R$ 200 milhões.

Para evitar desgastes na imagem da companhia, a CGU e a Conab evitam polêmica e informam que há uma parceria entre os dois órgãos para ajustes e melhoramentos nos programas e licitações.

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