Coluna Esplanada

Arquivo : Eletronorte

Setor elétrico é o próximo alvo da Justiça
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Leandro Mazzini

Vem curto-circuito aí. O setor elétrico é o próximo alvo da Justiça e do Ministério Público Federal. Depois de cercadas pela Operação Lava Jato, grandes empreiteiras do País devem sofrer nova devassa em operações policiais.

Documentos já apreendidos pela Polícia Federal em abril, na Operação Choque, indicariam fortes indícios de superfaturamentos em contratos suspeitos na construção de usinas hidrelétricas, e o mesmo modus operandi descoberto na Petrobras: repasse de dinheiro para caixa 2 e até doações oficiais para candidatos na campanha de 2010 e 2014.

As investigações concentram-se em contratos da Eletrobrás e das subsidiárias no Norte e Nordeste. As investigações abrangem os últimos dez anos.

Para constar, neste período, os últimos ministros do setor elétrico no Governo foram Dilma Rousseff, Silas Rondeau, Edison Lobão.


Chineses pressionam Dilma para driblar lei nas linhas de Belo Monte
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Leandro Mazzini

A usina de Belo Monte, no Pará, deve inaugurar as três primeiras turbinas daqui um ano, de acordo com as previsões oficiais, mas outra obra do PAC tão importante está emperrada: as linhas de transmissão do Norte para o Sudeste.

Sem as linhas não adianta a usina gerar energia. O consórcio vencedor do leilão das linhas, liderado pela estatal chinesa State Grid Brazil Holding (com Eletronorte e Furnas), não ergueu um poste ainda no trajeto.

Nos bastidores, os chineses pressionam o governo a burlar a lei e contratar operários em regime de Pessoa Jurídica, e não por CLT. E o pior: agora exigem que dois terços dos operários sejam chineses.

A presidente soube da pressão no meio da campanha eleitoral, e escalou Adhemar Palocci, irmão do ex-ministro da Casa Civil, para negociar com os chineses. Palocci 2 é diretor de Planejamento da Eletronorte.

Os chineses são majoritários no consórcio (51%), com Furnas e Eletronorte sócias – 24,5% para cada.

PORTUGUÊS COM MANDARIM

Palocci 2 foi encarregado pela presidente Dilma de convencer os chineses de que não haverá ‘trabalho escravo’ no Brasil – ou seja, um eufemismo para evitar contratos com trabalhadores via PJ (Pessoa Jurídica) – ainda por cima de chineses, o que tiraria mão de obra local.

O governo tenta convencer os chineses de que a legislação brasileira exige a aplicação da CLT em todas Sociedades de Propósitos Específicos(SPE), como no caso dessa obra.

Já os executivos asiáticos, em conversas com o governo, querem fazer do seu jeito – como em seu país – e alegam que aqui os custos trabalhistas seriam altíssimos, sem margem de lucro. Um detalhe: a obra envolverá nada menos que 12 mil empregos diretos.

O custo das linhas envolve compra e instalação de 28 transformadores e 25 mil quilômetros de fios e 4,5 mil torres que sustentam os cabos.

Por três dias a Coluna tentou resposta da assessoria da Eletronorte, que concentrou a demanda pelo consórcio, mas a empresa não se pronunciou. Nesta sexta à tarde, procurou por telefone Adhemar Palocci, no escritório, e não o encontrou.

SOBERANIA

Não é de hoje que os militares alertam o Planalto para a questão de soberania nacional sobre a produção e transmissão de energia. Ou seja, a transmissão de energia da futura usina de Belo Monte está nas mãos do governo da China.

As obras, orçadas em R$ 5 bilhões, deveriam ter iniciado em abril deste ano, a tempo de ligar Belo Monte às linhas da Chesf em 2 mil quilômetros, para futuramente abastecer o Sudeste.

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Barroso liga para líderes do Congresso e explica contrato
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Leandro Mazzini

O ministro do STF Luiz Roberto Barroso partiu para uma ofensiva discreta no Congresso Nacional em sua defesa.

Em meio à tensão do julgamento do Mensalão, preocupado com o vazamento da notícia de que seu antigo escritório ganhou contrato de R$ 2 milhões, sem licitação, para defender a Eletronorte, Barroso telefonou esta semana para os principais líderes no Congresso. Da base e oposição.

Para evitar qualquer ilação, o ministro se disse alheio ao contrato, e justificou competência de ex-sócia para a ação de arbitrariedade que envolve a estatal. Convenceu, segundo caciques.

As ligações foram sigilosas, mas um presidente de partido da oposição ao governo confirmou para a Coluna que conversou com Barroso.

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AVOADO

Da série ‘Tanta coisa importante na fila e..’ o deputado Amauri Teixeira (PT-BA) apresentou requerimento (427/13) para debater o ‘desaparecimento das abelhas’.

LÁ VEM O ALEMÃO

O novo presidente do COI, o alemão Thomas Bach, já mandou recado para o Comitê Rio 2016. Ele não gosta do poder centralizado ao prefeito Eduardo Paes.

CARA & CRACHÁ

A Polícia da Câmara vai investigar Tony Reis, líder GLBT que andou pela Casa na Quarta. Há suspeita de que usou crachá de servidor para acessos a áreas restritas.

A BELA E A FERA

A delegada Andréa Pinho, que coordenou a Operação Miquéias da PF ontem, é a mesma que investiga as denúncias de corrupção contra o ex-presidente Lula em inquérito criminal aberto pela PF. Considerada linha dura, está na corporação desde 2007 e atua na Delegacia de Crimes Financeiros e Combate à Corrupção. A denúncia foi da Procuradoria da República do DF, com base em depoimento de Marcos Valério, em que, segundo o publicitário, Lula sabia de todo o esquema do Mensalão. A delegada, agora, volta a priorizar o caso.

TIRO CERTO

Avaliação de congressistas suprapartidários: Eduardo Campos (PSB) acertou na escolha da candidatura ao Planalto. Não tem nada a perder. Ele se elege presidente, ou no mínimo ministro – de Dilma Rousseff, Aécio Neves ou Marina Silva.

SEXO E O PODER

Foi criada a Comissão Especial para o parecer ao PL 4211/12, que ‘regulamenta a atividade dos profissionais do sexo’, comemorou o líder do PT, José Guimarães.

PSB x PT

Candidato à presidência do PT, o deputado Paulo Teixeira (SP) teme o distanciamento de Eduardo Campos (PSB) do projeto eleitoral de 2014 e defende a reaproximação. ‘Há interesses do governo, da base, e não devemos esgotar as possibilidades’.  A despeito da futura candidatura de Campos à Presidência, Paulo Teixeira lembra que PT e PSB estão unidos em vários estados em chapas para 2014. ‘Vou conversar no partido e levar a situação para a presidente Dilma’.

CALMA, PASTOR!

Após mandar prender por atentado ao pudor – sem sucesso, claro – duas meninas que se beijaram em evento público no qual participou em São Sebastião (SP), o deputado pastor Feliciano passou o vídeo do beijo na Comissão de Direitos Humanos.

NOVA BRASÍLIA 

A pesquisa da Codeplan sobre Ceilândia, a primeira e maior satélite de Brasília, traz dados interessantes: 54,6% têm internet banda larga; 33% têm TV a cabo; 100% da cidade é asfaltada.

TÃO PERTO 

Tropa da Aduana Militar de Villa Zabaleta, bairro pobre de Buenos Aires, invadiu na Segunda a redação da revista La Garganta Poderosa e revistou a equipe sem ordem judicial, protesta a ONG Repórteres Sem Fronteira.

PONTO FINAL

Ferrari, Lamborghini, BMW e Jeep deram o título popular da Operação Miquéias da PF em Brasília: A Garagem Caiu.

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