Coluna Esplanada

Arquivo : mensalão

Em outdoors, filho de Dirceu se vangloria com ‘Veja’, criticada pelo pai
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Leandro Mazzini

Atacada pelo PT como mídia golpista, a meia boca ou escancaradamente em encontros de militantes, a revista VEJA ganhou destaque em outdoors de Umuarama (PR), maior reduto eleitoral do deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR), filho do ex-ministro José Dirceu, condenado pelo STF na Ação Penal 470, o Mensalão.

No outdoor, assinado por “amigos do Zeca”, aparece uma foto da capa da revista e de outro lado uma do parlamentar. A placa destaca . “A Veja divulgou, mas o povo de Umuarama já sabia. Zeca Dirceu 1º lugar no ranking da revista Veja como deputado federal mais atuante do Paraná”, revela o jornalista Fábio Campana em seu blog.

O blogueiro frisa algo curioso. Umuarama, uma das cidades-polo do interior, é reduto e morada também de Osmar Serraglio (PMDB-PR), então deputado relator da CPI dos Correios, que resultou na descoberta do chamado Mensalão.


Julgamento do Mensalão ganha as livrarias
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Leandro Mazzini

A guerra jurídica e política do julgamento da Ação Penal 470, o Mensalão, se estendeu às livrarias.

Após o lançamento do livro de Merval Pereira, Mensalão, o dia a dia do maior julgamento da história da política do Brasil (Record), a Geração Editorial mandou para as vitrines A outra História do Mensalão, do também jornalista Paulo Moreira Leite.

O livro de Merval é apresentado em sinopse como uma coletânea de artigos, na qual o autor vai “pintando um cenário do qual emergem grandes personagens, heróis ou vilões, tudo em prol da transparência e em benefício dos fatos”.

Já a obra de Moreira Leite aponta o julgamento como contraditório e político. Destaca a sinopse, no mesmo site de uma livraria: “As acusações, sustenta o autor, foram mais numerosas e mais audaciosas que as provas (…)  Independentemente do que possamos aceitar, nos limites da lei e de nossa moral, o fato é que, se crimes foram cometidos, os criminosos deveriam ter sido, sim, investigados, identificados, julgados e, se culpados, condenados na forma da lei. Que se repita: na forma da lei. É ler, refletir e julgar. Há dúvidas – infelizmente muitas – sobre se foi isso o que de fato aconteceu”.

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A “Pousada do Rural”
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Leandro Mazzini

Atualização, Terça, 15/01, 15h40:  Foi fechada temporariamente a Pousada Refúgio do Caracará, no Pantanal do Mato Grosso, que já foi de propriedade de Kátia Rabello, ex-diretora do Banco Rural condenada no Mensalão. No período administrda pela banqueira, a pousada era preferida de grandes executivos em busca de ecoturismo e pesca, a pousada tem script tão policial quanto a Ação Penal no Supremo. Há suspeita de que mensaleiros a frequentavam e ali o Rural lavou dinheiro. A Polícia Civil investiga falsificação do contrato social em 2009, que teria favorecido Kátia em detrimento da família Mamede, a primeira proprietária.

HISTÓRICO. Em ofício de 7 de julho de 2009 enviado à Justiça, Antonio Carlos Mamede revela que passou procurações para Kátia e executivos dela em 1999. Assim ela virou sócia.

A CRISE. Anos depois, tão logo soube do envolvimento do Rural com o Mensalão, Mamede destituiu Kátia e sócios do conselho do Hotel Rio Pixaim – que controla a pousada.

ENTRA E SAI. Desde 2009, a família Mamede está em guerra judicial com Kátia e o Rural, que ficaram com a pousada. Esse foi o motivo da recente operação da Polícia Civil. Em Abril de 2010, numa ação conciliatória, a Justiça devolveu a pousada ao Grupo Rural.

MAPA DO CRIME. A Refúgio do Caracará é tão exclusiva que era visitada até por banqueiros estrangeiros, que pousavam com seus aviões na pista de 1.100 metros aberta na mata. Fica em Poconé, a 114 km de Cuiabá. Os funcionários foram dispensados e reservas canceladas. Kátia tem que pagar multa de R$ 1,5 milhão à Justiça, ordenou o STF.

Atualização, Terça, 15/01, 15h40:  A assessoria do Hotéis Rio Alegre informou que, em 2012, demitiu dois funcionários e as vagas serão repostas. Apesar de os atuais empregados temerem o fechamento, o hotel alega que retoma as atividades em Fevereiro após recesso.

Atualização, Quinta, 31/01 , 11h07 – A Pousada Refúgio Ilha do Caracará, em Poconé (MT), continua de propriedade do Grupo Rural, após comprovar posse na Justiça em litígio com os ex-proprietários. Não houve fraude. Informa que o fechamento foi sazonal e reabre em Fevereiro.


Congresso atrasa novo Código e beneficia mensaleiros
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Leandro Mazzini

Os mensaleiros condenados pelo STF vão se beneficiar da demora da aprovação do novo Código de Processo Penal pela Câmara Federal e Senado. Um dos itens discutidos em tramitação no Senado é o limite de uma apresentação para o embargo, recurso usado pelos advogados de réus e condenados para atrasar a execução de sentença. Assim, o STF só poderá pedir a prisão imediata dos deputados após os embargos, que devem ser muitos e durar meses.

MULTA À VISTA. Advogados dos mensaleiros já preparam as ações aproveitando a lei generosa. Caberá a ministro que receber aplicar ou não multa milionária para frear os recursos.

EFEITO FUX. Para o Código de Processo Civil, a campanha pelo fim dos embargos protelatórios e maior celeridade da Justiça foi do então ministro do STJ Luiz Fux, agora membro do Supremo.

BLOQUEIO. Foi o ministro Fux quem comandou a comissão de notáveis juristas em busca da celeridade da Justiça, e entregou o projeto ao Congresso. Depois, pouco se fez.

 


PT tentou estancar mensalão
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Leandro Mazzini

Ao descobrir o rombo já em 2004, o PT tentou estancar o mensalão, mas era tarde. Um dos caixas era o Banco Popular (BP), braço do BB criado para as classes C e D e depois fechado. No primeiro ano, o banco já tinha gasto R$ 25 milhões em “publicidade” – contra apenas R$ 20 milhões em empréstimos concedidos.

MAIS TRÊS. Após o depoimento de Valério, revelado pel’O Estado de S.Paulo, o MP investiga a eventual participação de um trio. Os funcionários do BP eram cedidos pelo BB.

DO SEU, DO NOSSO. O BP foi aberto em 2003, no primeiro ano do governo Lula, e fechado em 2004, com R$ 144 milhões em prejuízo, absorvidos pelo BB.

GENEROSO. Um dos investigados pelo MP após delação de Valério, J.C.A. doou R$ 10 mil para a campanha de deputado federal do Ricardo Berzoini em 2006.

ELE AVISOU…Em 2004, quando o BP foi liquidado, o 2º vice-presidente de Varejo do BB, Milton dos Santos, soltou numa entrevista: “É o custo do aprendizado”.., sobre as perdas do banco.

Leia a íntegra da coluna nos jornais (ao lado)


Dirceu e os imperdoáveis
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Leandro Mazzini

Condenado pelo STF no processo do mensalão, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu está inconformado. Numa conversa recente com amigos, disse que não foi ele o chefe do esquema. Apontou três cabeças: dois ex-ministros do então presidente Lula – um integrante do núcleo palaciano e outro da Esplanada, hoje deputado – aliados a um conhecido advogado que desfilava de Jaguar por Brasília, dono de uma casa avaliada em R$ 10 milhões no Lago Sul. Nenhum deles foi condenado e Dirceu não os perdoa.

DESABAFO. José Dirceu tem dito que paga o pato pelo cargo importante que ocupava. Apesar do desabafo, vai acatar a decisão. E homem de partido, não pensa em delação premiada.

CONFISSÃO. Aos que ouviram o ex-todo poderoso, ficou notório que, ao apontar os cabeças, Dirceu confessou que conhece o esquema que sempre negou.

AEROVADÃO. A despeito de voar muito de carona no jatinho do ex-deputado Vadão Gomes, conforme revelamos, o petista condenado não pensa em fugir do país.