Idealizadores da Ficha Limpa vão percorrer país para elaborar projeto de reforma política
Leandro Mazzini
O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) – que idealizou a Lei Ficha Limpa – inicia nova luta. Desta vez, vai elaborar um projeto de iniciativa popular de reforma política. Mas, ao contrário do movimento partidário do Congresso Nacional, que resolve entre paredes os pontos a serem analisados, um grupo apartidário ligado a estas entidades começa a partir de hoje a percorrer o país para ouvir demandas locais e consolidar um documento de consenso.
A decisão foi tomada na tarde desta terça (23) em Brasília, em reunião do MCCE em parceria com a OAB nacional e promotores eleitorais. O juiz Marlon Reis (um dos idealizadores do Ficha Limpa), o coordenador das Promotorias Eleitorais de Minas, Edson Rezende Castro, e o representante da OAB Aldo Arantes vão percorrer juntos as capitais para ouvir movimentos sociais, sindicais, patronais, federações de indústria, jovens etc.
“Vamos começar por Brasília (hoje), Rio, São Paulo e Curitiba, que já estão no roteiro”, diz Marlon Reis. “Nossa meta é retornar até fim de Maio com um parecer em que identificaremos os anseios de consenso”.
As viagens serão financiadas pelas entidades que participam do MCCE.
Em todos os locais, Marlon diz esperar o apoio da CNBB, da imprensa e das igrejas, como no caso do Ficha Limpa, cujo teor eclético de apoio popular levou ao sucesso da lei. Por atender a várias frentes, e não a grupos específicos como o Congresso, Marlon evita falar quais pontos podem entrar no documento. Mas sabe-se já que sugestões de sistemas de votação distrital, de financiamento público podem surgir.
Em tempo, a reforma política versão 2013, a exemplo de outras antigas, foi para a gaveta no Congresso. Espera-se, com esta mobilização, algo que a torne real.