Coluna Esplanada

Arquivo : tortura

Acusado de tortura deve assumir Procuradoria do Grande Oriente da Maçonaria
Comentários Comente

Leandro Mazzini

gob

Uma polêmica tomou conta do seleto círculo maçônico no fim da tarde desta sexta-feira.

Um militar da reserva, acusado de tortura durante a ditadura, deve ser nomeado neste sábado em Brasília Procurador-Geral do Grande Oriente do Brasil (G.O.B.) – um dos mais importantes cargos da entidade que reúne centenas de milhares de maçons pelo Brasil.

Trata-se de Juvenal Antunes Pereira, o ‘Juvena’. Ele foi sargento do temido e famigerado Pelotão de Investigações Criminais , o PIC de Brasilia, nos anos 60. Há 12 anos é o principal assessor do grão-mestre do G.O.B., Marcos José da Silva. Juvenal é uma eminência parda que agora sai aos holofotes por decisão do superior imediato. Como a maçonaria é notória defensora dos direitos humanos, os debates internos incendeiam.

A nomeação de Juvenal deve passar por referendo em assembleia neste sábado, na sede do G.O.B. Procurados por telefone e e-mail, diretores da Maçonaria não foram localizados e não se manifestaram, respectivamente. Mas as mensagens enviadas pelo blog chegaram ao militar da reserva.

O CASO

Em 1969, Juvenal foi acusado de tortura e reconhecido pela vítima, o ex-militante da Ação Libertadora Nacional (ALN) José Carlos Vidal (caso 16.1175) – até recentemente um alto assessor na Petrobras.

O blog conseguiu contatar o ex-militar. Juvenal disse que ‘tem escutado a conversa’ de que pode ser referendado Procurador-Geral de Justiça do G.O.B. Em sua defesa, informou que nunca participou de tortura, e que José Carlos Vidal – de codinome ‘Juca’ à época, segundo relatou ‘Juvena’ – era um ‘ladrão de armas’.

‘Ele furtou várias metralhadores e pistolas do quartel e nós o prendemos. Houve um inquérito e um soldado o entregou’ – explicou Juvenal.

Confrontado com a denúncia de que ele torturou o preso, o ex-militar assumiu que ‘pode ter havido uns trancos na hora da prisão, porque ele (Vidal / Juca) era muito grande, parrudo’, e que logo depois o deixou sob responsabilidade de agentes do serviço secreto, do Exército e da PF. ‘Nos primeiros dias eu o vi na cela’, complementou.

‘Fiz apenas parte da equipe que o prendeu. Ele não foi preso como militante, mas sim como ladrão de armas. Eu nem sabia que era procurado’, ressaltou em sua defesa o ex-militar.

Juvenal revela que distribuiria neste sábado aos colegas maçons um livro que escreveu em sua defesa, mas a gráfica não entregou o material a tempo. O título é ‘O senhor das armas e a verdade escondida’.

VIDAL

Procurado por telefone no contato que o blog encontrou, José Carlos Vidal não foi localizado até esta publicação.


SC: Suspeita de tortura pode ser a causa dos ataques
Comentários Comente

Leandro Mazzini

As autoridades de Santa Catarina já conhecem o cerne da onda de violência que tomou as ruas da região metropolitana desde fim do ano passado.

Começou após dia 26 de Outubro, quando foi assassinada a agente prisional Deise Melo Pereira Alves, 30 anos. Era mulher do diretor da Penitenciária São Pedro de Alcântara, Carlos Alves.

Deise foi alvejada com três tiros nas costas quando chegava em casa à noite. Foi o alvo errado, mas atingiu em cheio o marido, que vinha sofrendo ameaças pelo rigor no trato com detentos.

Conta-se nas hostes do comando das carceragens que, em vingança, o senhor Alves cortou todos os benefícios dos detentos, como visitas nos fins de semana e visitas íntimas. Primeira revolta.

Mas a situação desandou quando circulou pelas autoridades policiais a suspeita de que houve torturas de presos para descobrir o mandante do crime da mulher. Não há porém qualquer registro de queixa oficial.

Boataria ou não vindo das celas, aos poucos os bandidos foram avisados nas ruas e revidaram, como notório. Como nesta conhecida relação policial-bandido um ataque sempre causa contra-ataque, a situação ficou incontrolável.

Siga a coluna no Twitter e no Facebook

_____________________________________

ARENA 2.0

Leitor avisa que o Partido ARENA está de volta no cenário nacional. Só no DF já foram recolhidas 1.551 assinaturas para registro. Precisam de 400 mil em todo o país.

NA UTI

O deputado Izalci (PSDB) reuniu-se com o ministro da Defesa para pedir investimentos no tradicional Hospital das Forças Armadas (HFA). Descobriu que há debandada de médicos, porque eles ganham menos que um contratado pelo Governo do DF. Para piorar a situação, lembra o deputado, relatos dos profissionais de que os concursados preferem abrir mão da vaga, e buscam outros hospitais. No HFA ficou internada recentemente a mãe da presidente Dilma Rousseff.

CARIMBADO

Enquanto o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) se prepara para assumir a CCJ do Senado, a carismática deputada Nilda Gondim, sua mãe, se esforça na Câmara. Apresentou projeto (4522/12) que regulamenta profissão de fabricante de carimbos.

RUMO AO NORTE

Bunge, Cargill, Cianport e Hidrovias Brasileiras preparam investimento biolionário para instalação de portos no distrito de Miritituba, em Iuaituba (PA), para escoamento da produção agropecuária do Centro-Oeste.

FORÇA, MENDES!

A presidente sofre com o câncer do amigo Mendes Ribeiro, ministro da Agricultura. Cogita o senador Blairo Maggi (PR-MT). Mas há um PMDB no meio da lavoura.

QUE CAIXA!

Os R$ 500 milhões que a Caixa separou para propaganda serão disputados em licitação por 26 agências. É a maior anunciante oficial de Brasília.


< Anterior | Voltar à página inicial | Próximo>