Suspense no PMDB com passagem de Sérgio Machado por Brasília
Leandro Mazzini
O delator Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, passou incólume – e irreconhecível – por Brasília há dias, onde ficou por duas horas. Reuniu-se com advogados.
Leandro Mazzini
O delator Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, passou incólume – e irreconhecível – por Brasília há dias, onde ficou por duas horas. Reuniu-se com advogados.
Leandro Mazzini
Não só os gravados estão tensos com o Grampeador-Geral da União, Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro.
O script da ascensão é longo: Ele assumiu a estatal apadrinhado pelo ex-presidente Lula e pelo senador Renan Calheiros, manteve-se com apoio das bancadas do PMDB, PT e PSDB do Senado, e é egresso do ninho tucano do Ceará.
Na década de 80, Machado comprou redes de TV e rádio. Tentou vários ramos, mas revelou-se incompetente ao quebrar uma fábrica de jeans. Coordenou as campanhas vitoriosas de Tasso Jereissati e Ciro Gomes, dos quais se afastou quando entrou no Governo Lula.
Em tempo, faça-se justiça aos créditos, embora a grande maioria de jornais, revistas, sites de notícias e emissoras de rádio e TV não o citem, devem-se ao repórter Rubens Valente, da Folha de S.Paulo, as revelações dos áudios de Machado. E, ao contrário do que disse Romero Jucá, nós confiamos no repórter.
Leandro Mazzini
Renan Calheiros (PMDB-AL) anda às favas com seu partido e o vice-presidente Michel Temer.
“O PMDB se preocupou muito com o RH”, critica, em ataque ao histórico e notório fisiologismo do partido, em seguidos governos federais, desde a redemocratização.
O presidente do Senado jura que não tem cargos. Neste Governo. Apesar de negar veementemente, até as portas dos gabinetes do Senado apontam seu apadrinhamento para Sérgio Machado na direção da Transpetro, subsidiária da Petrobras, enquanto durou o reinado do cearense no órgão.
Em tempo, o STF determinou a quebra de sigilos fiscal e bancário do senador, na esteira da investigação do processo da Lava Jato.
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Com Walmor Parente
Leandro Mazzini
A mando da presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, com o endosso da presidente Dilma Rousseff, um grupo sigiloso conclui estudo para a concessão da operação dos principais dutos de gasolina e óleo da petroleira.
Os dutos são de operação da subsidiária Transpetro, que vende diretamente o combustível das refinarias para as distribuidoras e economiza no transporte rodoviário. O presidente da Transpetro, Sérgio Machado, não fala aos holofotes, mas é contra a concessão.
Entram na lista os três mais lucrativos dutos. Por eles passa boa parte do combustível vendido a distribuidoras do Sudeste, Centro-Oeste e Sul: o de Paulínea (SP)-Brasília, o do Paraná-Santa Catarina, e o do Recôncavo-Jequié, na Bahia.
A concessão prevê lucro bilionário. O objetivo da estatal é usar dinheiro para investimentos na exploração do pré-sal.
O duto Paulinea-Brasília é o mais lucrativo. Abastece o interior paulista, o triângulo mineiro, Goiás, Mato Grosso do Sul e DF. Custou US$ 500 milhões no governo de Fernando Henrique Cardoso.
O negócio dos dutos é tamanho que, só de impostos no Distrito Federal, a estatal paga cerca de R$ 60 milhões por mês. Procurada, a Petrobras decidiu não se pronunciar.
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LOST – EPISÓDIO INÉDITO
A UNE, apontada como aliada do Planalto e governista, está tão alheia às manifestações nas ruas que sua presidente, Virgínia Barros, interpelou um homem ontem no Senado: ‘Amigo, você sabe se tem manifestação em Brasília hoje?’. Em tempo, ela estava a caminho da liderança do PMDB, atrás do presidente do Congresso, Renan Calheiros.
NA MOITA
Vale a pena ressaltar: há duas reformas em andamento. A proposta pela presidente Dilma, cujo plebiscito será elaborado, e a minirreforma eleitoral com pacote já pronto para ir a plenário na Câmara, como destacamos ontem.
SANTINHO NOS JORNAIS
Nesta minirreforma, o projeto muda o Artigo 43 da Lei 9.504/97. Aumenta a permissão de anúncios em jornais de 10 para 30 por candidato, em até 1/8 de página de jornal standart (padrão) e até 1/4 para tabloide, até a antevéspera do pleito.
PRESSÃO
O clima anda tão tenso no Senado que na Sexta-feira o líder do PT, Wellington Dias, num mal-estar correu para o serviço médico. Encontrou na porta uma fila de colegas.
TELA FRIA
Em meio ao turbilhão de protestos nas ruas, tão logo o presidente Henrique Alves (PMDB-RN) voltou da Rússia, mandou esta: vai baixar norma para encerrar coberturas externas da TV Câmara. Alega que não é a prioridade do canal.
PEC DOS MENSALEIROS
O senador Jarbas Vasconcelos pediu a inclusão na pauta da sua PEC 18/13, a ‘PEC dos Mensaleiros’, que determina afastamento imediato de ‘qualquer parlamentar’ flagrado em corrupção. Na Mesa, os senadores petistas Tião Viana e Paim se faziam de surdo.
DIREITOS HUMANOS
Passou na CCJ o projeto do deputado Henrique Afonso (PV-AC), a Lei Muwaji, que proíbe índios de qualquer etnia de assassinarem recém-nascidos considerados ‘anormais’. Vai a plenário. Afonso adotou dois indiozinhos que seriam mortos.
E AGORA, MARINA?
A despeito do arquivamento do projeto da ‘cura gay’, Marina Silva e a sua Rede soltaram nota contra o projeto. Ocorre que Marina é evangélica, segmento que apoiava a proposta, o que abre pretexto para a turma da Bíblia cobrá-la pela incoerência.
REFERENDO 2014
Do líder do PSDB, senador Álvaro Dias: ‘Não é plausível plebiscito porque as questões são complexas e não podem ser respondidas apenas com o sim ou não. Temos que aprovar a reforma política no Congresso e depois submetê-la a um referendo’. Já o senador Humberto Costa (PT-PE) diz que as posições contrárias ao plebiscito têm razões claras. ‘É o receio de que a população possa trabalhar por uma democracia mais ampla, com regras eleitorais que possam afastar os poderes econômicos das decisões’.
PESAR
Brasília perdeu Jorge Ferreira, vítima de AVC, figura querida na cidade. Sociólogo, foi fundador do PT na capital e montou uma rede de badalados bares.
PONTO FINAL
‘O problema do meu governo é que metade dos meus ministros não é capaz de nada. E a outra metade é capaz de tudo’.
Do ex-presidente Getúlio Vargas