Coluna Esplanada

Arquivo : novembro 2012

O BBB do governador do DF
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Leandro Mazzini


Não é segredo mais que o governador Agnelo Queiroz, do Distrito Federal, monitora com quatro telas de TV as emergências dos maiores hospitais públicos do governo.

O “serviço secreto” da coluna flagrou o médico e governador atento às telas, na tarde de quarta, no seu gabinete – o que está deixando com nervos expostos os médicos de plantão.

E, obviamente, todos os plantonistas aparecem para bater o ponto.


Em jantar, Dilma constrange senador que falou em ministérios
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Leandro Mazzini

O restrito jantar da presidente Dilma com os líderes do PT e PMDB no Palácio da Alvorada teve dois episódios sobre o partido aliado, um constrangedor e outro positivo. Presidente do PMDB, o senador Valdir Raupp (RO) discursava e incitou a representatividade dos Estados nos ministérios. ‘Opa, opa, isso aí é assunto para outra reunião’, cortou logo a presidente. Risos amarelos. Henrique Alves (PMDB-RN) ouviu dela que terá seu total apoio na candidatura à Presidência da Câmara.

CARDÁPIO & CAMPANHA. Alves pediu para sair cedo para ir ao jantar do PR em outro local. Dilma assentiu. ‘Você já tem todos os votos aqui, vá buscar os do PR’.

PT DANÇOU. No jantar de terça, Dilma Rousseff disse que respeitará a tradição de as maiores bancadas presidirem as Casas. Ou seja, o PMDB vai comandar Câmara e Senado.

SEM TOMBO. Ao avalizar Alves, a presidente garantiu entrelinhas que ele não sofrerá eventual rasteira dos petistas. Ministros palacianos do PT e os líderes presenciaram a conversa.


MST inventa a ‘reinvasão’
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Leandro Mazzini

O MST inventou a ‘reinvasão’. Na sexta, centenas de famílias invadiram a já ocupada Usina Cambahyba, em Campos (RJ), onde existiu nos ano 2000 o maior acampamento do país.

Usina de cana, o local foi usado para desova de subversivos no regime militar, onde os corpos foram cremados no forno da usina, segundo denúncia do ex-delegado Cláudio Guerra, no livro Memórias de uma guerra suja.

REFORMA URBANA’. Em 2001, este repórter passou o Natal com as famílias e constatou que a maioria dos sem-terra eram moradores de favelas da cidade, em busca de oportunidade para negociar lotes.


Dirceu e os imperdoáveis
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Leandro Mazzini

Condenado pelo STF no processo do mensalão, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu está inconformado. Numa conversa recente com amigos, disse que não foi ele o chefe do esquema. Apontou três cabeças: dois ex-ministros do então presidente Lula – um integrante do núcleo palaciano e outro da Esplanada, hoje deputado – aliados a um conhecido advogado que desfilava de Jaguar por Brasília, dono de uma casa avaliada em R$ 10 milhões no Lago Sul. Nenhum deles foi condenado e Dirceu não os perdoa.

DESABAFO. José Dirceu tem dito que paga o pato pelo cargo importante que ocupava. Apesar do desabafo, vai acatar a decisão. E homem de partido, não pensa em delação premiada.

CONFISSÃO. Aos que ouviram o ex-todo poderoso, ficou notório que, ao apontar os cabeças, Dirceu confessou que conhece o esquema que sempre negou.

AEROVADÃO. A despeito de voar muito de carona no jatinho do ex-deputado Vadão Gomes, conforme revelamos, o petista condenado não pensa em fugir do país.

 


O recado de Cid e Ciro Gomes
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Leandro Mazzini

 

Ao defender a reeleição de Dilma, posição do presidente de seu partido, Eduardo Campos (PE), os irmãos Cid e Ciro Gomes indicam que são aliados, mas nem tanto. Ciro não esquece que Lula o tirou da disputa em 2010 com apoio do governador de Pernambuco. Cid não engole Dilma por uma bronca que levou na frente de Campos.

Ofuscado por Campos no PSB, o novo presidenciável do PSB, Ciro Gomes se isolou por seis meses nos Estados Unidos para estudos, mas não recuou ainda. Na sua visão – e na de Lula – faria um estrago na campanha de Dilma se candidato em 2010.


TCU põe o dedo na tomada
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Leandro Mazzini

O Tribunal de Contas da União está prestes a comprar briga com toda a população. Sem alarde, na véspera do feriado de Finados, a corte deu seguimento à votação do processo que determina a devolução de R$ 7 bilhões aos consumidores, cobrados a mais na conta de luz. Em 2008, o relator Benjamim Zymler deu parecer pela devolução. Este ano, Valmir Campelo foi o único a favor. Curiosamente outros quatro agora entendem que o TCU não tem autonomia para julgar o caso. Dois deles tem laços com o setor elétrico.

SÓ PARA LEMBRAR. Egresso do Senado, Carreiro foi apadrinhado no TCU pelo grupo de Sarney, que domina o setor elétrico há anos. José Jorge foi ministro e presidente da CEB de Brasília.

SÓ PARA REGISTRAR. O conterrâneo José Múcio já foi aliado do governo de Pernambuco, que controlou a CELPE, da Neoenergia – na mira da devolução. Ana Arraes é mãe do atual governador.

CENÁRIO. Votaram contra a devolução Raimundo Carreiro, José Jorge, Haroldo Cedraz e José Múcio. Faltam votar Ana Arraes, Augusto Nardes, Walton Alencar e Zymler.

CHOQUE. A ANEEL reconhecera o erro de cálculo em 2008, mas recuou dois anos depois com justificativa de que a revisão não poderia ser retroativa. As distribuidoras festejaram.


Violência em SP: Dilma lavou as mãos para milícias e facções
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Leandro Mazzini

A suspeita de guerra velada entre milícias e uma facção criminosa que fez explodir a violência em São Paulo poderia ter a intervenção constitucional da Polícia Federal, mas o governo recuou. No fim de setembro, ao sancionar a lei que dá pena maior para grupos de extermínio (ou facções) e milícias, a presidente Dilma vetou o artigo que tipificava o crime como federal, e manteve o poder da Polícia Civil de cada Estado na investigação. Uma forma de não constranger ou comprar briga com os governadores.

CAUTELA. Ao vetar, a presidente evitou crise política com os governadores, porque conotaria intervenção. Mas os que negam ajuda não conseguiram frear os crimes.

NO FRONT. A lei sancionada é do padre e deputado Luiz Couto (PT-PB), com cabeça a prêmio, conforme revelamos. Agora anda escoltado pela PF e com colete à prova de balas.

NO FRONT 2. ‘Se for preciso fazer uma PEC para tipificar como crime federal, faremos’, avisa o deputado. Foi com seus relatórios que os governadores do Nordeste limparam a área.


O desastre eleitoral do ensaio Aécio e Campos
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Leandro Mazzini

Nem tudo é festa pós-eleições para o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador Eduardo Campos (PE), presidente do PSB. Houve derrotas onerosas também, e eles provaram da rejeição na única cidade em que estiveram lado a lado. Campos e Aécio foram a Uberaba (MG) e fizeram campanha para Antonio Lerin (PSB), que liderava as pesquisas. Após a aparição da dupla de peso, a situação desandou para o socialista, que perdeu para Paulo Piau (PMDB). Ele virou o jogo nos últimos dias.

DUAS ESTRELAS. Nas hostes do PSDB e do PSB, o ensaio provou que, a despeito das especulações, não cairá bem uma eventual chapa presidencial entre Campos e Aécio.

FOI MAL. Aécio também tentou ajudar o prefeito de Juiz de Fora, Custódio Matos (PSDB), indo duas vezes lá. Custódio sequer foi para o 2º turno.

EM CASA. Em Petrolina (PE), Campos perdeu pela segunda vez. Não conseguiu eleger o herdeiro do ministro da Integração, Bezerra Filho (PSB), contra o prefeito Júlio Lóssio (PMDB).


Trio do poder no Rio evita os hospitais que administra
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Leandro Mazzini

O incidente que levou ao hospital Samaritano o secretário de Saúde do Estado do Rio, Sérgio Cortes, fecha o ciclo do atestado de incompetência do governo no setor. Cortes foi atendido após incêndio em sua cobertura, na sexta. Dia 9 de Agosto de 2010, o prefeito Eduardo Paes submeteu-se a cirurgia de cálculo renal na Clínica São Vicente. Sete dias depois, o governador Sérgio Cabral entrou no Copa D’Or após torcer o joelho direito. Excelências em atendimento, nenhum dos hospitais acima é da rede pública.

FUGA OFICIAL. Socorrido em seu prédio na sexta, Cortes foi levado pela ambulância do SAMU para o Samaritano, o que contraria a regra destas unidades móveis em rede privada.

MISTÉRIO. Depreende-se dos ocorridos que Cabral, Paes e Cortes sabem de alguma coisa que o pobre cidadão carioca não conhece sobre a rede pública à qual apela.