Coluna Esplanada

Arquivo : dezembro 2012

A chance de Mercadante
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Leandro Mazzini

A despeito das especulações sobre o PIB minúsculo este ano e as críticas a Guido Mantega, o ministro fica no cargo, mas está na mira da presidente Dilma Rousseff. Ela está irada com o baixo crescimento e o cobertor curto que pode atrapalhar o superávit primário. Na esteira, entrou em campanha para a Fazenda o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, economista e conhecedor a fundo do pré-sal. Ainda mais com o cenário: o desgaste de Mantega, há seis anos no cargo; a eventual minirreforma de 2013 e a pressão do PMDB por Gabriel Chalita no MEC.

PALLOCI. Mercadante sempre sonhou com a Fazenda. Era consultor de Lula para economia, mas foi atropelado e não socorrido por um médico que tinha trânsito no mercado financeiro.

QUASE NO VERMELHO. Os seguidos pacotes de desonerações ao setor produtivo, ordem da presidente, e a pressão de governadores que insistem em renegociar dívidas com a União colocaram Mantega na berlinda.

SE VIREM. A coluna publicou: só 7 estados no fim de Novembro tinham dinheiro em caixa para pagar o 13º. Houve romaria de governadores ao secretário da Fazenda, Nelson Barbosa, para pedir arrego.

 


Após tentar voar, PSD quer navegar
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Leandro Mazzini

 

A bancada do PSD queria a Secretaria de Aviação, em vão. Agora que a presidente Dilma abriu as portas do governo para Gilberto Kassab, ele indicou para ministra a senadora Kátia Abreu (PSD-TO), egressa do DEM e neoaliada do PT. Só que ela também pede muito, na avaliação do governo: quer a Secretaria de Portos ou os terminais de Santos – onde o PSB e o PMDB do vice Michel Temer mandam muito. Para justificar, Kátia enviou recados de que arrumaria o setor. A negociação travou. O Planalto oferece a recém-criada Secretaria das Microempresas, mas o partido acha pouco.

CAMPO-PRAIA. A senadora é a presidente da Confederação Nacional da Agricultura, setor que responde por bom naco do PIB num país em que as commoditiesagrícolas dominam as exportações.

 


PF faz operação na sede do DNIT. Alvo é Secretaria de Patrimônio
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Leandro Mazzini

Agentes da Polícia Federal fazem operação na sede do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, o DNIT, em Brasília, mas os alvos são salas da SPU – Secretaria de Patrimônio da União, ligada ao Ministério do Planejamento.

Na operação Porto Seguro, há exatamente duas semanas, uma servidora do órgão foi detida. Trata-se de Evangelina Pinto, suspeita de dar pareceres favoráveis a obras e licenciamentos para duas ilhas do ex-senador Gilberto Miranda no litoral paulista.

 


Farra das aéreas com dias contados
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Leandro Mazzini

Ao passo que abre as portas das aéreas para sociedades, o novo Código Aeronáutico que será votado na Câmara não define limites de investimento: uma estrangeira pode comprar empresa aqui, desde que o controle continue com as companhias nacionais. Isso vai acirrar a competição interna. Os pilotos ganharam sobrevida. Foram excluídos do relatório o aumento do teto da carga horária para 19 horas de voo (continuam 13h), e a autorização para contratação de pilotos de outros países.

DECOLANDO. O relator, Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), diz que o código obrigará a implantação de varas da Justiça em todos os aeroportos, com presença de representante das aéreas.

POUSO FORÇADO. Trinta pilotos de companhias foram a Jerônimo Goergen (PP-RS) e reclamaram , com dado preocupante: dos 15 incidentes em 2011, 79% foram sob fadiga.

 


Favorito, Renan prega a transparência
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Leandro Mazzini

Salvo um candidato de peso da oposição, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) será eleito presidente do Senado em Fevereiro, a despeito do escândalo que o apeou do cargo em 2007. Renan não só prepara o discurso – para ele foi um caso pessoal, não político – como também esboça o plano de campanha: transparência total e sem senhas nos acessos às informações online da Casa, inclusive de contratos; e um ‘fast-tracking’ na pauta, com início das sessões às 14h30 (hoje é às 16h) para dar celeridade a projetos.

MEMÓRIA. Há exatos 5 anos o Diário Oficial do Senado publicava a renúncia de Renan. Caiu após suspeita de pagar pensão a jornalista, mãe de um filho seu, com dinheiro de empreiteira.

CONFIANÇA. Renan faz campanha velada, e já tem partidos da base. Revela a próximos o que o anima: Em 2007, ele teve 52 votos pela sua absolvição. Lula, 45 pela CPMF, que caiu.

PÉ DO OUVIDO. De Dilma, para Renan, ao saber que ele era candidato oficial: ‘Não duvide da minha lealdade’. A conferir, porque sua candidatura não será fácil no plenário.

‘LOBO MAU’. Ninguém do PMDB entendeu. Assim que Renan se lançou internamente candidato à presidência do Senado, José Sarney evitou um grande racha no partido. É que o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) também se anunciou. Foi Sarney quem pediu ao aliado para recuar. Fato é que Lobão ficou chateado por saber por terceiros.


“Porto Seguro”: Servidores voavam no jatinho de Gilberto Miranda
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Leandro Mazzini

O ex-senador Gilberto Miranda oferecia caronas em seu jatinho Citation VII como afago para os servidores cooptados no esquema de fraude em pareceres, em benefício de suas ilhas no litoral paulista. O principal detido na operação Porto Seguro, Paulo Miranda (ex-diretor da ANA), viajou seguidas vezes com o empresário. Certo dia Miranda o esperou irritado por quase uma hora dentro do avião na pista. Dia 31 de Outubro a PF flagrou a servidora Evangelina Pinho, da Secretária de Patrimônio da União (SPU), desembarcando junto com Miranda no Aeroporto de Congonhas (SP).

TSUNAMI. Na véspera, segundo a PF, Evangelina se encontrou com o empresário em Brasília para combinar nota técnica (Proc. 10880017906/0087, na SPU) que beneficiava a posse de sua ilha em Ilhabela.

À DISTÂNCIA. Gilberto Miranda foi senador por seis anos, a partir de 92, sem um voto sequer e sem nunca morar no Amazonas. Era suplente de Amazonino Mendes, que se elegeu prefeito de Manaus.

O CHEFÃO. Miranda não foi preso. Ele fez fortuna com industriais na Zona Franca. Há indícios de que é um dos donos do cassino Conrad, no Uruguai. É visto na primeira fila em lutas de boxe internacionais.


Justiça estuda modelo de integração das polícias
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Leandro Mazzini

Em recente encontro com um deputado, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se mostrou propenso a apadrinhar o projeto do Sistema Único de Segurança Pública, que dormita numa gaveta da Câmara. Prevê interação entre as polícias militar e civil, um banco de dados nacional e um Centro de Comando. O lema será gestão de comando integrado.

PATRULHA. Tudo é tratado com cautela no Planalto, para não conotar intromissão nas polícias estaduais. “O Ministério está em amplo debate sobre o tema”, informa a assessoria. A Secretaria Nacional de Segurança estuda modelos. A prioridade é aproveitar a Força Nacional de Segurança.

PT X PSDB. A guerra entre Brasília e São Paulo continua discreta. Os paulistas não engolem a ajuda federal. Já o ministro tem dito a próximos que houve erro de avaliação do governo tucano. E que mesmo que quisesse, não poderia ajudar com a PF, com contingente pequeno de 10 mil homens.

 


Governo segura verba contra enchentes
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Leandro Mazzini

Vista de bairro da periferia de Muriaé, Janeiro deste ano. Foto extraída do portal Muriaé Notícias

O mês de Janeiro está na porta e as chuvas de verão, idem. Mas as verbas para obras contra enchentes de Minas não saíram.

Há um ano, governos federal e estadual prometeram R$ 300 milhões para construção de barragem nos rios Preto e Muriaé, em áreas rurais da Zona da Mata, além de obras no trecho urbano do rio em Muriaé. Nada liberado até agora.

Rumo da correnteza: Pelo menos 50 cidades estão em perigo.


Apesar de operação, negócios de Miranda voam. E sem naufrágio em porto
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Leandro Mazzini

A despeito da operação Porto Seguro da Polícia Federal que o trancafiou, vão bem as finanças do ex-senador Gilberto Miranda.

Seguem as obras do porto de R$ 2 bilhões em Santos. E ele vai trocar de jatinho. Atualmente voa num Citation VII, como mostramos no sábado. Ele encomendou um Gulfstream de US$ 60 milhões. Considerado um apartamento de asas, é o melhor de autonomia intercontinental. Eike Batista tem um.

O inquérito da PF traz curiosidades de como Miranda cooptava servidores de diferentes órgãos do governo federal para se beneficiar rapidamente de pareceres favoráveis às obras do porto na ilha das Cabras. Em certo dia, ele liga para uma filha, dona de loja, e pede uma “bolsinha” para presentar “uma mulher de Brasília, de uns 50 anos, que tem ajudado muito”.

Os agentes federais focaram também as investigações em Santos, em trabalho de campana. Para seguir um investigado, agentes monitoraram um senhor taxista na cidade litorânea que transportou um contato de Paulo Vieira (ex-diretor da Agência Nacional de Águas) e Miranda. O motorista e seu carro foram fotografados e fichado. Uma dica, é um Vectra cor branca.