Coluna Esplanada

Marco da Internet é alvo de guerra virtual no Congresso
Comentários Comente

Leandro Mazzini

O impasse sobre o marco civil da internet, que tramita a banda lenta no Congresso Nacional, é motivado por três lobbies fortes e discretos, que os une e os desune caso a caso.

O Google e o Facebook entraram no jogo político no Brasil. Contrataram conhecidos escritórios de advocacia em São Paulo, e os advogados se dedicam tanto à causa que alugaram apartamentos em Brasília – foram os advogados do Facebook, por exemplo, quem emplacaram na minirreforma eleitoral o parágrafo que libera campanha nas redes a qualquer momento, hoje proibido pelo TSE.

As duas empresas de internet se aliaram à TV Globo contra as telefônicas sobre a ‘neutralidade da rede’.

Já as teles são indiferentes no ponto ‘direitos autorais’, briga do Google e Facebook – pela liberação de conteúdo, inclusive em vídeo – contra a TV.

E no item Obrigações no Brasil (sobre instalação de datacenter, entre outros), a emissora se juntou às teles contra o Google. O Planalto, antes reticente por causa da espionagem americana, recuou e incluiu no marco a possibilidade de o provedor guardar seus dados em outro país.

Siga a coluna no Twitter e no Facebook     


A lição de José Alencar para Dilma
Comentários Comente

Leandro Mazzini

Enquanto o Brasil anda de primeira marcha por estes dias em todos os setores, engana-se quem pensa que os políticos, mesmo de recesso, estacionaram as articulações. Muitos congressistas estão em Miami, o bairro de Brasília mais distante da capital. É no verão, pelas casas de praia por lá e aqui, que os caciques partidários dão largada nas conversas para as campanhas a cada dois anos.

Não seria diferente agora. Aécio Neves e Eduardo Campos estão mais sintonizados. O PSB e o PSDB vão caminhar juntos no Paraná, Minas, Pernambuco. A Paraíba ainda é dúvida. O presidenciável tucano quer convencer o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) a voltar ao palácio. Do contrário, Cássio será um dos coordenadores da campanha nacional do mineiro.

Dilma Rousseff colou no ex-presidente Lula e tem ouvido diariamente, pessoalmente ou por telefone, orientações do mestre para não tropeçar na barganha pré-eleitoral por tempo de TV – coisa que ele sabe fazer muito bem. Randolfe (PSOL), sacramentado pelo partido, já conversa bem com o jornalista Cid Benjamin, que coordenará a empreitada socialista radical.

Dilma e Lula tratam com muito cuidado todos os partidos aliados para não perdê-los. O assédio de Aécio e Eduardo é grande, cada qual a seu modo. Os petistas lembram muito uma lição do saudoso José Alencar, o vice do petista, numa negociação em 2010. Dilma enrolava o PRB, com quem ainda não negociara, e a campanha estava prestas a começar. Enquanto isso, o opositor José Serra (PSDB) ciscava no terreiro da base petista e paquerava a legenda. A cúpula descontente do PRB se reuniu no apartamento de Alencar em São Paulo, e o velho disparou um telefonema de imediato para Lula, cobrando uma posição da candidata. Em uma hora, estavam no apartamento Dilma, José Eduardo Cardozo e Aloizio Mercadante, sorridentes, para abrir o diálogo.

Alencar acompanhou tudo calado. Dilma estava reticente em ceder espaço, e a dupla submissa a ela fazia o jogo. Até que um dos petistas se exaltou: ‘Quanto tempo de TV tem o PRB?’, para indicar que o partido não era tudo aquilo que valia de apoio à ocasião. Então Alencar suspirou e mandou: ‘Meu filho, o Enéas, quando candidato, tinha 15 segundos, só gritava Meu nome é Eneas, e teve milhões de votos. O PRB tem um minuto. Imagina se eu uso esse tempo na TV em rede para falar: Eu sou Serra!’.

Panos quentes, foi a vez de Dilma interromper e fechar com o PRB de pronto.


Na pré-campanha, a dança dos marqueteiros
Comentários Comente

Leandro Mazzini

Em toda eleição há político reclamando de preço da campanha, do cabo-eleitoral ao outdoor, mas alto preço mesmo vem do dito marqueteiro. Tanto para o candidato, quanto para cientistas políticos, é ele quem encarece as eleições, com produções para a propaganda no rádio e na televisão. Fato é que sem marqueteiro dificilmente bom candidato não fica no páreo, e os presidenciáveis Dilma Rousseff, Aécio Neves e Eduardo Campos já conversam muito com os seus.

Dilma continuará com João Santana, de sua vitoriosa campanha em 2010. Toda fala dela em rede de rádio e TV, discursos de eventos, passa pelo crivo de Santana. As pesquisas qualitativas encomendadas são semanais, e os resultados ditam os rumos de lançamentos de programas e viagens oficiais. Isso se intensificou há seis meses. Dilma, reclusa aos dois palácios, começou a rodar o país em pura campanha de reeleição.

Quem roda há mais de ano é o tucano Aécio Neves, que surge como contraponto ao PT. O tucano contratou até Dezembro passado o publicitário Renato Pereira, do Rio, responsável pelas duas campanhas vitoriosas de Sérgio Cabral ao governo, e do prefeito eleito Eduardo Paes. A despeito da ligação de amizade de Cabral com Aécio, quem indicou o marqueteiro ao senador foi o filho do ex-presidente FHC, Paulo Henrique. Pereira deu o mote de Aécio para a TV, criou o bordão ‘E então, vamos conversar?’. A conversa entre eles, entretanto, durou poucos meses. Num desentendimento de rumos do projeto presidencial, o contrato foi desfeito. Aécio procura outro. O PSDB já sondou Duda Mendonça, que levou Lula ao poder, e não será surpresa se o guru do petista fechar com o tucano nas próximas semanas.

Um marqueteiro político da estirpe dos grandes, Antonio Lavareda, que já atuou com sucesso pelo PSDB, é rondado pelos socialistas de Eduardo Campos. Até pela proximidade entre eles – Lavareda vive no Recife e em São Paulo (o eixo financeiro das campanhas). Em recente entrevista a um programa de TV, Campos comparou veladamente candidatos a produtos colocados em prateleiras, e disse que não acredita em marqueteiros. Não crê, por ora, até descobrir que lhe fará falta um.

Dos três, Campos é o que mais precisará de um forte trabalho de mídia, para se revelar uma opção, cuja gestão foi muito ligada ao governo federal que o ajudou em Pernambuco. Como se apresentar como novo diante de uma adversária que apoiava até há poucos meses, e às vésperas da eleição da qual se dissocia para priorizar seu projeto pessoal e de partido? É isso, em princípio, que terá de explicar ao eleitor.

Aliás, Marqueteiros repararam. O mote ‘O Brasil pode mais’, de Eduardo Campos, lembra muito o de Leo Quintão (PMDB), candidato contra Marcio Lacerda (PSB) na disputa da prefeitura de Belo Horizonte anos atrás: ‘Dá pra fazer mais’.

Já os tradicionais marqueteiros de políticos perderam a áurea. Agora são obrigados a dividir as atenções dos clientes com os gurus das redes sociais que passaram a acompanhar os presidenciáveis. Vide Marcelo Branco, que orienta Dilma nas redes. Eduardo Campos já tem um consultor especial para a internet, que atualiza suas páginas no Twitter e Facebook. Não é diferente com Aécio Neves, que tem núcleo para as redes e revelou à coluna que criará um bunker virtual para se defender do que classifica de patrulha petista online.

 


Centros administrativos e de operações viram filão para construtoras
Comentários Comente

Leandro Mazzini

gdf

O futuro Centro Administrativo do Governo do DF: R$ 3 bilhões

Muitos anos atrás surgiu Brasil adentro o ‘escândalo da fonte’. A maioria das cidades tinha o seu: a construção de chafariz virou uma febre entre prefeitos, todos queriam um na praça – e a reboque o superfaturamento jorrava como a água.

Agora, os governos e prefeituras de capitais descobriram uma nova fonte de fortuna, e desta vez é bilionária: a construção de centros administrativos e de centros integrados de operação de serviços públicos. Há dezenas de empresas que ofertam, e há todo dia quem compre a ideia, de alcaides a governadores.

O projeto vendido pelos empreiteiros e explicado ao povo pelos políticos: unificar operações e reunir num só lugar todas as sedes de governo, secretarias, autarquias, etc, para otimização de custos e eficiência de trabalho.

A ideia é boa, e só isso, a partir do momento que se vê os custos onerosos aos cofres públicos – o que faz muitos cidadãos se perguntarem: se funcionava antes em suas sedes, para que mudar para prédios suntuosos, se os serviços públicos continuarão com os mesmos problemas e desafios? Em suma, não é um edifício novo que vai mudar da noite para o dia a qualidade de um governo. Muda, e muito, a conta corrente das construtoras.

Exemplos mais evidentes são o Centro Administrativo do Governo de Minas Gerais, na Via Verde, próximo ao Aeroporto de Confins, onde o belo complexo de prédios projetados por Oscar Niemeyer sedia o governo mineiro, ao custo de mais de R$ 1 bilhão. Inaugurado há exatos dois anos, o Centro de Operações da Prefeitura do Rio – que reúne numa espaçosa sala telões para o monitoramento de órgãos da prefeitura em várias áreas – é considerado pelo prefeito Eduardo Paes o mais moderno do mundo, e consumiu R$ 102,789 milhões, em obra e equipamentos.

Causa estranheza então o anúncio do Governo do Distrito Federal, que construirá o seu Centro de Gestão Integrada, similar a este do Rio, por incríveis R$ 777,2 milhões, para os mesmos tipos de serviço de monitoramento da capital. Ou seja, um custo sete vezes maior do que aquele que já é considerado o melhor do planeta. O consórcio terá direito a administrar o centro pelos ‘próximos 15 anos’, e será responsável ‘pela implantação, desenvolvimento, operação, manutenção, gestão e administração da infraestrutura’, diz o contrato.

A licitação foi por pregão de menor preço (!), e não bastasse o alto valor que será investido em Parceria Público Privada, no Consórcio ITen, que venceu o certame, aparece uma empresa conhecida da polícia. Trata-se da Engevix Engenharia, muito citada no inquérito da Polícia Federal na Operação Navalha, de 2007, por suspeita de superfaturar obras do governo federal. A coluna consultou o GDF e a CGU: a empresa, a despeito do cerco da PF, não está inidônea na praça.

Outra curiosidade, a Engevix é conhecida doadora de campanhas – foram R$ 3,2 milhões doados para políticos de vários partidos em 2010, entre eles o deputado federal Geraldo Magela (PT-DF), atual secretário de Habitação do governo do DF, que levou R$ 100 mil. Apenas um detalhe.

O mesmo Governo do DF toca uma obra que faria bater a cabeça de raiva na prancheta o Oscar Niemeyer. Fundada para sediar o governo local, a capital será esvaziada dos órgãos, inclusive o Palácio Buriti. Em contrato com a Via Engenharia e a Odebrecht, fechado lá atrás no governo de José Roberto Arruda (DEM), as duas construtoras erguem na satélite de Ceilândia o complexo do Centro Administrativo do GDF.

O contrato é um presentão: as empreiteiras pagam a construção em terreno doado pelo governo, ao custo de R$ 3 bilhões, e a administração pública aluga os prédios por 50 anos, ao custo de… R$ 12 milhões por mês – isso dá R$ 150 milhões por ano, ou R$ 7,5 bilhões em meio século (sem contar os juros). O atual governo abraçou o contrato. Os futuros terão de seguir. A multa por cancelamento é milionária.


Lula, Schumacher e a eleição de 2018
Comentários Comente

Leandro Mazzini

Com mania de se comparar a ídolos mundiais, coisa do seu egocentrismo peculiar (a vaidade, aliás, é adereço de todos os poderosos), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva repete isso a quem o provoca sobre uma eventual futura candidatura à Presidência: ‘Schumacher foi campeão sete vezes da Fórmula-1, e quando resolveu voltar (às pistas), foi um fracasso’. Contou um aliado próximo dele.

A infeliz comparação vem sendo citada pelo petista há meses para quem o pergunta sobre se substituiria Dilma Rousseff na cmpanha de 2014. Ela explica duas coisas: uma, Dilma sempre foi a candidata à reeleição; outra, Lula realmente teme não voltar a ser o Lula que foi, se vencer uma eleição. Chances fortes para isso, atualmente teria.

Hoje, algo inimaginável, o ex-piloto Michael Schumacher agoniza numa maca de hospital. Não por acidente automobilístico a 300 km por hora, mas após um tombo de esqui. Peça do destino. Diferentemente da política, onde cada passo, ou manobra numa condução de articulações é um plano de meta para quem sabe fazê-la. É o caso de Lula. Ele também sempre foi candidato desde que lançou Dilma Rousseff.

O trato era, contam à boca pequena petistas históricos: Você vai, Dilma, mas em 2014 sou eu. Fato é que, assim com Schumacher não contava com este tropeço físico, Lula não esperava a surpresa de um câncer. A doença, apesar de curada, o debilitou. E Dilma vai bem no campo social, o carro-chefe dessa era petista, embora a economia derrape nessa pista cheia de buracos.

De uma situação o PT não pode reclamar nessa indefinição do pós-2014: Lula já é maior que seu ego, ele pensa no partido e no projeto de poder petista. Se em 2018, independentemente do resultado deste ano, ele estiver bem de saúde, e vir que o PT corre sério risco de ser extirpado do Poder até por seus aliados, ele se candidata. A idade é um detalhe. E ainda se compara a outros que passaram em alta idade pelos palácios, como Nelson Mandela e Fidel Castro.

Lula é candidato em 2018 se não der certo seu projeto de fabricar um nome por São Paulo, como Alexandre Padilha ou Fernando Haddad, ou via Rio, com Lindbergh Farias. O ex só deu uma escapada para o pit stop, e dali assiste atento à corrida, como reserva de luxo. Mas nunca falará de seu projeto. Conta um expert: ‘Em política, você nunca vai ouvir a verdade de um candidato até a véspera da eleição’.

A frase para este repórter foi dita pelo ex-senador Luiz Estêvão. Deve entender muito bem o que diz, para quem é condenado à prisão, continua livre, feliz e bilionário.

Siga a coluna no Twitter e no Facebook     


O Outono Tupiniquim, e a provável volta do povo às ruas
Comentários Comente

Leandro Mazzini

povo

Foto: ABr

Eu tinha 14 anos quando corri em 1989 atrás do candidato Fernando Collor de Mello na minha terra natal, em Minas. Era extraordinário ver de perto aquele homem que só aparecia na televisão com promessas de caçar os marajás e ‘tirar esse bandido que está aí no Poder’.

Lembro bem de sua fala naquele comício de meio de tarde, de meio de semana, e que arrastou meia cidade atrás dele numa caminhada entre o campo de futebol – onde descera espetacularmente de helicóptero – até o Centro. (O vice apagado, Itamar Franco, foi encontrado incólume por um anônimo perdido numa rua, não aguentara o pique, e foi ovacionado por uma dupla).

Também fui às ruas dois anos depois, não pintei o rosto, mas o coração sonhador estava machucado, a alma manchada de vergonha de ter acreditado naquele circo. Assim são os jovens – e adultos ou anciãos, também novos de espírito – que foram às ruas no fim de Junho de 2013, o nosso Outono Tupiniquim, a versão mais comedida da Primavera Árabe.

Não houve queda de governos – ora, vivemos uma democracia madura, apesar de um Poder nem sempre sensato – mas reconheci o meu lado adolescente desencantado de 89 na garotada (não os baderneiros) nas capitais e rincões do ano passado.

O que acontece hoje, e continuará ocorrendo nestes novos tempos, com menos ou mais intensidades, esporadicamente ou não, é o renascer contínuo do ser político intrínseco em nossa alma, o despertar do ‘monstro’ que uiva, do ser humano que solta o grito contido de decepção com tudo e com todos. Isso é bom, e necessário para o aperfeiçoamento da democracia. E o constante, esperamos, melhoramento dos serviços públicos, os quais pagamos com nosso suor cotidiano.

O Outono Tupiniquim remete a um livro recente do pensador francês Stephane Hessel. Ele, que presenciou as marchas de 1968 em Paris, sentiu na Primavera Árabe, de dois anos atrás, o renascer destas almas que dormitaram por muitos anos. Por algum motivo, a internet talvez como fonte propulsora, o povo despertou e se uniu nas ruas. O resultado, nós todos vimos, apesar de neste mundo nada ser perfeito: caíram déspostas decanos, mas o pior deles ficou: o ditador da Síria, Bashar Al Assad.

Pouco antes de morrer, o economista Celso Furtado, em sua última entrevista, foi profético ao dizer que um governo de esquerda no Brasil não teria muita margem de manobra. Pois Lula conseguiu chegar lá, mas pouco mudou o que tanto criticara. Em alguns casos, o PT fez pior. Pouco antes de falecer, o vice-presidente José Alencar, então presidente interino num café ao crepúsculo com este repórter, confidenciou baixinho: ‘O maior problema do Brasil é a impunidade’.

O recado das ruas é apartidário, mas para todos os partidos. As coisas mudam, pessoas idem, sonhos se esfacelam, no entanto outros nascem de formas diferentes, como estes nas ruas. Há possibilidade de esses jovens – de idade e de espírito – que dormitam desde Julho, acordarem no pré-carnaval motivados pelo novo (e inevitável, agora) aumento das passagens de ônibus municipais, por lei, em todo o país. Desta vez, não há negociação – a inflação está aí, a gasolina aumentou e ano passado os prefeitos já bancaram o subsídio.

Provavelmente um novo mutirão de gritos nas ruas de todos os cantos não seja movido pela contestação das passagens. A turma já pulou a roleta. O povo agora mostrou a cara, tem identidade, tirou a carteira e quer é conduzir o ônibus..

Em tempo, o ‘bandido’ ao qual o candidato Collor se referiu era José Sarney, então presidente, hoje seu colega de bons papos e sorrisos no Senado Federal.

Siga a coluna no Twitter e no Facebook     


Retrospectiva 2013 da Coluna Esplanada
Comentários Comente

Leandro Mazzini

O ano passou a jato – por falar, e os ministros que usam os jatinhos da FAB para pré-campanha, heim!? Foi um 2013 com muitas novidades, mas com velhas histórias: as chuvas voltaram e nada foi feito, escândalos se sucederam, políticos se enrolaram em denúncias – e outros, pela primeira vez, foram para a cadeia após o maior julgamento da História do Brasil. Foram 318 colunas, com notícias boas e tristes, mas essenciais para atualizar o leitor. Eis nossa retrospectiva com as principais publicadas.

WHO CARES?

O presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, já treina seu inglês. É que ele prepara seu refúgio pós-Supremo em Miami, nos EUA. Dia 9 de Junho a Coluna revelou que ele comprou um quarto e sala, financiado, num prédio de luxo. Foi lá poucas vezes ainda.

OSSADAS

Não bastasse esquecer sua História, o Brasil peca em enterrá-la e cometer erros. Dia 15 de Janeiro revelamos que o Ministério da Justiça guardava ossos de duas crianças entre as ossadas de ex-guerrilheiros do Araguaia. Foram pegos por engano num cemitério.

PORTA (VIRTUAL) ABERTA

Em Agosto a Abin e o GSI apresentaram, no Planalto, os softwares de tecnologia nacional desenvolvidos pela Agência, o CriptoGov e o cGov, para blindar contra espionagem computadores e telefones da presidente e ministros. O sistema está em teste

COMO ADÃO

A despeito das regalias, na praxe todos são iguais: os mensaleiros presos passaram a ser revistados nus, no presídio da Papuda em Brasília. Envergonhados, não revelaram, mas divulgaram carta de protesto exigindo respeito..

QUE APERTO!

Uma semana antes da posse no STF, Luís Roberto Barroso passou um aperto. A Coluna descobriu que ele era réu no STJ, em inquérito sigiloso, por suspeita de abuso sexual. Descobriu-se que a denunciante é maluca. E o tribunal engavetou o caso a tempo.

TÃO PERTO, TÃO LONGE

Condenado por corrupção, livre, leve e bilionário, o ex-senador Luiz Estêvão, inelegível até 2022, filiou-se ao PRTB em Brasília. E montou seu escritório na única casa vizinha da… residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados.

DEBILITAÇÃO

O aparelho Lokomat Pro é última geração robótica para reabilitação de acidentados, mas o debilitado governo do DF, pela secretaria de Saúde, tentou comprar um superfaturando em R$ 3,5 milhões. Denunciado, o secretário Rafael Barbosa recuou.

MICO DIPLOMÁTICO

François Hollande avisou para Guiana Francesa que desceria ali em Dezembro para inaugurar a ponte St Georges-Oiaóque (AP). Mas.. Dilma, há 32 meses, não constrói as guaritas e alfândega do lado de cá. Ele veio, e passou longe para não constrangê-la.

DOIS PESOS

A Comissão Nacional da Verdade apertou o cerco e começou a convidar os cem maiores repressores da ditadura militar para depor. Alguns já passaram por lá, mas pouco falaram. Na lista, um dos mais conhecidos: Major Curió. Ele ainda vai.

NO AR..

O ministro da Aviação, Moreira Franco, por mais que tente dar jeito no setor, há pouco tempo na pasta, desabafou, no I Encontro de Editores da Coluna: ‘No aeroporto você entrega a sua vida a Deus’ – sobre a falta de comunicação em dia de crise.

PIADA PRONTA

Eis o que houve em Paraipaba (CE): Quadrilha explodiu os caixas do Bradesco de noite, mas o povo correu junto para pegar o dinheiro. Dia seguinte, surgiu carta do bando para delegada: ‘Não voltamos, tomamos prejuízo, esse povo é muito ladrão!’.

ÍNDIO BONITO, ESSE

O cacique de uma aldeia do MT teve filho assassinado por outro índio. A esposa morreu de desgosto e ele ficou muito deprimido. Então escreveu carta para a Funai e revelou que só uma coisa pode fazê-lo feliz e salvá-lo. Quer ganhar uma Hilux 4×4 nova.

DESCULPA, QUE NADA!

Numa reunião com deputados, o chanceler Luís Alberto Figueiredo revelou que o esforço da presidente Dilma é em vão. Os EUA não pedirão desculpas por espionagem e vão continuar espionando. Vazou, porque fonte da coluna estava com ele.

MINHA TERRA TEM..

Deputados distritais da Câmara do DF, donos de terras nas Satélites, legislam em causa própria para transformar por lei áreas rurais em urbanas, para negociá-las. O próprio presidente Wasny de Roure (PT) confessou ser proprietário de terras que podem ser beneficiadas.

COCA BILIONÁRIA

As revelações são do ex-ministro da Justiça da Bolívia Luiz Vázquez: hoje, 54 mil famílias vivem da plantação legal da folha de coca – cerca de 200 mil pessoas – cujo plantio é voltado exclusivamente para a fabricação da droga em refinarias. A cocaína boliviana já atingiu 99% de pureza e são comercializadas 250 toneladas por ano – 80% disso é vendido para o Brasil, e os outros 20% para Estados Unidos e Argentina. Rende US$ 12 bilhões por ano.

MEU AP, MINHA VIDA

A Câmara dos Deputados levou um tombo milionário e foi obrigada a lançar nova licitação para reformar os blocos C, D e E dos apartamentos funcionais da Quadra 302 Norte, em Brasília. A PW Engenharia vencera a licitação para reformar 24 imóveis, por R$ 38 milhões, mas deu calote nos operários e sumiu dos prédios.

CRÉDITO JOVEM

O Ministério do Trabalho lançará mês que vem uma linha de crédito de até R$ 20 mil para incentivar jovens empreendedores, com seleção de projetos e financiamento pela Caixa, a juro baixo, revela o ministro Manoel Dias.

AEROPORTO PETISTA

O deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), com apoio do partido, apresentou projeto 6519/13 a fim de mudar o nome do aeroporto para Luiz Gushiken, em homenagem ao recém-falecido ex-ministro do governo Luiz Inácio Lula da Silva. No ano passado, Luiz Gushiken foi absolvido pelo STF da acusação de peculato no processo do Mensalão.

DEVOLUÇÃO DE IR

Decisão do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, em análise de ação da ex-senadora e hoje ministra das Relações Institucionais Ideli Salvatti (PT-SC), requereu o reembolso para todos os senadores que pagaram o IR sobre os chamados 14º e 15º salários – a ajuda de custo de fim de ano. Ao todo, 45 senadores pagaram o imposto com valores que chegaram até a R$ 74,6 mil por parlamentar (para o período integral de 2007 a 2011). E o Senado bancou R$ 5 milhões em IR do restante dos senadores que não pagaram. O reembolso total pode chegar a R$ 8 milhões, em valores corrigidos

BATOM & PODER

O presidente do PEN, Adilson Barroso, revela que filiou Rosane Collor, ex-primeira dama do presidente Fernando Collor, e Denise Abreu, ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil. Ambas serão candidatas a deputada federal. Rosane será candidata por Alagoas, e Denise, por São Paulo.

NA BERLINDA

Operação Porto Seguro – pelo menos mais 3 ministros são investigados, sob sigilo. A PF tem a foto de um deles brindando, em sua casa, bom vinho com os investigados presos.


Retrospectiva 2013 tem Funk de protesto e Game sobre STF x Congresso
Comentários Comente

Leandro Mazzini

Atenta às movimentações – nem sempre ao encontro dos anseios populares – do Legislativo e Judiciário, no âmbito sócio-político em 2013, a equipe da TV UOL publicou dois criativos vídeos para os leitores.

Um deles é o funk do protesto, que relembra as manifestações nas ruas em Junho e o julgamento do escândalo do Mensalão no Supremo Tribunal Federal, mas cita também bons momentos para o Brasil, como a vitória na Copa das Confederações e a visita do Papa Francisco ao Rio. Assista aqui.

Em outro vídeo, há uma brincadeira em montagem com personagens notórios do Congresso e do STF, que veladamente, sabemos, digladiaram-se em medição de forças políticas e jurídicas. Veja aqui.

 


Presidente Dilma continua vulnerável à espionagem
Comentários Comente

Leandro Mazzini

A despeito de todas as revelações de que foi monitorada pela NSA dos Estados Unidos, a presidente Dilma Rousseff continua vulnerável à espionagem internacional por meios eletrônicos. Ela já usa o telefone de segurança para falar com ministros, mas não instalou o software criado pela Abin, o CriptoGov, que criptografa os emails. Apenas os ministérios das Relações Exteriores e as Forças Armadas utilizam o sistema, ainda em teste. Segundo fontes, o governo ainda mapeia como implantar a tecnologia nacional.

Apesar de reclamações e declarações seguidas contra os EUA, a presidente Dilma não decidiu o padrão de segurança para instalação nos computadores.

A Coluna revelou dia 6 de Setembro que a Abin criara o CriptoGov e o cGov – para telefones – para blindar Dilma. Pouco se fez desde então por indefinição dela.

O GSI e a Abin apresentaram os dois sistemas a assessores especiais de 30 ministros dia 14 de Agosto, no anexo do Planalto – antes da revelação da espionagem americana.

Siga a coluna no Twitter e no Facebook     

______________________

VOLTA, CLINTON!

A CNI se esforça junto ao escritório do ex-presidente americano Bill Clinton para que ele volte ao Brasil no primeiro semestre de 2014. Ele deu bolo há duas semanas para uma palestra. Deixou centenas de empresários à sua espera e foi ao funeral de Mandela. Detalhe, já recebeu os US$ 250 mil de cachê. Clinton tentou devolver, a CNI não quis.

FOLGA, QUE NADA

É recesso, mas com muita dor de cabeça para os políticos de todo o país, preocupados com as campanhas de 2014. É pule de dez para congressistas que o STF vai decidir, em Fevereiro, pela ADI a favor da OAB que proíbe doação de empresas a candidatos. Os caciques mantêm conversas por telefones para estudar opções de drible à futura decisão do STF. Uma delas é a inclusão de emenda a PEC que tramita na CCJ da Câmara, cujo texto será simples: será permitida a doação de empresas a candidatos.

RÉVEILLON  DO CA$CALHO 

O prêmio da Mega da Virada vai pagar R$ 219 milhões, conforme estimativas da Caixa para lotéricos. O banco espera arrecadar R$ 680 milhões.

LEMBRETE

O secretário de Saúde do DF, Rafael Barbosa, que tentou superfaturar aparelho de fisioterapia em R$ 3,5 milhões, é candidato a deputado federal. Ele é amigo do peito dos lobistas Tadeu Roriz e André Moura.

POBRE EIKE

Eike Batista, mesmo rico, seria lambari perto desses tubarões revelados pela Forbes semana passada: o americano Sheldon Adelson, dono de cassinos, faturou US$ 37,2 bilhões em 2013. Atrás dele surge Mark Zuckerberg (Facebook), com US$ 25,8 bilhões.

 

TRIO 

Dilma vai ao Fórum Econômico em Davos, Suíça, em janeiro, com uma sombra incômoda. Trata-se do governador de Pernambuco e candidato ao Planalto, Eduardo Campos, convidado pela primeira vez a participar. E levará Marina Silva.

PONTO FINAL

Paris será uma festa em Abril. Sérgio Cabral marcou para 31 de Março sua saída do Governo do Rio.


Aproximação de Geddel com ACM Neto irritou Dilma
Comentários Comente

Leandro Mazzini

A demorada demissão de Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) da vice-presidência da Caixa, a pedido dele, foi estratégia da presidente Dilma para neutralizá-lo politicamente no Estado e enfraquecer eventual aliança entre PMDB e DEM, o que prejudicaria o PT e Jaques Wagner, de saída.

Ela segurou o pedido de exoneração por meses após saber que o pemedebista se aproximou do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), para articular apoio na disputa ao governo baiano. Neto, porém, em primeiro mandato e com dezenas de programas federais para encher o cofre, colou em… Wagner e Dilma.

Geddel manda no partido na Bahia. ‘Não há outro projeto senão o governo’, ratificou para a Coluna há dias o irmão dele, o deputado federal Lúcio Vieira (PMDB-BA).

Mas ACM Neto, bem avaliado na prefeitura, quer ressuscitar o ‘carlismo’ fundado pela era do avô, e pretende lançar para o palácio o ex-governador Paulo Souto (DEM).

Siga a coluna no Twitter e no Facebook     

____________________

LUPA ESPLANADA

‘A medida foi tomada porque está em andamento um acordo com outras instituições’. Esta foi a mensagem seca enviada pela assessoria da Secretaria de Saúde do Governo do DF, após cancelamento de compra de aparelho de fisioterapia superfaturado em R$ 3,5 milhões, denúncia da Coluna. Com a resposta debilitada e na UTI, insistimos. ‘Está sendo feito estudo sobre possível parceria com instituições filantrópicas que oferecem ou possam oferecer o serviço. Como o projeto ainda não está pronto, não foi feito o chamamento de instituições’, respondeu ontem a Saúde do DF. Até hoje, porém, nada de cancelamento do contrato em publicação no Diário Oficial.

COFRE CHEIO  

Em dias normais, são poucas. Mas na noite festiva do Natal, 24, a PM do DF flagrou mais de 30 motoristas na blitz da Lei Seca apenas na orla do lago Paranoá no Pontão, reduto de restaurantes e festas, onde a turma deu selinho em taças. Vem aí dia 31.

 FERRO VELHO AIR

Vão para o ferro velho na Segunda-feira dezenas de caças franceses Mirage da FAB, cuja linha foi extinta e sem peças de reposição. Não há substitutos imediatos.

SUPREMA PIADA 

No país da piada, vem aí o concurso para vagas em Comunicação no STF. Na corte que derrubou o diploma, e onde o atual presidente manda repórter chafurdar na lama.

CONTRA-VENENO FEDERAL  

A falsificação de remédios no Brasil pode ter dias contados. Dilma sancionou lei que atribui a investigação à Polícia Federal, que possui as melhores equipes de laboratório de criminalística do país. O alvo será a venda pela internet. Vem operação aí. A lei é do senador Humberto Costa, ex-ministro da Saúde, e do deputado delegado Francischini. ‘A falsificação de medicamentos e a sua venda, inclusive pela internet, são crimes repugnantes contra a saúde pública’, frisa o delegado federal aposentado.

CONTA OUTRA 

Todo mundo viu, o povo, o fotógrafo de jornal, menos o Detran do RS. O motorista do carro em que Dilma Rousseff foi vista com netinho no colo, sem cadeirinha, não foi autuado porque ‘não houve multa por escrito e flagrante’.

EU, HEIM..  

‘Ninguém pode prender meus sonhos. O sonho de um Brasil livre da ditadura me levou à luta, à prisão e anos e anos longe de minha família e meu país’. Até parece mensagem de um Mandela Tupiniquim, mas é o cartão de Natal do José Dirceu, condenado por corrupção.

DOR DE CABEÇA

Para o governador de Alagoas, Teo Vilela (PSDB). Os policiais militares rejeitam acordo e a categoria pode entrar em greve em pleno verão nas belas praias do Estado.