Coluna Esplanada

Arquivo : agressão

Caso Feliciano teve fuga de hotel, farsa para coletiva e Palácio de olho
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Leandro Mazzini

> Mãe conseguiu fugir do hotel e ligar para o Senado

> Palácio Bandeirantes acionou a elite da Polícia e passou a monitorar o caso

> Polícia passa a investigar várias versões após liberar chefe de gabinete detido sexta

> Feliciano quebra o silêncio

> Mulher vira alvo de ataques nas redes sociais com ‘prints’ de supostas conversas com deputado

A reviravolta surpreendente do caso da jovem Patrícia Lélis, que acusa o deputado federal Pr. Marco Feliciano (PSC-SP) de assédio sexual, agressão e tentativa de estupro em Brasília, foi recheada de episódios que envolveu a mãe da garota, fuga do hotel onde supostamente estavam sob cárcere privado, ligação para o Senado Federal e monitoramento do Palácio Bandeirantes, com a entrada da elite da Corregedoria da Polícia Civil paulista.

Em certo momento Patrícia teria sido obrigada pelo chefe de gabinete de Feliciano, Talma Bauer, a fazer uma coletiva de imprensa com uma história fajuta: o enredo envolveria ela inventar que estaria apaixonada pelo deputado e admitir que teria inventado toda a história. Repórteres de dois grandes veículos de imprensa chegaram a gravar com ela.

Simultaneamente à coação no hotel, onde Bauer aparecia a toda hora, segundo relatou Patrícia à Polícia, ela era liberada para passeios nas ruas, mas sempre ao lado do chefe de gabinete.

Mas antes de a farsa se tornar a ‘história oficial’ da jovem, a mãe da garota, num drible aos asseclas de Feliciano, conseguiu sair do hotel e telefonar para uma amiga do Congresso Nacional – o nome vamos preservar, a pedidos.

Dali em diante, com a história do cárcere privado revelado pela mãe, os rumos mudaram completamente para os envolvidos. Vale ressaltar que a viagem da mãe de Brasília para São Paulo, após se reunir com o editor da Coluna e estranhar o sumiço da filha, foi fundamental para livrá-la. Ela estranhou a filha pedir uma conta com CNPJ para um depósito – o que passou a ser alvo de investigação também.

Uma outra parlamentar foi acionada. A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que aquela altura já havia denunciado o deputado para o MP do DF, telefonou para a Coordenação de Políticas para as Mulheres, do Governo de São Paulo, e assim a Polícia Civil entrou oficialmente na investigação.

Ao passo que a mãe conseguiu telefonar para Brasília, algo curioso aconteceu – relata Patrícia. A entrada de um repórter veterano na investigação também ajudou. Ao conseguir o contato de celular da jovem, ele ligou e conseguiu falar com ela, “no momento em que eu estava sozinha, sem o Bauer por perto”, relata a garota.

Mesmo assim, monossilábica, ela deu a dica de que algo estava errado. A Polícia foi acionada e chegou ao hotel. Foram parar todos na 4ª DP (Consolação), onde ela revelou o suposto cárcere privado. Bauer, que saíra do hotel, voltou e não encontrou mais ninguém no apartamento. ( Investigador aposentado, foi pego pela elite da Corregedoria da Civil numa calçada perto do hotel San Raphael ).

DENÚNCIA OFICIAL

Na segunda-feira chega à Procuradoria Geral da República a oitiva de Patrícia Lélis, de depoimento lavrado na 3ª DP (Campos Elíseos) de SP, para o delegado Luís Roberto Hellmeister. O caso de Feliciano ficará com a PGR, e na delegacia paulista continua o inquérito contra Bauer.

Ela confirma em detalhes a denúncia que relatou à Coluna Esplanada, do assédio de agressão do deputado dentro do apartamento funcional em Brasília. Depois que ela desapareceu da capital federal, a Coluna começou a publicar a série de reportagens – com o relato dela, as evidências de provas entregues e o áudio da conversa reveladora com Bauer – enquanto àquela altura, de SP, já sob poder de Bauer, ela gravava, segundo conta, os vídeos forçadamente.

Um personagem ainda de perfil misterioso entrara no enredo na quinta-feira (28), dia em que a garota conversou com o repórter e o advogado da Coluna numa cafeteria em Brasília. Emerson Biazon viajou de SP para a capital federal especialmente para orientar a jovem, que não tinha advogado.

Ele, porém, um jornalista, passou a tutelar os passos da jovem. Sob sua orientação, Patrícia não registrou B.O. na Polícia Civil de Brasília, como programava. E Emerson a levou para SP, onde encontraram-se com Talma Bauer, o chefe de gabinete de Feliciano. A Polícia paulista apreendeu o tablet de Biazon na noite desta sexta-feira (5), após ele cair em contradições. E passou a investigá-lo também.

Bauer, preso em flagrante ontem, foi liberado na madrugada deste sábado. Também está sob investigação e poderá ser indiciado. A jovem retornou para Brasília hoje com a mãe e vai depor ao Ministério Público Federal na segunda-feira.

DEFESA DE FELICIANO

O deputado federal e Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), um dos mais votados do Estado, líder do partido na Câmara e potencial vice de Jair Bolsonaro na disputa presidencial de 2018, corre risco de virar réu no Supremo Tribunal Federal.

A senadora Vanessa e quatro deputadas federais do PT o denunciaram no MPF e no MP do DF.

Neste sábado, Bauer, já livre, avisou que vai entregar ao delegado Hellmeister evidências de que não coagiu a garota.

Marco Feliciano, que postava no Twitter mensagens enigmáticas sobre o poder do silêncio, o quebrou. Gravou um vídeo ao lado da esposa e o divulgou em suas redes sociais. Nele, nega a agressão, diz que não sabia dos passos do assessor parlamentar e que perdoa a jovem ex-militante do PSC.

NOVA GUERRA DE VERSÕES

Neste sábado, tão logo pisou em Brasília, Patrícia Lélis descobriu que virou alvo de contra-ataque, segundo ela motivado pela mobilização de evangélicos defensores de Feliciano.

Na mesma moeda em que denunciou Feliciano com os ‘prints’ das supostas conversas dela com o deputado federal, surgiram nas redes sociais outros ‘prints’ de conversas atribuídas a ela, nas quais ameaçaria o deputado.

Patrícia argumenta que são montagens e que, assim que constituir advogado em Brasília na segunda-feira, vai denunciar o caso na delegacia de combate a crimes cibernéticos do DF.


Deputadas federais denunciam Feliciano ao MP Federal em Brasília
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Leandro Mazzini

Um grupo de quatro deputadas federais denunciou o deputado federal e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) à Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, do Ministério Público Federal, no fim da tarde desta sexta-feira.

A representação contra o deputado é sobre denúncia de agressão e estupro envolvendo uma jovem de Brasília – revelada pela Coluna na última terça-feira, quando iniciou uma série de reportagens.

A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) afirma que as parlamentares solicitam ao MPF apuração da denúncia que envolve o parlamentar paulista.

“Não queremos ferir qualquer presunção de inocência. Consideramos que denúncias, como essa, não podem ser banalizadas e têm que ser investigadas”, afirma Kokay, que representou as parlamentares na entrega do documento.

A representação é assinada pelas deputadas petistas Ana Perugini (SP), Luizianne Lins (CE) e Margarida Salomão (MG).


Polícia de SP prende chefe de gabinete de Feliciano e cerca deputado
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Leandro Mazzini

Confira aqui a primeira denúncia

Ouça aqui o áudio em que ela confirma a agressão

Veja aqui o cronograma da denúncia

A Polícia Civil de São Paulo prendeu nesta sexta-feira à tarde em flagrante o chefe de gabinete do deputado federal Pr. Marco Feliciano.

Talma Bauer, gravado pela jovem de Brasília que acusa Feliciano de agressão e assédio sexual em Brasília, foi detido no Centro da capital paulista e é acusado por ela de cárcere privado num hotel e de a ter forçado gravar os vídeos a favor do parlamentar, desmentindo a denúncia revelada pela Coluna Esplanada.

O caso está com o delegado da 3ª DP (Campos Elísios), Luiz Alberto Hellmeister. Ele declarou à Coluna há pouco que vai fazer a oitiva de Patrícia Lélis, a jovem que acusa o deputado federal, e enviar o caso para a Procuradoria Geral da República em Brasília na segunda-feira. Quanto a Bauer será indiciado por coação e sequestro qualificado.

“Temos que ter todo o cuidado neste momento, cuidado para os dois lados para não se fazer injustiça, e cautela”, resumiu o delegado.

Ainda segundo o delegado, Bauer teria dito a Patrícia que “um mal maior” poderia acontecer a ela se não gravasse os vídeos para desmentir a denúncia feita pela Coluna Esplanada, a qual vem relatando desde terça os bastidores do caso.

Bauer foi preso enquanto caminhava por uma calçada após ter saído do hotel San Raphael, na Consolação, onde mantinha Patrícia em cárcere desde segunda-feira, segundo relata a jovem. Não há informações de como ela escapou do hotel, mas foi com a mãe até a 4ª DP (Consolação) no início da tarde e prestou oitiva ao delegado Roberto Pacheco – conforme revelou a Coluna mais cedo.

Atualização sábado, 6, 12h15 – Bauer foi liberado esta madrugada pelo delegado, que colherá mais informações para decidir sobre o pedido de prisão, mas ele será indiciado.

Foi dali que surgiu o mandado de prisão contra Bauer, que é um investigador aposentado da Polícia Civil de SP. Patrícia e a mãe, que viajara às pressas de Brasília para SP, foram à Corregedoria da Polícia. E de lá para a 3ª DP – foram os agentes da Corregedoria que fizeram o cerco ao assessor parlamentar.

Segundo o delegado, Patrícia ainda nesta noite vai fazer o Boletim de Ocorrência na DP contra o deputado pastor Feliciano. A priori, ela relatou ao delegado assédio sexual e agressão.

Quanto a Bauer, em novo contato com a Coluna, o delegado afirmou nesta sexta às 21h30 que esperava a decretação de sua prisão temporária pela Justiça. O delegado não pretende liberá-lo e vai aguardar o mandado de prisão, mesmo que saia por um juiz de plantão neste sábado.

A Coluna denunciou o caso na última terça-feira e desde então fez uma série de reportagens sobre o vaivém dos episódios envolvendo a jovem militante do PSC, o deputado e o chefe de gabinete, que foi gravado por ela numa conversa, cujo áudio foi revelado aqui.

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Reviravolta no Caso Pr. Feliciano – Polícia de SP entra na história
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Leandro Mazzini

A jovem que acusa o deputado federal Pr. Marco Feliciano acaba de conversar com o delegado Roberto Pacheco, da 4ª Delegacia de Polícia de São Paulo (Consolação), em companhia da mãe, que foi de Brasília para acompanhar a filha.

Funcionários do cartório da delegacia confirmaram a presença da mulher há pouco e não há ainda informações sobre boletim de ocorrência.


Senadora denuncia Pr. Feliciano ao Ministério Público
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Leandro Mazzini

denunciaMP-vale

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), à frente da Procuradoria da Mulher no Senado Federal, enviou ofício ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios pedindo investigação sobre a denúncia contra o deputado federal e pastor Marco Feliciano. Uma jovem do PSC o acusou de assédio sexual e agressão dentro do apartamento funcional, conforme revelou a Coluna.

Graziottin enviou o ofício ( acima ) ao procurador-geral do MPDFT, Leonardo Bessa, nesta quinta-feira (4).

No documento, ela cita que “a denúncia é mais um caso de assédio sexual, praticada por figura tida como zelador de direitos e garantias individuais”.

A Coluna, que revelou a denúncia, publica desde a última terça-feira uma séria de reportagens sobre a situação. Confira aqui 

Confira aqui a primeira denúncia

Ouça aqui o áudio em que ela confirma a agressão

Veja aqui o cronograma da denúncia


‘Ela pediu conta pra depósito’, diz mãe da jovem que recuou sobre Feliciano
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Leandro Mazzini

Mais uma polêmica envolvendo a acusação de assédio sexual e agressão contra o deputado Marco Feliciano (PSC-SP), feita por uma mulher de 22 anos de Brasília, conforme revelamos. O repórter entrevistou a mãe da jovem, e ela confirmou que flagrou a filha machucada à ocasião do dia da suposta agressão. Para instigar ainda mais o caso, a mãe da garota confidenciou: “Ela ligou de São Paulo e pediu uma conta para um depósito, mas que fosse no CNPJ”, e que não tivesse rastros de ligação com ela. A mãe não entendeu do que se tratava no telefonema cercado de mistérios.

O relato foi feito a este repórter e ao advogado da Coluna na terça-feira (2), numa cafeteria do Shopping Pátio Brasil, na Asa Sul de Brasília. Naquele momento, a jovem, direto de São Paulo e tutelada por assessores de Feliciano, recuara na acusação e espalhava pelas redes sociais vídeos negando a história, acusando os contatos que havia procurado e dizendo ‘ser coisa da esquerda’. Foi quando ligou pedindo a conta.

A senhora, muito religiosa e surpresa com os acontecimentos, aceitou conversar pessoalmente sobre o caso após perceber a viagem estranha da filha para São Paulo. Ela mentiu. Havia dito ao repórter que viajara com o pai – a mãe revelou que o marido estava em casa.

A mãe da jovem relatou que um dia percebeu a filha agoniada ao telefone. Suspeitou de sua fragilidade e foi à faculdade onde a menina estuda. “Eu a encontrei chorando no banheiro, com a boca machucada e uma mancha roxa numa perna”.

O flagrante da mãe, que consolou a filha, teria sido no dia 15 de junho, no mesmo dia em que ela teria sido agredida por Feliciano com um soco na boca e empurrões dentro do apartamento funcional, na Asa Norte em Brasília, segundo relatara a jovem.

O misterioso depósito que viria de São Paulo, segundo a mãe, não aconteceu. Ela disse que poderia ser um valor para as palestras que a filha ministra para juventude do PSC em algumas cidades, quando é convidada ( já há palestra agendada para este mês, segundo revela a senhora ). Após conversar com a filha por telefone na noite de terça (2/8), dia do encontro com o repórter, a mãe da jovem ligou para a Coluna e mudou a versão: ela teria caído e bateu a boca no chão. Não convenceu – visto que a própria menina relatou a agressão em outra ocasião.

Fato é que a garota voltou hoje para Brasília, e não gravou mais vídeo, por ora. Disse que registrou boletim de ocorrência na Polícia sobre a suposta perseguição para ‘prejudicar Feliciano’, agora segundo ela um ‘cara bacana’, mas o B.O. não apareceu. No áudio em que diz ter gravado o chefe de gabinete do deputado, ela insiste mais de uma vez que o partido deveria resolver sua situação interna.

Feliciano continua num silêncio sepulcral há 48 horas, desde que a denúncia foi publicada pela Coluna – e postou hoje uma mensagem enigmática no seu Twitter sobre o poder do silêncio. E o assessor Talma Bauer, gravado de acordo com a jovem numa conversa comprometedora, repete que não é ele no áudio, embora confirme que tenha se reunido com a mulher uma semana atrás. (Detalhe, foi a própria garota quem entregou o áudio à Coluna).

Confira aqui a primeira denúncia

Ouça aqui o áudio em que ela confirma a agressão

Veja aqui o cronograma da denúncia

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Caso Feliciano – O cronograma da denúncia e o áudio que desmascara a mulher
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Leandro Mazzini

Diante da polêmica envolvendo a denúncia contra o deputado federal e pastor Marco Feliciano, a Coluna registra um breve cronograma, para melhor entendimento do leitor, diante de viralização de vídeos gravados pela jovem que o acusou – e que misteriosamente, após ir para São Paulo e se aliar a assessores do parlamentar, passou a desmentir.

Vale ressaltar que a Coluna tem todas as evidências de provas entregues por meio eletrônico e pessoalmente, diante de duas testemunhas.

24/7 – A Coluna menciona o episódio sem citar deputado

24/7 – Mulher procura editor pedindo socorro, pelo whatsapp

24/7 a 1/8 – Reuniões com a vítima, apurações, contatos, evidências de provas entregues

30/8 – Mulher vai para SP levada por homem ligado a partido de Feliciano, que a proibiu de fazer B.O. em Brasília

2/8 – Coluna denuncia o caso, com evidências de provas entregues por mulher

2/8 – De SP, mulher muda versão e ataca jornalista

2/8 – Editor se encontra com mãe da vítima, num café num shopping de Brasília. Ela revela que foi buscar a filha machucada na faculdade, com boca e perna direita manchadas por pancadas, à ocasião da descoberta da agressão relatada.

2/8 – De SP, tutelada por Feliciano e chefe de gabinete ( o qual ela gravou em conversa ), a jovem grava vídeos contra jornalista e falando que a denúncia ‘é coisa da esquerda’ para prejudicar o deputado.

3/8 – Coluna divulga áudio da própria mulher denunciando Feliciano ao seu chefe de gabinete (entregue por ela). Por questões de preservar pessoas alheias ao caso, citadas no áudio, divulgamos parte do áudio.

3/8 – Com áudio, a garota é desmascarada, sob suspeita de ter se aliado a Feliciano.

Atualização sábado, 6, 19h30 – Na reviravolta do caso, a mulher denuncia Feliciano e o chefe de gabinete do deputado à Polícia de SP por coação.

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“Ele me levou a fazer coisas à força”, diz mulher sobre Feliciano em áudio
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Leandro Mazzini

“Se vale um conselho, manda o Feliciano aquietar o pintinho dele , guardar o pintinho dele”

“Eu não sou uma menina burra. Eu tenho provas, tenho conversas, que saíram do telefone dele”

“Provavelmente eu não fui a primeira, e não sou a última. Eu serei a primeira que vai falar! Eu não aceito nada em troca. O que ele fez foi impagável”.

“Ele não me deixou sair ( do apartamento ), fez coisas à força, eu tenho a mensagem dele: ‘Feliciano, a minha boca ficou roxa’. Ele ri”

“Se você conhece o Marco Feliciano e trabalha com ele, você com certeza deve saber da conduta dele, da índole dele. Não sejamos hipócritas”.

“Eu corri atrás de todos os pastores para pedir ajuda e não posso sair prejudicada. Porque se eu sair prejudicada, eu vou à delegacia”.

* * *

“Eu não levei à delegacia ainda porque eu sou cristã, eu amo a minha igreja! (.. ) eu não fui para a delegacia porque eu sei que isso vai prejudicar não só a igreja, não é só o ministério do Feliciano, mas todo o evangelho. Eu amo a igreja”.

“Você está fazendo um bem, de você perdoar, e posso pedir para você por uma pedra em cima? O partido vai continuar tudo igual para você” (voz atribuída a chefe de gabinete de Feliciano)

audio

Atenção – Por questões de preservar pessoas alheias ao caso, citadas no áudio, divulgamos parte do áudio, o suficiente para confirmar a versão que a jovem relatara pessoalmente à Coluna

A polêmica começa quando a Coluna solta uma nota sobre assédio sexual de um deputado federal a uma jovem de Brasília – caso que se revelou muito mais grave, após ela relatar pessoalmente, diante de duas testemunhas, o que houve. Ela procurou este repórter pelo whatsapp, número passado por um amigo em comum, com a mensagem: “Oi. Preciso de ajuda”. Era dia 24 de julho.

Desde então o repórter passou a trocar mensagens de whatsapp com a mulher de 22 anos que acusou de agressão e assédio sexual o pastor Marco Feliciano, deputado federal, líder do PSC e do Ministério do Avivamento, um braço evangélico que criou. A Coluna tem as evidências de provas passadas pela menina – na troca de mensagens repete que faria o B.O. na polícia – e numa reunião. Diante de um jornalista paulista e do advogado da Coluna, ela confirmou tudo. Ontem, a Coluna revelou o caso.

A menina que se diz vítima entregou os prints das trocas de mensagem que atribui a Feliciano – confirmamos em áudio com dois funcionários do PSC que se tratava do telefone pessoal dele – e também um áudio, o qual revelamos agora. Nele, a jovem diz que se reúne com o chefe de gabinete de Feliciano, Talma Bauer, em Brasília – e na conversa confirma tudo o que denunciou ao repórter e o que foi publicado.

A garota está fora de Brasília, sem os pais. Bauer confirma que esteve com a jovem, ‘numa conversa como de pai para filha’, para orientá-la, mas sobre o áudio, apesar de não ter ouvido, diz que pode ser montagem. ( Detalhe, as vozes coincidem, a garota confirmou para o repórter e testemunhas que o gravou, e enviou o áudio por whatsapp para a Coluna. Não há indícios de montagem e não há qualquer interrupção no mesmo. Vamos publicar os primeiros 28 minutos dos 57 minutos da conversa reveladora).

Após sair de Brasília, misteriosamente a garota mudou toda a versão, apesar das provas entregues à Coluna e das testemunhas. Ela gravou vídeo para o youtube chamando Feliciano de ‘bacana ( confrontada por este, ela o retirou do ar ).  E agora espalha que foi usada e o repórter mente. Gravou outro vídeo que circula agora pelo whatsapp, dizendo ser ‘coisa da esquerda’, e ao lado de quem? Do querido novo amigo Bauer, alvo dessa gravação e a quem deu seguidos recados de que não poderia ficar abandonada.

Isso é só parte da verdadeira história.

Atualização quinta, 11/8, 00h33 – Com os leitores, a prova da denúncia. Parte da transcrição abaixo, e parte no canal da Coluna Esplanada no Youtube, do áudio gravado segundo ela no dia 22 de junho.

 

Homem – Sou chefe de gabinete do Feliciano, sou um conselheiro dele. Eu pediria a você para dirimir qualquer dúvida.

Mulher – Se você conhece o Marco Feliciano e trabalha com ele, você com certeza deve saber da conduta dele, da índole dele. Não sejamos hipócritas. Não estou aqui para ganhar nada de ninguém. você não é a primeira pessoa que me procurou.

(..)

Conheci o Feliciano dentro da Câmara. Ele simplesmente chega nas pessoas e usa o que ele tem. Todo mundo erra, mas uma coisa é você ser hipócrita.. eu só perco e me exponho, eu não sou uma menina burra. Eu tenho provas, tenho conversas, que saíram do telefone dele.

Homem – Sim, eu etendo. Você se sentiu prejudicada.

Mulher – Lógico que me senti.

Homem – Qual o dano que te causou?

Mulher – Moral. Ele falou para muita gente. (..) Eu me considero uma pessoa honesta, e não estou mentindo.

Homem – É.., quando a gente conversa assim olho no olho a gente não mente.

Mulher – Eu não tô aqui para falar de você. Tô aqui para falar do Feliciano. (..) Ele usou de um cargo público para se aproximar, tenho provas, são provas concretas, com base. Não quero prejudicar ninguém, mas não quero sair prejudicada.

Homem – Eu tô com você em gênero, número e grau.

Mulher – A primeira coisa que não tô mentindo é que procurei pastores, não tô mentindo, se estivesse mentindo não chegaria aonde eu cheguei. O que coloco é o seguinte: Marco Feliciano errou, Marco Feliciano continua errando. O senhor está com ele há quantos anos?

Homem – Quinze anos.

Mulher – Então o senhor sabe o que ele faz. Eu estou falando em questão de mulheres. Custo acreditar que não saiba. Por mais que seja uma relação profissional. (..) Provavelmente eu não fui a primeira, e não sou a última. Eu serei a primeira que vai falar! Eu não aceito nada em troca. O que ele fez foi impagável.

(..) Ele usou um cargo de influência, de deputado e de pastor, para aproximar. Ele abusa desse cargo para chegar e ele veio conversando comigo de formas estranhas, colocando ‘a gente poderia se encontrar’. Não é cantando, é descaradamente dando em cima.

Homem – eu sou homem, tenho minhas vontades. tenho que ser sutil. (..)

Mulher – É por isso que a gente não tá aqui falando de você. Você tem noção. Quer entender com todas as letras o que aconteceu? Ele deu em cima de mim de forma descarada, tá bom?, Me levou a fazer coisas à força – tenho a prova disso. Dentro da casa dele. Falou que estava tendo reunião da UNE, eu fui para lá e não estava tendo, ele não me deixou sair, fez coisas a força eu tenho a mensagem ‘Feliciano, a minha boca ficou roxa’. Ele ri. Sim, aonde eu falo ‘a minha boca ficou roxa’, saiu do número dele, cujo qual ele usava, não sei se usa mais; Ele fala ‘ah, passa um batom por cima’. Eu tenho todas essas provas, o que estou falando consigo sentar com o senhor e provar.

Homem – Mas ninguém está duvidando de você;

Mulher – (..) Quando a gente fala uma coisa, principalmente quando a gente está incriminando alguém, por eu estudar direito eu sei que a gente tem que ter provas. E eu tenho todas as provas. A maior prova que eu tenho até o momento é que o Feliciano está preocupado..

Homem – Isso fica, eu estou preocupado!

Mulher – Mas ele está a ponto de ligar para as pessoas, e inventar histórias que não existem. Olha para mim, você sabe quem o Feliciano é? Então você sabe o que o Feliciano faz.

Homem – Às vezes pelo fato .. você tem uma beleza diferente.

Mulher – Mas senhor.. isso não justifica! eu tô falando de uma pessoa que é casado, deputado, pai de três filhos. Eu poderia ser a Gisele Bündchen.

Homem – Eu te asseguro (..) que eu, o que te prejudicou eu conserto. No partido, quem ficou triste com você, eu conserto.

Mulher – No partido está todo mundo sabendo da história!

Homem – Pra você, estou pedindo desculpa em nome da família.

Mulher – Eu não levei à delegacia ainda porque eu sou cristã, eu amo a minha igreja! (.. ) eu não fui para a delegacia porque eu sei que isso vai prejudicar não só a igreja, não é só o ministério do Feliciano, mas todo o evangelho. eu amo a igreja. (..) Eu corri atrás de todos os pastores para pedir ajuda e não posso sair prejudicada. Porque se eu sair prejudicada, eu vou à delegacia.

Homem – Você está com meu telefone, ele fica ligado dia e noite, vou seguir sua orientação para consertar. Por exemplo, no partido você vai ter acesso direto e reto, você vai ter espaço..

Mulher – Se vale um conselho, manda o Feliciano aquietar o pintinho dele, é guardar o pintinho dele. Eu não estou fazendo favor a ninguém.

Homem – Você falou a verdade, não está fazendo favor a ninguém, você está fazendo um bem, de você perdoar, e posso pedir para você por uma pedra em cima? O partido vai continuar tudo igual para você, e para melhor. (..) está pior para ele do que para o partido.

Mulher – A partir do momento que eu ver que não vou mais ser prejudicada – eu não estou falando mais em nome do Feliciano não, em nome da igreja, em nome da bandeira que defendo. Pensa bem se levo isso para uma delegacia, com que cara vou chegar numa comissão?


Em B.O., vítima de agressão de Telmário revela ciúme do senador por tio
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Leandro Mazzini

A mulher que revelou ter sido amante do senador Telmário (PDT-RR) e espancada por ele no fim de dezembro passado, conforme reportagem da Folha de S.Paulo, disse no Boletim de Ocorrência na delegacia em Boa Vista (RR) que o episódio começou com o ciúme do parlamentar por um tio da jovem.

A despeito de Maria Aparecida Nery ter mudado a versão em um vídeo gravado, sob suspeita de pressão do senador, as descrições do B.O. , abaixo, são reveladoras.

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BOvale


‘UFC Chapelaria’ vira piada: base quer motorista para bater na oposição
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Leandro Mazzini

taka

Virou piada nos salões do Congresso Nacional o ‘UFC Chapelaria’ protagonizado pelo deputado federal Takayama (PSC-PR) e pelo motorista do senador Delcídio Amaral (PT-MS), Marcos Aurélio de Almeida, o Marcão – de 2m de altura por 1m de largura.

Após discussão por incidente bobo na entrada do Congresso, o nipo-brasileiro, há muito apelidado nos corredores de ‘Samurai Esquentado’, deu um tapa no funcionário e foi nocauteado, indo ao chão com dois safanões pela mão pesada de Marcão.

Agora, no melhor estilo ‘Te pego lá fora’, os deputados da base governista brincam, veladamente, que pretendem contratar Marcão para bater também em Eduardo Cunha, Mendonça Filho (DEM-PE) e outros líderes da oposição que azucrinam o Governo.

O caso ocorreu na terça (6) à noite e até esta tarde de quinta o deputado Takayama continuava internado até esta tarde sob cuidados num hospital da capital.

Segundo relatos de funcionários do Senado, teria chamado de ‘macaco’ o motorista. A Polícia Legislativa ainda apura o caso.

Não é de hoje que parlamentares apanham de servidores da Casa. Há muitos anos, o esquentado cantor e então deputado Agnaldo Timóteo foi nocauteado no plenário por um funcionário do Congresso, após lhe dar um safanão por engano.

Chefe do motorista, o senador Delcídio justificou que ‘Marcão é um pouco esquentado mesmo’, piorando a situação. Deputados fizeram fila no microfone do plenário para protestar a agressão e as palavras do senador.

Mas Takayma também tem histórico entre colegas de ser um parlamentar de sangue quente. Há poucos anos, numa histeria, quis demitir todo o gabinete, mas recuou ao fim do dia. Semana passada, bateu boca com a deputada Érika Kokay (PT-DF). Ele, evangélico conservador, e ela feminista progressista, discordam sobre os direitos homossexuais.