Coluna Esplanada

Arquivo : ameaças

Cunha pede ao Ministério da Justiça que PF apure ameaças a relator
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Leandro Mazzini

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O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), vai pedir à Justiça que a Polícia Federal abra inquérito para investigar supostas ameaças ao deputado Fausto Pinato (PRB-SP), relator do processo de cassação de Cunha no Conselho de Ética.

Cunha enviará na tarde desta quinta (19) ofício ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, alegando ameaças a Pinato e a sua família.

As revelações surgiram na manhã de hoje pelo próprio Pinato, antes e durante a reunião polêmica do Conselho de Ética, que causou impasse porque a Ordem do Dia no plenário havia sido aberta (por regimento da Casa, todas as comissões devem cessar suas atividades até 10 minutos depois da Ordem aberta).

Deputados e o próprio Pinato – que não relatou de público quais seriam as ameaças – solicitaram ao presidente escolta policial para o parlamentar e sua família.


Missão ‘Apollo 13’ de senadores a Caracas é comemorada em Brasília
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Leandro Mazzini

Aécio concede entrevista após confusão, observado pela deputada cassada Maria Corína e pelo senador Petecão ao fundo. Foto: El Mundo, de Caracas

Aécio concede entrevista após confusão, observado pela deputada cassada Maria Corína e pelo senador Petecão ao fundo. Foto: El Mundo, de Caracas

A missão que não chegou ao destino nesta quinta-feira (18), dos senadores brasileiros que tentaram visitar sem sucesso os presos políticos em Caracas, Venezuela, já é apelidada nos corredores do Congresso de ‘Apollo 13’ – a malsucedida tentativa de pouso da nave americana na lua, em 1970, por falha mecânica. O retorno dos três astronautas com vida à Terra virou a principal missão – e na volta viraram heróis.

Respeitadas as gigantescas diferenças entre os casos, obviamente, a analogia não é exagero.

É o que os congressistas – a maioria da oposição, mas alguns da base do governo – esperam nesta madrugada, com o retorno do jato da FAB que levou grupo de senadores a Caracas: festejar em Brasília a tentativa de uma missão, fracassada no caminho; mas em especial o retorno tranquilo da ‘tripulação’ e a tamanha repercussão internacional do caso. Em suma, querem passar a imagem de que valeu a intenção da solidariedade.

CRISE DIPLOMÁTICA

Eles sofreram represálias de simpatizantes do governo Nicolás Madura na saída do aeroporto. Tiveram o microônibus bloqueado por manifestantes e, segundo relatos dos parlamentares nas redes sociais e em contato via telefone, foram vaiados, xingados, ameaçados com chutes e pedras no veículo. Por questões de segurança, a despeito da escolta policial, o grupo decidiu retornar ao aeroporto e voltar para o Brasil.

Compõem a comitiva os senadores Aloysio Nunes (PSDB-SP), Aécio Neves (PSDB-MG), Cassio Cunha Lima (PSDB-PB), José Agripino (DEM-RN), Ronaldo Caiado (DEM-GO), Ricardo Ferraço (PMDB-ES), José Medeiros (PPS-MT) e o único da base governista de Dilma, Sérgio Petecão (PSD-AC).

Enquanto a comitiva sofria retaliações em Caracas, os deputados e senadores fizeram fila nos microfones dos plenários durante a tarde para protestar. Ameaçaram convocar para explicações o chanceler Mauro Vieira.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, conseguiu contato em tempo real com o Itamaraty e passou notícias atualizadas para os colegas. O federal Raul Jungmann (PPS-PE) subiu à tribuna para reclamar que a FAB não deu o mesmo tratamento a grupo de deputados que há dois meses tenta visitar Caracas numa comitiva para verificar as denúncias de violações de direitos humanos – conforme antecipou a Coluna.

RELAÇÕES MANTIDAS

Ao tomar conhecimento do caso, o presidente do Senado, Renan Calheiros, soltou nota oficial de repúdio. Eduardo Cunha avisou aos deputados que prepara uma visita oficial de comitiva a Caracas. As tratativas começaram após receber em Brasília, semana passada, o presidente do Congresso venezuelano, o coronel Diosdado Cabello, chavizta de carteirinha.

Esta eventual e iminente visita, no entanto, será bem diferente dos motivos que levaram os senadores e pelos quais os deputados querem decolar para a Venezuela: conferir de perto o estado de saúde do opositor ao governo Leopoldo López, preso há mais de um ano, sem provas, acusado de complô contra o governo Maduro. Ele faz greve de fome há semanas. López é o principal candidato à Presidência contra Maduro, nas eleições (que se esperam) para o fim deste ano.

Os parlamentares brasileiros também pretendiam visitar o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, detido em prisão domiciliar – retirado do gabinete meses atrás, por agentes do serviço secreto de Maduro, também acusado de conspiração – e sem provas.


PCdoB denuncia ataques nas redes e ameças a deputadas
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Leandro Mazzini

O PCdoB vai denunciar à Polícia Federal os ataques e ameaças de morte que seus parlamentares têm recebido através de postagens anônimas nas redes sociais, em especial os direcionados às deputadas federais Jandira Feghali (RJ) e Manoela D’ávila (RS).

Para Jandira, líder do partido na Câmara, há um neofascismo escancarado no Brasil através da internet, com ataques às ações da esquerda e seus protagonistas. Não intimidado, um internauta avisou ao partido que não teme ser rastreado, porque os provedores de seus sites são na Europa.

Em conversa com jornalistas semana passada, a líder comunista afirmou que a prioridade do PCdoB no Congresso neste ano é a pauta trabalhista, como redução da carga horária de trabalho semanal para 40 horas.

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PLANALTO & PALÁCIO 

O tucano Aécio Neves nomeou cinco parlamentares do PSDB para definirem um conteúdo programático de campanha para o Centro-Oeste. Entre eles Cássio Cunha Lima, Carlos Sampaio, Eduardo Jorge. A ciumeira entre o quinteto é grande.

QUEIMAÇÃO ONLINE 

Com a presidente Dilma como protagonista, o Brasil recebe em abril o Encontro Multissetorial Global sobre o Futuro da Governança da Internet. Dilma se esforçou para isso. Mas o País receberá o evento sem marco civil da internet e ou lei de punição a crimes cibernéticos.

QUEM TE VIU, OAB.. 

Ainda reverbera muito mal no meio acadêmico e nos escritórios de todo o Brasil a decisão do conselho federal da OAB de abrir processo administrativo para enquadrar o advogado Paulo Fernando Melo. Ele reclamou da demora de meses da Ordem em julgar pedido de cassação do registro do apenado José Dirceu. O caso de Dirceu foi para SP.

ATÉ O PARAGUAI

Um editorial do diário paraguaio ABC Color desancou a presidente do Brasil. O título é ‘A Imperatriz Dilma’. Lembra que ela criticou a queda de Fernando Lugo e a crise passageira no país, mas se cala diante da violência na Venezuela.

PARTIDOS E A MÍDIA

O PCdoB reforçou aliança com o PT sobre a regulamentação da mídia. Os comunistas acham que o debate é essencial. Citam dois casos: o direito obrigatório de resposta para quem for atacado, e a equitativa distribuição de verbas publicitárias. Nada de censura.

DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS

A Câmara vai promover sessão solene a pedido do deputado militar Jair Bolsonoro (PP-RJ) para lembrar o que chama de aniversário da revolução , dia 31 de março. Mas a Casa também abrirá sessão a pedido de Luiza Erundina (PSB-SP) para lembrar a luta pelos direitos humanos, denúncias contra torturas e abuso do poder no regime.

BRAZUCAS NO COMANDO

A despeito de não ter assento no Conselho de Segurança da ONU, o Brasil tornou-se protagonista militar na MINUSTAH. O general José Jaborandy Jr. foi nomeado comandante das Forças no Haiti. No Congo, manda o Gal. Carlos Santos Cruz.

TOP SECRET 

Sabe o avião da Varig que teria caído no Pacífico, há 35 anos, e nunca mais apareceu? Militares consultados têm tese conspiratória de episódio que seria motivado pela Guerra Fria: caça russo abateu a aeronave comercial brasileira com seis tripulantes. Meses antes, um piloto soviético desertou para o Japão com caça de tecnologia inovadora. O avião foi desmontado e devolvido aos poucos para a Rússia, mas a KGB desconfiava de que o avião brasileiro levaria para os EUA peça com códigos secretos.

POUSO NO SALÃO 

Pelo menos 30 ex-funcionários da Varig e Transbrasil estão acampados – dormindo também – no Salão Verde da Câmara, em protesto pelo não pagamento de R$ 3 bilhões para os 10 mil beneficiários do fundo previdenciário Aerus. Mas a briga é judicial. Os advogados do fundo travam uma batalha inglória contra a AGU, que conseguiu liminar numa das muitas ações – a mais importante – para barrar decisão de 1ª instância, mesmo acolhida pelo STF, de pagamento para o grupo. Mais de 950 ex-empregados da antiga Varig faleceram sem receber o que tinha direito. O aeroviário Miguel Ramos, 67, contribuiu 30 anos e hoje só recebe 8% do que tem direito.


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