Coluna Esplanada

Arquivo : assembleia

Vazamento de depoimento ao MP causa polêmica no MT
Comentários Comente

Leandro Mazzini

O vazamento de um depoimento sob sigilo de uma ex-funcionária de José Riva, o enrolado e detido ex-presidente da Assembleia do Mato Grosso, causou um bate-boca numa oitiva entre o advogado e o procurador do caso. E após cinco meses do ocorrido provoca acaloradas discussões entre defensores, juízes, procuradores sobre os riscos – em várias frentes – de revelações sem autorização judicial.

As informações e documentos sigilosos, que contribuíram para novas fases da operação Metástase, da Polícia Civil, e que levaram Riva à cadeia por desvios de verbas públicas, foram publicadas no dia seguinte ao depoimento em um blog de Cuiabá, revelando dados, nomes de políticos e valores.

O caso revelou o nome da depoente – que dias depois tornou-se delatora – e a publicação no blog a colocou sob risco de vida, reforçou seu advogado, em debate com o procurador e a juíza à ocasião de oitiva semanas depois, quando a depoente já era delatora.

O vazamento não apenas implica questões pessoais de segurança como também pode abrir precedente perigoso em outros Estados, em várias instâncias, principalmente no teor jurídico.

País adentro, advogados questionam a atitude suspeita de promotores e procuradores que vazam para a imprensa documentos, áudios, vídeos de depoimentos importantes, de várias operações policiais e judiciais, colocando em risco a credibilidade da instituição mas, em especial, a própria investigação em curso – foi o que ocorreu em Cuiabá, pela transcrição do áudio a que a Coluna teve acesso.

Pelo ocorrido, o advogado questiona quem vazou o depoimento (antes da delação assinada) sob proteção do MP. Vamos preservar os nomes dos envolvidos por motivos óbvios – a proteção da testemunha.

Transcrição. Participantes – advogado, promotor e juíza.

Advogado – Só uma questão, quando se faz uma delação premiada, ela até nesse momento deveria estar sob a batuta do sigilo. E a partir de amanhã estar disponível . . .

Juíza – Não, a partir do recebimento da denúncia.

Advogado  – Falo isso como um alerta para o MP. Ela deu depoimento à tarde e no outro dia já estava em todos os sites. Só quem tinha o conteúdo do depoimento era eu e o MP. Eu não passei. Temos que apurar. De repente vocês colocam em risco a vida de uma senhora. É só ela e o filho. Esse povo é tão perigoso que a doutora (juíza) está com segurança aqui. Saiu até o nome dela (nos sites). P., aí não dá. Vai aqui um alerta. De repente vocês colocam uma pessoa num perigo desgraçado.

(Procurador indaga se a notícia que saiu foi antes da delação).

Advogado – Toda a fala dela estava no site na Folha Max no dia seguinte. Isso pode desestimular quem pretende fazer a delação. E o que é pior: põe em risco a vida dela, a minha vida; eu não tenho como pagar segurança. Ela também não tem.

Procurador – Insiste para saber se foi antes ou depois da delação.

Juíza – O depoimento é de 23 de setembro de 2015. Declarações são da mesma data. O acordo só foi assinado no dia 8 de outubro.

Procurador – Se não tinha acordo, não tinha o sigilo.

Advogado – Nós temos os recibos assinados por políticos do interior de verba que não foi gasta. Estava coberto de sigilo. Isso é ruim. Até os recibos foram divulgados. Foi no dia que foi firmado o acordo. Folha MAX e vários sites revelaram que o dinheiro iria para um vereador do Araguaia e outros.

Delatora – Não tenho contato com ninguém. Fiquei com medo, tenho uma filha de 8 anos, estou desempregada.

Juíza – O problema que isso esbarra nessa questão da imprensa não precisar revelar a fonte da informação.

Advogado – Quase caí duro para trás quando saiu nos sites. Precisa dar uma olhada internamente para saber quem está vazando. Desculpa a liberdade.

Juíza – Está encerrado.

Colaborou Walmor Parente


Deputados PMs duelam por representatividade da classe na Assembleia de MG
Comentários Comente

Leandro Mazzini

A Assembleia Legislativa de Minas vive uma velada briga ‘fratricida’ – por representação de classe – entre os deputados Cabo Júlio (PMDB), vice-líder do Governo, e Sargento Rodrigues (PDT), opositor do governador Fernando Pimentel (PT).

Ambos os parlamentares são egressos da Polícia Militar e duelam pela alteração da data do pagamento do salário da tropa.

Aliás, Júlio e Rodrigues eram alguns dos líderes da trágica greve de 1997, quando, em meio ao tumulto, foi assassinado com um tiro na cabeça o Cabo Valério, no Centro de Belo Horizonte.

O Blog no Twitter e no Facebook


TRE de Sergipe cassa seis deputados por mau uso de verbas
Comentários Comente

Leandro Mazzini

A República está caindo em Sergipe.

Em uma semana o Tribunal Regional Eleitoral cassou seis deputados – quatro deles estaduais e dois federais.

Desde a segunda-feira, foram dois federais: João Daniel (PT) e Adelson Barreto (PTB). Todos alvos da má gestão das chamadas subvenções da Assembleia Legislativa, quando cumpriam mandato na Assembleia.

A subvenção é uma Bolsa-deputado inventada pela Assembleia. Além dos salários e das verbas de gabinetes, os deputados têm direito a R$ 1,5 milhão por ano para ações sociais. O TRE descobriu que a grande maioria investe as verbas em entidades criadas por eles próprios, sem qualquer prestação de contas dentro das normas.

Os estaduais cassados por unanimidade pelo pleno do tribunal são Augusto Bezerra (DEM), Capitão Samuel (PSC), Paulinho das Varzinhas (PTdoB) e Gustinho Ribeiro (PSD). Eles vão recorrer ao TSE.


PMDB e PT repetem em Minas a ciumeira política federal
Comentários Comente

Leandro Mazzini

Toninho Andrade, o vice, e Pimentel - aliança pode ser melhor, mas a relação com a ALEMG.. Foto extraída do bhaz.com.br

Toninho Andrade, o vice, e Pimentel – aliança pode ser melhor, mas a relação com a ALEMG.. Foto extraída do bhaz.com.br

Segundo maior colégio eleitoral do Brasil e alvo da cobiça dos grandes partidos, Minas Gerais , sob novo governo, virou um espelho de Brasília.

PMDB e PT repetem no Estado a ciumeira – mas com menor intensidade – sobre disputa pelo Poder.

O governador Fernando Pimentel, do PT, se desdobra para negociar votação de projetos importantes com a Assembleia Legislativa, controlada pelo PMDB. Este se sente menosprezado na distribuição de secretarias.

E o vice-governador de Pimentel, o peemedebista Antonio Andrade, faz papel de ‘Michel Temer’. Sente-se desdenhado nas articulações, é aliado mas nem tanto: tem que defender seu partido.


Assembleia de Pernambuco inicia o frevo do Poder
Comentários Comente

Leandro Mazzini

uchoa

Uchoa – ameaça ao seu reinado. Foto: pdtrecife.wordpress.com

Começou uma briga de foice pela cadeira de presidente da Assembleia de Pernambuco.

Por quatro mandatos no Poder, sempre com aval de Eduardo Campos, o deputado reeleito Guilherme Uchoa (PDT) quer um quinto mandato, mas esbarra na vontade de Waldemar Borges (PSB), que tem a bênção do governador eleito, Paulo Câmara.

Correndo por fora vem a deputada Raquel Lyra, filha do atual governador João Lyra, ambos do PSB. É desejo de Lyra fortalecer o mandato da herdeira para que ela possa disputar a Prefeitura de Caruaru em 2016, derrotando seu inimigo José Queiróz (PDT).


< Anterior | Voltar à página inicial | Próximo>