Coluna Esplanada

Arquivo : CNBB

Esplanadeira: como Congresso criou Bento da novela e relator da Ficha Limpa
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Leandro Mazzini

Dois bastidores de como o Congresso Nacional criou dois personagens – um real, o relator da Ficha Limpa, e outro fictício, da novela Velho Chico, da TV Globo

Com o fim da novela Velho Chico, vale um ‘making of’ sobre o ‘laboratório’ feito pelo ator Marcelo Serrado no Congresso Nacional, onde aprendeu trejeitos dos parlamentares para fazer papel de um na trama. Ele ouviu do senador Reguffe (DF) que existem, sim, muitos bons políticos no País, apesar da má fama. Serrado mudou sua visão.

O ator levou a ideia para o diretor Luiz Fernando Carvalho, antes da novela ir ao ar, e Velho Chico – que teria só um deputado mau caráter – ganhou um vereador bonzinho. Foi o ‘Bento dos Anjos’. Inspirado nas dicas de Reguffe sobre políticos do bem.

Por falar em TV Globo, no debate da emissora da última quinta-feira, o candidato a prefeito pelo PSD, o deputado federal Indio da Costa, disse que ‘carregou um piano’ como relator da lei da Ficha Limpa. Eis o bastidor de sua escolha, e o poder da Igreja no episódio:

Anos atrás, a cúpula da Conferência Nacional dos Bispos Brasileiros (CNBB), uma das idealizadoras do projeto de lei, pediu audiência ao então presidente da Câmara, Michel Temer, para falar da proposta da Ficha Limpa.

Junto com o grupo foi o então deputado Miguel Martini. Decidiu-se na reunião que a relatoria ficaria com o DEM. Dom Dimas Barbosa, da CNBB, passou os olhos na lista de parlamentares do DEM e parou no  nome de Indio da Costa: “Conheço este, a mãe dele foi minha paroquiana, é um bom rapaz”.

Temer lembrou ser nome neutro e topou. Martini foi presidente da comissão e Indio da Costa o relator. Com a lei aprovada, ele teve vitrine, se cacifou e foi escolhido por José Serra – também com aval da CNBB – para ser candidato a vice na chapa em 2010.

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PT perde apoio incondicional: Processo de Dilma racha Igreja em Brasília
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Leandro Mazzini

Dom Sérgio da Rocha. Foto: Arquivo ABr

Dom Sérgio da Rocha. Foto: Arquivo ABr

Outrora aliada fiel do Partido dos Trabalhadores, a Igreja Católica não se mostra tão unida mais em relação ao partido. A despeito de a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) não se posicionar oficialmente, há um racha escancarado na Cúria – em especial em Brasília.

O arcebispo do DF, Dom Sérgio da Rocha, sofreu constrangimento público num inédito embate político na última segunda-feira (7) à noite, a ponto de encerrar antes do programado uma palestra.

Grupos católicos pró e contra impeachment discutiram no auditório onde ele discursava. O embate se estendeu também pelas redes sociais, com notas oficiais de apoio ou oposição ao processo de impeachment na Câmara.

Não é só na capital federal. Os embates, mais velados, se repetem nas Cúrias em todas as capitais.

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STF promove audiência pública sobre ensino religioso nas escolas
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Leandro Mazzini

O ministro-relator Luis Roberto Barroso coordena amanhã a audiência pública no Supremo Tribunal Federal sobre o ensino religioso nas escolas.

A audiência será na Sala de Sessões da 1ª Turma, de 9h às 19h30, e terá a participação de representantes de 31 entidades, entre escolas, faculdades, igrejas. (veja lista aqui)

Um dos oradores será o deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP), representando uma igreja evangélica. A CNBB contratou o relator do acordo na Câmara, o advogado e ex-deputado petista Antonio Carlos Biscaia.

O caso envolve o acordo entre o Vaticano e o Governo brasileiro, que prevê o ensino religioso na grade curricular, mas gerou controvérsias jurídicas. ( Lembre aqui )

O STF foi provocado por Ação Direta de Inconstitucionalidade ADI nº 4439 em Agosto de 2010, pela procuradora da PGR Debora Duprat. Ela cita que, se regulamentado, o ensino deve ter abordagem ampla, com história das religiões, e também ‘posições não religiosas’, sem doutrinações partidárias ou ideológicas.

 

 


Igreja faz apelo contra ideologia de gênero nas escolas
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Leandro Mazzini

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A Igreja entrou para valer nos últimos dias no debate dos planos municipais de educação. Padres foram orientados por carta do secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner, bispo auxiliar do DF.

Ele alertou que os planos estavam em finalização sem a participação dos pais e da própria Igreja, o que, segundo ele, fazia-se necessário para tentar barrar a ideologia de gênero nas escolas.

No bojo, a preocupação com a linha liberal de professores e entidades que abordam orientação sexual e ideologia partidária nas aulas. O apelo surge às vésperas de o STF iniciar audiências para decidir sobre o ensino religioso nas escolas.

Pelo prazo do MEC, os municípios tinham até a última sexta para aprovar seus planos. O bispo pediu que os párocos e pais cobrem agora posição dos vereadores.

‘Urge uma ação de nossa parte, como Bispos’, disse Steiner, na carta. ‘A não participação da sociedade na escolha do modelo fere o direito das famílias’.


Descontração marca encontro de presidenciáveis ‘nanicos’ em Aparecida
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Leandro Mazzini

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Uma prévia do debate entre os candidatos a presidente desta noite de terça (16), em Aparecida (SP), promovido pela CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

Quatro candidatos chamados ‘nanicos’ – com pouca ou nenhuma expressão de votos nas pesquisas eleitorais – reuniram-se no fim da tarde com dom Raimundo Damaceno, presidente da CNBB, em seu gabinete no Santuário.

Da esquerda para a direita, na foto, Eduardo Jorge (PV), Eymael (PSDC) e Levy Fidelix (PRTB), apesar da seriedade no momento da foto, mostraram-se bem à vontade e brincalhões durante o papo.

Do outro lado da sala, pastor Everaldo (PSC) dividiu sofá com dom Damaceno.

A presidente Dilma Rousseff, o tucano Aécio Neves e Marina Silva (PSB) também confirmaram presença.

O debate, organizado pela CNBB e com temáticas de interesse da Igreja, vai ao ar com cinco blocos a partir das 21h30 em rede nas TVs de inspiração católica – TV Aparecida (geração), REDEVIDA, Século 21, Canção Nova, entre outras. Também será transmitido por rede de rádios para todo o País.


Grupo que lançou Ficha Limpa se une por nova Reforma Eleitoral
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Leandro Mazzini

Marlon Reis, o idealizador da Ficha Limpa

Em nova frente popular e forte, o mesmo grupo que apresentou o projeto da Ficha Limpa (CNBB, OAB, MCCE, UNE, Maçonaria) lança hoje a Coalizão Democrática pela Reforma Política e Eleições Limpas. Vão apertar o Congresso, que bate cabeça.

À frente das 100 organizações civis está o juiz Marlon Reis, do MCCE – Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral. A partir de Quinta-feira, a ideia é convencer os parlamentares a incluir nos pacotes de reforma eleitoral o que interessa: ‘a proibição da doação empresarial e a racionalização do sistema eleitoral’ – itens que não entraram ainda na discussão dos projetos em tramitação na Câmara e no Senado.

“Chegamos ao esgotamento de um sistema. A sociedade não pode voltar às urnas sob um modelo eleitoral que privilegia candidatos financiados por empreiteiras e bancos e permite que o voto concedido a um seja aproveitado por outro candidato” – argumenta Marlon Reis. “Não há desculpas para que não haja mudanças efetivas já para 2014. É tudo uma questão de vontade política do Congresso”.

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Idealizadores da Ficha Limpa vão percorrer país para elaborar projeto de reforma política
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Leandro Mazzini

Edson (E) , Marlon e Aldo: Trio começa hoje viagens pelo Brasil

O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) – que idealizou a Lei Ficha Limpa – inicia nova luta. Desta vez, vai elaborar um projeto de iniciativa popular de reforma política. Mas, ao contrário do movimento partidário do Congresso Nacional, que resolve entre paredes os pontos a serem analisados, um grupo apartidário ligado a estas entidades começa a partir de hoje a percorrer o país para ouvir demandas locais e consolidar um documento de consenso.

A decisão foi tomada na tarde desta terça (23) em Brasília, em reunião do MCCE em parceria com a OAB nacional e promotores eleitorais. O juiz Marlon Reis (um dos idealizadores do Ficha Limpa), o coordenador das Promotorias Eleitorais de Minas, Edson Rezende Castro, e o representante da OAB Aldo Arantes vão percorrer juntos as capitais para ouvir movimentos sociais, sindicais, patronais, federações de indústria, jovens etc.

“Vamos começar por Brasília (hoje), Rio, São Paulo e Curitiba, que já estão no roteiro”, diz Marlon Reis. “Nossa meta é retornar até fim de Maio com um parecer em que identificaremos os anseios de consenso”.

As viagens serão financiadas pelas entidades que participam do MCCE.

Em todos os locais, Marlon diz esperar o apoio da CNBB, da imprensa e das igrejas, como no caso do Ficha Limpa, cujo teor eclético de apoio popular levou ao sucesso da lei. Por atender a várias frentes, e não a grupos específicos como o Congresso, Marlon evita falar quais pontos podem entrar no documento. Mas sabe-se já que sugestões de sistemas de votação distrital, de financiamento público podem surgir.

Em tempo, a reforma política versão 2013, a exemplo de outras antigas, foi para a gaveta no Congresso. Espera-se, com esta mobilização, algo que a torne real.

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