Coluna Esplanada

Arquivo : Dilma

Com novos líderes no Congresso, Planalto ficará refém do PSD
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Leandro Mazzini

Os ministros palacianos temem a volta do recesso com uma bomba no Congresso mês que vem. Há risco de os novos líderes de partidos aliados serem de perfil independente e mal avaliados pelo governo. É o caso do PMDB, onde Eduardo Cunha (RJ) é forte candidato; e do PR, onde Garotinho (RJ) deve levar. Ainda é dúvida a lealdade do PDT, com a recondução de André Figueiredo (CE), ligado ao ex-ministro Carlos Lupi. A avaliação é que o governo fique mais dependente do novato PSD, que cobrará caro.

TAXIANDO. Há indicativos de que, além da Secretaria de Portos para o PSD via senadora Kátia Abreu (TO), a bancada na Câmara consiga a Secretaria de Aviação, como desejava.

 


A chance de Mercadante
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Leandro Mazzini

A despeito das especulações sobre o PIB minúsculo este ano e as críticas a Guido Mantega, o ministro fica no cargo, mas está na mira da presidente Dilma Rousseff. Ela está irada com o baixo crescimento e o cobertor curto que pode atrapalhar o superávit primário. Na esteira, entrou em campanha para a Fazenda o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, economista e conhecedor a fundo do pré-sal. Ainda mais com o cenário: o desgaste de Mantega, há seis anos no cargo; a eventual minirreforma de 2013 e a pressão do PMDB por Gabriel Chalita no MEC.

PALLOCI. Mercadante sempre sonhou com a Fazenda. Era consultor de Lula para economia, mas foi atropelado e não socorrido por um médico que tinha trânsito no mercado financeiro.

QUASE NO VERMELHO. Os seguidos pacotes de desonerações ao setor produtivo, ordem da presidente, e a pressão de governadores que insistem em renegociar dívidas com a União colocaram Mantega na berlinda.

SE VIREM. A coluna publicou: só 7 estados no fim de Novembro tinham dinheiro em caixa para pagar o 13º. Houve romaria de governadores ao secretário da Fazenda, Nelson Barbosa, para pedir arrego.

 


Após tentar voar, PSD quer navegar
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Leandro Mazzini

 

A bancada do PSD queria a Secretaria de Aviação, em vão. Agora que a presidente Dilma abriu as portas do governo para Gilberto Kassab, ele indicou para ministra a senadora Kátia Abreu (PSD-TO), egressa do DEM e neoaliada do PT. Só que ela também pede muito, na avaliação do governo: quer a Secretaria de Portos ou os terminais de Santos – onde o PSB e o PMDB do vice Michel Temer mandam muito. Para justificar, Kátia enviou recados de que arrumaria o setor. A negociação travou. O Planalto oferece a recém-criada Secretaria das Microempresas, mas o partido acha pouco.

CAMPO-PRAIA. A senadora é a presidente da Confederação Nacional da Agricultura, setor que responde por bom naco do PIB num país em que as commoditiesagrícolas dominam as exportações.

 


Derrotado, PT barra metrô de Salvador
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Leandro Mazzini

Um episódio palaciano, envolvendo a presidente Dilma e um grande empreiteiro, revela como o PT barra as obras do metrô de Salvador após o resultado da eleição em que saiu derrotado na capital. O empresário César da Matta Pires, da OAS, fez estudo com linha ligando o aeroporto aos principais bairros. Como o bilhete ficaria R$ 6 (muito caro), procurou a presidente e o governador Jaques Wagner para tentar Parceria Público-Privada. Tudo ok, a OAS financiou o candidato Nelson Pelegrino como condicionante para o projeto sair. Como ele perdeu, Dilma e Wagner vetaram.

FORA DOS TRILHOS. Com a vitória de ACM Neto, do DEM, rival ferrenho dos petistas, o PT desistiu do projeto e Matta Pires ficou na mão. Detalhe: o metrô não entra nos trilhos há décadas, desde o reinado ACM.

VAGÃO A R$ 3… Matta Pires não desistiu e tenta diretamente com a presidente, sem passar pelo governo de Salvador, uma solução. Com PPP, o bilhete do metrô sairia a R$ 3.

…DESGOVERNADO. Mas para o projeto sair, é o governo Wagner quem teria de subsidiar os outros R$ 3. Como nada avançou, o PT já deu recado de que não quer o projeto para ACM Neto faturar como prefeito.

 

 


PSD pede Aviação e Microempresas
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Leandro Mazzini

O presidente do PSD, Gilberto Kassab, retomará as negociações com a presidente Dilma Rousseff pela representatividade do seu partido na Esplanada, neoaliado do PT pós-eleições. Ciente do poder de voto nos plenários, as bancadas ficarão satisfeitas com duas pastas: Secretaria de Aviação Civil (SAC) e a de Microempresas, recém-aprovada. O partido trata o assunto com discrição e cautela para não surgir fisiologista. Mas o líder na Câmara, Guilherme Campos, confirma: ‘A conversas estão em andamento, num contexto maior, entre o presidente do partido e a presidente Dilma’.

NEGOCIANDO. ‘Falar de quais pastas agora é prematuro’, diz o líder do PSD. Embora não cite os ministérios, o recado da bancada para a cúpula é que o partido merece no mínimo duas vagas.

OS COTADOS. Kassab não quer colocar a cara na vitrine e prefere comandar o partido a partir de 2013. Os cotados para ministérios são Afif Domingos, Kátia Abreu e Paulo Simão – que caiu no gosto de Dilma.

CHECK-IN. O PSD pleiteia o ministério da Aviação Civil num momento delicado, em meio às concessões dos aeroportos, uma das preocupações da presidente para a Copa e Jogos. Será difícil levar.


Violência em SP: Dilma lavou as mãos para milícias e facções
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Leandro Mazzini

A suspeita de guerra velada entre milícias e uma facção criminosa que fez explodir a violência em São Paulo poderia ter a intervenção constitucional da Polícia Federal, mas o governo recuou. No fim de setembro, ao sancionar a lei que dá pena maior para grupos de extermínio (ou facções) e milícias, a presidente Dilma vetou o artigo que tipificava o crime como federal, e manteve o poder da Polícia Civil de cada Estado na investigação. Uma forma de não constranger ou comprar briga com os governadores.

CAUTELA. Ao vetar, a presidente evitou crise política com os governadores, porque conotaria intervenção. Mas os que negam ajuda não conseguiram frear os crimes.

NO FRONT. A lei sancionada é do padre e deputado Luiz Couto (PT-PB), com cabeça a prêmio, conforme revelamos. Agora anda escoltado pela PF e com colete à prova de balas.

NO FRONT 2. ‘Se for preciso fazer uma PEC para tipificar como crime federal, faremos’, avisa o deputado. Foi com seus relatórios que os governadores do Nordeste limparam a área.