Coluna Esplanada

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Direção de Itaipu com petista intriga aliados de Temer, que cobram o cargo
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Leandro Mazzini

Se há um homem odiado hoje em alto cargo do Governo federal é Jorge Samek, que parece sofrer amnésia. Enquanto o seu partido chama de golpista a gestão de Michel Temer, Samek, petista vermelho-sangue, continua na presidência da usina binacional de Itaipu. Sua permanência no cargo após trocas de diretores é o maior mistério de Brasília.

O cargo de Samek é cobiçado por cinco partidos. PMDB, PP, DEM, PSDB e PSD se digladiam para convencer Temer. E Samek não dá sinais de que queira sair. Alguns dos políticos de olho na vaga de Samek são Abelardo Lupion (DEM) e Eduardo Sciarra (PSD).

Uma turma já emplacou diretores e conselheiros: Assessor especial de Temer, Rodrigo Rocha Loures conseguiu nomeação do pai homônimo. Paulo Skaff (Fiesp) indicou Fernando Xavier Ferreira. O PSDB do Paraná garantiu dois paranaenses – um diretor e um conselheiro. O PSB cravou um para a diretoria técnica, e o PP quer manter o Diretor de Coordenação.

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Engenheiro é o preferido do Governo para assumir Itaipu
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Leandro Mazzini

Mário Pereira (E), com o deputado Kaefer e o presidente, em audiência no Planalto

Mário Pereira (E), com o deputado Kaefer e o presidente, em audiência no Planalto

O engenheiro elétrico Mário Pereira é o preferido do Governo para a presidência da usina hidrelétrica Itaipu Binacional. A concorrência, porém, é grande, e há indicados em três frentes.

Pereira, porém, se enquadra no perfil técnico que o presidente Michel Temer deseja, contam ministros palacianos.

Pereira é do setor, já operou estatais no Paraná, mora na região e conhece Itaipu. São os pontos positivos avaliados pela equipe do Palácio do Planalto. Ele é apadrinhado pelo deputado Alfredo Kaefer (PSDB-PR) e de parte da bancada do Paraná.

Semana passada Temer suspendeu por tempo indeterminado as nomeações para as estatais.

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Dilma dá canetada elétrica na tentativa de reacender a base
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Leandro Mazzini

requiao

Requião – o senador emplacou o irmão desempregado na Itaipu. Foto: EBC

Atualização Sexta (5), 21h15 – A presidente Dilma afagou dois políticos independentes os quais provavelmente agora terá como aliados na sua cambaleante base governista.

Numa canetada só, nomeou para conselheiros da usina binacional Itaipu Maurício Requião, irmão do senador Roberto Requião (PMDB-PR), até pouco tempo não muito afeito ao Planalto, e o ex-ministro Roberto Amaral (PSB), ex-dirigente do partido hoje oposição.

Amaral luta para retomar o controle do PSB e reaproximá-lo do PT. Maurício Requião tem caso curioso. Vagava pelo Poder atrás de bom emprego após ter sido apeado do TCE do Paraná por decisão do TJ-PR endossada pelo STF.

Ambos terão mandato até maio de 2016 e vão receber entre R$ 19 mil e R$ 20 mil por mês (E não R$ 63 mil como registrado anteriormente).

Para dar lugar à dupla, Dilma exonerou do Conselho Luís Pinguelli Rosa – o físico e ex-presidente da Eletrobrás, maior especialista no setor dentro do conselho – e Orlando Moisés Pessuti, filho do ex-vice-governador paranaense desafeto da família Requião.

Dilma sabe o que faz com as nomeações. Investir em Roberto Amaral é ter esperança de uma reviravolta no partido para 2018, sem o seu líder Eduardo Campos. As relações com Requião já foram piores. Além do tino independente e desbocado dele no Senado, a presidente não esquece a descompostura que passou protagonizada pelo senador, quando ele mandou o motorista assinar uma mensagem de agradecimento a ela.

À ESPERA

Quem fica no compasso de espera para Itaipu, seu sonho, é o ex-ministro Paulo Bernardo, marido da senadora Gleisi Hoffmann. É cotado para presidir a usina.

Este é o destaque da Coluna desta quinta (4), enviada ontem às 19h para os jornais da rede Esplanada, e reproduzida no blog.


TCU vai fiscalizar Itaipu, cujo advogado é filho do presidente do tribunal
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Leandro Mazzini

Aroldo - o presidente já convenceu os colegas de que não votará. Mas ficou o mal estar.

Aroldo – o presidente já convenceu os colegas de que não votará. Mas ficou o mal estar.

Atualizada terça, 2, 9h – Uma calça justa no Tribunal de Contas da União. No último dia 29 de abril, o Acórdão 1014/15 do TCU decidiu que a Corte vai passar a fiscalizar as contas da Usina binacional Itaipu. O caso estava parado para decisão do relator Raimundo Carreiro, que analisava embarbo da Eletrobras, reticente em abrir os dados.

É a primeira vez que o TCU vai fiscalizar as contas da estatal desde a sua criação. O texto do Acórdão pode ser lido no link do portal do TCU.

O incômodo interno ocorre pelo fato de o advogado de Itaipu ser Tiago Cedraz, filho do presidente do TCU, ministro Aroldo Cedraz.

Então vice do tribunal e corregedor, Aroldo visitou as instalações da usina em 2013, e 11 meses depois a direção da empresa decidiu trocar o advogado Eduardo Ferrão, com quem tinha contrato de anos, pelo jovem promissor advogado, para atuar na defesa de ação civil movida pelo MP Federal, que tramita no STF.

A assessoria de Itaipu informou que não há relação entre a visita do ministro à usina (na qual foi recebido pelo setor jurídico) com a escolha do escritório de advocacia de Tiago Cedraz para sua defesa.

Segundo a assessoria de Itaipu, a visita se deu ‘exclusivamente para conhecer as instalações de geração de energia e as diversas ações socioambientais mantidas pela Itaipu Binacional’.

INVESTIGAÇÃO

No acórdão 1014/15, o plenário do tribunal determinou que ‘A competência constitucional (art.i71, inciso iiV) atribuída ao TCU para fiscalização das contas nacionais de empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, tem eficácia imediata e independe de eventual omissão do tratado constitutivo das empresas quanto à respectiva forma de controle externo’.

Em suma, foi o pontapé na porta da direção da hidrelétrica, cujo conselho teve até poucos meses contava com João Vaccari Neto – ex-tesoureiro do PT – e é um reduto do Partido dos Trabalhadores desde o início do governo Lula.

Pelo acórdão, entre outros pontos, a Eletrobras deve preparar relatório a ser enviado à Corte pela sua Secretaria-Geral de Controle Externo. O Item 9.4 cobra detalhes das ‘Despesas de Exploração’, e o 9.6 determina auditorias. A inspeção deve abordar os últimos cinco anos de gestão.

Tanto o TCU quanto Itaipu não vêem conflito de interesse no caso. O ministro Cedraz deve se dizer impedido de votar, discutir ou relatar, devido ao parentesco com o advogado de defesa da usina. Em 2013, o ministro Cedraz apresentou ao TCU uma lista de 59 advogados. Se diz impedido de julgar qualquer ação que tenha os nomes como partes. Inclusive o do filho.

Não é de hoje que há cobrança para que TCU fiscalize Itaipu. O deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) já pressionou. E desde 2003 uma ação civil pública do MP Federal, que chegou ao STF (vide acima), visa ‘condenar’ o tribunal a fiscalizar as contas da usina hidrelétrica.

ESCRITÓRIO DE DEFESA

O jovem advogado filho do ministro. Foto: reprodução do Youtube

O jovem advogado filho do ministro. Foto: reprodução do Youtube

Tiago Cedraz também é secretário de assuntos jurídicos do Partido Solidariedade. O escritório do filho do presidente do TCU também atuou como parte advocatícia na frustrada tentativa de venda de uma refinaria da Petrobras na Argentina. Receberia US$ 10 milhões em honorários. Mas o negócio desandou.

Ainda de acordo com a assessoria da Itaipu Binacional, a respeito da ação no STF em que Cedraz é parte, a estatal ‘considera que a contratação do Escritório de Advocacia “Cedraz Advogados” não gerou ou gera qualquer situação de conflito de interesses relativamente à Ação Cível Originária nº 1905 que tramita perante o egrégio Supremo Tribunal Federal, ao qual cabe o julgamento da questão, não se vislumbrando quaisquer das restrições previstas no artigo 134, do Código de Processo Civil”.

Procurado, Tiago Cedraz informou que não há conflito na contratação de seus serviços e que ‘caberá ao STF decidir a questão’.


Funcionários brasileiros de Itaipu fazem paralisação por reajuste salarial
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Leandro Mazzini

Foto de divulgação

Foto de divulgação

Os funcionários de todas as categorias da Usina Itaipu binacional pararam na sexta de manhã por algumas horas.

Eles reivindicam equiparação salarial com os colegas do Paraguai – que ganham melhor e com mais benefícios. A assessoria informou que as atividades de geração de energia não foram afetadas.


Paulo Bernardo aguarda nomeação para diretoria de Itaipu
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Leandro Mazzini

PB, o ex-ministro das Comunicações - volta para casa. Foto: ABr

PB, o ex-ministro das Comunicações – volta para casa. Foto: ABr

O ex-ministro das Comunicações Paulo Bernardo vai voltar para ‘casa’ – o Paraná, seu Estado natal.

Ele ainda reside em Brasília, mas aguarda a canetada da presidente Dilma para assumir a diretoria da Itaipu Binacional.

Por ora, cuida dos filhos na capital federal e é visto em almoços em churrascarias ou em andanças por shoppings da cidade.


Paraguai acusa Itaipu de calote de US$ 34 milhões
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Leandro Mazzini

Entre um blecaute e outro no Brasil, o povo vai pagando a conta inclusive da incompetência do descontrole administrativo.

A maior hidrelétrica do mundo dá sinais de que não controla as contas. O governo paraguaio acusa a direção da usina de Itaipu de calote de US$ 27 milhões, ao não cumprir sua parte no pagamento de construção de linha de transmissão de 500 Kv entre duas cidades no País vizinho.

O diretor Jorge Samek reuniu-se com o chanceler Eladio Loizaga, dia 5 de fevereiro, e prometera depositar naquela semana, mas nada saiu. O valor devido a empreiteiras foi corrigido então para US$ 34 milhões. A Itaipu promete pagar hoje, mas o atraso jogou mais água no curto-circuito entre os dois países.

A Itaipu negociou US$ 3,8 bilhões em 2012, lucra em torno de R$ 2 bilhões por ano. Por causa do atraso do contrato em questão, perdeu US$ 7 milhões, numa multa aplicada – pagará a mais o equivalente a R$ 16 milhões extraídos dos cofres públicos.

Segundo Itaipu, ‘toda a negociação está sendo feita pelo Tesouro Nacional com o Fundo de Convergência de Estrutura do Mercosul (do Uruguai)’, cujo trâmite passa também pela sede do Banco do Brasil em Nova York. Uma corredeira burocrática.

À ocasião em que foi a Assunção, Jorge Samek levou a esposa, Maria Olívia, secretária do gabinete do prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT). A vice-prefeita, Miriam Gonçalves, também participou da reunião com o chanceler paraguaio.

Segundo relata a imprensa no Paraguai, Curitiba pleiteia ‘projetos de cooperação’ entre o governo de Horácio Cartes e a prefeitura da capital paranaense. Mas quais são, é mistério.

Atualizada Quarta, 19, 11h25: 

ITAIPU EXPLICA CALOTE – E PAGA!

Na Segunda , a Coluna procurou a assessoria da Itaipu para explicar o calote. A assessoria resumiu a resposta num telefonema, apesar de solicitarmos uma nota oficial.

Na Terça, a assessoria informou por e-mail que “o atraso no pagamento de parte do projeto do Sistema de 500 kV ocorreu não por decisão administrativa da Itaipu e seus diretores e, sim, por descompasso nos repasses do Tesouro Brasileiro”. Em suma, o governo contingenciou a verba rubricada para este pagamento e deixou Itaipu sem opções, porque não poderia usar o dinheiro do caixa para tal.

“Nesta terça, Itaipu recebeu nova remessa de recursos no montante aproximado de US$ 9,8 milhões, permitindo, nesta mesma data, o restabelecimento dos pagamentos aos fornecedores”.

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A FAMOSA QUEM?

O bilionário Donald Trump deu entrevista à VEJA e avisou: ‘Brasileiros, me aguardem’. Chega em Março, elegeu o País como foco de seus investimentos no mundo. Ok, mas escorregou feio. VEJA perguntou: ‘O sr. já esteve com Dilma Rousseff?’. Trump: ‘Não, quem é ele?’. ‘E de Lula, já ouviu falar?’. Trump: ‘Também não’.

NEM TANTO

O PMDB da Câmara se inflamou contra a presidente, mas houve reservas. O deputado Leonardo Picciani (RJ), relator do PL das Cotas 6738/13, segurou a ira da turma e manteve a urgência na tramitação do projeto. A bancada não fechou questão contra.

PIZZOLATO ENTREGOU 

Henrique Pizzolato já havia entregado Luiz Gushiken em depoimento à CPI dos Correios dia 7 de dezembro de 2005, quando disse que o ministro da Secom de Lula dera o aval para os pagamentos adiantados dos bônus da Visanet à DNA. Para o agora saudoso japonês, deu em nada. Sobrou para o diretor de Marketing do BB.

PIADA PRONTA

O Ed. Parigot de Souza, sede do escritório da assessoria de imprensa de Itaipu, ficou sem luz por algumas horas ontem em Curitiba. Mas a culpa foi da Copel, do Estado.

PIB DO CANHÃO

Os 100 maiores da indústria armamentista negociaram US$ 395 bilhões com governos em 2012. A Embraer ficou em 66º lugar, com US$ 860 milhões. A maior compradora da América Latina é a Venezuela, levantamento da especializada Agência InfoReal.

TSUNAMI FISCAL

Com a carga tributária em 32,4% do PIB, o governo copia as prefeituras, que aumentaram o IPTU, e quer abocanhar mais: o Congresso discute um IPVA para embarcações, sob alegação de que pertencem a uma classe de alto poder aquisitivo. Os advogados Luana Tomasi e Bruno Silva, que estudam o projeto e o setor, descobriram que a maioria das embarcações em Brasília, por ex., é de pequeno porte, ao custo de um carro zero e do bolso da classe média – que pagará o pato de novo.

IMAGINE NO BRASIL

Um brasileiro encontrou um camundongo dentro da estufa climatizada de sanduíches frios numa lanchonete do conceituado… Aeroporto Charles De Gaulle, em Paris.

PONTO FINAL

Pelo visto, Nicolas Maduro fará a oposição da Venezuela sentir saudade de Hugo Chávez.


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