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Missão ‘Apollo 13’ de senadores a Caracas é comemorada em Brasília
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Leandro Mazzini

Aécio concede entrevista após confusão, observado pela deputada cassada Maria Corína e pelo senador Petecão ao fundo. Foto: El Mundo, de Caracas

Aécio concede entrevista após confusão, observado pela deputada cassada Maria Corína e pelo senador Petecão ao fundo. Foto: El Mundo, de Caracas

A missão que não chegou ao destino nesta quinta-feira (18), dos senadores brasileiros que tentaram visitar sem sucesso os presos políticos em Caracas, Venezuela, já é apelidada nos corredores do Congresso de ‘Apollo 13’ – a malsucedida tentativa de pouso da nave americana na lua, em 1970, por falha mecânica. O retorno dos três astronautas com vida à Terra virou a principal missão – e na volta viraram heróis.

Respeitadas as gigantescas diferenças entre os casos, obviamente, a analogia não é exagero.

É o que os congressistas – a maioria da oposição, mas alguns da base do governo – esperam nesta madrugada, com o retorno do jato da FAB que levou grupo de senadores a Caracas: festejar em Brasília a tentativa de uma missão, fracassada no caminho; mas em especial o retorno tranquilo da ‘tripulação’ e a tamanha repercussão internacional do caso. Em suma, querem passar a imagem de que valeu a intenção da solidariedade.

CRISE DIPLOMÁTICA

Eles sofreram represálias de simpatizantes do governo Nicolás Madura na saída do aeroporto. Tiveram o microônibus bloqueado por manifestantes e, segundo relatos dos parlamentares nas redes sociais e em contato via telefone, foram vaiados, xingados, ameaçados com chutes e pedras no veículo. Por questões de segurança, a despeito da escolta policial, o grupo decidiu retornar ao aeroporto e voltar para o Brasil.

Compõem a comitiva os senadores Aloysio Nunes (PSDB-SP), Aécio Neves (PSDB-MG), Cassio Cunha Lima (PSDB-PB), José Agripino (DEM-RN), Ronaldo Caiado (DEM-GO), Ricardo Ferraço (PMDB-ES), José Medeiros (PPS-MT) e o único da base governista de Dilma, Sérgio Petecão (PSD-AC).

Enquanto a comitiva sofria retaliações em Caracas, os deputados e senadores fizeram fila nos microfones dos plenários durante a tarde para protestar. Ameaçaram convocar para explicações o chanceler Mauro Vieira.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, conseguiu contato em tempo real com o Itamaraty e passou notícias atualizadas para os colegas. O federal Raul Jungmann (PPS-PE) subiu à tribuna para reclamar que a FAB não deu o mesmo tratamento a grupo de deputados que há dois meses tenta visitar Caracas numa comitiva para verificar as denúncias de violações de direitos humanos – conforme antecipou a Coluna.

RELAÇÕES MANTIDAS

Ao tomar conhecimento do caso, o presidente do Senado, Renan Calheiros, soltou nota oficial de repúdio. Eduardo Cunha avisou aos deputados que prepara uma visita oficial de comitiva a Caracas. As tratativas começaram após receber em Brasília, semana passada, o presidente do Congresso venezuelano, o coronel Diosdado Cabello, chavizta de carteirinha.

Esta eventual e iminente visita, no entanto, será bem diferente dos motivos que levaram os senadores e pelos quais os deputados querem decolar para a Venezuela: conferir de perto o estado de saúde do opositor ao governo Leopoldo López, preso há mais de um ano, sem provas, acusado de complô contra o governo Maduro. Ele faz greve de fome há semanas. López é o principal candidato à Presidência contra Maduro, nas eleições (que se esperam) para o fim deste ano.

Os parlamentares brasileiros também pretendiam visitar o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, detido em prisão domiciliar – retirado do gabinete meses atrás, por agentes do serviço secreto de Maduro, também acusado de conspiração – e sem provas.


Visita de venezuelanas esconde briga pelo Poder na oposição
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Leandro Mazzini

Mitzy (E) e Lilian - unidas, pero no mucho. Foto: reacionarias.org

Mitzy (E) e Lilian – unidas, pero no mucho. Foto: reacionarias.org

A passagem das venezuelanas Mitzy Capriles e Lilian Tintori pelo Brasil há dias esconde um pouco de uma disputa interna da oposição no país vizinho.

Esposas de Antonio Ledezma e Leopoldo Lópes, respectivamente, elas dividiram holofotes no Congresso Nacional e em São Paulo, mas são peças no jogo de xadrez dos opositores ao governo Nicolás Maduro.

Ex-candidato a presidente, Leopoldo está preso há mais de um ano pelo regime Maduro. Ledezma, atual prefeito de Caracas, foi arrancado do gabinete meses atrás pela polícia do presidente sob acusação de articular golpe. Estão presos por serem opositores – sem qualquer prova apresentada. As esposas iniciaram um périplo internacional para denunciar a ditadura civil.

Quem trouxe as mulheres foi o ex-embaixador da Venezuela no Brasil Milos Alcalay. Ele é entusiasta da candidatura de Ledezma para presidente contra Nicolás Maduro. Levou a esposa dele, Mitzy, ao senador José Serra e ao ex-presidente José Sarney, e ofuscou Lilian.

Foi assim nas agendas pelo País. A prioridade nas agendas foi a senhora Mitzy em detrimento de Lilian. A disputa interna no partido visa alçar a candidato o prefeito Ledezma.

Há uma aproximação clara com o PSDB no Brasil. Mês passado o senador Aécio Neves se reuniu com Mitzy e Lilian em Lima, no Peru.


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