Coluna Esplanada

Arquivo : mp 665

Temer e Mercadante enquadram o PDT sobre ajuste fiscal
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Leandro Mazzini

Figueiredo - conversa com Temer e recado de Mercadante, mas defesa do PDT. Foto: pdt.org

Figueiredo – conversa com Temer e recado de Mercadante, mas defesa do PDT. Foto: pdt.org

O PDT levou uma dura, diplomática, da presidente Dilma após votar em peso contra a MP 665 (a que muda prazos para beneficiários do Seguro Desemprego).

O vice-presidente e articulador político do Planalto, Michel Temer, chamou o líder na Câmara, André Figueiredo (PDT-CE), para conversar no Palácio do Jaburu no último domingo.

Temer pediu reconsideração do partido sobre o ajuste fiscal, e deixou claro que ‘não está em jogo o ministério (do Trabalho)’, controlado pelo PDT. Mas o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, enviou um recado de que precisava de pelo menos 10 dos 19 votos a favor nas próximas votações. Os deputados entenderam a indireta.

Ontem o PDT já votou com o Governo na MP 663/14, que aumenta em R$ 50 bilhões o limite de repasses da União para fomentos no BNDES e Finep.

A bancada também vai votar a favor da desoneração da folha de pagamento, seguindo orientação do Planalto, garante à Coluna o líder. Ainda não há consenso sobre a MP 664.

Figueiredo já havia dito a Temer e Mercadante, antes das votações, que por questões históricas de defesa dos direitos dos trabalhadores a bancada votaria contra a mudança de regras.  Na votação da MP 664 (mudança nas regras de pensão) a bancada dará a resposta a Temer e Mercadante sobre o recado dos votos, que lhe renderá ou não boas relações com o Palácio.

Apesar da repensar os votos, Figueiredo foi categórico: ‘O Governo está indo por caminho de estigmatizar as MPs pelos exageros que cometeu’.


Ex-ministro Brizola Neto incentivou bancada a votar contra MP 665
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Leandro Mazzini

Brizolinha - a voz da família passou pela liderança. Foto: EBC

Brizolinha – a voz da família passou pela liderança. Foto: EBC

Ex-ministro do Trabalho e ex-deputado, Brizola Neto reuniu-se com a bancada do PDT na Câmara antes de a turma votar em peso contra a MP 665, que muda os prazos de benefícios para Seguro Desemprego.

Dezenove deputados – toda a bancada – votaram contra a medida, surpreendendo a base governista (O Planalto já sabia da posição e não contabilizava esses votos).

Na reunião na liderança, antes da votação, Neto disse que Brizola se orgulharia do PDT neste momento, por ser fiel aos princípios que sempre defenderam os direitos trabalhistas.


O PT e a governabilidade do oportunismo
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Leandro Mazzini

De olho em mais cargos e ministérios desde a reeleição da presidente Dilma em novembro, o PT da Câmara – que há muito exige mais espaço – aproveitou a votação da MP 665 para botar a faca no pescoço do Governo.

Pegou mal no Planalto a pressão do líder do Governo na Câmara, José Guimarães, que foi ao vice-presidente Michel Temer em nome dos petistas reclamar o Ministério do Trabalho para o partido, quando a pauta era a prioridade da aprovação do ajuste fiscal.

Desde o início do debate, o PDT, que controla o ministério e votou em peso contra a MP, indicava ser contra as novas regras por questões históricas da legenda.

E desde a ‘traição’ do PDT, o PT usa sua força na mídia, em sites petistas camuflados de noticiosos, e com aval de Aloizio Mercadante (Casa Civil), para pressionar pela boquinha.

Alguns governistas, de variados partidos, declararam discretos que não é hora de o PT exigir da presidente um ministério usando a votação do PDT como pretexto.

De acordo com um ministro palaciano, Dilma ficou insatisfeita com o PDT, mas mais triste ainda com a atitude do PT, que exibe seu apetite num momento em que ela precisa da base.


Renan, a Centrais: ‘Dilma não vai ficar à margem da discussão’
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Leandro Mazzini

Renan - à procura de Dilma, do outro lado da praça. Foto: Ag. Senado

Renan – à procura de Dilma, do outro lado da praça. Foto: Ag. Senado

No encontro da última terça (28), com presidentes de centrais sindicais em seu gabinete, em certo momento o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), desabafou, para matar a curiosidade de todos sobre sua inquietação:

– A (presidente) Dilma não vai ficar à margem da discussão.

O recado foi resposta direta para dois assuntos. Renan falava do projeto de lei 4430, da regulamentação das terceirizações, aprovado na Câmara em dois turnos e agora em tramitação no Senado, e das medidas provisórias 664 e 665, que vão a plenário, sobre as mudanças de prazos e restrições sobre direitos trabalhistas.

Para o presidente do Senado, a presidente empurrou o debate – e na esteira, a crise – para o Congresso Nacional, e assiste de camarote o circo pegar fogo nas Casas como se o Planalto nada tivesse a ver com os temas.


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