Coluna Esplanada

Arquivo : nelson barbosa

PT fecha com Barbosa pacto de não-agressão
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Leandro Mazzini

A mando da presidente Dilma Rousseff, para evitar ‘fritura’ e o bloqueio do Ajuste Fiscal no Congresso Nacional – a exemplo do que houve na gestão de Joaquim Levy -, os caciques do PT fecharam pacto de não-agressão com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa.

Foi no gabinete palaciano, na frente de Dilma.

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As gargalhadas de Barbosa e Adams no Congresso
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Leandro Mazzini

Foto de arquivo: ABr

Foto de arquivo: ABr

Um deputado arrancou gargalhadas do Advogado Geral da União, Luis Inácio Adams, e do ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, ontem antes da cerimônia de abertura do Ano Legislativo no Congresso, ao soltar “Vocês não estão na Lava Jato, né!?”

De saída do Governo, o ministro-chefe da AGU apareceu de chapéu Panamá no Congresso. Uns citaram a calvície como justificativa e, outros, a provocação a colegas que ficam com a crise. Alegre e conversador, Adams já parecia estar de férias.

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Barbosa, da Fazenda, não disfarça a tensão do momento
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Leandro Mazzini

Barbosa, ao centro, entre o líder do PMDB, Picciani (E) e o AGU Adams, de chapéu, que conversavam.

Barbosa, ao centro, entre o líder do PMDB, Picciani (E) e o AGU Adams, de chapéu, que conversavam.

O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, não disfarçou na tarde desta terça-feira a tensão que o cerca diante do cenário na economia. Entre os mais de dez ministros que recepcionaram a presidente Dilma Rousseff na visita ao Congresso Nacional, ele era um dos mais inquietos.

Entre os ministros estão o Advogado-Geral da União, Luís Inácio Adams, e o da Justiça, José Eduardo Cardozo, além de Gilberto Occhi (Integração), Aloizio Mercadante (Educação), Celso Pansera (Ciência & Tecnologia), Izabella (Meio Ambiente) e Henrique Alves (Turismo).

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Ministro da Fazenda aposta no perfil conciliador para não virar alvo do PT
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Leandro Mazzini

Foto: ABr

Foto: ABr

Para não se tornar alvo fácil e gratuito do Partido dos Trabalhadores, uma das estratégias do novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, é se aproximar de antigos desafetos do seu antecessor, Joaquim Levy.

Há dias, abriu o gabinete e recebeu com sorriso largo o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT).

Foi Marinho quem dera o pontapé nas críticas do partido ao então ministro Levy, que apostou em políticas na contramão das idealizadas pela ala econômica do PT.

“Estamos pressionando o cabra lá para que ele ou caia na real ou caia fora (do governo)”, dissera Marinho.

Colaborou Walmor Parente


Analista da Receita é autor de vandalismo na porta da Fazenda
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Leandro Mazzini

Foto: Walmor Parente

Foto: Walmor Parente

O autor do ato de vandalismo no Ministério da Fazenda nesta madrugada, em Brasília, é funcionário da Casa. Alexandre Pacanaro Agudo, analista da Receita Federal, alegou motivação política – “não gostar do PT” – depois de acelerar sua caminhonete e destruir a entrada principal da pasta na Esplanada.

Pacanaro também admitiu aos policiais que sofre de “problemas mentais”. Ele recebe salário bruto de R$ 13.422,61 e será responsabilizado judicialmente pelo acidente proposital.

Ainda não há notícia das consequências do fato na carreira do servidor.

Nesta segunda-feira, servidores tiveram que entrar pelo prédio anexo. O novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, foi acordado logo cedo para ser avisado de que portaria de acesso ao prédio da pasta fora destruída.

Um susto para quem tem pela frente a missão de tirar a economia brasileira dos escombros.

Com Walmor Parente


Dilma cobra apoio da base a ministro da Fazenda
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Leandro Mazzini

Foto: ABr

Foto: ABr

Ciente do perigo de Nelson Barbosa ganhar a antipatia gratuita do PT e outros partidos da base, a exemplo do surrado Joaquim Levy, a presidente Dilma Rousseff agiu rápido.

Mandou mensagens para os líderes do Governo no Congresso e Câmara, e recebeu a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), presidente da Comissão Mista de Orçamento.

O recado para os três foi o mesmo: precisa de apoio incondicional ao ministro da Fazenda, Nelson Barbosa; de afinidade das bancadas na aprovação a tudo o que o ministro pedir ao Congresso, sob risco de muito pouco avançar, como aconteceu com o antecessor.

Pouco antes do encontro com Dilma, a senadora engrossou a lista dos insatisfeitos com a escolha: “Ele terá que trabalhar muito para alcançar a credibilidade” (de Levy).

Dilma sabe que Levy foi alvo da implicância gratuita da ala majoritária do PT, e a antipatia ecoou em outros partidos. Levy fez o que pode. Mas a base não ajudou.

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Com Walmor Parente


Ninguém ajuda o capitão Levy
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Leandro Mazzini

foto extraída do sindicatoseguradoras.com.br

foto extraída do sindicatoseguradoras.com.br

A arrogância de Luiz Inácio Lula da Silva em não reconhecer anos atrás uma crise mundial que afetaria diretamente o Brasil – “é marolinha” – e a petulância de igual tamanho da atual presidente da República, Dilma Rousseff, em recorrer a atos precipitados sem saber ouvir o mercado – tampouco os conselheiros próximos – deu no que deu: O Brasil mergulhou numa crise com recessão e economia estagnada que, no melhor dos cenários poderá dela sair em dois anos, especulam empresários.

Foi chamado então um homem de mercado e ligado aos bancos que seguram o País, Joaquim Levy, como salvador da Pátria. Mas desde que assumiu, o que Levy encontra é uma série de obstáculos dentro do próprio Governo que o convocou.

Exímio navegador das (sujas) águas da Baía da Guanabara, sua terra natal, Levy usou da metáfora para explicar o seu cenário: é preciso evitar que o barco vá para os rochedos. O que não quis dizer, para não causar tumultos na praça, é que o barco está à deriva e já costeia as rochas. O Brasil pode quebrar se não seguir à risca o pacote esboçado por ele para recolocar a nau no rumo. Mas ninguém, ninguém ajuda o capitão.

A presidente Dilma, que contratou o especialista e lhe deu carta branca, não manda mais no próprio Governo. Este possui três ministros da Fazenda – Levy, o oficial, e outros dois que se metem a dar palpite demasiado na sua pasta: os economistas Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Nelson Barbosa (Planejamento). Barbosa, aliás, fechado com Mercadante, meteu os dedos no rascunho feito pelo inquilino da Fazenda no corte do Orçamento de 2015 e desagradou a Levy. Foi Barbosa quem foi aos holofotes anunciar com pompas o plano do colega de Esplanada. Um episódio lamentável.

E quando o problema não vem do Palácio do Planalto ou colegas de escalão, aparece do Congresso Nacional. Levy tem pacote sério de ajuste fiscal que recoloca o Brasil no eixo do desenvolvimento em dois anos.

Mas não esperava entraves surpreendentes nas duas Casas dos nobres parlamentares. Por mero capricho e interesses não muito claros, os deputados e senadores desfiguram suas propostas – essenciais para reforçar o caixa do Tesouro. Impõem ‘condições’, ora ao Planalto (cobrando liberação de emendas num Governo sem caixa), ora beneficiando setores que bancam suas campanhas, como no caso da manutenção da desoneração da folha de pagamento – o projeto original onera para todos os 56 setores outrora beneficiados, mas alguns, por benesses dos deputados e interesses obscuros, escaparam do aumento da alíquota sobre faturamento.

Presidente do Senado, Renan Calheiros piorou o cenário. Primeiro, informou a Levy que vai derrubar todos os acordos dos deputados nesta questão da folha. Beleza. Volta tudo ao projeto original. Mas o que parecia sensatez tornou-se, aos olhos do Governo, outra jogada: o senador vai esticar para o fim do segundo semestre legislativo a votação do projeto, que renderia este ano R$ 12 bilhões para a União. Conota que, ao derrubar o projeto da Câmara, Renan quer iniciar renegociação com os lobistas dos setores que pedem manutenção das bondades. Um acordo agora pelo Senado.
Com aliados assim, o ministro da Fazenda não precisa de inimigos.

Um Congresso assaltante, uma presidente sem poder, e colegas puxando o seu tapete.

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Para congressistas, sobram ministros da Fazenda
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Leandro Mazzini

Barbosa, no destaque, ao lado de Levy. Foto: UOL

Barbosa, no destaque, ao lado de Levy. Foto: UOL

As recentes incursões do chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, por mansões sedes sociais das bancadas da base governista em Brasília, para explicar o pacote fiscal da presidente Dilma, expuseram para os parlamentares o esforço do núcleo palaciano em convencer aliados pelas mudanças pró-Tesouro.

Mas também mostraram – e ainda revelam – segundo parlamentares que participaram dos banquetes que há pelo menos três ministros da Fazenda do segundo governo Dilma Rousseff: o oficial, Joaquim Levy, e dois extra-oficiais, os economistas Mercadante e Nelson Barbosa, o titular do Planejamento.

Na avaliação dos congressistas, ficou evidente que cada um deles quis – e continuam querendo, a cada aparição pública – mostrar que entendem do que falam. Por ora, não desafinaram no discurso. E aqui está o risco. Se um deles contradizer o outro, a situação desanda ainda mais.

Em suma, os parlamentares dão ouvidos aos três, no esforço do trio em explicar a condução da política econômica.


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