Coluna Esplanada

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Farra do aluguel: Governo corta, mas ministérios não ajudam
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Leandro Mazzini

Sede da Funai em Brasília - há um ano ocupa prédio retrofitado. E direção estuda construir sede própria. Foto: EBC

Sede da Funai em Brasília – há um ano ocupa prédio retrofitado. E direção estuda construir sede própria. Foto: EBC

Enquanto o Governo anuncia déficit de R$ 30 bilhões no Orçamento para 2016, prepara corte de ministérios e – aparentemente – enxugamento de cargos, pelo menos oito órgãos – entre ministérios, autarquias e empresas estatais – continuam na contramão da tentativa austeridade.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (ligado ao MEC), Ministérios da Integração e da Pesca; Fundação Nacional do Índio (Funai); Infraero; Defensoria Pública da União (DPU) e Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) mantêm alugueis milionários de novas sedes em Brasília que, juntos, ultrapassam R$ 4,8 milhões por mês.

Os aluguéis de torres recém-construídas por empreiteiros de Brasília variam de R$ 500 mil até R$ 1,4 milhão por mês.

A despeito de a União possuir imóveis que serão vendidos, os órgãos supracitados priorizaram alugar edifícios novos. Todos os casos são gritantes, mas três se destacam: Infraero, Funai e PGFN.

A torre (E) alugada pela PGFN - atrás dela, torre idêntica foi requisitada pela DPU: R$ 1,4 milhão de aluguel.

A torre (E) alugada pela PGFN – atrás dela, torre idêntica foi requisitada pela DPU: R$ 1,4 milhão de aluguel.

Quase falida, a Infraero desocupa gradativamente a sede própria no Setor Comercial Sul de Brasília e transfere funcionários para prédio da Inframérica que alugou por R$ 380 mil/mês.

A direção e secretarias da Funai se mudou há um ano para edifício inteiro reformado. São R$ 500 mil/mês. Há três meses, o órgão ainda instalou comissão para elaborar construção de nova sede, em terreno próprio.

Não esperem cortes de gastos da Procuradoria da Fazenda, ligada ao ministério que anuncia austeridade. A direção acaba de fechar aluguel de R$ 1,4 milhão de uma torre inteira que a Confederação Nacional do Comércio construiu na Asa Norte. Outra torre do mesmo conjunto de prédios foi alugada pelo mesmo valor pela DPU.

Sede de secretarias do Ministério da Integração, que sempre ocupou três andares na Esplanada: ministério requisitou imóvel à SPU.

Sede de secretarias do Ministério da Integração, que sempre ocupou três andares na Esplanada: ministério requisitou imóvel à SPU.

Procurados pela Coluna, as assessorias dos órgãos não responderam, com exceção da PGFN – que não quis comentar – e da Integração: o Ministério, que ocupa três andares na Esplanada, já requisitou à Secretaria de Patrimônio da União um imóvel, para deixar o Ed. Celso Furtado, com aluguel de R$ 500 mil na Asa Norte para suas secretarias.


Sem cortes: Fazenda vai pagar R$ 1,4 milhão de aluguel para Procuradoria
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Leandro Mazzini

A nova sede da PGFN - um edifício inteiro, à esquerda, no bloco de quatro recém-erguido na Asa Norte.

A nova sede da PGFN – um edifício inteiro, à esquerda, no bloco de quatro recém-erguido na Asa Norte.

Na mesma semana que a equipe econômica da presidente Dilma Rousseff anunciou corte de R$ 69,9 bilhões no Orçamento da União, prevendo aperto financeiro para todos os programas – inclusive os sociais – a Fazenda iniciou a ocupação de um edifício moderno de 14 andares em Brasília como nova sede da sua Procuradoria Geral, pelo qual vai pagar R$ 1,4 milhão por mês de aluguel.

O primeiro aluguel já foi pago este mês, e o valor é com desconto para os primeiros 24 meses – cujo valor do contrato passará após esse período para módicos R$ 1,82 milhão, confirma a assessoria da PGFN. O edifício acaba de ser construído pela Confederação Nacional de Comércio, Bens e Serviços (CNC).

Ainda de acordo com a assessoria da PGFN, o contrato de aluguel vai até outubro de 2019, e comunica que ‘em cenários como o atual, a PGFN analisa constantemente a possibilidade de revisão de seus contratos’.

OUTROS CASOS

Pelo visto, rodando o Plano Piloto da capital, o cidadão pode conferir que ministros e diretores de órgãos ligados diretamente à Presidência da República esnobam o esforço de Dilma Rousseff e equipe econômica para cortar custos, e mantêm aluguéis milionários às custas da União.

Funai - Sede suntuosa em total contradição com as ocas das tribos

Funai – Sede suntuosa em total contradição com as ocas das tribos

É assim com Fundação Nacional do Índio, Ministérios da Pesca e da Integração, e a Procuradoria da Fazenda, para citar os principais casos. Os órgãos deixaram antigas sedes, onde tinham condições de funcionamento, para ocupar luxuosos edifícios recém-construídos.

A Funai ocupou há meses um prédio envidraçado de 14 andares. O prédio luxuoso passa longe em estética às ocas das tribos que deve atender. O vizinho Ministério da Pesca já trabalha para devolver o prédio, cujo contrato de R$ 500 mil foi fechado na gestão Ideli Salvatti – depois dela outros três ministros ocuparam a pasta.

Edifício alugado para secretarias da Integração, na Asa Norte - Ministério já procura outro prédio da União.

Edifício alugado para secretarias da Integração, na Asa Norte – Ministério já procura outro prédio da União.

Embora ocupe o bloco E da Esplanada, a Integração mantém há três anos parte de suas secretarias no Edifício Celso Furtado, de três andares, na Asa Norte de Brasília, também semi-novo, pelo qual paga R$ 873.969,70. Teve reajuste significativo: há dois anos eram R$ 750 mil/mês.

A assessoria da Integração informa que o contrato vai até outubro de 2016, e que já avisou à Secretaria de Patrimônio da União que procura prédio do Governo para ocupar. Procuradas, as assessorias da Funai e da Pesca não retornaram.


‘Jader’ na Pesca e ministro de MG são estratégias de Dilma contra Aécio
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Leandro Mazzini

Charge de ALIEDO - http://aliedo.blogspot.com

Charge de ALIEDO – http://aliedo.blogspot.com

Enquanto adversários apontam compensação patrocinada pela presidente Dilma para um aliado de campanha que perdeu a eleição, outros indicam que a chefe da nação sabe o que faz e tornou-se uma boa jogadora no tabuleiro do xadrez político.

Ao nomear Helder Barbalho ministro da Pesca, Dilma reinsere o pai, o senador Jader Barbalho (PMDB-PA), no rol do Poder do qual se afastara desde que renunciou ao Senado Federal, e segura parte do PMDB fiel a ela. Jader ainda é um respeitado cacique político do Norte do Brasil, e foi um fiel aliado desde o início da campanha de 2014. Dilma venceu a eleição no Pará comandado pelo PSDB.

Helder na Pesca representa o governo federal e o PT num Pará que disputa com Santa Catarina a liderança do pescado no Brasil, num Estado do Norte onde o governador tucano Simão Jatene dá de ombros para o setor – bem organizado empresarialmente, vale lembrar.

A estratégia de Dilma é um golpe no PSDB em duas frentes, e envolve caso similar em Minas Gerais.

A ida de um desconhecido pastor mineiro do PRB para o Ministério do Esporte, que se tornará a pasta mais importante em 2016 por causa dos Jogos, fortalece o PT e Dilma Rousseff no segundo maior colégio eleitoral do País, em especial o principal reduto do presidenciável Aécio Neves, do PSDB, seu potencial candidato.

Golpe duplo no tucanato para consolidar a presença petista em dois importantes Estados com grandes colégios eleitorais.


Era Mantega com os dias contados no governo
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Leandro Mazzini

mantega

Mantega de saída – acabou a paciência da presidente Dilma com ele. Foto: ABr

Guido Mantega foi rifado.

Mais longevo ministro da gestão PT no governo federal, o titular da Fazenda está com os dias contados.

Pressionada pelo mercado financeiro e com a política econômica criticada por vários setores, a presidente Dilma Rousseff decidiu trocar o ministro se for reeleita – e ela fez chegar esse recado até aos financiadores da campanha.

O artífice da mudança é o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que já procura potencial substituto de consenso na praça. Um detalhe, ao contrário do que circula no boca-a-boca,  Mercadante não quer a vaga do colega. Mira a disputa para a presidência em 2018, como candidato de Dilma e Lula.

FOGO AMIGO

Parte da cúpula do PT convenceu a presidente sobre a mudança, com a justificativa inclusive de que os financiadores da campanha fogem por causa de Mantega.

VOZ INDUSTRIAL 

O setor que mais pressiona a presidente pela mudança é a indústria. Mesmo com a política de desoneração de anos para cá.

A indústria está insatisfeita por dois motivos: um, porque as desonerações não alcançaram todos os setores. Outra, porque são ações paliativas. O setor está no sal.

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O TSE E O PT

A partir de setembro o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) terá a maioria dos seus ministros indicados para o Judiciário pelo PT. Além do presidente, Dias Toffoli, foram nomeados pelo partido os ministros Luiz Fux, Maria Theresa, Henrique Neves e Luciana Lóssio. Chegaram ao Judiciário pelas mãos do PSDB o vice-presidente do tribunal, Gilmar Mendes e o corregedor, João Otávio Noronha.

SINCERICÍDIO 

A mais sincera no debate da Band foi Luciana Genro (PSOL). De primeira, chutou a canela de cada adversário, com indiretas irônicas sobre os contatos dos presidenciáveis.

PAIZÃO, ESSE..

O ‘jeito Luciana Genro de ser’ remete a piada do pai, o governador Tarso Genro (PT), que certa vez confidenciou para um aliado: aproveita sua filha enquanto criança, depois ela cresce e entra para o PSOL..

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 PEIXE NA MESA

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Lopes – Desafio de superar ou manter meta do pescado. Foto: ABr

O Ministério da Pesca investe pesado na Semana do Peixe, no início de setembro, que integra o calendário de alto consumo junto à Semana Santa todos os anos. Segundo a pasta, nos últimos dez anos, o consumo mais que dobrou no Brasil.

No período de 2012 para 2013, o consumo no País cresceu quase 25%, ultrapassando o mínimo estabelecido pela Organização Mundial da Saúde – 12 Kg/habitante/ano.

Hoje, a população consome em média 14,5 quilos de pescado por habitante/ano.

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DESAFINOU NA MESA

Sábado passado, durante almoço com amigos em Amsterdam, o Maestro Claudio Cruz – que durante mais de 20 anos atuou como spalla da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, disse alto que o Secretário de Cultura, Juca Ferreira, era inapto para o cargo. A Coluna não conseguiu localizar o maestro.

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A VOLTA DOS MARINEIROS

A turma jovem da criação frustrada da REDE, que andava desanimada pelas ruas e sumida das redes sociais, voltou à ativa com toda pompa e força. Em defesa de Marina Silva, os ‘marineiros’ criaram um site para ‘rebater mentiras’, segundo contam. É o < http://marinadeverdade.strikingly.com/ >

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AMIGOS, AMIGOS..  

Roberto Requião (PMDB) se diz amigo de Marina, mas também se mostra um pragmático quando o assunto é política. Criticou a candidata, diz que vai votar em Dilma, porque Marina defende a autonomia do Banco Central. Ele não, quer como está.

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Requião e Marina – só amigos , fora da política. Foto: blog do esmaelmorais.com.br

BC À PARTE

Candidato ao governo do Paraná, Requião tascou numa entrevista: “Pra que votar na Marina? Para entregar tudo ao Itaú?”, sobre a coordenadora de campanha dela, Neca Setúbal, ser uma das herdeiras do bancão privado.

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PONTO FINAL

Enfim, os candidatos a presidente da República amadureceram no debate. Pelo menos na TV.


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