Coluna Esplanada

Arquivo : PF

PF levou anotações sigilosas de Dirceu sobre Governo
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Leandro Mazzini

Agentes da Polícia Federal levaram numa caixa um caderno de anotações de próprio punho, de José Dirceu, na operação de busca e apreensão na casa do ex-ministro ontem, no Lago Sul em Brasília.

São os rascunhos iniciais da autobiografia que ele prepara, com foco na sua atuação no Palácio do Planalto e na sua relação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Dirceu foi preso preventivamente na nova fase da Lava Jato e o principal procurador da investigação revelou que o alvo é a atuação do petista desde o seu período no Planalto até o lobby para empreiteiras do esquema do petrolão.

Quem conhece Dirceu e sabe da autobiografia em gestão diz que o teor, por ora, não chega a ser bombástico. Mas revela situações que podem constranger o PT.

Dirceu revelou a amigos que o visitaram há duas semanas em sua casa que está ‘muito magoado’ com Lula e Dilma. ‘Eles me abandonaram!’, frisou numa das frases.

Não se descarta que Dirceu entre em delação premiada. Apaixonado pela nova esposa e pela filhinha, ele pode não suportar a cela e a iminência de nova condenação. No entanto, o ex-ministro vinha repetindo para os próximos que delação não faz parte de sua história.

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Ciro Nogueira, mais abatido, circula discreto no meio empresarial
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Leandro Mazzini

Foto: senadoresonline.blogspot.com

Foto: senadoresonline.blogspot.com

Calado, mais discreto e isolado no plenário nos últimos dias antes do recesso parlamentar, o senador e presidente do PP Ciro Nogueira (PI), alvo da Operação Lava Jato, tem demonstrado abatimento no dia-a-dia.

Passou também a circular com mais discrição no meio empresarial e a evitar o celular.

Em junho de 2014, quando Ciro bateu pé contra meia bancada do PP e cravou, na canetada, apoio à reeleição da presidente Dilma, foi duramente questionado e interpelado por deputados e senadores no encontro da legenda. Deu de ombros e ficou em parte isolado.

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Collor escondeu Porsche e Lamborghini da Justiça
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Leandro Mazzini

A Lamborghini do senador Collor, avaliada em R$ 3,3 milhões, dirigida por um agente da PF. Foto: Folha/UOL

O Lamborghini do senador Collor, avaliada em R$ 3,3 milhões, dirigida por um agente da PF. Foto: Folha/UOL

Vinte e quatro anos depois da queda de Fernando Collor da Presidência da República, a famigerada e indevassável Casa da Dinda em Brasília, sua residência oficial, virou alvo de operação da Polícia Federal.

Os agentes saíram de lá com três caros carros importados: uma Ferrari, um Lamborghini e um Porsche.

Alvo da Operação Lava Jato, com as apreensões o senador Collor agora pode ter problemas também com a Justiça Eleitoral. ‘Apreenderam três veículos de minha propriedade’, frisou Collor na tribuna do Senado no fim da tarde de ontem, num discurso de protesto. Ocorre que o senador não declarou na relação de bens ao TSE, na campanha do ano passado, o Lamborghini e o Porsche.

Collor dirige o Lamborghini (R$ 3,3 milhões) e o Porsche (R$ 900 mil) por Brasília há mais de ano, indicam fontes ouvidas. Procurada, a assessoria do senador não retornou.

No seu discurso no Senado, no fim do dia, Collor criticou a operação da PF, a chamou de irregular e espetaculosa, por ‘recolher bens declarados’.

Atualização Quarta, 15, 14h20 – Em nota na tarde desta quarta, a assessoria informou que Collor não tinha de declarar os carros, porque estão em nome de empresas. O senador deve se explicar melhor. A Coluna procurou a assessoria ontem, sem resposta, e o próprio parlamentar, na Tribuna, informara que os veículos eram de sua propriedade.

Ano passado o senador Collor, ao disputar a reeleição para o Senado, declarou à Justiça R$ 20,3 milhões em patrimônio entre imóveis, terrenos, cotas de empresas, automóveis etc.

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UM JARDIM DE POSSANTES

Collor tem mais de R$ 3,6 milhões declarados apenas em carros. Citou à Justiça uma BMW avaliada em R$ 714 mil, dois Kia Carnival (de R$ 183 mil e de R$ 133 mil), a Ferrari (R$ 1,9 milhão), um Toyota Land Cruiser (R$ 180 mil), um Mercedes E320 (R$ 342 mil), duas picape Hillux (R$ 142 mil e R$ 14 mil, versão antiga).

São 14 carros no total. Segue a lista: um Hyunday Vera Cruz (R$ 132 mil), um Honda Accord (R$ 51 mil) e uma Land Rover (R$ 114 mil); Um Citroen C6 (R$ 322 mil), um Gol Rally (R$ 27 mil) e um Cadilac SRX (R$ 65 mil).

Este é o destaque da Coluna desta quarta, enviado às 19h05 de ontem para os jornais da Rede Esplanada.


De volta à PF, Protógenes Queiroz entra na investigação da Lava Jato
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Leandro Mazzini

Foto: Ag. Câmara

Foto: Ag. Câmara

O delegado federal Protógenes Queiroz, catapultado à fama com a Operação Satiagraha, e ex-deputado federal quando se licenciou da corporação, voltou à Polícia Federal.

Avisa que auxilia o staff da Operação Lava Jato.

Sobre a Satiagraha, derrubada pela Justiça anos depois, o delegado que comandou a famosa operação que prendeu o banqueiro Daniel Dantas se mostra inconsolável. A Satiagraha investigou desvios de verbas públicas, crimes contra o sistema financeiro, corrupção e lavagem de dinheiro.

Convida quem encontra para uma missa na Catedral da Sé, no sábado (11), para celebrar ‘A impunidade de 7 anos de operação Satiagraha’.

Atualização quarta, 8, 8h38 – Delegados federais informam que desconhecem participação ativa de Protógenes na Operação. O delegado garante que colabora discretamente.

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Odebrecht se prepara desde fevereiro após ‘reunião do fim do mundo’
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Leandro Mazzini

Sede da Odebrecht em SP

Sede da Odebrecht em SP

Os executivos da Odebrecht se preparam desde fevereiro deste ano para o pior, o que classificavam nos corredores da empresa como a prisão do herdeiro do grupo, o empresário Marcelo Odebrecht, detido pela Polícia Federal na manhã desta sexta (19) no âmbito da Operação Lava Jato.

Àquela ocasião meses atrás, os principais executivos fizeram ‘a reunião do fim do mundo’, assim chamada devido ao risco de a PF bater à porta do herdeiro e dos escritórios da construtora em nova busca – o que aconteceu hoje. O objetivo era tranquilizar Marcelo sobre a continuidade das atividades da holding caso ele fosse preso.

Há quatro meses a Coluna antecipou e detalhou a preocupação dos empresários.

A assessoria da Odebrecht negara veementemente as informações.


Ex-vice do BB se complica com PF e FBI
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Leandro Mazzini

Atualizada segunda, 15, 18h45 – Demitido do Banco do Brasil em 2011 e um dos presos pela Polícia Federal na Operação Porto Victoria ontem, o ex-vice-presidente do Banco do Brasil Allan Toledo está numa enrascada.

Fontes da polícia indicam que ele é o principal alvo do Departamento de Justiça dos Estados Unidos que monitorou a quadrilha que lavou quase US$ 1 bilhão numa conexão Caracas-São Paulo-Hong Kong.

Executivo do Banco Banif, Toledo estaria ‘lavando’ dinheiro do narcotráfico. A operação é cooperação da PF com o FBI, e Toledo ainda corre risco de ser processado nos Estados Unidos caso a Justiça americana encontre mais provas.

Segundo a PF, os investigados responderão por evasão de divisas, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta de instituição financeira e organização criminosa.

REDE DE INTRIGAS

Nos bastidores do BB culpam Toledo por ser o pivô do escândalo que liga o ex-presidente Aldemir Bendine a Val Marchiori, a apresentadora de TV beneficiada com empréstimos extra-regra.

Toledo era a única testemunha próxima a Bendine num voo de jatinho SP-Buenos Aires, em que Marchiori era a convidada do então presidente do BB.

Pesa contra o ex-diretor preso também a autoria de um dossiê contra Paulo Caffarelli, ex-diretor do BB, sobre suspeitas de que teria um affair com a filha do ex-ministro Guido Mantega.


Dias de tensão para o Poder – Polícia cerca políticos em três Estados
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Leandro Mazzini

Estas são dias de tensão para alguns políticos enrolados em suspeitas de maracutaias. Operações da Polícia Federal e da Polícia Civil cercaram alguns deles em pelo menos três Estados desde segunda-feira.

Ontem, a Operação Sete Chaves da PF fez buscas na casa do deputado estadual João Henrique (DEM), da Paraíba, alvo de comércio ilegal de turmalinas, extraída ilegalmente no interior do Estado.

Em Parauapebas (PA), os vereadores Odilon e José Arenes foram presos por suspeitas de fraudes em licitação e venda de terrenos públicos. E no Maranhão, uma turma ligada a ex-governadora Roseana Sarney foi para o xadrez em São Luís.

Uma operação da Polícia Civil mandou para a cadeia seis gestores da Universidade Virtual do Maranhão, programa da Secretaria de Tecnologia, por desvios de R$ 34 milhões em contratos. A gestora da Univima era Olga Simão, amiga próxima de Roseana. Nas buscas foram apreendidas muitas jóias, carros e relógios em casas de alto padrão na capital.


‘Quarteirização’ nos postos de imigração preocupa a PF
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Leandro Mazzini

É pior do que se imagina a situação do controle de imigração nos postos de fronteira, portos e aeroportos com a terceirização do serviço, que deveria ser feito por servidores capacitados da Polícia Federal – como determinou o TCU.

Nos aeroportos há uma ‘quarteirização’. A responsabilidade é da PF, mas quem contrata terceirizados é a Infraero ou a concessionária.

Para complicar o cenário financeiro, a Infraero – que perde receita com a concessão dos mais lucrativos aeroportos – é quem banca estes contratos. A estatal especifica os serviços, faz a licitação e contrata as empresas. A PF coordena o pessoal do turno.


Leôncio, da ADPF: ‘PF começa um processo preocupante de declínio’
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Leandro Mazzini

Foto: ADPF

Foto: ADPF

O assunto é tratado veladamente entre a cúpula da Polícia Federal, o Ministério da Justiça e a presidente Dilma, mas ganha ecos a partir de amanhã, com a mobilização dos delegados federais em todo o País.

A categoria reivindica autonomia orçamentária mas, antes disso, a corporação requer a própria garantia de orçamento do Governo.

“A PF começa um processo preocupante de declínio”, sentencia o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, Dr. Marcos Leôncio.

Há cortes de verbas para diárias e custeios básicos para investigações, e o cenário coloca em risco mais de 180 grandes operações contra a corrupção.

Em outubro, o diretor-geral da PF, Leandro Daiello, revelou à Coluna que havia 200 investigações especiais para sair – conta-se desde então a deflagração de 15 a 20 operações em níveis estaduais e nacional.

CAMPANHA NACIONAL

Os delegados de todas as unidades do País vão fazer mobilizações simbólicas, fora do horário de trabalho, como tirar fotos com a faixa com a frase supracitada, pedindo melhorias de trabalho.

“Há uma insatisfação generalizada. A PF viveu um ciclo de crescimento e desenvolvimento durante 12 anos consecutivos, e de 2011 para cá houve uma estagnação”, conta Leôncio. “Mas com o Ajuste Fiscal (do Governo, em debate no Congresso) assistimos a um declínio”.

Há um cenário preocupante, segundo o delegado, em especial no contingenciamento e cortes do orçamento para o setor de operações.

“Algo que não acontecia há décadas voltou: unidades que não conseguem pagar o aluguel, longos atrasos de pagamentos a fornecedores. Um quadro que era passado dá sinais de retomada”, aponta o presidente da ADPF.

A despeito da crise, Leôncio garante que há engajamento dos delegados e policiais em prol da instituição e do legado. Mesmo com os atrasos em pagamentos de diárias – caso que atinge até o grupo que atua na Lava Jato – os profissionais mantêm os trabalhos.

BATALHA PELO INQUÉRITO

A ADPF deflagra nesta quarta a mobilização ‘Deixa a PF trabalhar’, em protesto contra o desdém do Governo com a corporação e o que chama de ingerência do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Nos bastidores do Governo há também uma luta pelo controle institucional dos inquéritos, travada pela Polícia e o Ministério Público – que desta vez ganha os holofotes à frente da operação Lava Jato, em parceria com a PF.

Mas a batalha vem de anos, e teve seu auge escancarado na tramitação da PEC 37, derrubada no Congresso Nacional, embora nos corredores do Congresso continue a luta de cada lado – delegados e promotores – pelo respaldo constitucional de poderes pelo inquérito.


PF frustra plano de Argôlo voltar à Câmara
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Leandro Mazzini

Foto: Ag. Câmara

Foto: Ag. Câmara

A Polícia Federal frustrou o plano político de Luiz Argôlo (SD-BA) para se blindar da iminente prisão que esperava – o que aconteceu ontem. Ele articulava com um deputado a sua volta para a Câmara Federal.

Mesmo na mira dos investigadores Argôlo tentou a reeleição ano passado mas não obteve votos suficientes. Seu plano era assumir o mandato em Brasília com a ida de um deputado para secretaria de Estado ou município baiano, e desta forma, sob foro privilegiado, evitar sua prisão. Não deu tempo.

Argôlo foi flagrado nas escutas ano passado com o doleiro Alberto Youssef, com um ‘Eu te amo, cara!’, após suspeita de receber uma bolada de dinheiro.

VEM MAIS

Quem acompanha de perto a lupa do juiz Sérgio Moro acredita que ele apenas abriu a porta da fila de políticos que vai entrar pela carceragem da PF no Paraná.