Coluna Esplanada

Arquivo : PMDB

Deputado do PMDB recusou secretaria de Cabral no Rio
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Leandro Mazzini

Cabral (D) e Filipe Pereira, na posse do secretário

A despeito da comemoração do PSC na pasta, o secretário da recém-criada Secretaria de Prevenção à Dependência Química do governo do Rio, Filipe Pereira, era a terceira opção do governador Sérgio Cabral.

A cúpula do PMDB agiu rápido para apagar um incêndio interno. Cabral ficou irado ao ouvir a recusa do deputado estadual Edson Albertassi para assumir a vaga.

Cabral pensou em seguida no deputado estadual Pedro Fernandes, mas foi demovido, apesar de ele ser conhecido na cidade. Então o governador foi convencido pelos pemedebistas a fazer um gesto de aproximação com o PSC.

A decisão de criar a Secretaria e nomear Pereira surgiu dia 28 de Dezembro, em almoço na Gávea Pequena oferecido pelo prefeito Eduardo Paes à cúpula do PMDB.

Filipe é deputado federal e filho do pastor Everaldo, presidente do PSC e um dos líderes nacionais da Assembleia de Deus – com potencial rebanho eleitoral.

O concorrido bolo de aniversário do Pastor Everaldo teve fila suprapartidária na Câmara esta semana. Mas quem anda magoado com ele é Cadoca, de Pernambuco, que foi rifado por lá.

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JÁ NAS LIVRARIAS

 

A guerra jurídica e política do julgamento da Ação Penal 470, o Mensalão, se estendeu às livrarias. Após o lançamento do livro de Merval Pereira, “Mensalão, o dia a dia do maior julgamento da história da política do Brasil” (Record), a Geração Editorial mandou para as vitrines “A outra História do Mensalão”, de Paulo Moreira Leite.


NÃO ACABOU

 

A obra de Moreira Leite aponta o julgamento como contraditório e político. A ponto de o ministro Lewandowski, do STF, enviar exemplares para amigos. Numa clara conotação de contra-ataque ao ministro-relator Joaquim Barbosa.


CAIXA FORTE

 

Apesar do ‘Pibinho’ e dos altos gastos correntes na Esplanada, a União tem R$ 176,6 bilhões na rubrica para investir em ‘restos a pagar’ de emendas e execução do Orçamento de 2012. As obras estão espalhadas por aí. Falta o dinheiro aparecer.

FREIO NA FARRA

Na esteira da reforma política, o procurador da Câmara, Cláudio Cajado (DEM-BA), apresentará projeto que reduz de 90 para 60 dias o tempo de campanha eleitoral.

DEDO NA TOMADA

Bem plausível. O federal Dudu da Fonte (PP-PE), ex-presidente da CPI da Conta de Luz, assume a Comissão de Minas e Energia da Câmara. E mira as elétricas.

TOGA & BATOM

A mulher cada vez mais no poder, com méritos, na nova diretoria do TRT do Rio a partir de Segunda. São quatro desembargadoras: a vice Maria das Graças Paranhos, a dirigente Ana Mª Moraes, a Corregedora Sonia Mello e a ouvidora Edith Tourinho.

QUASE LÁ

Ricardo Trípoli continua no PSDB, mas a próximos indica a clara insatisfação com a cúpula em São Paulo. Escanteado, o ex-vereador, ex-estadual e agora federal puxador de votos na capital pode se render à Rede de Marina Silva, caso se concretize.


Líder do PMDB dribla Temer e agenda reunião com Dilma
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Leandro Mazzini

O governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio, ligou para a presidente Dilma Rousseff e pediu para ele receber o líder do partido na Câmara, deputado Eduardo Cunha.

A reunião será amanhã. Cunha esteve com o vice-presidente Michel Temer na terça-feira passada, e descreveu o descontentamento do partido com o governo federal.

Segundo o líder, os pemedebistas esperavam que o vice fosse a voz do PMDB junto a Dilma, e não o contrário, como ocorre na visão da bancada. Com a reunião, Cunha provoca Temer, mas quer mostrar ao partido que a interlocução maior pode existir.

Apesar das boas relações, há uma discreta tensão no partido. Cunha ficou no paredão na disputa pela liderança da bancada. Michel Temer e o presidente da Câmara,Henrique Alves, trabalharam pela eleição de seu adversário derrotado, Sandro Mabel (GO).

Cunha e Temer eram carne e unha há alguns anos, a ponto de dividirem mesas semanais no tradicional restaurante Piantella. O afastamento foi gradativo, embora o respeito continue.

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CULTURA DA CONTRADIÇÃO

Os ânimos se exaltaram na CNI ontem. Um diretor da Confederação interpelou a ministra Marta Suplicy, da Cultura, numa rodinha após ela esboçar o Vale Cultura para empresários. Para ele, o programa desdenha da demanda do Nordeste e foca São Paulo. Ela deu de ombros, mas depois levou a sério e rebateu a bom tom.


ENFIM, O XI$TO

O governador Beto Richa conseguiu para os cofres do Paraná incremento batalhado desde 1989: os royalties do petróleo de xisto explorado em São Mateus do Sul. Três governos – dois de Jaime Lerner e o de Roberto Requião travaram guerra jurídica.

PSB-PSDB

O PSDB do Amapá aderiu ao governo do PSB. O deputado Luís Carlos (PSDB-AP) emplacou o apadrinhado Marco Souza na Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária. Quem acompanhou da moita, diz que é casamento de jacaré com cobra d’água: Neste cenário, Aécio Neves pode perder palanque para Eduardo Campos no estado com 400 mil eleitores.

MALVADEZA

Polêmico que é, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) fixou no gabinete um cartaz com a foto de Eleonora Menicucci, com os dizeres ‘Ministra Roto Rooter’, a famosa empresa desentupidora. É que a titular da Secretaria da Mulher já defendeu o aborto.

PÃO AMERICANO

Enquanto não resolve sua situação com o grupo francês Casino, Abilio Diniz vai respirar ares americanos no sábado. Faz palestra no MIT, em Boston, junto com o cientista Marcos Troyjo (Ibemec), no Latin American Conference.

NO SAPATINHO

Para evitar a imprensa, o presidente do Congresso, Renan Calheiros, anda sozinho pelo Salão Azul. Diferente da pomposidade da rota gabinete-plenário do antecessor, que era um evento com luzes, seguranças e cercadinho.

PONTO FINAL

“Eu não costumo mentir”, senador Mário Couto (PSDB-PA), da tribuna.


Após doações a partidos, grupo pede concordata em SP
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Leandro Mazzini

A despeito dos serviços prestados, a engenharia – pelo menos a financeira – não é o forte da Leão Leão pelo que se vê no episódio.

Composto por empresas que prestam serviços a prefeituras do interior paulista, o Grupo Leão Leão entrou com pedido de recuperação judicial na 6ª Vara Cível de Ribeirão Preto (SP). Há meses, deve a centenas de fornecedores. Acontece, empresas quebram, sem surpresa num país que tem a maior carga tributária do planeta.

O curioso é que a holding nunca titubeou, aparentemente com o caixa apertado, como se mostra agora, em distribuir generosidades a políticos em campanha. Através da CFO Engenharia, braço da Leão com contratos municipais, o grupo doou R$ 800 mil ano passado para os comitês nacionais do PSD e PMDB.

O dinheiro teve destino certo. Irrigou a reeleição da prefeita Dárcy Vera (PSD) na sua cidade sede: Ribeirão Preto. As doações aos partidos via transferência eletrônica, no valor de R$ 530 mil e R$ 270 mil, foram feitas dias 19 e 22 de Outubro, quando o grupo já devia na praça.

Tradicionalmente a relação empreiteira-candidato é repetida em todas as esferas de candidaturas. Não foi diferente com a CFO. Em 2010, doou R$ 125 mil para campanhas de dois candidatos a deputados estaduais e um federal. Só Duarte Nogueira (PSDB), que recebeu R$ 60 mil, foi eleito. Já Antônio Souza (PP), que levou R$ 50 mil, e Ubirajara Guimarães (PSDB), com R$ 15 mil, foram investimento perdidos da Leão. Não se elegeram para Alesp.

O grupo, hoje com quatro empresas, surgiu meteoricamente no auge político-municipal de Antonio Palocci, e cresceu em importância tanto quanto o petista ao galgar etapas mandatárias. Agora, tal como o padrinho, a holding caiu no conceito do mercado. E recorre à Justiça para se manter.

Por comunicados, a Leão Leão pretende ao menos honrar com salários de 600 funcionários na região, sem demissões. Contatado pelo blog na sexta, o grupo não se manifestou.

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Desafio de Haddad é conciliar secretariado em SP
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Leandro Mazzini

Nem tomou posse e Fernando Haddad, prefeito eleito de São Paulo, pisa manso para não irritar o próprio partido. Alas ficaram insatisfeitas ao serem preteridas em pastas por PP e PMDB, e o clima esquentou. Os diretórios municipal e estadual do PT aceitam, mas querem ditar os rumos dos programas de secretarias nas mãos de aliados, em especial as ligadas a movimentos sociais como Habitação (oficiosamente do PP), Assistência Social (PMDB) e Igualdade Racial (PCdoB).

SERRA, O RETORNO. O PT, na prefeitura, pode ter um contraponto na Saúde na esfera estadual. Como antecipamos dia 13, o governador Alckmin convidou José Serra para a pasta.

 


O troco do PMDB no Orçamento
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Leandro Mazzini

O desinteresse do PMDB no Orçamento de 2013, apesar do esforço do relator-geral, senador Romero Jucá (PMDB-RR), conota um troco da cúpula do partido contra a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti (PT). Foi dela a ideia, em meados do ano, de tirar Jucá da Liderança do Governo no Senado e nomear Eduardo Braga (PMDB-AM). Ideli comprou briga com a dupla que comanda a Casa: Renan Calheiros e José Sarney. Nos bastidores Braga está isolado. Deu nisso: Orçamento adiado.

FOI ASSIM. Jucá caiu da liderança após o PMDB se rebelar e não reconduzir o chefe da ANTT, Bernardo Figueiredo. Ideli anunciara um rodízio de líderes, até hoje uma promessa.

PARA VARIAR. A presidente Dilma ficará refém do calendário: Senado e Câmara voltarão em campanha para eleição dos novos presidentes e podem atrasar ainda mais a votação.

TIRO N’ÁGUA. Na sexta, Braga indicou que a bola estava com Jucá. No esforço, Jucá telefonou ontem para membros da comissão representativa. Em vão. Havia orientações para freá-lo.

É A CAMPANHA. Com o líder do Governo, Eduardo Braga, fritado até por ‘aliados’, o relator-geral do Orçamento 2013, senador Jucá, ficou abandonado. Sarney lavou as mãos, e dois expoentes do PMDB, Renan Calheiros (AL) e Henrique Alves (RN), focam suas campanhas para presidir Senado e Câmara.

 


Em jantar, Dilma constrange senador que falou em ministérios
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Leandro Mazzini

O restrito jantar da presidente Dilma com os líderes do PT e PMDB no Palácio da Alvorada teve dois episódios sobre o partido aliado, um constrangedor e outro positivo. Presidente do PMDB, o senador Valdir Raupp (RO) discursava e incitou a representatividade dos Estados nos ministérios. ‘Opa, opa, isso aí é assunto para outra reunião’, cortou logo a presidente. Risos amarelos. Henrique Alves (PMDB-RN) ouviu dela que terá seu total apoio na candidatura à Presidência da Câmara.

CARDÁPIO & CAMPANHA. Alves pediu para sair cedo para ir ao jantar do PR em outro local. Dilma assentiu. ‘Você já tem todos os votos aqui, vá buscar os do PR’.

PT DANÇOU. No jantar de terça, Dilma Rousseff disse que respeitará a tradição de as maiores bancadas presidirem as Casas. Ou seja, o PMDB vai comandar Câmara e Senado.

SEM TOMBO. Ao avalizar Alves, a presidente garantiu entrelinhas que ele não sofrerá eventual rasteira dos petistas. Ministros palacianos do PT e os líderes presenciaram a conversa.