Coluna Esplanada

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Ex-homem forte do PT, Tarso se distancia de Lula e Dilma
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Leandro Mazzini

Ex-homem forte do Partido dos Trabalhadores, ex-governador e ministro da Justiça como um dos braços fortes de Lula, com quem tinha relação diária, Tarso Genro não fala com o ex-presidente da República há mais de três meses.

Com a presidente Dilma, revela ele próprio, só a viu no dia da posse do segundo mandato, e nunca mais.

No último dia 2 de março, o petista conversou com a Coluna e cravou que o PT precisa fazer uma grande reflexão.


Tarso Genro: ‘O PT tem que fazer uma grande reflexão’
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Leandro Mazzini

 

tarso

Ex-ministro da Educação, da Justiça e de Relações Institucionais do governo Lula, além de ex-governador do Rio Grande do Sul, o petista Tarso Genro circulou há dias sem ser notado pelo Salão Verde e corredores da Câmara dos Deputados. Por motivos óbvios – emagreceu muito, e usa barba grisalha.

Indagado pela Coluna sobre o processo de impeachment da petista, o ex-ministro é taxativo ao afirmar que seria “a pior das soluções para o País”. Sobre o futuro político, Tarso confessa: “Sou incapaz de prever o que vai acontecer. Mas reafirmo que o PT tem que fazer uma grande reflexão”.

Com salão lotado, recebeu nada mais de que quatro cumprimentos durante o trajeto, sempre chamado de “meu líder”.

O ex-governador mostrou-se de um pessimismo latente e afirmou que o atual momento do partido é mais complicado que à época do mensalão. Foi o próprio Tarso Genro quem assumiu a presidência do PT quando eclodiram as denúncias de pagamentos de propina para partidos aliados ao governo em 2005. Tínhamos, àquela época, apoio dos movimentos sociais e um projeto administrativo consolidado. Hoje o cenário é outro, bem diferente”, resume.

Tarso Genro também afirmou que está distante do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e mais ainda da presidente Dilma Rousseff: “Falei com ela no dia da posse para parabenizá-la e com o Lula há três meses”.

O petista não foi à festa em comemoração aos 36 anos do partido no Rio de Janeiro e adianta que vai se dedicar à advocacia e militância por meio das redes sociais, blogs e revistas de “perfil esquerdista”.

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Colaborou Walmor Parente


Novo ‘Menino do Rio (Grande)’, Tarso é esperança contra hegemonia do PMDB
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Leandro Mazzini

Foto: ABr

Foto: ABr

A mudança do ex-governador gaúcho Tarso Genro para o Rio de Janeiro, a fim de articular e fortalecer o PT local, é estratégia do ex-presidente Lula. O grão-petista tem admitido a amigos que o PMDB carioca tornou-se a mais poderosa ‘bancada’ para eleições.

O séquito que pode influenciar, e muito, nas eleições municipais não apenas do Rio de Janeiro mas de muitos Estados, e até no jogo nacional em 2018, tem o governador Luiz Pezão, o prefeito Eduardo Paes, os Picciani (pai, deputado estadual, e filho, líder do PMDB na Câmara), Sérgio Cabral (na moita) e Eduardo Cunha, hoje o terceiro homem mais importante do País pela hierarquia.

No mais, a despeito da vaidade mostrada quando comparado, pelo cenário político Tarso Genro está longe de repetir a saga de Leonel Brizola, que saiu do Palácio Piratini para emplacar dois mandatos de governador no Rio.


Dilma obrigou Tesouro a pagar R$ 3 bilhões para governo gaúcho
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Leandro Mazzini

Uma operação protagonizada por gaúchos do alto escalão do governo Dilma Rousseff, e endossada por ela, presenteou o governo do Rio Grande do Sul com R$ 3,2 bilhões em títulos do Tesouro Nacional em Março de 2012, numa manobra à canetada que extrapolou regras da Fazenda. Agora descoberta, abriu precedente para governadores pedirem o mesmo tratamento.

No início do ano passado, quando governadores de pires à mão se sucediam em visitas a Brasília atrás de verbas, o Rio Grande do Sul tinha classificação “C” na Secretaria do Tesouro, o que em parte desautoriza repasses da União. Mas o ministro Guido Mantega autorizou a excepcionalidade a pedido do governador Tarso Genro.

Outro fato curioso é que a presidente Dilma autorizou o acordo para pagar a bolada sobre uma ação compensatória junto à União que ela promoveu quando Secretaria de Energia do governador Alceu Collares, envolvendo a Companhia Estadual de Distribuição de Energia do RS. Sob sua ordem, endossaram a operação os gaúchos Arno Agostin, secretário do Tesouro, Luís Adams, ministro da Advocacia Geral da União (AGU), e o então ministro-interino Marcio Zimmermann, de Minas e Energia.

O trio gaúcho do Esquadrão que endossou o pagamento é próximo e protegido de Dilma. Toda a operação durou apenas oito dias.

O caso veio à tona em consulta à Lei de Acesso à Informação, junto à Advocacia Geral da União, a pedido de deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB-PR). Os documentos (Sentença 2006.71.00.047783-2)  foram enviados pela subprocuradora geral da União Izabel Vinchon Nogueira de Andrade e acabam de chegar às mãos do governo do Paraná, cujos representantes já pediram audiência com o ministro Mantega.

São documentos relativos ao acordo firmado entre a União, a CEEE e a Companhia Estadual de Transmissão de Energia Elétrica (CEEE-GT), assinado em 26 de janeiro de 2012. Todo o caso se resume na ação condenatória compensatória 1993.0002153-2, da Vara Federal Ambiental, Agrária e Residual de Porto Alegre.

Em miúdos, mesmo com a nota “C” no Tesouro e com a ação entre amigos, entraram R$ 3.023.261.110,07 nos cofres do governo gaúcho. Notoriamente, uma demanda judicial de direito e interesse do governo, cuja ação desfilava pelas gavetas da AGU  – responsável pela defesa da União contra decisões que onerem o Tesouro. Daí a estranheza agora do governo do Paraná – e de outros governadores que já receberam a notícia -, porque há outros casos similares de governos em ação indenizatória ou compensatória contra a União, que se arrastam por décadas.

Procurada, a assessoria do governo do Rio Grande do Sul informou que o repasse era um direito do estado, mas não se manifestou sobre o imbróglio dentro do Tesouro que atropelou regras da União. A assessoria do Ministério da Fazenda explicou que o repasse é “pagamento decorrente de sentença judicial transitada em julgado, na qual aquela companhia (CEEE) reclamava créditos no âmbito da chamada Conta de Resultados a Compensar-CRC, extinta em 1993”. Mas não explicou sobre a Classificação “C” do governo gaúcho à ocasião.

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