Coluna Esplanada

Arquivo : violência

Com tiros e pedras, jornalistas sofrem atentados em série na Venezuela
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Leandro Mazzini

A situação continua tão tensa para a imprensa na Venezuela, na onda de protestos populares contra o governo, que até repórter de TV simpatizante do presidente Nicolas Maduro foi atacado na rua. O cinegrafista de TV estatal Jilfredo Alejandro Barradas foi ferido a balas num protesto.

Os jornalistas venezuelanos e estrangeiros sofreram ataques e atentados nos últimos dias, relata a ONG Repórteres Sem Fronteiras.

Karen Méndez, do El Comercio, do Peru, foi atacada a tiros (!). María Iginia, da Globovisión, foi agredida a pedradas. Um grupo de black blocs atacou com bombas a sede da VTV. A polícia Madurista incrementa os números: prendeu Rafael Hernández (Revista Exceso) e o blogueiro independente Ángel Matute enquanto apenas cobriam as manifestações.

A jornalista brasileira Elianah Jorge, que vive em Carancas, traz detalhes para a Coluna de como a onda de protestos começou no País:  “As manifestações começaram no estado Táchira, mo noroeste, quando estudantes se mobilizaram com a tentativa de estupro de uma aluna da Universidade de Los Andes. Eles protestavam basicamente contra a insegurança que, há anos, reina no país”.

Elianah conta que o movimento tomou as ruas da capital a partir da violência policial contra pequeno grupo de oito estudantes, “presos e levados a presídios em outro estado sem qualquer julgamento prévio. Até mesmo os presidiários manifestaram alegando que os estudantes eram inocentes”.

A partir da divulgação destas prisões arbitrárias da polícia do estado, aliada do presidente Maduro, os protestos se espalharam pela Venezuela e as ruas foram tomadas por multidão que reclamava da repressão policial e expôs também insatisfação contra o governo.

“Desde outubro, já havia um descontentamento da população pelos altos preços que posicionam o país com a mais alta inflação do Continente (56,8% a acumulada de 2013). Os protestos sao (ou eram) movidos basicamente por estudantes, mas a repressão está fazendo com que outros grupos da sociedade se somem”.

IMPRENSA 

Além da situação dos venezuelanos, que convivem com altos preços devido à inflação e restrição cambial, a jornalista brasileira também relata a situação delicada da imprensa venezuelana, que transfigura a insegurança – chegou ao aperto contábil, estratégia do governo Maduro.

“A imprensa local não tem papel para imprimir jornais porque o governo não libera os dólares preferenciais (cotados a 6,30 bolívares. O dólar no paralelo está hoje cotado em cerca de 85 bolívares)”.

Anteriormente opositor, o maior canal de TV, a Globovisión, foi vendida há dois anos para empresários simpatizantes do governo, restando poucas emissoras pequenas independentes.

O presidente Maduro avisou pelos canais oficiais que vai radicalizar a repressão aos manifestantes nas ruas caso a onda continue nas ruas.

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SC: Suspeita de tortura pode ser a causa dos ataques
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Leandro Mazzini

As autoridades de Santa Catarina já conhecem o cerne da onda de violência que tomou as ruas da região metropolitana desde fim do ano passado.

Começou após dia 26 de Outubro, quando foi assassinada a agente prisional Deise Melo Pereira Alves, 30 anos. Era mulher do diretor da Penitenciária São Pedro de Alcântara, Carlos Alves.

Deise foi alvejada com três tiros nas costas quando chegava em casa à noite. Foi o alvo errado, mas atingiu em cheio o marido, que vinha sofrendo ameaças pelo rigor no trato com detentos.

Conta-se nas hostes do comando das carceragens que, em vingança, o senhor Alves cortou todos os benefícios dos detentos, como visitas nos fins de semana e visitas íntimas. Primeira revolta.

Mas a situação desandou quando circulou pelas autoridades policiais a suspeita de que houve torturas de presos para descobrir o mandante do crime da mulher. Não há porém qualquer registro de queixa oficial.

Boataria ou não vindo das celas, aos poucos os bandidos foram avisados nas ruas e revidaram, como notório. Como nesta conhecida relação policial-bandido um ataque sempre causa contra-ataque, a situação ficou incontrolável.

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ARENA 2.0

Leitor avisa que o Partido ARENA está de volta no cenário nacional. Só no DF já foram recolhidas 1.551 assinaturas para registro. Precisam de 400 mil em todo o país.

NA UTI

O deputado Izalci (PSDB) reuniu-se com o ministro da Defesa para pedir investimentos no tradicional Hospital das Forças Armadas (HFA). Descobriu que há debandada de médicos, porque eles ganham menos que um contratado pelo Governo do DF. Para piorar a situação, lembra o deputado, relatos dos profissionais de que os concursados preferem abrir mão da vaga, e buscam outros hospitais. No HFA ficou internada recentemente a mãe da presidente Dilma Rousseff.

CARIMBADO

Enquanto o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) se prepara para assumir a CCJ do Senado, a carismática deputada Nilda Gondim, sua mãe, se esforça na Câmara. Apresentou projeto (4522/12) que regulamenta profissão de fabricante de carimbos.

RUMO AO NORTE

Bunge, Cargill, Cianport e Hidrovias Brasileiras preparam investimento biolionário para instalação de portos no distrito de Miritituba, em Iuaituba (PA), para escoamento da produção agropecuária do Centro-Oeste.

FORÇA, MENDES!

A presidente sofre com o câncer do amigo Mendes Ribeiro, ministro da Agricultura. Cogita o senador Blairo Maggi (PR-MT). Mas há um PMDB no meio da lavoura.

QUE CAIXA!

Os R$ 500 milhões que a Caixa separou para propaganda serão disputados em licitação por 26 agências. É a maior anunciante oficial de Brasília.


Violência em SP: Dilma lavou as mãos para milícias e facções
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Leandro Mazzini

A suspeita de guerra velada entre milícias e uma facção criminosa que fez explodir a violência em São Paulo poderia ter a intervenção constitucional da Polícia Federal, mas o governo recuou. No fim de setembro, ao sancionar a lei que dá pena maior para grupos de extermínio (ou facções) e milícias, a presidente Dilma vetou o artigo que tipificava o crime como federal, e manteve o poder da Polícia Civil de cada Estado na investigação. Uma forma de não constranger ou comprar briga com os governadores.

CAUTELA. Ao vetar, a presidente evitou crise política com os governadores, porque conotaria intervenção. Mas os que negam ajuda não conseguiram frear os crimes.

NO FRONT. A lei sancionada é do padre e deputado Luiz Couto (PT-PB), com cabeça a prêmio, conforme revelamos. Agora anda escoltado pela PF e com colete à prova de balas.

NO FRONT 2. ‘Se for preciso fazer uma PEC para tipificar como crime federal, faremos’, avisa o deputado. Foi com seus relatórios que os governadores do Nordeste limparam a área.